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DIREITO CONSTITUCIONAL

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Aula 04
Noções de Direito Constitucional p/ PM-AL (Soldado) Com videoaulas
Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – PM-AL 
Teoria e Questões 
Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
!ULA 04 
ORGANIZAÇÃO DO ESTAD! 
Sum‡rio 
Organiza‹o do Estado ................................................................................... 1 
1- O Estado: ................................................................................................ 1 
2- A federa‹o: ............................................................................................ 4 
3- A federa‹o brasileira: ............................................................................ 9 
4- Altera›es na estrutura da federa‹o: .................................................. 24 
5- Veda›es Federativas: .......................................................................... 27 
6- Bens Pœblicos: ....................................................................................... 28 
Reparti‹o de Competncias ........................................................................ 31 
1- Reparti‹o de competncias e a federa‹o brasileira: ........................... 31 
2- Competncias Exclusivas e Privativas da Uni‹o: ................................... 34 
3- Competncias Comuns: ......................................................................... 47 
4- Competncia legislativa concorrente: ................................................... 48 
5- Competncias dos Estados e do Distrito Federal: .................................. 52 
6- Competncias dos Munic’pios: ............................................................... 53 
Quest›es Comentadas .................................................................................. 57 
Lista de Quest›es ....................................................................................... 102 
Gabarito ..................................................................................................... 120 
 
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Canal do YouTube do Ricardo Vale: 
https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q 
Organiza‹o do Estado 
1- O Estado: 
A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado 
s‹o o territ—rio, o povo e o governo soberano. O territ—rio Ž a dimens‹o 
f’sica sobre a qual o Estado exerce seus poderes; Ž o dom’nio espacial 
(material) onde vigora uma determinada ordem jur’dica estatal. O povo Ž a 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – PM-AL 
Teoria e Questões 
Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
dimens‹o pessoal do Estado, s‹o os seus nacionais. O governo, por sua vez, Ž 
a dimens‹o pol’tica; ele deve ser soberano, ou seja, sua vontade n‹o se 
subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou no plano 
internacional. 
Sintetizando o conceito de Estado, Manoel Gonalves Ferreira Filho afirma que 
Òo Estado Ž uma associa‹o humana (povo), radicada em base espacial 
(territ—rio), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) n‹o sujeita a 
qualquer outra (soberana).Ó1 
Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto Ž, existem 
diferentes formas de Estado. Forma de estado, ressalte-se, Ž a maneira pela 
qual o poder est‡ distribu’do no interior do Estado; em outras palavras, ela 
ilustra a distribui‹o territorial do poder. 
Assim, os Estados podem ser classificados em: 
a) Estado unit‡rio: Nesse tipo de Estado, o poder pol’tico est‡ 
territorialmente centralizado. Existe, aqui, a centraliza‹o pol’tica do 
poder. O poder est‡ centralizado em um nœcleo estatal œnico, do qual 
se irradiam todas as decis›es; no Estado unit‡rio, s— existe um centro 
produtor de normas. Um exemplo de Estado unit‡rio Ž Portugal. O 
Brasil, atŽ a promulga‹o da Constitui‹o de 1891, tambŽm foi um 
Estado unit‡rio. 
Para que se possa ter governabilidade, admite-se, no Estado unit‡rio, a 
descentraliza‹o administrativa. ƒ o que se chama de Estado unit‡rio 
descentralizado administrativamente. Nesse tipo de Estado, 
mantŽm-se a centraliza‹o pol’tica, mas a execu‹o dos servios 
pœblicos e das pol’ticas pœblicas Ž descentralizada. 
 
Parte da doutrina reconhece, ainda, os chamados 
Estados regionais, dos quais seriam exemplos 
It‡lia e Espanha.2 Estes seriam um modelo 
intermedi‡rio entre o Estado unit‡rio e o Estado 
federal. Neles, alŽm da descentraliza‹o 
administrativa, parcela do poder pol’tico 
tambŽm Ž descentralizada. S‹o estados 
unit‡rios descentralizados administrativa e 
politicamente. 
b) Estado federal: Nesse tipo de Estado, o poder pol’tico est‡ 
territorialmente descentralizado. H‡ v‡rias pessoas jur’dicas com 
 
1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38» edi‹o. Editora 
Saraiva, S‹o Paulo, 2012, pp. 75-76. 
2 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38» edi‹o. Editora 
Saraiva, S‹o Paulo, 2012, pp. 75-76. 
 
 
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Teoria e Questões 
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capacidade pol’tica, cada uma delas dotada de autonomia pol’tica. 
S‹o v‡rios os centros produtores de normas, permitindo-nos afirmar 
que, no Estado federal, existe uma pluralidade de ordenamentos 
jur’dicos. 
O Brasil Ž um exemplo de Estado federal, possuindo como entes 
federativos a Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios. 
Todos eles s‹o dotados de autonomia pol’tica, que lhes Ž garantida pela 
Constitui‹o Federal. Mais ˆ frente, estudaremos em detalhes as 
caracter’sticas de uma federa‹o. 
H‡ que se tomar cuidado para n‹o confundir a federa‹o com a confedera‹o. 
Na federa‹o, h‡ uma uni‹o indissolœvel de entes aut™nomos, que tem 
como fundamento uma Constitui‹o, a qual consagra e protege o pacto 
federativo contra viola›es. Assim, a federa‹o n‹o pode ser desmantelada: 
n‹o h‡ direito de secess‹o. 
A confedera‹o n‹o Ž uma forma de estado propriamente dita, mas sim uma 
reuni‹o de Estados soberanos. O v’nculo Ž estabelecido entre esses Estados 
soberanos com base em um tratado internacional, o qual pode ser 
denunciado (dissolvido). Ao contr‡rio da federa‹o, portanto, a confedera‹o 
se forma a partir de um v’nculo dissolœvel. A confedera‹o Ž uma referncia 
hist—rica, pois n‹o existe nenhuma atualmente. Historicamente, cita-se como 
exemplo de Confedera‹o os EUA, entre os anos de 1781 a 1787.3 
 
 
 
(PC / DF Ð 2015) A federa‹o brasileira se comp›e dos 
seguintes entes federativos: Uni‹o, estados, Distrito Federal, 
munic’pios e territ—rios. 
 
3 CARVALHO, Kildare Gonalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da 
Constitui‹o, Direito Constitucional Positivo, 16» edi‹o. Ed. Del Rey. Belo Horizonte, 
2010. 
FEDERAÇÃO	
• UNIÃO INDISSOLÚVEL	
• OS ENTES FEDERADOS SÃO AUTÔNOMOS	
• TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUIÇÃO	
CONFEDERAÇÃO	
• UNIÃO DISSOLÚVEL	
• OS ENTES FEDERADOS SÃO SOBERANOS	
• TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO INTERNACIONAL	
 
 
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Coment‡rios: 
Pegadinha! Os Territ—rios n‹o s‹o entes federativos. Quest‹o 
errada. 
(DPE / RO Ð 2015) A Constitui‹o da Repœblica Federativa do 
Brasil adotou, como forma de Estado, a federa‹o. A existncia 
dessa federa‹o Ž caracterizada pela subordina‹o dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios ˆ Uni‹o, nos 
termos da Constitui‹o da Repœblica Federativa do Brasil. 
Coment‡rios: 
A rela‹o que se estabelece entre a Uni‹o, os Estados, o 
Distrito Federal e os Munic’pios n‹o Ž de subordina‹o. N‹o h‡ 
que se falar em hierarquia entre os entes federativos. Quest‹o 
errada. 
 
 
2- A federa‹o: 
2.1- Caracter’sticas da federa‹o: 
A federa‹o, conforme j‡ afirmamos, tem como caracter’stica central, a 
descentraliza‹o do poder pol’tico. Os entes federativos s‹o dotados de 
autonomia pol’tica, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptid›es: 
a) Auto-organiza‹o: Os entes federativos tm competncia para se 
auto-organizar. Os estados se auto-organizam por meio da elabora‹o 
das Constitui›es Estaduais, exercitando o Poder Constituinte 
Derivado Decorrente. Os munic’pios tambŽm se auto-organizam, por 
meio da elabora‹o das suas Leis Org‰nicas. O Prof. Paulo Gonet 
chama o poder de auto-organiza‹o dos estados de capacidade de 
autoconstitui‹o.4 
b) Autolegisla‹o: Muitos autores entendem que a capacidade de 
autolegisla‹o estaria compreendida dentro da capacidade de auto-
organiza‹o.5 No entanto, podemos consider‡-la uma capacidade 
diferente. Autolegisla‹o Ž a capacidade de os entes federativos 
editarem suas pr—prias leis. Em raz‹o dessa caracter’stica Ž que 
 
4 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio M‡rtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. 
Curso de Direito Constitucional, 6» edi‹o. Editora Saraiva, S‹o Paulo, 2011. pp. 828. 
5
		MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 
429. 	
 
 
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podemos dizer que, numa federa‹o, h‡ diferentes centros produtores 
de normas e, em consequncia, pluralidade de ordenamentos jur’dicos. 
c) Autoadministra‹o: ƒ o poder que os entes federativos tm para 
exercer suas atribui›es de natureza administrativa, tribut‡ria e 
orament‡ria. Assim, os entes federativos elaboram seus pr—prios 
oramentos, arrecadam seus pr—prios tributos e executam pol’ticas 
pœblicas, dentro da esfera de atua‹o de cada um, segundo a reparti‹o 
constitucional de competncias. 
d) Autogoverno: Os entes federativos tm poder para eleger seus 
pr—prios representantes. ƒ com base nessa capacidade que os 
Estados elegem seus Governadores e os munic’pios, os seus Prefeitos. 
Os Estados se organizam sob a forma de uma federa‹o por raz›es 
geogr‡ficas e culturais.6 Com efeito, um Estado com territ—rio muito 
extenso possui, normalmente, grandes diferenas culturais e de 
desenvolvimento, o que exige uma atua‹o estatal que n‹o esteja 
preocupada somente com os anseios nacionais (do todo), mas tambŽm 
com as idiossincrasias (peculiaridades) locais. 
Dessa forma, o estabelecimento de um Estado federal tem como ponto de 
partida uma decis‹o do Poder Constituinte. ƒ a Constitui‹o, afinal, que 
estabelecer‡ o pacto federativo e criar‡ mecanismos tendentes a proteg-lo. 
Na CF/88, essa decis‹o pol’tica se revela logo no art. 1¼, caput, que disp›e que 
a Repœblica Federativa do Brasil Ž formada pela uni‹o indissolœvel dos 
Estados e Munic’pios e do Distrito Federal, 
Podemos afirmar que uma federa‹o deve possuir as seguintes 
caracter’sticas:7 
a) Reparti‹o constitucional de competncias: Para que a a‹o 
estatal seja o mais eficaz poss’vel, cada ente federativo Ž dotado de 
uma gama de atribui›es que lhe s‹o pr—prias. A reparti‹o de 
competncias entre os entes federativos Ž definida pela Constitui‹o. 
Ressalte-se que, no Estado federal, existe tambŽm uma reparti‹o de 
rendas. Nesse sentido, a CF/88 estabelece regras sobre o repasse aos 
Estados e Munic’pios de receitas oriundas dos impostos federais. 
Segundo a doutrina, h‡ que existir um equil’brio entre competncias 
e rendas, de modo que n‹o seria poss’vel aos entes federativos 
executar suas atribui›es sem recursos financeiros suficientes para 
tanto. 
 
6
	 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio M‡rtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. 
Curso de Direito Constitucional, 6» edi‹o. Editora Saraiva, S‹o Paulo, 2011. pp. 832. 
7 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 636. 
 
 
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b) Indissolubilidade do v’nculo federativo: Em uma federa‹o, n‹o 
existe direito de secess‹o; em outras palavras, os entes federativos 
est‹o ligados por um v’nculo indissolœvel. 
c) Nacionalidade œnica: Os cidad‹os dos estados da federa‹o 
possuem uma nacionalidade œnica; n‹o h‡ nacionalidades parciais. 
Aquele que nasce em Minas Gerais, S‹o Paulo ou Pernambuco ter‡ a 
nacionalidade brasileira. 
d) Rigidez constitucional: Em um Estado federal, Ž necess‡rio que 
exista uma Constitui‹o escrita e r’gida, que proteja o pacto 
federativo. Isso decorre do fato de que Ž a Constitui‹o que estabelece 
o funcionamento da federa‹o e, logo, somente poder‡ ser modificada 
por um procedimento mais dificultoso e solene. Ressalte-se que, no 
Brasil, o princ’pio federativo Ž uma cl‡usula pŽtrea e, portanto, n‹o 
pode ser objeto de delibera‹o emenda constitucional que tenda a 
aboli-lo. 
Como decorrncia da rigidez constitucional, existir‡ em um Estado 
federal um mecanismo de controle de constitucionalidade das 
leis. Com isso, busca-se evitar que um ente federativo invada a esfera 
de competncia de outro. 
e) Existncia de mecanismo de interven‹o: Conforme j‡ 
estudamos, n‹o h‡ direito de secess‹o em uma federa‹o. Assim, atos 
que contrariem o pacto federativo dar‹o ensejo ˆ utiliza‹o dos 
mecanismos de interven‹o (interven‹o federal ou estadual, 
dependendo do caso). Por meio desse mecanismo, fica suprimida, 
temporariamente, a autonomia pol’tica de um ente federativo. 
f) Existncia de um Tribunal Federativo: ƒ necess‡rio que exista 
um Tribunal com a competncia para solucionar lit’gios envolvendo os 
entes federativos. No Brasil, o STF atua como Tribunal federativo ao 
processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a 
Uni‹o e os Estados ou entre os Estados. Cabe destacar que, no Brasil, o 
STF n‹o julga os conflitos envolvendo Munic’pios. 
g) Participa‹o dos entes federativos na forma‹o da vontade 
nacional: Nas federa›es, deve existir um —rg‹o legislativo 
representante dos poderes regionais. No Brasil, esse —rg‹o Ž o Senado 
Federal, que representa os Estados e o Distrito Federal. Destaque-se 
que, na federa‹o brasileira, os Munic’pios n‹o participam da vontade 
nacional. 
 
 
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2.2- Classifica‹o das federa›es: 
N‹o h‡ homogeneidade entre as federa›es; ao contr‡rio, cada uma delas 
possui caracter’sticaspeculiares. Isso levou a doutrina a estabelecer diferentes 
classifica›es para as federa›es: 
a) Quanto ˆ origem: As federa›es podem ser formadas por agrega‹o ou 
por segrega‹o (desagrega‹o). 
No federalismo por agrega‹o, a forma‹o do Estado federal ocorre 
a partir da reuni‹o de Estados soberanos que o preexistiam. Exemplo 
hist—rico desse tipo de federa‹o s‹o os EUA, que se formaram a partir 
da reuni‹o das 13 Col™nias. Diz-se que, nesse caso, houve um 
movimento centr’peto (direcionado ao centro). 
No federalismo por segrega‹o, um Estado que antes era unit‡rio se 
descentraliza politicamente. Um exemplo desse tipo de federa‹o Ž o 
pr—prio Brasil. AtŽ 1891, o Brasil era um Estado unit‡rio. Com a 
Constitui‹o de 1891, passamos a ter um Estado federal: as prov’ncias 
se tornaram estados membros e passaram a ser dotadas de autonomia 
pol’tica. Diz-se que, nesse caso, a federa‹o se formou a partir de um 
movimento centr’fugo (direcionado para fora). 
b) Quanto ˆ concentra‹o de poder: As federa›es podem ser 
classificadas, quanto ˆ concentra‹o de poder, em centr’petas ou centr’fugas. 
Na federa‹o centr’peta, o poder est‡ concentrado no centro; 
portanto, o governo central detŽm a maior parte do poder. Assim, 
nesse tipo de federa‹o, h‡ maior concentra‹o de poder na Uni‹o, em 
detrimento dos Estados. Destaque-se que as federa›es que se 
formaram por um movimento centr’fugo (por exemplo, o Brasil) tm 
uma tendncia de serem centr’petas quanto ˆ concentra‹o de 
poder. 
Na federa‹o centr’fuga, o poder est‡ mais concentrado na periferia; 
em outras palavras, as entidades regionais detŽm a maior parte do 
poder, a maior parte das competncias. Portanto, nesse tipo de 
federa‹o, h‡ uma grande descentraliza‹o, com menor concentra‹o 
do poder no governo central e amplia‹o dos poderes regionais. 
Ressalte-se que as federa›es que se formaram por um movimento 
centr’peto (por exemplo, os EUA) tm uma tendncia de serem 
centr’fugas, quanto ˆ concentra‹o de poder. 
 
 
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Existe, ainda, o federalismo de equil’brio, assim 
chamado aquele em que se busca a distribui‹o 
equitativa de poderes entre os governos centrais 
e regionais. 
c) Quanto ao equacionamento de desigualdades: As federa›es podem 
ser classificadas como simŽtricas ou assimŽtricas. 
Nas federa›es simŽtricas, h‡ uma distribui‹o igualit‡ria de 
competncias e de receitas entre os entes federativos; trata-se de 
modelo especialmente eficaz quando h‡ homogeneidade 
socioecon™mica entre os entes federativos. 
Nas federa›es assimŽtricas, por sua vez, h‡ o reconhecimento de 
que existem disparidades socioecon™micas entre os entes federativos; 
busca-se, portanto, por meio de pol’ticas pœblicas e op›es feitas no 
texto constitucional, reduzir essas desigualdades. Embora exista certa 
controvŽrsia doutrin‡ria, o mais seguro para a prova Ž considerar que o 
Brasil Ž uma federa‹o assimŽtrica. Com efeito, h‡ diversos 
dispositivos na CF/88 destinados a reduzir desigualdades regionais. 
Cita-se, como exemplo, o art. 3¼, III, que disp›e como objetivo 
fundamental da RFB reduzir as desigualdades regionais. 
d) Quanto ˆ reparti‹o de competncias: Segundo esse critŽrio, h‡ dois 
tipos de federa‹o: federa‹o dual (cl‡ssica) ou federa‹o cooperativa 
(neocl‡ssica). 
Na federa‹o dual, os entes federados possuem competncias 
pr—prias, que s‹o exercidas sem qualquer comunica‹o com os 
demais entes. Cada um atua na sua esfera, independentemente do 
outro. 
Na federa‹o cooperativa, os entes federados exercem suas 
competncias em conjunto com os outros. As competncias s‹o 
repartidas pela Constitui‹o de modo a permitir a atua‹o conjunta dos 
entes federativos. O Brasil adota um federalismo de coopera‹o; 
com efeito, a CF/88 estabeleceu competncias comuns a todos os entes 
federativos (art. 23) e competncias concorrentes entre a Uni‹o, os 
Estados e o Distrito Federal (art. 24). 
 
 
(SEAP / DF Ð 2015) A Repœblica Federativa do Brasil 
classifica-se como federa‹o por desagrega‹o. 
Coment‡rios: 
A federa‹o brasileira formou-se por um movimento centr’fugo 
 
 
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(direcionado para fora), o que caracteriza o federalismo por 
desagrega‹o. O Brasil era um Estado unit‡rio atŽ a 
Constitui‹o de 1891, oportunidade em que se descentralizou 
politicamente. Quest‹o correta. 
(SEAP / DF Ð 2015) Enquanto federa‹o, a Repœblica 
Federativa do Brasil comporta o direito de secess‹o por parte 
dos entes federados. 
Coment‡rios: 
O v’nculo federativo Ž indissolœvel, ou seja, n‹o h‡ direito de 
secess‹o por parte dos entes federados. Quest‹o errada. 
(C‰mara dos Deputados Ð 2014) Entre as caracter’sticas 
comuns do Estado Federal incluem-se a representa‹o das 
unidades federativas no poder legislativo central, a existncia 
de um tribunal constitucional e a interven‹o para a 
manuten‹o da federa‹o. 
Coment‡rios: 
Todas essas s‹o caracter’sticas de uma federa‹o. Quest‹o 
correta. 
 
 
3- A federa‹o brasileira: 
Segundo o art. 18, da CF/88, Òa organiza‹o pol’tico-administrativa da 
Repœblica Federativa do Brasil compreende a Uni‹o, os Estados, o Distrito 
Federal e os Munic’pios, todos aut™nomos, nos termos desta Constitui‹oÓ. 
Os Territ—rios n‹o s‹o entes federativos e, portanto, n‹o possuem autonomia 
pol’tica. 
AtŽ a promulga‹o da CF/88, os Munic’pios n‹o eram considerados entes 
federativos; com a promulga‹o da atual Carta Magna, eles passaram a 
tambŽm ser dotados de autonomia pol’tica. Com base nisso, a doutrina 
dominante reconhece que a federa‹o brasileira Ž de 3¼ grau.8 
H‡ que se dizer que autonomia difere de soberania. Os entes federativos 
(Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios) s‹o todos aut™nomos, isto Ž, 
s‹o dotados de auto-organiza‹o, autolegisla‹o, autoadministra‹o e 
 
8 O Prof. Manoel Gonalves Ferreira Filho diz que o federalismo brasileiro Ž de 2¼ grau, apesar 
de reconhecer a existncia de 3 (trs) ordem jur’dicas. Segundo ele, haveria um grau da Uni‹o 
para os Estados e outro grau, dos Estados para os Munic’pios. 
 
 
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autogoverno, dentro dos limites estabelecidos pela Constitui‹o Federal. 
Note-se que h‡ um limitador ao poder dos entes federativos. 
A soberania Ž atributo apenas da Repœblica Federativa do Brasil (RFB), do 
Estado federal em seu conjunto. A Uni‹o Ž quem representa a RFB no plano 
internacional (art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais 
soberania. 
O art. 18, ¤ 1¼, CF/88 determina que Bras’lia Ž a capital federal. Bras’lia 
n‹o se confunde com o Distrito Federal, ocupando apenas parte do seu 
territ—rio. 
 
3.1- Uni‹o: 
A Uni‹o Ž pessoa jur’dica de direito pœblico interno, sem personalidade 
internacional, aut™noma, com competncias administrativas e 
legislativas enumeradas pela Carta Magna. ƒ esse ente federativo que 
representa a Repœblica Federativa do Brasil no plano internacional. 
A Uni‹o Ž o ente federativo que atua em nome da federa‹o. No que diz 
respeito ˆ sua competncia legislativa, pode editar leis nacionais (ˆs quais 
se submetemtodos os habitantes do territ—rio nacional) ou leis federais (que 
alcanam apenas aqueles que est‹o sob a jurisdi‹o da Uni‹o, como Ž o caso 
dos servidores pœblicos federais). Como exemplo de lei federal, citamos a Lei 
n¼ 8.112/90, que trata do regime jur’dico dos servidores pœblicos federais. 
Segundo o art.18, ¤ 2¼, os Territ—rios Federais integram a Uni‹o; eles n‹o 
s‹o dotados de autonomia pol’tica, sendo considerados meras 
descentraliza›es administrativas. Por isso, s‹o considerados pela doutrina 
autarquias territoriais da Uni‹o. Atualmente, n‹o existe nenhum Territ—rio 
Federal. 
 
3.2- Estados: 
Os Estados-membros ou Estados federados9, assim como a Uni‹o, s‹o entes 
aut™nomos, apresentando personalidade jur’dica de direito pœblico 
interno. S‹o dotados de autonomia pol’tica e, por isso, apresentam 
capacidade de auto-organiza‹o, autolegisla‹o, autoadministra‹o e 
autogoverno. 
 
9 N‹o confunda Estado federado (sin™nimo de Estado-membro) com Estado federal (sin™nimo 
de Repœblica Federativa do Brasil). Os primeiros s‹o parte do segundo. 
 
 
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O art. 25, da CF/88, disp›e sobre a capacidade de auto-organiza‹o e 
autolegisla‹o dos Estados-membros: 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui›es e leis que 
adotarem, observados os princ’pios desta Constitui‹o. 
A auto-organiza‹o dos Estados-membros se manifesta por meio da 
elabora‹o de suas Constitui›es, fruto do exerc’cio do Poder Constituinte 
Derivado Decorrente pela atua‹o de suas Assembleias Legislativas. J‡ a 
autolegisla‹o ocorre pela edi‹o de suas pr—prias leis, resultando da 
atua‹o do legislador ordin‡rio, tambŽm nas Assembleias Legislativas. 
No exerc’cio da sua capacidade de auto-organiza‹o e de autolegisla‹o, isto 
Ž, ao elaborar suas leis e Constitui‹o, os Estados dever‹o obedecer aos: 
a) Princ’pios constitucionais sens’veis: Esses princ’pios est‹o 
enumerados taxativamente pela Constitui‹o (art. 34, VII). O nome 
Òsens’veisÓ se deve ao fato de que estes s‹o de observ‰ncia obrigat—ria, 
sob pena de interven‹o federal, ou seja, caso contrariados, 
provocam uma rea‹o.10 
Art. 34. A Uni‹o n‹o intervir‡ nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para: 
(...) 
VII - assegurar a observ‰ncia dos seguintes princ’pios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democr‡tico; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) presta‹o de contas da administra‹o pœblica, direta e indireta e aplica‹o 
do m’nimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferncias, na manuten‹o e 
desenvolvimento do ensino e nas a›es e servios pœblicos de saœde. 
b) Princ’pios constitucionais extens’veis: S‹o normas de 
organiza‹o que a Lei Fundamental estendeu a Estados-membros, 
Munic’pios e Distrito Federal.11 Encontram-se dispostos em normas 
espalhadas pelo texto da Carta Magna. ƒ o caso dos fundamentos e 
objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1¼, I a V; art. 3¼, I a 
IV e art. 4¼, I a X, CF/88). 
c) Princ’pios constitucionais estabelecidos: S‹o normas espalhadas 
pelo texto da Constitui‹o que, alŽm de organizarem a pr—pria 
federa‹o, estabelecem preceitos centrais de observ‰ncia pelos 
 
10
	 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697. 
11
	 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697. 
 
 
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Estados-membros em sua auto-organiza‹o.12 Exemplo: arts. 27; 28, 
37, I a XXI, ¤¤ 1¼ a 6¼; 39 a 41, CF. 
Segundo o STF, Òse Ž certo que a nova Carta Pol’tica contempla um elenco 
menos abrangente de princ’pios constitucionais sens’veis, a denotar, com 
isso, a expans‹o de poderes jur’dicos na esfera das coletividades aut™nomas 
locais, o mesmo n‹o se pode afirmar quanto aos princ’pios federais 
extens’veis e aos princ’pios constitucionais estabelecidos, os quais, 
embora disseminados pelo texto constitucional, posto que n‹o Ž t—pica a sua 
localiza‹o, configuram acervo expressivo de limita›es dessa autonomia 
local, cuja identifica‹o Ð atŽ mesmo pelos efeitos restritivos que deles 
decorrem Ð imp›e-se realizar (STF, Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388). 
Para fixarmos melhor quais s‹o os princ’pios constitucionais sens’veis, que tal 
um esquema? 
 
Os Estados tambŽm possuem capacidade de autogoverno, elegendo seus 
representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, os quais n‹o ter‹o 
qualquer v’nculo de subordina‹o ao poder central. A Constitui‹o Federal 
tambŽm estabelece regras de organiza‹o para os Poderes Legislativo, 
Executivo e Judici‡rio estaduais. 
O Poder Legislativo estadual Ž unicameral, sendo formado apenas pela 
Assembleia Legislativa. Esse modelo Ž diferente do Poder Legislativo federal, 
que Ž bicameral, composto pelo Senado Federal e pela C‰mara dos Deputados. 
Veja o que disp›e o artigo 27, ¤1¼, da Carta Magna: 
¤ 1¼ - Ser‡ de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-
se-lhes as regras desta Constitui‹o sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, 
 
12 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697 
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DIREITOS DA PESSOA HUMANA	
FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO E REGIME 
DEMOCRÁTICO	
APLICAÇÃO DO MÍNIMO EXIGIDO DA RECEITA RESULTANTE DE 
IMPOSTOS ESTADUAIS, COMPREENDIDA A PROVENIENTE DE 
TRANSFERÊNCIAS, NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO 
ENSINO E NAS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE	
PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DIRETA E 
INDIRETA	
AUTONOMIA MUNICIPAL	
 
 
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imunidades, remunera‹o, perda de mandato, licena, impedimentos e 
incorpora‹o ˆs Foras Armadas. 
Os deputados estaduais s‹o eleitos para mandatos de quatro anos, pelo 
sistema proporcional. Seu nœmero Ž determinado pela regra estabelecida no 
art. 27, ÒcaputÓ, da Carta Magna: 
Art. 27. O nœmero de Deputados ˆ Assembleia Legislativa corresponder‡ ao 
triplo da representa‹o do Estado na C‰mara dos Deputados e, atingido o 
nœmero de trinta e seis, ser‡ acrescido de tantos quantos forem os 
Deputados Federais acima de doze. 
O nœmero de deputados estaduais ser‡, ent‹o, o triplo dos deputados 
federais. Se um Estado-membro possuir 10 deputados federais, ele ter‡ por 
consequncia 30 deputados estaduais (3 x 10). No entanto, uma vez atingido 
o nœmero de 36, ser‹o acrescidos tantos quantos forem os Deputados 
Federais acima de 12. Assim, caso um estado tenha 20 deputados federais, 
fazemos a conta 36+(20-12), o que totaliza 44 deputados estaduais. 
No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da 
Constitui‹o: 
Art. 28. A elei‹o do Governador e do Vice-Governador de Estado, para 
mandatode quatro anos, realizar-se-‡ no primeiro domingo de outubro, em 
primeiro turno, e no œltimo domingo de outubro, em segundo turno, se 
houver, do ano anterior ao do tŽrmino do mandato de seus antecessores, e a 
posse ocorrer‡ em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, 
quanto ao mais, o disposto no art. 77. 
¤ 1¼ Perder‡ o mandato o Governador que assumir outro cargo ou fun‹o na 
administra‹o pœblica direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de 
concurso pœblico e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. 
¤ 2¼ Os subs’dios do Governador, do Vice-Governador e dos Secret‡rios de 
Estado ser‹o fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, 
observado o que disp›em os arts. 37, XI, 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 
2¼, I. 
Observe que os subs’dios do Governador, do Vice-Governador e dos 
secret‡rios de Estado s‹o fixados por lei, a partir de projeto apresentado 
pela Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. 
Seu valor serve como limite remunerat—rio (teto) no ‰mbito do Poder 
 
 
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Executivo estadual, exceto para os procuradores estaduais, cujo teto salarial 
ser‡ de 90,25% do subs’dio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI).13 
Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite 
diverso para Legislativo, Executivo e Judici‡rio, um teto œnico. ƒ o que 
determina o art. 37, ¤12, da Constitui‹o: 
¤ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica 
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu ‰mbito, mediante 
emenda ˆs respectivas Constitui›es e Lei Org‰nica, como limite œnico, o 
subs’dio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justia, 
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centŽsimos por cento do subs’dio 
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, n‹o se aplicando o 
disposto neste par‡grafo aos subs’dios dos Deputados Estaduais e Distritais e 
dos Vereadores. 
No que concerne ao Poder Judici‡rio, estabelece a Constitui‹o que os 
Estados organizar‹o sua Justia, observados os princ’pios nela 
estabelecidos (art. 125, ÒcaputÓ, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que 
a competncia dos tribunais ser‡ definida na Constitui‹o do Estado, sendo a 
lei de organiza‹o judici‡ria de iniciativa do Tribunal de Justia (art. 
125, ¤ 1¼, CF/88). 
A lei estadual poder‡ criar, mediante proposta do Tribunal de Justia, a 
Justia Militar estadual, constitu’da, em primeiro grau, pelos ju’zes de 
direito e pelos Conselhos de Justia e, em segundo grau, pelo pr—prio Tribunal 
de Justia, ou por Tribunal de Justia Militar nos Estados em que o efetivo 
militar seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, ¤ 3¼, CF/88). 
AlŽm de auto-organiza‹o, autolegisla‹o e autogoverno, os Estados possuem 
autoadministra‹o. Assim, s‹o competentes para se administrarem, no 
exerc’cio das atribui›es definidas pela Constitui‹o. 
Determina a Carta Magna que os Estados poder‹o, mediante lei 
complementar, instituir regi›es metropolitanas, aglomera›es urbanas 
e microrregi›es, constitu’das por agrupamentos de munic’pios lim’trofes, 
para integrar a organiza‹o, o planejamento e a execu‹o de fun›es pœblicas 
de interesse comum (art. 25, ¤ 3¼, CF/88). S‹o, portanto, 3 (trs) os 
requisitos para que os estados atuem nesse sentido: 
a) Lei complementar estadual; 
b) Os munic’pios envolvidos devem ser lim’trofes; 
 
13 O subs’dio dos Defensores pœblicos estaduais tambŽm tem como teto remunerat—rio o 
subs’dio dos Desembargadores do Tribunal de Justia. 
 
 
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c) Finalidade de integrar a organiza‹o, o planejamento e a execu‹o 
de fun›es pœblicas de interesse comum. 
Mas, afinal, o que s‹o microrregi›es, regi›es metropolitanas e aglomerados 
urbanos? 
As regi›es metropolitanas s‹o formadas por um conjunto de Munic’pios 
cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um 
Munic’pio-polo. As microrregi›es, por sua vez, s‹o formadas por Munic’pios 
lim’trofes, sem continuidade urbana, com caracter’sticas homogneas e 
problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos 
s‹o ‡reas urbanas cujos Munic’pios apresentam tendncia ˆ 
complementaridade de suas fun›es, exigindo, por isso, um planejamento 
integrado e uma a‹o coordenada dos entes pœblicos. ƒ o caso da Baixada 
Santista, por exemplo. 
Em 2013, o STF julgou A‹o Direta de Inconstitucionalidade que versava sobre 
a cria‹o da Regi‹o Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregi‹o dos 
Lagos.14 Na oportunidade, o Tribunal considerou que: 
a) A cria‹o de regi›es metropolitanas depende da edi‹o de lei 
complementar, sendo compuls—ria a participa‹o dos Munic’pios. 
Em outras palavras, a participa‹o de Munic’pio em regi‹o metropolitana 
n‹o pode estar condicionada ˆ prŽvia manifesta‹o da respectiva 
C‰mara dos Vereadores. A obrigatoriedade de participa‹o dos 
Munic’pios em regi‹o metropolitana e microrregi‹o n‹o viola a autonomia 
municipal. 
b) O Òinteresse comumÓ que leva ˆ cria‹o de regi›es metropolitanas e 
microrregi›es inclui fun›es e servios pœblicos supramunicipais. Como 
exemplo, cita-se o caso da atividade de saneamento b‡sico, que 
extrapola o interesse local. 
c) Quando se cria uma regi‹o metropolitana, n‹o h‡ uma mera 
transferncia de competncias para o Estado. Ao contr‡rio, deve haver 
uma divis‹o de responsabilidades entre o Estado e os Munic’pios. O 
poder decis—rio e o poder concedente (dos servios pœblicos) n‹o 
podem ficar apenas nas m‹os do Estado. Deve ser constitu’do um 
—rg‹o colegiado respons‡vel pelo poder decis—rio e pelo poder 
concedente. A participa‹o dos entes nesse —rg‹o colegiado n‹o precisa 
ser parit‡ria, desde que apta a prevenir a concentra‹o do poder 
decis—rio no ‰mbito de um œnico ente. 
 
(TCE/RJ Ð 2015) A fun‹o pœblica do saneamento b‡sico 
frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter 
natureza de interesse comum no caso de institui‹o de regi›es 
 
14
	ADI 1.842, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe: 13.09.2013. 
 
 
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metropolitanas, aglomera›es urbanas e microrregi›es, motivo 
pelo qual, nessas hip—teses, Ž constitucional a transferncia ao 
Estado-membro do poder concedente de fun›es e servios 
pœblicos de saneamento b‡sico. 
Coment‡rios: 
N‹o se pode simplesmente transferir ao Estado-membro o 
poder concedente de fun›es e servios pœblicos de 
saneamento b‡sico. Deve haver uma divis‹o de 
responsabilidades entre o Estado e os Munic’pios. Quest‹o 
errada. 
(PRF Ð 2014) Na Federa‹o brasileira, a Uni‹o Ž entidade 
soberana, enquanto os estados membros e o Distrito Federal 
s‹o entidades aut™nomas. 
Coment‡rios: 
A Uni‹o tambŽm Ž um ente federativo dotado de autonomia. A 
Repœblica Federativa do Brasil Ž que possui soberania. Quest‹o 
errada. 
 
3.3- Distrito Federal: 
A natureza jur’dica do Distrito Federal tem gerado algumas discuss›es. Alguns 
autores defendem que ele tem natureza h’brida, por apresentar algumas 
caracter’sticas dos Estados e outras dos Munic’pios. Para JosŽ Afonso da Silva, 
o DistritoFederal n‹o Ž nem Estado nem Munic’pio. J‡ o STF afirma que o 
Distrito Federal Ž um ente federativo com autonomia parcialmente 
tutelada pela Uni‹o. 
O Distrito Federal Ž ente federado aut™nomo e, como tal, disp›e de auto-
organiza‹o, autoadministra‹o, autolegisla‹o e autogoverno (CF, arts. 18, 
32 e 34). A auto-organiza‹o do Distrito Federal se manifesta por meio de 
Lei Org‰nica, votada em dois turnos com interst’cio m’nimo de dez dias, e 
aprovada por dois teros da C‰mara Legislativa, que a promulgar‡, atendidos 
os princ’pios estabelecidos na Constitui‹o (art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). 
No que se refere ˆ autolegisla‹o, o Distrito Federal apresenta uma 
caracter’stica peculiar: a ele s‹o atribu’das as competncias legislativas 
reservadas aos Estados e Munic’pios (CF, art. 32, ¤1¼ e 147). N‹o se 
pode, porŽm, dizer que o Distrito Federal apresenta todas as competncias 
legislativas dos Estados-membros. Algumas n‹o lhe foram estendidas, como Ž 
o caso, por exemplo, da competncia para dispor sobre sua organiza‹o 
judici‡ria, que Ž privativa da Uni‹o (art. 22, XVII, CF). 
 
 
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AlŽm disso, ao contr‡rio dos Estados-membros, a competncia para organizar 
e manter, no seu ‰mbito, o MinistŽrio Pœblico, o Poder Judici‡rio, a 
pol’cia civil, a pol’cia militar e o corpo de bombeiros militar Ž da Uni‹o 
(CF, art. 21, XIII e XIV). 
J‡ no que tange ao autogoverno, a elei‹o do Governador e do Vice-
Governador segue as regras da elei‹o para Presidente da Repœblica. A dos 
deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. 
Outra peculiaridade do Distrito Federal Ž que, diferentemente do que ocorre 
com os demais entes federados, n‹o h‡ previs‹o constitucional para 
altera‹o dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao 
contr‡rio dos Estados-membros, o Distrito Federal n‹o pode ser dividido em 
Munic’pios (art. 32, ÒcaputÓ, CF/88). 
AlŽm disso, n‹o pode organizar nem manter o Judici‡rio nem o MinistŽrio 
Pœblico, nem as pol’cias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses 
—rg‹os s‹o organizados e mantidos pela Uni‹o, cabendo a ela legislar sobre a 
matŽria. Nesse sentido, determina a Sœmula Vinculante n¼ 39 que Òcompete 
privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre vencimentos dos membros das pol’cias 
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito FederalÓ. 
 
(FUB Ð 2015) A autonomia do Distrito Federal e sua 
organiza‹o pol’tico-administrativa tm limita›es 
constitucionais. 
Coment‡rios: 
A autonomia do Distrito Federal Ž parcialmente tutelada 
pela Uni‹o, ou seja, apresenta limita›es previstas na 
CF/88. Como exemplo, Ž competncia da Uni‹o organizar 
e manter a pol’cia civil, a pol’cia militar e o corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal. Quest‹o correta. 
 
3.4- Munic’pios: 
Os Munic’pios s‹o entes aut™nomos, sendo sua autonomia alada, pela 
Constitui‹o Federal, ˆ condi‹o de princ’pio constitucional sens’vel (CF, 
art. 34, VII, ÒcÓ). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-
organiza‹o, autolegisla‹o, autogoverno e autoadministra‹o. 
Segundo Alexandre de Moraes, pode-se dizer que o Munic’pio se auto-
organiza por meio de sua Lei Org‰nica Municipal; autolegisla, por meio 
das leis municipais; autogoverna-se por meio da elei‹o direta de seu 
Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerncia dos Governos 
 
 
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Federal e Estadual; e, por fim, se autoadministra ao p™r em exerc’cio suas 
competncias administrativas, tribut‡rias e legislativas, diretamente conferidas 
pela Constitui‹o Federal. 15 
Nos Munic’pios, ao contr‡rio do que acontece nos demais entes da federa‹o, 
n‹o h‡ Poder Judici‡rio. O Poder Legislativo, assim como nos Estados-
membros, Ž unicameral. 
No que diz respeito ˆ auto-organiza‹o, determina a Carta da Repœblica que 
a Lei Org‰nica do munic’pio ser‡ votada em dois turnos, com o interst’cio 
m’nimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da C‰mara 
Municipal, que a promulgar‡, atendidos os princ’pios estabelecidos nesta 
Constitui‹o, na Constitui‹o do respectivo Estado. Ser‹o objeto da Lei 
Org‰nica a organiza‹o dos —rg‹os da Administra‹o, a rela‹o entre os 
Poderes, bem como a disciplina da competncia legislativa do Munic’pio.16 
O poder de auto-organiza‹o dos Munic’pios Ž limitado pela Constitui‹o 
Federal (art. 29, CF/88). ƒ apenas ela que fixar‡ os par‰metros limitadores 
do poder de auto-organiza‹o dos Munic’pios. Segundo o STF, tais limites 
n‹o podem ser atenuados nem agravados pela Constitui‹o do 
Estado.17 
Compete ˆ Lei Org‰nica fixar o nœmero de Vereadores, observados limites 
m‡ximos definidos pela Constitui‹o, escalonados segundo o nœmero de 
habitantes do Munic’pio. Nos Munic’pios com atŽ 15 mil habitantes, por 
exemplo, o nœmero m‡ximo de Vereadores Ž 9 (nove); j‡ nos Munic’pios com 
mais de 8 milh›es de habitantes, o nœmero m‡ximo de Vereadores Ž 55 
(cinquenta e cinco). 
Art. 29. O Munic’pio reger-se-‡ por lei org‰nica, votada em dois turnos, com 
o interst’cio m’nimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da 
C‰mara Municipal, que a promulgar‡, atendidos os princ’pios estabelecidos 
nesta Constitui‹o, na Constitui‹o do respectivo Estado e os seguintes 
preceitos: 
I - elei‹o do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 
quatro anos, mediante pleito direto e simult‰neo realizado em todo o Pa’s; 
II - elei‹o do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de 
outubro do ano anterior ao tŽrmino do mandato dos que devam suceder, 
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Munic’pios com mais de duzentos 
 
15
	 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 714. 
16
	 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 714. 
17 ADI 2.112 MC, rel. min. Sepœlveda Pertence, j. 11-5-2000, P, DJ de 18-5-2001. 
	
 
 
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mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1¼ de janeiro do ano 
subsequente ao da elei‹o; 
(...) 
V - subs’dios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secret‡rios Municipais 
fixados por lei de iniciativa da C‰mara Municipal, observado o que disp›em 
os arts. 37, XI, 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I; 
(...) 
X- julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia 
O Prefeito e Vice-Prefeito ser‹o eleitos pelo sistema majorit‡rio, para 
mandato de 4 (quatro) anos. A elei‹o Ž realizada no primeiro domingo de 
outubro do ano anterior ao tŽrmino do mandato dos que devem suceder. No 
caso de Munic’pios com mais de 200.000 eleitores, a elei‹o de Prefeito e 
Vice-Prefeito ocorrer‡ pelo sistema majorit‡rio de 2 turnos; caso o nœmero 
de eleitores seja inferior a 200.000, haver‡ apenas 1 (um) turno de vota‹o. 
O artigo 29, X da Constitui‹o trata do julgamento do Prefeito perante o 
Tribunal de Justia. Considerando que o constituinte n‹o foi muito claro 
nessa determina‹o, o STF entende que a competncia do Tribunal de Justiapara julgar prefeitos se limita aos crimes de competncia da justia 
comum estadual. Nos demais casos, a competncia origin‡ria cabe ao 
respectivo tribunal de segundo grau. Assim, em caso de crimes eleitorais, a 
competncia ser‡ do Tribunal Regional Eleitoral; nos crimes federais, a 
competncia ser‡ do Tribunal Regional Federal. 
H‡ duas importantes sœmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas Ž a 
Sœmula 208, que determina que Òcompete ˆ Justia Federal processar e 
julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a presta‹o de 
contas perante —rg‹o federalÓ. A segunda Ž a Sœmula 209, que estabelece 
que Òcompete ˆ Justia Estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrim™nio municipalÓ. Ainda 
segundo o STJ, o Prefeito ser‡ julgado pelo Tribunal de Justia (e n‹o pelo 
tribunal do jœri) no caso de crimes dolosos contra a vida. 
No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito 
Municipal, Ž importante que os classifiquemos em pr—prios ou impr—prios. 
Enquanto os primeiros s‹o infra›es pol’tico-administrativas, cuja san‹o 
corresponde ˆ perda do mandato e ˆ suspens‹o dos direitos pol’ticos, os 
segundos s‹o verdadeiras infra›es penais, apenados com penas privativas de 
liberdade. Os crimes pr—prios dever‹o ser julgados pela C‰mara Municipal, 
enquanto os crimes impr—prios dever‹o ser julgados pelo Judici‡rio, 
independentemente do pronunciamento da C‰mara de Vereadores. 
 
 
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Destaca-se, porŽm, que a Constitui‹o Federal prev a competncia origin‡ria 
do Tribunal de Justia, salvo as exce›es anteriormente mencionadas, apenas 
para o processo e julgamento das infra›es penais comuns contra o Prefeito 
Municipal. N‹o se admite a extens‹o interpretativa para se considerar a 
existncia de foro privilegiado para as a›es populares, a›es civis 
pœblicas e demais a›es de natureza c’vel. Essa proibi‹o tambŽm vale 
para as a›es de improbidade administrativa, por ausncia de previs‹o 
constitucional espec’fica. 
A Constitui‹o prev algumas hip—teses de crime de responsabilidade do 
Prefeito em seu art. 29-A, ¤ 2¼ (rol exemplificativo): efetuar repasse que 
supere os limites definidos no artigo 29-A; n‹o enviar o repasse atŽ o dia vinte 
de cada ms; ou envi‡-lo a menor em rela‹o ˆ propor‹o fixada na Lei 
Orament‡ria. 
 Esquematizando: 
 
A Constitui‹o Federal n‹o outorgou foro especial aos Vereadores perante 
o Tribunal de Justia. Contudo, segundo o STF, a Constitui‹o do Estado 
pode faz-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna 
JU
L
G
A
M
E
N
T
O
 D
O
 P
R
E
FE
IT
O
	
CRIMES DE COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA COMUM	 TRIBUNAL DE JUSTIÇA	
DESVIO DE VERBA SUJEITA A 
PRESTAÇÃO DE CONTAS PERANTE 
ÓRGÃO FEDERAL	
JUSTIÇA FEDERAL	
CRIMES ELEITORAIS	 TRE	
CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
PRÓPRIOS	 CÂMARA MUNICIPAL	
CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
IMPRÓPRIOS E CRIMES DOLOSOS 
CONTRA A VIDA	
TRIBUNAL DE JUSTIÇA	
AÇÕES POPULARES, AÇÕES CIVIS 
PÚBLICAS E DEMAIS AÇÕES DE 
NATUREZA CÍVEL, BEM COMO 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA	
PRIMEIRA INSTÂNCIA	
 
 
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limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opini›es, palavras e 
votos no exerc’cio do mandato e na circunscri‹o do Munic’pio (CF, art. 
29, VIII), a chamada imunidade material. 
No que se concerne ao subs’dio dos vereadores, a Constitui‹o determina, 
em seu artigo 29, VI, que este ser‡ fixado pelas respectivas C‰maras 
Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que 
disp›e a Carta Magna, os critŽrios estabelecidos na respectiva Lei Org‰nica e 
os seguintes limites m‡ximos: 
 
No de habitantes Até 10.000 
De 10.001 a 
50.000 
De 50.001 a 
100.000 
De 100.001 
a 300.000 
De 300.001 a 
500.000 
Acima de 
500.000 
Subsídio máximo 
do vereador (% 
subsídio deputados 
estaduais) 
20% 30% 40% 50% 60% 75% 
Disp›e, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, ¤ 1¼, que a C‰mara Municipal 
n‹o gastar‡ mais de 70% (setenta por cento) de sua receita com folha 
de pagamento, inclu’do o gasto com o subs’dio de seus Vereadores. Segundo 
o art. 29, VII, o total da despesa com a remunera‹o dos Vereadores 
n‹o poder‡ ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do 
Munic’pio. 
Segundo o art. 29-A, ¤ 3¼, o Presidente da C‰mara Municipal cometer‡ crime 
de responsabilidade quando a C‰mara Municipal gastar mais de 70% da 
sua receita com folha de pagamento. 
 
 
(TRF 1a Regi‹o Ð 2015) N‹o se considera o munic’pio 
entidade federativa, embora se reconhea que ele disp›e de 
capacidade de auto-organiza‹o, autogoverno e 
autoadministra‹o. 
Coment‡rios: 
O Munic’pio Ž tambŽm um ente federativo. Ele disp›e de 
capacidade de auto-organiza‹o, autogoverno e 
autoadministra‹o. Quest‹o errada. 
(TCM / SP Ð 2015) Lei org‰nica municipal, como 
proje‹o da autonomia municipal, deve disciplinar a 
organiza‹o municipal consoante os balizamentos 
estabelecidos pela Constitui‹o da Repœblica, n‹o sendo 
poss’vel que a Constitui‹o Estadual o faa. 
 
 
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Coment‡rios: 
A Lei Org‰nica Ž o instrumento por meio do qual o 
Munic’pio manifesta o seu poder de auto-organiza‹o, 
sendo, portanto, proje‹o da autonomia municipal. A 
organiza‹o municipal Ž matŽria que cabe ˆ Lei Org‰nica, 
devendo observar as regras gerais estabelecidas pela 
CF/88. A Constitui‹o Estadual n‹o pode versar sobre a 
organiza‹o municipal, sob pena de violar o pacto 
federativo. Quest‹o correta. 
(TCM / SP Ð 2015) Nos Munic’pios com menos de 200 
mil eleitores, a Lei Org‰nica deve definir se a elei‹o 
seguir‡ o sistema majorit‡rio de um ou dois turnos. 
Coment‡rios: 
Essa n‹o Ž matŽria de Lei Org‰nica. A CF/88 estabelece 
que, nos munic’pios com mais de 200 mil eleitores, a 
elei‹o seguir‡ o sistema majorit‡ria de 2 (dois) 
turnos. Quest‹o errada. 
 
3.5- Territ—rios Federais: 
Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, sendo considerados meras 
descentraliza›es administrativas; a doutrina os chama, por isso, de 
autarquias territoriais da Uni‹o. Portanto, eles n‹o s‹o entes federativos 
e n‹o possuem autonomia pol’tica. 
Atualmente, n‹o existe nenhum Territ—rio Federal. Com a CF/88, os territ—rios 
de Roraima e do Amap‡ foram transformados em estados federados; por sua 
vez, o territ—rio de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de 
Pernambuco. 
Apesar de n‹o existir, atualmente, nenhum Territ—rio Federal, estes poder‹o 
ser criados a qualquer tempo. Para a cria‹o dos Territ—rios Federais, Ž 
necess‡ria lei complementar. Apesar de n‹o serem entes federativos, os 
Territ—rios poder‹o ser divididos em Munic’pios. 
O Poder Executivo nos Territ—rios Federais Ž chefiado pelo Governador, que 
n‹o Ž eleito pelo povo. O Governador do Territ—rio Ž nomeado pelo 
Presidente da Repœblica, com nome aprovado previamente, por voto 
secreto, ap—s argui‹o pœblica pelo Senado Federal. Compete privativamente 
ˆ Uni‹o legislar sobre a organiza‹o administrativa dos Territ—rios (art. 22, 
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As contas do Governo do Territ—rio s‹o submetidas ao Congresso Nacional, 
com parecer prŽvio do Tribunal de Contas da Uni‹o (TCU). Isso se deve ˆ 
vincula‹o dos Territ—rios com a Uni‹o; nos Estados-membros da federa‹o, as 
contas dos Governadores s‹o submetidas ˆ aprecia‹o da respectiva 
Assembleia Legislativa. 
Existe Poder Legislativo nos Territ—rios? 
Sim, existe. O Poder Legislativo nos Territ—rios Ž exercido pela C‰mara 
Territorial. Segundo o art. 33, ¤3¼, CF/88, a lei dispor‡ sobre as elei›es da 
C‰mara Territorial e sua competncia legislativa. A C‰mara Territorial exercer‡ 
apenas a fun‹o t’pica de legislar; a fun‹o de controle externo da 
administra‹o dos territ—rios Ž exercida pelo Congresso Nacional, com o aux’lio 
do TCU. 
Cada um dos Territ—rios elege 4 Deputados Federais; trata-se, portanto, de 
nœmero fixo, n‹o proporcional ˆ popula‹o. Os Territ—rios, por n‹o serem 
entes federativos, n‹o elegem Senadores. Isso se deve ao fato de que os 
Senadores s‹o representantes dos Estados e do Distrito Federal; permitir que 
os Territ—rios elegessem Senadores significaria, em certa medida, equipar‡-los 
aos Estados. 
O Poder Judici‡rio, nos Territ—rios Federais, Ž organizado e mantido pela 
Uni‹o. Com efeito, a Uni‹o tem a competncia privativa para organizar e 
manter o Poder Judici‡rio do Distrito Federal e Territ—rios. Nos Territ—rios 
Federais, a jurisdi‹o e as atribui›es cometidas aos ju’zes federais caber‹o 
aos ju’zes da justia local, na forma da lei. 
Assim como o Poder Judici‡rio, o MinistŽrio Pœblico, nos Territ—rios Federais, 
Ž organizado e mantido pela Uni‹o. Assim, temos o TJDFT (Tribunal de Justia 
do Distrito Federal e Territ—rios) e o MPDFT (MinistŽrio Pœblico do Distrito 
Federal e Territ—rios). 
Existe, ainda, a Defensoria Pœblica dos Territ—rios, tambŽm organizada e 
mantida pela Uni‹o. Cuidado! Aqui, n‹o h‡ que se falar mais em Defensoria 
Pœblica do Distrito Federal e Territ—rios (DPDFT). Isso porque, ap—s a EC n¼ 
69/2012, a Defensoria Pœblica do Distrito Federal (DPDF) Ž organizada e 
mantida pelo pr—prio Distrito Federal. Temos, ent‹o, dois —rg‹os diferentes: a 
Defensoria Pœblica do DF (organizada e mantida pelo DF) e a Defensoria 
Pœblica dos Territ—rios (organizada e mantida pela Uni‹o). 
Quando os Territ—rios tiverem mais de cem mil habitantes, alŽm do 
Governador, haver‡ —rg‹os judici‡rios de primeira e segunda inst‰ncia, 
membros do MinistŽrio Pœblico e defensores pœblicos federais. Em 
outras palavras, haver‡ representa›es do Poder Judici‡rio, do MinistŽrio 
Pœblico e da Defensoria Pœblica nos territ—rios em que a popula‹o for maior do 
que 100.000 habitantes. 
 
 
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4- Altera›es na estrutura da federa‹o: 
4.1- Forma‹o dos Estados: 
A federa‹o Ž cl‡usula pŽtrea do texto constitucional, ou seja, n‹o pode ser 
objeto de emenda constitucional que seja tendente ˆ sua aboli‹o. Todavia, a 
federa‹o poder‡ sofrer altera›es em sua estrutura. As altera›es na 
estrutura dos Estados ocorrer‡ nos termos do art. 18, ¤ 3¼, CF/88: 
¤ 3¼ Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territ—rios 
Federais, mediante aprova‹o da popula‹o diretamente interessada, atravŽs 
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
A leitura do dispositivo supracitado nos permite afirmar que h‡ 5 (cinco) 
diferentes tipos de altera‹o na estrutura dos Estados: 
a) Fus‹o: Um Estado A se une a um Estado B, formando o Estado C. 
Com isso, h‡ a forma‹o de um terceiro e novo ente federado, 
distinto dos anteriores e com personalidade pr—pria. Os Estados que 
lhe deram origem n‹o mais existir‹o. 
b) Incorpora‹o: Um Estado A se incorpora ao Estado B, o qual 
continua a existir. O Estado A deixa de existir e o territ—rio do Estado B 
aumenta. Perceba que, na incorpora‹o, um dos entes federativos 
mantŽm a sua personalidade jur’dica. Na hist—ria do Brasil, temos 
um exemplo de incorpora‹o. O Estado de Guanabara se incorporou ao 
Estado do Rio de Janeiro. 
c) Subdivis‹o ou cis‹o: Um Estado A se subdivide, dando origem ao 
Estado B e C. O Estado A deixa de existir, surgindo dois novos 
Estados (duas novas personalidades jur’dicas). A subdivis‹o de um 
Estado pode dar origem a novos Estados ou territ—rios. Existe proposta 
para que o Maranh‹o seja subdivido em Maranh‹o do Sul e Maranh‹o 
do Norte. Esse seria um bom exemplo de subdivis‹o. 
d) Desmembramento-anexa‹o: Ocorre quando um ou mais Estados 
cedem parte de seu territ—rio para que este seja anexado ao 
territ—rio de outro Estado. Seria o caso, por exemplo, em que o 
Estado A perde parcela do seu territ—rio, que Ž anexada ao territ—rio do 
Estado B. Perceba que, nessa opera‹o, n‹o houve extin‹o de nenhum 
Estado. O Estado A perdeu parte de seu territ—rio, mas continuou 
existindo. 
e) Desmembramento-forma‹o: Ocorre quando um ou mais Estados 
cedem parte de seu territ—rio para que haja a forma‹o de um 
novo ente. Foi o que aconteceu com Goi‡s, quando este cedeu parte 
de seu territ—rio para a forma‹o do estado do Tocantins. Perceba que, 
 
 
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nessa opera‹o, n‹o houve extin‹o de nenhum Estado. Goi‡s perdeu 
parte do seu territ—rio, mas deu origem a um novo Estado-membro. 
E quais s‹o os requisitos para que sejam realizadas essas altera›es na 
estrutura dos Estados? 
De in’cio, ser‡ necess‡rio que se proceda ˆ consulta ˆs popula›es 
diretamente interessadas, mediante a realiza‹o de um plebiscito. Caso 
a popula‹o seja desfavor‡vel, a modifica‹o territorial ser‡ imposs’vel. J‡ 
quando favor‡vel, a decis‹o final sobre a modifica‹o territorial Ž do Congresso 
Nacional, pois este poder‡ editar ou n‹o a lei complementar. 
Na ADIN n¼ 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo 
Òpopula‹o diretamente interessadaÓ o significado de que, nos casos de 
desmembramento, incorpora‹o ou subdivis‹o de Estado, deve ser consultada, 
mediante plebiscito, toda a popula‹o do (s) Estado (s) afetado (s), e n‹o 
apenas a popula‹o da ‡rea a ser desmembrada, incorporada ou subdividida. 
Ap—s a manifesta‹o favor‡vel da popula‹o diretamente interessada, ser‡ 
necess‡ria a oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados. 
Cabe destacar que a consulta ˆs Assembleias Legislativas Ž meramente 
opinativa, o que quer dizer que, mesmo que a Assembleia Legislativa for 
desfavor‡vel ˆ mudana territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei 
complementar que aprova a subdivis‹o, incorpora‹o ou desmembramento. 
Consultada a popula‹o (mediante plebiscito) e feita a oitiva das Assembleias 
Legislativa, resta apenas a edi‹o de lei complementar, o que Ž um ato 
discricion‡rio do Congresso Nacional. Esse Ž o passo final para a altera‹o na 
estrutura dos Estados. Assim, em resumo, os requisitos para a forma‹o de 
Estados s‹o os seguintes: 
a) Consulta prŽvia, por plebiscito, ˆs popula›es diretamente 
interessadas; 
b) Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados 
(art. 48, VI, CF/88); 
c) Edi‹o de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
Observe que a forma‹o dos Territ—rios obedece aos mesmos requisitos 
necess‡rios para a incorpora‹o, subdivis‹o e desmembramentode Estado. 
 
4.2- Forma‹o dos Munic’pios: 
A forma‹o de Munic’pios Ž regulada pelo art. 18, ¤ 4¼ da Constitui‹o, cuja 
reda‹o foi dada pela EC n¼ 15/1996: 
 
 
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¤ 4¼ A cria‹o, a incorpora‹o, a fus‹o e o desmembramento de Munic’pios, 
far-se-‹o por lei estadual, dentro do per’odo determinado por Lei 
Complementar Federal, e depender‹o de consulta prŽvia, mediante 
plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios envolvidos, ap—s divulga‹o dos 
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 
De 1988 atŽ 1996, a cria‹o de Munic’pios era bem simples. As restri›es n‹o 
eram t‹o grandes e, como consequncia disso, multiplicaram-se os 
Munic’pios. Na tentativa de moralizar a cria‹o de Munic’pios, foi promulgada 
a EC n¼ 15/1996, cujas regras est‹o v‡lidas atŽ hoje. 
E quais s‹o os requisitos para a cria‹o de Munic’pios? 
S‹o 5 (cinco) os requisitos para a cria‹o, incorpora‹o, fus‹o e 
desmembramento de munic’pios: 
a) Edi‹o de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, 
fixando genericamente o per’odo dentro do qual poder‡ ocorrer a 
cria‹o, incorpora‹o, fus‹o e desmembramento de munic’pios. 
Destaque-se que esta lei complementar atŽ hoje n‹o foi editada. 
b) Aprova‹o de lei ordin‡ria federal determinando os requisitos 
genŽricos e a forma de divulga‹o, apresenta‹o e publica‹o dos 
estudos de viabilidade municipal; 
c) Divulga‹o dos estudos de viabilidade municipal, na forma 
estabelecida pela lei mencionada acima; 
d) Consulta prŽvia, por plebiscito, ˆs popula›es dos Munic’pios 
envolvidos. O resultado do plebiscito, quando desfavor‡vel, impede a 
cria‹o do novo Munic’pio. Por outro lado, caso seja favor‡vel, caber‡ ˆ 
Assembleia Legislativa decidir se ir‡ ou n‹o criar o Munic’pio. 
e) Aprova‹o de lei ordin‡ria estadual pela Assembleia Legislativa 
determinando a cria‹o, incorpora‹o, fus‹o e desmembramento do(s) 
munic’pio(s). Trata-se de ato discricion‡rio da Assembleia Legislativa, 
Tendo em vista que, atŽ hoje, o Congresso Nacional n‹o editou lei 
complementar dispondo sobre o per’odo dentro do qual poder‹o ocorrer 
altera›es na estrutura de Munic’pios, conclui-se que, atualmente, esses 
entes federativos n‹o podem ser criados. Ali‡s, esse impedimento existe 
desde a promulga‹o da Emenda Constitucional n¼ 15/1996. 
No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo ap—s a promulga‹o da EC n¼ 
15/96, foram criados centenas de Munic’pios pelo Brasil afora. A doutrina os 
chamou de ÒMunic’pios putativosÓ, pois existiam de fato, mas sua cria‹o 
havia sido inv‡lida, inconstitucional. 
 
 
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Como n‹o poderia ser diferente, o STF foi chamado a apreciar o problema na 
ADIN n¼ 3.682/MT. Na oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso 
Nacional, que deu Òensejo ˆ conforma‹o e ˆ consolida‹o de estados de 
inconstitucionalidadeÓ. Foi atestada a inconstitucionalidade da cria‹o dos 
Munic’pios. Todavia, em nome da segurana jur’dica, o STF Òpassou a bolaÓ 
para o Congresso Nacional; n‹o poderia o STF, da noite para o dia, determinar 
a extin‹o de Munic’pios. 
O Congresso Nacional editou, ent‹o, a Emenda Constitucional n¼ 57/2008, que 
convalidou os atos de cria‹o, fus‹o, incorpora‹o e desmembramento de 
Munic’pios, cuja lei tenha sido publicada atŽ 31 de dezembro de 2006, 
atendidos os requisitos estabelecidos na legisla‹o do respectivo Estado ˆ 
Žpoca de sua cria‹o. 
 
(TJDFT Ð 2015) Caso haja inten‹o de desmembrar um 
munic’pio, deve ser feita consulta por meio de plebiscito ˆ 
popula‹o da ‡rea a ser desmembrada, mas n‹o h‡ exigncia 
legal nesse sentido no que se refere ˆ popula‹o 
remanescente. 
Coment‡rios: 
A consulta plebiscit‡ria ser‡ feita para toda a popula‹o do 
Munic’pio, o que abrange tanto a popula‹o da ‡rea a ser 
desmembrada quanto a popula‹o remanescente.. Quest‹o 
errada. 
(MPE / PR Ð 2014) Os Estados podem incorporar-se entre 
si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a 
outros, ou formarem novos Estados ou Territ—rios Federais, 
mediante aprova‹o da popula‹o diretamente interessada, 
atravŽs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei 
complementar. 
Coment‡rios: 
ƒ exatamente o que prev o art. 18, ¤ 3¼, CF/88. Quest‹o 
correta. 
 
5- Veda›es Federativas: 
A Constitui‹o estabelece, em seu art. 19, algumas veda›es aos entes 
federados. S‹o as chamadas veda›es federativas. 
Art. 19. ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion‡-los, embaraar-lhes 
 
 
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o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes rela›es de 
dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colabora‹o de 
interesse pœblico; 
II - recusar fŽ aos documentos pœblicos; 
III - criar distin›es entre brasileiros ou preferncias entre si. 
No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil Ž um Estado laico, 
leigo ou n‹o confessional, n‹o adotando qualquer religi‹o oficial. Entretanto, 
admite-se a colabora‹o de interesse pœblico com os cultos religiosos ou 
igrejas, na forma da lei. Seria o caso em que, ap—s uma enchente, o Munic’pio 
solicita a uma igreja que abrigue as pessoas desabrigadas por aquele desastre 
natural. 
O inciso II veda que um ente da Federa‹o recuse fŽ a documentos 
pœblicos produzidos por outro, em virtude de sua procedncia. Assim, a 
Receita Federal do Brasil n‹o pode recusar fŽ a uma certid‹o negativa de 
dŽbito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se 
de uma garantia que visa fortalecer o pacto federativo. 
Finalmente, o inciso III acima tambŽm refora o pacto federativo, ao vedar 
que os entes da federa‹o criem preferncias entre si ou entre brasileiros, 
em fun‹o de sua naturalidade. Assim, Ž vedado, por exemplo, que um 
concurso pœblico estabelea que somente os naturais de Minas Gerais poder‹o 
concorrer a determinada vaga. Esse Ž o princ’pio da isonomia federativa. 
 
(TRT / MG Ð 2015) As veda›es constitucionais expressas 
impostas simultaneamente ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Munic’pios alcanam o conceito de Estado laico; 
a proibi‹o de recusa de fŽ em documentos pœblicos e a 
proibi‹o de distin›es entre brasileiros ou preferncias entre 
si. 
Coment‡rios: 
ƒ o que estabelece o art. 19, incisos I, II e III, CF/88. 
Quest‹o correta. 
6- Bens Pœblicos: 
6.1- Bens da Uni‹o: 
O art. 20 relaciona os bens da Uni‹o: 
Art. 20. S‹o bens da Uni‹o: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribu’dos; 
II - as terras devolutas indispens‡veis ˆ defesa das fronteiras, das 
fortifica›es e constru›es militares, das vias federais de comunica‹o e ˆ 
 
 
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preserva‹o ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de ‡gua em terrenos de seu 
dom’nio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites comoutros 
pa’ses, ou se estendam a territ—rio estrangeiro ou dele provenham, bem 
como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas lim’trofes com outros pa’ses; as 
praias mar’timas; as ilhas oce‰nicas e as costeiras, exclu’das, destas, as que 
contenham a sede de Munic’pios, exceto aquelas ‡reas afetadas ao servio 
pœblico e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econ™mica 
exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidr‡ulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterr‰neas e os s’tios arqueol—gicos e prŽ-
hist—ricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos ’ndios. 
O inciso I nos mostra que o art. 20, ao tratar dos bens da Uni‹o, trouxe um 
rol exemplificativo. Isso porque s‹o bens da Uni‹o os que atualmente lhe 
pertencem e os que lhe vierem a ser atribu’dos. 
O inciso II trata das terras devolutas, que s‹o terras pœblicas, ou seja, que 
n‹o est‹o no nome de nenhum particular. Existem terras devolutas da 
Uni‹o e terras devolutas dos Estados. S‹o bens da Uni‹o as terras 
devolutas indispens‡veis ˆ defesa das fronteiras, das fortifica›es e 
constru›es militares, das vias federais de comunica‹o e ˆ preserva‹o 
ambiental. Por outro lado, s‹o bens dos Estados as terras devolutas que n‹o 
forem da Uni‹o. 
O inciso III trata do dom’nio h’drico. Ser‹o rios federais aqueles que 
banhem mais de um Estado (ex: Rio S‹o Francisco, Rio Tocantins). TambŽm 
s‹o bens da Uni‹o os rios que se estendam a territ—rio estrangeiro ou 
dele provenham (ex; Rio Amazonas). Por outro lado, os rios que banham 
apenas um Estado ser‹o bens daquele Estado. 
No inciso IV, verifica-se que as ilhas fluviais e lacustres nas zonas 
lim’trofes (fronteira) com outros pa’ses s‹o bens da Uni‹o. Por outro lado, as 
ilhas fluviais e lacustres que n‹o estejam em zonas lim’trofes ser‹o bens dos 
Estados. 
As ilhas oce‰nicas e costeiras s‹o bens da Uni‹o. No entanto, as ilhas 
costeiras, quando forem sede de Munic’pio, n‹o ser‹o bens da Uni‹o. 
Cita-se como exemplo a ilha em que est‡ contido o Munic’pio de Florian—polis. 
Os incisos V e Vi trata do dom’nio mar’timo. O mar territorial e os recursos 
naturais da plataforma continental e da zona econ™mica exclusiva s‹o 
 
 
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bens da Uni‹o. Cita-se que na plataforma continental h‡ uma enorme riqueza, 
especialmente petr—leo. 
O inciso VII trata dos terrenos de marinha, que tambŽm s‹o bens da 
Uni‹o. Apenas para que se tenha uma no‹o, de forma bem grosseira, s‹o 
terrenos de marinha aqueles que s‹o adjacentes ao litoral, 33 metros medidos 
para a parte da terra (ou seja, 33 metros para dentro do continente). 
O inciso VIII trata dos potenciais de energia hidr‡ulica. Mesmo nos rios 
estaduais (que banham apenas um Estado), os potenciais de energia hidr‡ulica 
ser‹o bens da Uni‹o. 
O inciso IX trata dos recursos minerais, inclusive os do subsolo. Suponha 
que um fazendeiro descubra uma mina de ouro em suas terras. Esse ouro 
ser‡, por incr’vel que parea, um bem da Uni‹o. Cabe destacar que Ž 
assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Munic’pios, bem como a —rg‹os da administra‹o direta da Uni‹o, 
participa‹o no resultado da explora‹o de petr—leo ou g‡s natural, de 
recursos h’dricos para fins de gera‹o de energia elŽtrica e de outros recursos 
minerais no respectivo territ—rio, plataforma continental, mar territorial ou 
zona econ™mica exclusiva, ou compensa‹o financeira por essa explora‹o. 
Para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta 
Magna: 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou n‹o, e demais recursos minerais e os 
potenciais de energia hidr‡ulica constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de explora‹o ou aproveitamento, e pertencem ˆ Uni‹o, 
garantida ao concession‡rio a propriedade do produto da lavra. 
Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em uma 
fazenda do Sr. Jo‹o da Silva, em Goi‡s. A propriedade da fazenda continuar‡ 
sendo do Sr. Jo‹o, embora o ouro encontrado seja da Uni‹o. Caso uma 
concession‡ria venha a explorar essa jazida, dever‡ pagar royalties ˆ Uni‹o, 
propriet‡ria dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extra’do), 
entretanto, ser‡ da concession‡ria. 
O inciso X trata das cavidades naturais subterr‰neas (grutas) e s’tios 
arqueol—gicos e prŽ-hist—ricos. 
O inciso XI disp›e que as terras tradicionalmente ocupadas pelos ’ndios 
s‹o bens da Uni‹o. A palavra ÒtradicionalmenteÓ n‹o diz respeito ao tempo de 
ocupa‹o, mas sim ao modo de ocupa‹o ind’gena. Segundo o STF, essas 
terras s‹o bens da Uni‹o, mas de usufruto exclusivo dos ’ndios. 
 
 
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6.2- Bens dos estados: 
Os bens dos estados est‹o no art. 26, da CF/88: 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as ‡guas superficiais ou subterr‰neas, fluentes, emergentes e em 
dep—sito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras 
da Uni‹o; 
II - as ‡reas, nas ilhas oce‰nicas e costeiras, que estiverem no seu dom’nio, 
exclu’das aquelas sob dom’nio da Uni‹o, Munic’pios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres n‹o pertencentes ˆ Uni‹o; 
IV - as terras devolutas n‹o compreendidas entre as da Uni‹o. 
 
Reparti‹o de Competncias 
1- Reparti‹o de competncias e a federa‹o brasileira: 
Na federa‹o, o poder pol’tico Ž descentralizado; os entes federados s‹o 
dotados, portanto, de autonomia pol’tica. E essa autonomia dos entes 
federativos pressup›e a existncia de uma reparti‹o de competncias. 
O Estado federal tem como uma de suas principais caracter’sticas, portanto, a 
existncia de uma reparti‹o constitucional de competncias: a 
Constitui‹o Federal delimita as atribui›es de cada um dos entes federativos. 
Nesse sentido, a reparti‹o constitucional de competncias pode ser 
considerada como um elemento fundamental da federa‹o. 
O objetivo da reparti‹o de competncias na CF/88 Ž dividir o poder pol’tico 
entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o 
federalismo de equil’brio entre Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios. 
Ao repartir competncias entre os entes federativos, a Constitui‹o est‡ 
harmonizando a convivncia entre Uni‹o, Estados, Distrito Federal e 
Munic’pios, bem como viabilizando o pacto federativo.18 
A reparti‹o de competncias Ž baseada em dois princ’pios: i) princ’pio da 
predomin‰ncia do interesse; e ii) princ’pio da subsidiariedade. 
 
18 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, 
pp. 453. 
 
 
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Segundo o princ’pio da predomin‰ncia do interesse, a Uni‹o cuidar‡ das 
matŽrias de predomin‰ncia do interesse geral (nacional); aos Estados, 
caber‹o as matŽrias de interesse regional; e aos Munic’pios, caber‹o as 
matŽrias de interesse local. Como exemplos da aplica‹o do princ’pio da 
predomin‰ncia do interesse, citamos os seguintes: 
a) emiss‹o

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