Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ciências Sociais Aula 10: Nação, multiculturalismo, direitos humanos, globalização e movimentos sociais INTRODUÇÃO No encontro anterior, examinamos a importância do Iluminismo e do Enciclopedismo para abrir as mentes e corações europeus e americanos, no sentido da superação do Antigo Regime (Absolutismo) rumo ao advento do Estado Liberal. Conhecemos noções sobre os excessos do liberalismo burguês pós-revolução industrial que foram o combustível para revoltas que culminaram com o advento de uma busca de superação do capitalismo pela via socialista. Nesta aula, descreveremos diversos conceitos preciosos para a ciência política na atualidade, a saber: o conceito de nação, multiculturalismo, direitos humanos e globalização no cenário neoliberal mundial. Em seguida, explicaremos, no contexto dos movimentos sociais, de questões relativas ao estado de exceção e às noções de Desobediência Civil, Revolução, Golpes de Estado e Reforma. OBJETIVOS Compreender o conceito de nação, multiculturalismo, direitos humanos e globalização no cenário neoliberal mundial; Identificar as raízes ensejadoras dos movimentos sociais; Analisar o estado de exceção e as noções de Desobediência Civil, Revolução, Golpes de Estado e Reforma. CONCEITO DE NAÇÃO, MULTICULTURALISMO, DIREITOS HUMANOS E GLOBALIZAÇÃO NO CENÁRIO NEOLIBERAL MUNDIAL Nação A nacionalidade é o atributo que capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos e, com este status, participarem da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. A nação representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que não necessitam ocupar um mesmo espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo destino. Pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas. Multiculturalismo Refere-se a uma pluralidade de culturas que conseguem e conviver em harmonia. Essa expressão tem sido utilizada em alguns estudos antropológicos e sociológicos, em especial por autores como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos que tentam explicar como as sociedades com culturas tão diferentes conseguem conviver entre si. Este tipo de fenômeno social já pôde ser observado no passado com vários resultados a serem observados, e serve de base para pesquisas sociais nos dias de hoje. Se é fato que vivemos em um período em que se desenvolve o processo da globalização da economia, por outro lado podemos dizer que este é o processo de inúmeras culturas que interagem entre si. Fonte: http://conceitos.com/multiculturalismo Cidadania No decorrer da história da humanidade, surgiram diversos entendimentos de cidadania em diferentes momentos seja na Grécia e Roma da Idade Antiga, seja na Europa da Idade Média. Contudo, o conceito de cidadania como conhecemos hoje, insere-se no contexto do surgimento da Modernidade e da estruturação do Estado-Nação. O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade". Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada (um país) e que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma constituição. Ao contrário dos direitos humanos - que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua dignidade -, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva. A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa. A compreensão e ampliação da cidadania substantiva ocorrem a partir do estudo clássico de T.H. Marshall “Cidadania e classe social, de 1950” que descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda a população de uma nação. Etnodiversidade A expressão etnodiversidade foi inicialmente utilizada pelo Partido Verde alemão, em 1994, por Tibor Rabóczkay, significando a presença de diversas etnias e "raças" em um mesmo país, ou mesmo território. Sua inspiração é a analogia com "biodiversidade". É inegável que o Brasil, desde o seu descobrimento e colonização, se encontra profundamente vinculado à diversidade. Seja a Biodiversidade, por conta das inúmeras espécies encontradas em sua fauna e flora, seja pela etnodiversidade, quer dizer, a diversidade das nações indígenas, diversidade dos imigrantes, diversidades regionais, mestiços etc. Assim, a etnodiversidade brasileira resulta da presença de vários povos indígenas (tupis, guaranis, yanomamis, temiminós etc.), descendentes de imigrantes de variadas origens (europeus, asiáticos), além da forte contribuição de povos africanos (yorubá, bantu, gê, etc). Da etnodiversidade brasileira se origina a grande capacidade de adaptação do brasileiro. Direitos Humanos A fórmula “direitos humanos” é uma maneira abreviada de tratar os direitos tidos como fundamentais da pessoa humana. Tais direitos são fundamentais porque sem eles a pessoa humana apesar de ter uma existência biológica não é capaz de desenvolver plenamente suas capacidades de participar plenamente da vida social e comunitária. Partindo desse pressuposto, os seres humanos precisam ter garantidas, desde o nascimento até o fim da vida, as mínimas condições de vida que sejam necessárias para que possam desenvolver suas potencialidades e se tornarem úteis à humanidade. Do mesmo modo, carecem deter o direito de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar a todos, sem exceções. Um tal conjunto de condições e de possibilidades relaciona as características naturais humanas, a capacidade natural de todos nós podermos usufruir dessa condição a partir do pertencimento a uma organização social. Esse conjunto de direitos decorrentes de nossa condição de seres humanos recebe o nome de direitos humanos. Assim, podemos afirmar que tais direitos satisfazem a necessidades essenciais de toda pessoa humana. São aquelas necessidades que todos os seres humanos possuem e que precisam ser atendidas para que aquela pessoa possa ter uma existência digna. E isso precisa ser assegurado a todas as pessoas. Globalização no cenário neoliberal mundial Almeida (2015) afirma que o “neoliberalismo é mostrado como expressão ideológica da globalização. São evidenciados os efeitos políticos que a doutrina neoliberal provoca nos indivíduos, quando imposta no contexto da globalização como uma evolução natural da sociedade, com um aprimoramento cultural do próprio homem. Revela-se, ao contrário do que apregoam os princípios neoliberais, que as diferenças sociais na globalização acentuam-se quanto maior for o nível alienante de exclusão social que esteja incluído o indivíduo”. Para o autor, é necessária a conquista da “autonomia do indivíduo na globalização, como contraponto imprescindível para ascender à participação política. O domínio da autodeterminação, é mostrado como instrumento para o indivíduo enfrentar uma sociedade tecnocrática e consumista, que a todo instante alarga-se, torna-se mais real do que antes e impõe novas regras globais de comportamento”. Ao mostrar um indivíduo ainda alienado às mudanças globais, distanciados dos centros das decisões, preso a fatores de ordem tecnocrática e consumista, essa análise aponta para a necessidade do posicionar-se, pensar e agir.Serve assim, como um alerta à compreensão de princípios imprescindíveis à conquista da participação política e a uma vida cidadã na globalização. Ao revelar as dificuldades que têm os indivíduos de conceber o neoliberalismo como sustentáculo ideológico da globalização, de não terem autonomia frente ao determinismo econômico por ele imposto, vê-se a importância da reflexão política, de tomada de decisões, exigências básicas do mundo globalizado. No momento que a sociedade mais quer um indivíduo criativo, capaz de decidir, com versatilidade de conhecimentos, parece óbvio que este perfil exigido, como mostra esta abordagem, somente tornar-se-á realidade com a conquista de uma autonomia individual que conduzirá à participação política. Os indivíduos vivem uma crise de razão na sociedade global, o processo de desterritorialização lhes sucumbiu o protecionismo do Estado-nação. Ao concebermos esta realidade ganham em importância porque nos remete a uma discussão dos tempos atuais: a "doma" da globalização e a consequente necessidade da humanização do processo global. MOVIMENTOS SOCIAIS Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Fonte da Imagem: Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por um algum ideal, seja pelo questionamento de uma determinada realidade que se caracterize como algo impeditivo da realização dos anseios deste movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa de seus interesses. Torna-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra em uma mesma situação, seja social, econômica, política, religiosa, entre outras. Fonte da Imagem: Gianfranco Pasquino, em sua contribuição ao Dicionário de Política (2004), organizado por ele e por Norberto Bobbio e Nicolau Mateucci, afirma que os movimentos sociais constituem tentativas "pautadas em valores comuns àqueles que compõem o grupo" de definir formas de ação social para se alcançar determinados resultados. O ESTADO DE EXCEÇÃO E AS NOÇÕES DE DESOBEDIÊNCIA CIVIL, REVOLUÇÃO, GOLPES DE ESTADO E REFORMA Questão 1 A globalização econômica dos dias atuais: A) É um processo sem raízes na história do capitalismo. B) A globalização econômica é uma utopia. C) Não encontra apoio na nova ordem política internacional em gestação. D) Está relacionada à ampla socialização e distribuição equitativa dos bens da produção. E) Inclui-se na evolução complexa das formas de produzir e consumir que se desdobra da terceira revolução industrial. Justificativa Questão 2 Qual o significado de Cidadania? A) A atitude e o comportamento do indivíduo na sociedade. B) Somente que o indivíduo tem direito a um trabalho garantido. C) O conjunto de direitos e deveres pelo qual o indivíduo se relaciona com a sociedade em que vive. D) Falar que uma pessoa é cidadã é o mesmo que dizer que ela pode ter lazer nos finais de semana. E) Cidadania é um termo cujo sentido é inexpressável. Justificativa Questão 3 Na perspectiva neoliberal qual é a receita da governabilidade? Resposta Correta Glossário ALDEIA GLOBAL É um termo criado pelo filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan, com o intuito de indicar que as novas tecnologias eletrônicas tendem a encurtar distâncias e o progresso tecnológico tende a reduzir todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia: um mundo em que todos estariam, de certa forma, conectados.
Compartilhar