Buscar

Salmoneloses - Microbiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto – MICROBIOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
FAMENE
NETTO, Arlindo Ugulino.
MICROBIOLOGIA
SALMONELOSES
(Professora Socorro Vieira)
A salmonelose € definida por qualquer infec‚o alimentar causada por bact€rias do gƒnero Salmonella, 
transmitida por „gua ou alimentos. Causa diarr€ia intensa e outros sintomas abdominais. Afeta mais frequentemente 
crianas pequenas e idosos.
Coloniza quase todos os animais dom€sticos, mas especialmente aves, e € ingerida em comida ou „gua 
contaminada. Os ovos e carne de aves mal cozidos s‚o as fontes mais comuns da infec‚o. Nas crianas pequenas a 
transmiss‚o fecal oral direta de outra criana infectada € outra forma de transmiss‚o freq…ente.
MORFOLOGIA E CARACTERSTICAS GERAIS DA SALMONELA
As salmonelas apresentam caracter†sticas semelhantes ‡s descritas para a fam†lia Enterobacteriaceae. 
Entretanto, ao contr„rio de muita delas e em comum com outras, as salmonelas clinicamente mais importantes n‚o 
fermentam lcatose. As salmonelas infectam o homem e praticamente todos os animais dom€sticos e selvagens, 
incluindo p„ssaros, r€pteis e insetos. No homem, as salmonelas causam v„rios tipos de infec‚o, e as mais comuns s‚o 
a gastroenterite e a febre tifˆide.
O gƒnero Salmonella apresenta esp€cies caracterizadas por serem bacilos Gram-negativos, n‚o produtores de 
esporos (o que significa que morrem a fervura). S‚o seres anaerˆbios facultativos, produtores de H2S (g„s sulf†drico, 
caracter†stico pelo odor de “ovo podre”) e, por apresentarem flagelos, s‚o considerados mˆveis. 
Crescem em meios de cultura simples, tanto em meios seletivos quanto nos demais. Em decorrƒncia da 
presena desse g„s sulf†drico, os meios que apresentam crescimento de salmonela demonstram-se com uma colora‚o 
escura.
Quanto a sua estrutura antigƒnica, a bact€ria € capsulada. ‹ poss†vel, ent‚o, encontrar ant†genos de superf†cie 
nas c„psulas, da membrana e nos flagelos. A presena desses ant†genos desencadeia uma resposta imunolˆgica com 
uma grande express‚o de eosinˆfilos (os quais podem ser encontrados nas pesquisas sorolˆgicas).
 Os antígenos somáticos O s‚o constitu†dos de lipopolisacar†deos (LPS), que pode ser considerado um fator de 
virulƒncia porque parece proteger a bact€ria da a‚o letal de defensinas e tamb€m do complemento. Esses LPS 
est‚o ligados ‡ manifesta‚o da febre nos indiv†duos acometidos.
 Antígenos flagelares (H)
 Antígenos capsulares (Vi): consiste no principal ant†geno de superf†cie de S. typhi, protegendo a bact€ria dos 
mecanismos de imunidade inata do hospedeiro (impede a opsoniza‚o e a‚o do sistema complemento).
CLASSIFICAÇÃO SOROLÓGICA DAS SALMONELAS
De acordo com a prevalƒncia dos subtipos dos ant†genos presentes na superf†cie das salmonelas, estas podem 
ser classificadas como:
SOROTIPO GRUPO ANTÍGENO O ANTÍGENO H
S. parathyphi A A 1, 2, 12 a
S. parathyphi B B 1, 4, 5, 12 b
S. typhimurium 1, 4, 5, 12 i
S. cholerasuis C1 6, 7 c
S. typhi D1 9, 12, Vi d
Para os humanos, as salmonelas de maior importŒncia cl†nca s‚o: Salmonella typhi, S. cholereasuis, S. 
paratyphi A e S.paratyphi B.
PATOGENIA E MANIFESTA‚ƒES CLNICAS
Febre tifóide: € uma infec‚o sistemica causada pela S. typhi, que se inicia na mucosa intestinal e progride 
para n†vel sistƒmico. O homem € nico reservatˆrio, sendo portanto disseminada pela „gua e alimentos 
contaminados com fezes humanas ou pelo contato direto entre os portadores – por€m, seja qual for a origem, a 
Arlindo Ugulino Netto – MICROBIOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
única porta de entrada é a via digestiva. Essa bactéria se instala e coloniza o epilélio intestinal. Após isso, ela 
chega a atravessar a barreira epitelial e a lâmina própria, alcançando assim a corrente linfática e, por meio dela, 
chega a corrente sanguínea, onde se multiplica e gera uma sepsemia, que atinge órgãos como fígado, baço, 
vesícula biliar, etc, culminando assim em uma infecção sistêmica.
Sintomas: febre alta, diarréia e vômito.
Lesões: necrose do tecido linfóide, hepatite, inflamação da vesícula biliar e pulmões.
Tratamento: tratamento com quimioterápicos antimicrobianos. Entretanto, o indivíduo tratato e aparentemente 
curado deve ser avaliado e acompanhado rotineiramente por cerca de um ano uma vez que ele continuará 
servindo como um reservatório da salmonela. Essa condição se explica no fato de que essa salmonela tem uma 
grande afinidade por tecidos gordurosos, se intalando, por exemplo, na vesícula biliar. A medida que a bile é 
lançada na luz intestinal, o indivíduo continua capaz de disseminar essa patologia.
Febres entéricas: são produzidas pelas salmonelas S. paratyphi A, S. paratyphi B, S. paratyphi C. Apesar de 
estas salmonelas realizarem septicemia (vão se multiplicar na corrente sanguínea), elas não vão trazer um 
caráter patogênico tão grave quanto a S. typhi.
Sintomas: septicemia, febre, diarréia e vômito.
Enterocolites: tem como agente etiológico a S. typhimurium, cujo período de incubação leva cerca de 8 a 48h. 
Após a ingestão e a incubação, o indivíduo apresenta como sintomas náuseas, cefaléia e diarréia profusa, que 
podem facilmente ser tratadas com o uso de soro caseiro. Durante as lesões inflamatórias em nível intestinal, 
ocorre uma grande liberação de prostaglandinas e adenilclase, culminando um aumento de água e eletrólitos, 
explicando assim a diarreia aquosa.
DIAGN„STICO LABORATORIAL
 Material: fezes (para enterocolites), sangue (na suspeita de septicemia da febre tifóide ou entérica), e líquor (nos 
casos de meningites). Esses materiais podem apresentar dois destinos (os que seguem):
 Métodos bacteriológicos: os meios de cultura para o crescimento de salmonela é o Ágar verde brilhante, 
Agar SS e Ágar McConkey. Há um enegrecimento do meio devido a presença de H2S.
 Métodos sorológicos: anti-soros para identificação de sorotipos de importância clínica (Salmonella typhi, S. 
cholereasuis, S. paratyphi A e S. paratyphi B). Esse diagnóstico se dá de maneira mais rápida.
TRATAMENTOS
O tratamento é das salmoneloses é feito por meio de antibióticos, tais como: cloranfenicol, ampicilina, 
trimetropim, sulfametoxisazol, cefalosporinas. Deve-se ressaltar sempre a importância do antibiograma. Mesmo que já 
tenha sido iniciado o tratamento, deve-se enviar amostras de material para ser realizado esse teste de resistência.
EPIDEMIOLOGIA
Os principais reservatórios dessas bactérias são as aves domésticas, porcos, roedores, gado, animais de 
estimação. Os produtos alimentícios derivados desses animais devem ser cozidos e bem tratados: carnes, excrementos 
e ovos. 
Deve-se ter noção da importância que os ex-portadores, após a infecção, ainda podem manifestar a doença ou 
carregá-la de forma sub-clínica (portadores convalescentes ou sadios liberam uma grande sobrecarga de salmonela, 
principalmente no caso da febre tifóide). A salmonela aloja-se em tecidos gordurosos devido a sua filia por esses tecidos.
Como fontes de infecção mais importantes, temos: água, leite e derivados (sorvetes, queijo, creme), frutos do 
mar, ovos desidratados ou congelados, carne e seus produtos, drogas como a maconha, animais domésticos 
(tartarugas, cães e gatos).
MEDIDAS DE CONTROLE
 Cozimento adequado dos alimentos e uma conservação adequada
 Proteção do contato com moscas
 Análise periódica de fezes (coprocultura) de manipiladores de alimentos
 Inspeção periódica dos locais de processamento de alimentos
 Boas práticas pessoais sanitárias e higiênicas
OBS: Manipulador de produtos alimentícios. Qualquer indivíduo que trabalhar na produção, preparação, 
processamento, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e venda de alimentos.
OBS²: Contaminação. Presença de qualquer material prejudicial nos alimentos seja bactéria, metal, veneno ou qualquer 
outro elemento que torne esses produtos imprestáveis para o consumo humano.

Outros materiais