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APOSTILA DIREITO PENAL II

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DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
TEORIA GERAL DA PENA 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 CONCEITO 
o É uma espécie de sanção penal (ao lado da medida de segurança); 
o É uma resposta estatal, consistente na privação ou restrição de um bem jurídico ao autor de um fato 
punível (não atingido pela extinção da punibilidade). 
 
 
2. FINALIDADE DA PENA 
 
Um dos maiores dilemas da ciência penal é o da finalidade da pena criminal. Por que e para quê se aplica uma pena 
a um infrator da lei penal? O que se busca com isso? E qual a finalidade da pena? Na verdade, a pena deve 
perseguir um fim condizente com a democracia e os ditames constitucionais. O mais importante é perceber que o 
Estado só deverá recorrer a pena quando a conservação da ordem jurídica não se possa obter com outros meios de 
reação, isto é, com os meios próprios do direito civil (ou de outros ramos do direito que não o penal). 
 
 TEORIA ABSOLUTA OU RETRIBUCIONISTA 
o Definição: A punição é de ocorrência do simples fato de haver delinquido. Considera que a pena se 
esgota na ideia de pura retribuição, tem como fim a reação punitiva, ou seja, responde ao mal 
constitutivo do delito com outro mal que se impõe ao autor do delito. 
 Lei de Talião. 
 A pena é uma majestade dissociada de fins. 
 Ex: lei de Talião. 
 
o Ponto positivo desta teoria: vislumbra a proporcionalidade, sendo precursora deste princípio que se 
aplica a até os dias de hoje. 
 
 TEORIA PREVENTIVA (UTILITARISTA) 
o A pena passa a ser algo instrumental: É um meio de combate a ocorrência e reincidência de crimes. 
 A pena deixa de se vincular à gravidade do fato, e se preocupa com a pessoa. 
 Esta teoria traz o perigo de redundar em penas indefinidas, deixando de ser proporcional à 
gravidade do crime praticado, para se aplicar à pessoa do delinquente. 
 As teorias preventivas da pena são aquelas teorias que atribuem à pena a capacidade e a missão 
de evitar que no futuro se cometam delitos. Podem subdividir-se em teoria preventiva especial 
e teoria preventiva geral. 
 TEORIA PREVENTIVA GERAL (intimidação/medo): A teoria preventiva geral está 
direcionada à generalidade dos cidadãos, esperando que a ameaça de uma pena, e 
sua imposição e execução, por um lado, sirva para intimidar aos delinquentes 
potenciais (concepção estrita o negativa da prevenção geral), e, por outro lado, sirva 
para robustecer a consciência jurídica dos cidadãos e sua confiança e fé no Direito 
(concepção ampla ou positiva da prevenção geral). 
 TEORIA PREVENTIVA ESPECIAL (ressocialização): A teoria preventiva especial está 
direcionada ao delinquente concreto castigado com uma pena. Têm por 
denominador comum a ideia de que a pena é um instrumento de atuação preventiva 
sobre a pessoa do delinquente, com o fim de evitar que, no futuro ele cometa novos 
crimes. Deste modo, deve-se falar de uma finalidade de prevenção da reincidência. 
 
 TEORIA ECLÉTICA (MISTA) 
o Finalidade da pena: a pena tem como finalidade a prevenção e a retribuição. 
o A teoria mista ou unificadora tenta agrupar em um conceito único os fins da pena. Essa corrente tenta 
recolher os aspectos mais destacados das teorias absolutas e relativas. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 NO BRASIL (adota a teoria de ROXIN) 
o Definição: No Brasil, a pena tem tríplice finalidade: prevenção, retribuição e ressocialização. Esta 
tríplice finalidade não está prevista em nenhuma teoria, sendo sui generis a finalidade da pena no 
Brasil. 
 A finalidade da pena dependerá do momento em que é analisada: “em abstrato”, “aplicada na 
sentença” e “na execução penal”. 
 
o Pena em abstrato: Trata-se da análise da pena em abstrato prevista nos tipos penais. Tem finalidade 
de prevenção geral, visa a sociedade e atua antes da prática do delito, comportando duas finalidades: 
 Prevenção geral positiva: afirma a validade da norma desafiada pelo crime. 
 Prevenção geral negativa: pretende evitar que o cidadão venha a delinquir. 
 
o Pena aplicada na sentença: tem duas finalidades visa a prevenção especial, na pessoa do delinquente, 
buscando evitar a reincidência, quando retribui com o mal o mal causado. 
 Finalidade secundária desta etapa: tem a finalidade secundária de prevenção geral, logo a pena 
serve como exemplo para a sociedade. 
 Crítica: a doutrina moderna entende que não se pode aplicar a pena visando a 
prevenção geral, pois se esqueceria da pessoa do delinquente (prevenção especial), 
verdadeiro destinatário desta etapa de aplicação da pena. Entende que violaria o 
princípio da proporcionalidade. 
 
o Pena na execução penal: possui duas finalidades, ratificadas pelo art. 1º da LEP, que dispõe que a 
execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença e proporcionar condições para a 
harmônica integração social do condenado e do internado. 
 Concretizar as finalidades da pena aplicada: prevenção especial e retribuição; 
 Ressocialização: reintegração do condenado ao convívio social. 
 
 
3. JUSTIÇA RESTAURATIVA x JUSTIÇA RETRIBUTIVA 
 
JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA 
O crime é ato contra a sociedade representada pelo 
Estado; 
O crime é ato contra a comunidade, contra a vítima e 
contra o autor do crime; 
O interesse na punição é público; O interesse de punir e reparar é das pessoas 
envolvidas no caso. 
A responsabilidade do agente é individual; Há responsabilidade social pelo ocorrido. 
Há predomínio da indisponibilidade da ação penal; Predomina a disponibilidade da ação penal (o crime 
tem aspecto privado das pessoas envolvidas no caso) 
Predomina a pena privativa de liberdade; Predomina a reparação do dano e penas alternativas; 
Consagra-se pouca assistência à vítima; O foco é a assistência vítima. 
Ex. lei Maria da Penha Ex. lei 9099/95 
 
 
 
4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PENA (ALGUNS AUTORES UTILIZAM “CARACTERÍSTICAS” ) 
 
 FUNDAMENTO: artigo 1º, CP e inciso XXXIX, do artigo 5º da CF 
 
 RESERVA LEGAL E ANTERIORIDADE 
o A soma estes princípios resulta no princípio da legalidade (art. 1º CP) 
 
 PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (INTRANSMISSIBILIDADE) 
o Art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do apenado. 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
o Relatividade do princípio: 
 1ªC – trata-se de princípio relativo, admitindo exceção prevista na própria CF, qual seja, a pena 
de confisco; o próprio dispositivo constitucional prevê expressamente a excepcionalidade de 
extensão da penalidade aos sucessores no que toca ao perdimento de bens. 
 
 2ªC (doutrina majoritária) – o princípio é absoluto, e não admite exceção. O confisco previsto 
no inc. XLV não é pena, mas efeitos da sentença, consistindo em obrigação e não penalidade. A 
pena não pode passar da pessoa do condenado. 
 
o Responsabilização da pessoa jurídica 
 Há duas correntes. 
 
 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (art. 5º, XLVI, CF) 
o Definição: a lei regulará a individualização da pena. 
 A pena deve ser individualizada considerando o fato e seu agente. 
 
o Momentos de individualização da pena: deve se dar em três momentos 
 Na fase legislativa: na elaboração da pena 
 Na fase judicial: na aplicação da pena 
 Fase de execução: na execução da pena. 
 
o SISTEMA DE PENAS RELATIVAMENTE INDETERMINADAS 
 Sistema de penas relatividade indeterminada: A pena varia de um mínimo até um máximo. 
Ao permitir a quantificação de pena, respeita a individualização. Adotado pelo Brasil. 
 Ex. de 6 a 20 anos. 
 
 Sistema de penas fixo: inviabiliza a individualizaçãoda pena, pois a pena já é pré-determinada 
a todos de forma igual, pois não há variação. 
 Ex. pena de 6 anos. 
 
 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
o Definição: A pena deve ser proporcional à gravidade da infração penal. Meio proporcional perseguido 
com a aplicação da pena. 
 É desdobramento lógico do princípio da individualização da pena. 
 É princípio constitucional implícito. 
 
o OBS: um importante vetor deste princípio,é o princípio da suficiência da pena alternativa. Se para 
atingir as finalidades da prevenção, retribuição e ressocialização bastar a pena alternativa, deve-se 
evitar a pena privativa da liberdade. (STF) 
 
o Finalidades 
 Quer evitar excessos (hipertrofia da punição) 
 Quer evitar a insuficiência da intervenção estatal (impunidade). 
 Ex. lei de abuso de autoridade: é crime de menor potencial ofensivo, o que gera 
impunidade e insuficiência da intervenção estatal. 
 Ex. art. 319-A do CP – deixar de evitar o acesso a aparelho telefônico, tem pena de 3 
meses a 1 ano. 
 
 PRINCÍPIO DA INDERROGABILIDADE (INEVITABILIDADE) 
o Definição: desde que presentes seus pressupostos, a pena deve ser aplicada e fielmente cumprida. 
 
o Perdão judicial (art. 107, IX, CP): 
 Crime = tipicidade + ilicitude + culpabilidade 
 Enseja a punibilidade como consequência jurídica 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 Princípio da bagatela próprio = é o que exclui a tipicidade material 
 
 Princípio da bagatela imprópria = exclui a necessidade de punir, mesmo que diante de 
relevante lesão jurídica. 
 O resultado da conduta é suficiente como retribuição da conduta. 
 
 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
o Se subdivide em dois princípios 
 
o Princípio da humanidade da pena: estão proibidas as penas desumanas, cruéis e degradantes; 
 
o Princípio da proibição da pena indigna: a ninguém pode ser imposta uma pena ofensiva à dignidade 
da pessoa humana. 
 
 
5. PENAS PROIBIDAS NO BRASIL 
 DEFINIÇÃO (art. 5º, XLVII, CF) 
o Penas de morte, SALVO em caso de guerra declarada; 
o De caráter perpétuo; 
o De trabalhos forçados; 
o De banimento; 
o Cruéis; 
 
 PENA DE MORTE 
o Zafarone 
 A morte não é pena, pois lhe falta as finalidades de prevenção e ressocialização, só cumprindo a 
finalidade de retribuição. 
 Em caso de guerra declarada: é admissível, pois o direito fracassou, merecendo resposta 
especial, caso de inexigibilidade de conduta diversa. 
 
o Pessoas jurídicas 
 Nos crimes ambientais, há pena de extinção da pessoa jurídica, o que para parte da doutrina 
seria uma penalidade inconstitucional, pois representaria uma pena de morte para a pessoa 
jurídica, e fora da hipótese autorizada constitucionalmente. 
 PREVALECE: o art. 5º se destina a pessoa física e não jurídica, e por isso, não representaria 
pena de morte, e nem pena constitucional. 
 
o Lei do abate 
 Parte da doutrina entende que o abete de aeronaves seria um hipótese inconstitucional, por 
representar uma pena de morte sem que haja ao menos aplicação do princípio da ampla defesa. 
 
 PENA DE PRISÃO PERPÉTUA 
o Não abre exceções para penas perpétuas 
o CP, art. 75 – limita a pena privativa de liberdade a 30 anos, consagrando a vedação constitucional. 
 
o Estatuto de Roma (Trata do TPI): 
 O estatuto prevê a possibilidade de pena de caráter perpétuo, nos termos do art. 77 do estatuto. 
 Estabelece um conflito aparente de normas, pois o mandamento constitucional não pode 
vincular o legislador estrangeiro e/ou internacional, mas alcança somente o legislador interno. 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
6. PENAS PERMITIDAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO 
 
 DEFINIÇÃO/ESPÉCIES (art. 5º, XLVI, CF) 
o Privativas de liberdade 
o Restritivas de direitos 
o Pecuniária. 
 
 
6.1 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
o Reclusão: Ex: artigo 121, “caput” 
 Cabimento: nas penas com mais de 4 anos 
 Regime inicial: fechado, semiaberto, aberto. 
 Medida de segurança: recebe internação em estabelecimento de tratamento. 
 A resolução 117 do CNJ 
 
o Detenção: Ex: artigo 137. 
 Cabimento: São somente dois critérios essenciais, vejamos: 
 1º) Se a pena for superior a 4 anos – inicia no SEMI ABERTO 
 2º) Se a pena for igual ou inferior a 4 anos – inicia no ABERTO 
 Temos ainda outras três observações para ser realizadas: 
o OBS 1 => Se for REINCIDENTE => INICIA NO SEMI ABERTO. 
o OBS 2 => Se as circunstancias do ARTIGO 59,CP, forem DESFAVORÁVEIS=> 
INICIA NO SEMI ABERTO 
o OBS 3 => Muito importante!!! – Não existe regime inicial fechado em caso de 
detenção. Obrigatoriamente o regime inicial deverá ser aberto ou semiaberto. 
No entanto, somente em caso de regressão, poderá haver a implementação do 
regime fechado, mesmo em se tratando de detenção. 
 
 Regime inicial: semiaberto, aberto. 
 Medida de segurança: sofre tratamento ambulatorial 
 
o Prisão simples (contravenção penal) 
 
 
6.2 PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
São penas autônomas, como as penas privativas de liberdade, constituindo, assim, efeito principal da condenação. 
 
o Para concessão das penas restritivas de direitos, é necessário verificar os seguintes requisitos cumulativo 
que são: 
i) só se aplica a crime doloso se a prática ocorreu sem violência ou grave ameaça a pessoa, quando a pena privativa 
de liberdade aplicada não for superior a 4 anos; 
ii) qualquer que seja a pena, se o crime for culposo; 
iii) o condenado não poderá ser reincidente em crime doloso. 
iv) verificação da culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do condenado, bem como os motivos 
e as circunstancias do crime indiquem que seja suficiente sua substituição. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
o Além dos requisitos acima, deve-se atentar às regras de aplicação das penas restritivas de direito, de sorte 
que: 
i) na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição pode ser feita por uma de multa ou uma restritiva de 
direitos; 
ii) se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e 
outra de multa ou, simplesmente, duas de multa 
 
6.3 PENA DE MULTA 
 
Pena de multa X Prestação pecuniária 
 
Prestação pecuniária Multa 
Destinatário: Vítima, dependentes ou entidades 
(públicas ou privadas com destinação social). 
Destinatário: Estado. 
Valor: 01 a 360 salários mínimos. Valor: 10 a 360 dias-multa. 
Pode ser abatida em eventual ação de reparação de 
danos (se coincidentes os beneficiários). 
Não pode ser abatida. 
Pode ser convertida em PPL. Não pode ser convertida em PPL. 
 
STF SÚMULA Nº 693 não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo 
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
Cuidado: cabe HC quando a pena seja PRD de prestação pecuniária, eis que esta pode ser convertida em PPL. 
 
 
7. APLICAÇÃO DA PENA (dosimetria) 
 
 CÁLCULO DA PENA (art. 68, CP) – sistema Nelson Hungria 
Definição: é adotado o sistema trifásico de Nelson Hungria, que possibilita a ampla defesa, já que permite 
identificar todas as fases e o valor das circunstâncias para fixação da pena. 
 1ª fase - Pena-base: é fixada com base nas circunstâncias judiciais do art. 59 do CP 
 2ª fase - Pena intermediária: são consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes 
 3ª fase - Pena definitiva: são consideradas as causas de aumento e diminuição de pena. 
 
o Atenção: é indispensável a fundamentação pelo juiz emtodas as fases. 
 
 
 REGIME INICIAL: regime inicial pode ser fechado, semiaberto ou aberto. 
 
 
 
8. FIXAÇÃO DA PENA-BASE – 1ª FASE 
 
 CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (art. 59, CP) 
o Finalidade: as finalidades do art. 59 estão descritas nos seus incisos: 
 Estabelecer dentre a espécie de pena dentre as aplicáveis; 
 Estabelecer a quantidade de pena dentro dos limites aplicáveis; 
 O regime inicial da pena privativa de liberdade; 
 Estabelecer a viabilidade da substituição da pena privativa de liberdade. 
 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
o Circunstâncias subjetivas 
 Dentre outros meios, o interrogatório do réu possibilita ao juiz o conhecimento sobre a pessoa 
do acusado, possibilitando a aplicação da pena base. 
 Nos termos do art. 187 do CCP, o interrogatório é dividido em duas partes, sendo a 
primeira sobre a pessoa do acusado. 
 
 Constitucionalidade: 
 O art. 59 prevê análise de circunstâncias judiciais subjetivas para fixação da pena-base, 
quando determina que se avaliará a punibilidade, a personalidade do agente, dentre 
outros critérios. 
 Adotando a CF um direito penal garantista, combatível, unicamente, com o direito penal 
do fato, há doutrina criticando as circunstâncias subjetivas do CP, afirmando que é 
resquício do direito penal do autor. (FERRAJOLI). 
 Prevalece, que a análise das circunstâncias subjetivas consagra o princípio da 
individualização da pena, e por isso não é resquício do direito penal do autor. 
 
o Bagatela imprópria: O caput do art. 59 determina que o juiz “estabelecerá, conforme seja necessário” o 
termo sublinhado significa que em determinadas ocasiões a pena não será necessária, aplicando-se o 
princípio da bagatela imprópria. 
 
o Limites da pena base: 
 Para o calculo da pena base, deve-se partir sempre da pena mínima. 
 O quantum de aumento e de diminuição de cada circunstância judicial (art. 59) na pena base 
fica a critério do juiz. A doutrina defende o quantum de 1/6. 
 O juiz está atrelado aos limites mínimo e máximo abstratamente previstos no preceito 
secundário. 
 Art. 59, II – o juiz deve encontrar a pena base dentro dos limites previstos. 
 
o Necessidade de fundamentação de cada circunstância judicial: Reconhecendo presente alguma 
circunstância judicial, deve o juiz especificá-la e fundamentar sua decisão, sob pena de nulidade da 
sentença. 
 Ex. o réu tem maus antecedentes considerando-se .... 
 A ausência de fundamentação da pena base enseja: 
 Se fixada no mínimo: tolera-se a pena ficada no mínimo 
 Fixada acima do mínimo: torna a sentença nula NESTE PONTO. 
o O tribunal determina que o juiz renove o ato, mantendo-se a sentença. 
 
 CULPABILIDADE 
o Relaciona-se com a maior ou menor reprovabilidade da conduta do agente. 
o Não se confunde com o substrato (elemento) do crime 
 
 ANTECEDENTES 
o Definição: Refere-se à vida pregressa do agente, que podem ser bons ou maus. 
 Fatos posteriores ao crime não podem ser considerados em prejuízo do agente. 
 Os antecedentes se formam somente com o fim do período de reincidência, ou seja, a 
reincidência se opera até 5 anos do cumprimento da sentença, convertendo-se em maus 
antecedentes após este período. 
 
o Infância/juventude: determinação de medida socioeducativa de internação na vara da infância e 
juventude não é causa de maus antecedentes. 
 
o Súmula 444, STJ – é vedada a utilização de IP e ações em curso para agravar a pena-base. 
 IP: Maus antecedentes não podem considerar IP e ações penais em curso. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 Ações em curso ou sentenças absolutórias: Somente condenação definitiva, sem força para 
gerar reincidência, é que gera maus antecedentes. Quer dizer, somente condenação, decorridos 
o prazo para gerar reincidência, é que constitui maus antecedentes. 
 
 CONDUTA SOCIAL 
o É o comportamento do réu no seu ambiente familiar, de trabalho, e na convivência com os outros. 
o É aqui que entram as testemunhas de beatificação. 
 
 PERSONALIDADE DO AGENTE 
o É o retrato psíquico do condenado. 
o De acordo com o STJ, a personalidade do agente nãpo pode ser considerada de forma imprecisa, vaga, 
insusceptível de controle, sob pena de se restaurar o direito penal do autor. 
 
 MOTIVOS DO CRIME 
o A razão da prática da infração penal. 
 
 CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME 
o Maior ou menor gravidade da infração espelhada pelo modus operandi do agente. 
 
 CONSEQUÊNCIAS DO CRIME 
o Para a vítima e/ou familiares da vítima. 
 
 COMPORTAMENTO DA VÍTIMA 
o Não compensação de culpas, mas atenua a pena base. 
o Ex. acidente de trânsito. O condutar estava em alta velocidade, mas o pedestre estava desatento ao 
atravessar fora da faixa. 
 
 
 
9. CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES – 2ª FASE 
 
 FINALIDADE 
o Fixar a pena intermediária. 
o Parte-se da pena base. 
 
 INSTRUMENTOS 
o Agravantes 
 Em regra só a incidência recai como circunstância agravante nos crimes culposos; 
 Todavia, o STF já admitiu outras agravantes sobre crimes culposos; 
o Atenuantes 
 Regra: incidem sobre crimes culposos e dolosos. 
 
 
 
 AGRAVANTES SEMPRE AGRAVAM A PENA? 
o Regra: sim, mas observadas as ressalvas impostas pelo art. 61, pois as agravantes agravam a pena 
somente quando não constituem ou qualificam o crime. 
 
o Exceções: situações em que as agravantes não agravam a pena. 
 Quando não constituem ou qualificam o crime. 
 Evitar o bis in idem. 
 Ex. homicídio qualificado pela torpeza X agravante de motivo torpe 
o A agravante não se aplicará, pois a torpeza já está qualificando o delito. 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 Quando a pena base for fixada no máximo do preceito secundário. 
 Logo, o juiz não pode ultrapassar o limite fixado no preceito, inviabilizando a 
contabilidade da agravante. 
 
 Quando a atenuante for preponderante. (art. 67 do CP) 
 
 A ATENUANTE SEMPRE ATENUA A PENA? 
o Regra: O art. 65 do CP determina que as atenuantes sempre atenuam a pena. 
 
o Exceção: 
 Quando constitui ou privilegia o crime. 
 Zafarone entende que é analogia in malam partem. 
 
 Quando a pena base foi fixada no mínimo. 
 Súmula 231 do STJ – a incidência da atenuante não pode conduzir a redução da pena 
abaixo do mínimo legal. 
o Crítica: a súmula ofende os princípios: 
 Legalidade: não há previsão atrelando o magistrado ao limite mínimo, 
mas sim mandamento de que a atenuante sempre atenua a pena 
 Isonomia e individualização da pena: possibilita tratamento de 
condenados desiguais como iguais. 
 
 Agravante preponderante (art. 67 do CP) 
 
 CRITÉRIOS DE QUANTIFICAÇÃO 
o O quantum fica a critério do juiz, devendo fundamentar sua decisão. 
 
 CONCURSO DE AGRAVANTES E ATENUANTES (ART. 67 DO CP) 
o Em caso de concurso de circunstancia agravantes e atenuantes, a pena deve se aproximar dos limites 
indicados pelas circunstancias atenuantes. 
 
o Tabela de preponderância criada pela jurisprudência 
 Atenuante da menoridade – prepondera sobre qualquer agravante. 
 Graças ao estatuto do idoso, aplica-se como preponderante da mesma forma que a 
menoridade. 
 Agravante da reincidência – prepondera sobre as demais circunstancias, exceto sobre a 
menoridade. 
 Atenuantes e agravantes de natureza subjetiva. 
 Atenuantes e agravantes de natureza objetiva. 
 
o Ex. menor reincidente. 
 Haveria um empate, e uma anularia a outra. Todavia, pela disposição do art. 67 e pela tabela 
criada pela jurisprudência,a atenuante de menoridade sobressai perante a agravante de 
reincidência. Logo, haverá incidência de atenuante da pena, mas com menor intensidade devido 
a presença da reincidência. Ex. seria atenuada a pena em 1/6, mas a presença concomitante da 
agravante atenua-se em 1/8. 
 
o Compensação de agravantes e atenuantes 
 É possível desde que sejam do mesmo patamar na tabela de jurisprudência. 
 Ex. atenuante subjetiva pode ser compensada por agravante subjetiva. 
 
 Minoritário - Julgados de tribunais superiores, exclusivo para defensor 
 Admitem a compensação entre atenuantes subjetivas e agravante da reincidência. 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 MAJORITÁRIO – o STF definiu que a agravante de reincidência é preponderante perante as 
demais circunstâncias, exceto de menoridade e idoso. 
 
 AGRAVANTES 
o Considerações 
 Alcance: 
 Regra: incidem sobre crimes dolosos, pois o agente deve ter ciência da circunstância 
agravante no caso concreto. 
 Exceção: A reincidência é agravante que incide sobre qualquer crime, seja doloso, 
culposo ou preterdoloso. 
o Em um único e exclusivo julgado o STF admitiu a agravante de torpeza em crime 
culposo. 
 
 Devem respeitar o limite do preceito secundário. 
 Não precisa estar articulada na denuncia, mas comprovada no processo. 
 Deve-se observar o bis in idem, como na reincidência que não pode funcionar como agravante e 
circunstância judicial ao mesmo tempo. 
 
o REINCIDÊNCIA (61, I e 63 do CP c/c ): 
 Definição doutrinária: ocorre quando o agente comete crime novo, DEPOIS de transitar em 
julgado a sentença penal condenatória, no Brasil ou no estrangeiro. 
 O termo “depois” determina que no dia em que é transitada em julgado a sentença, a 
prática de crime novo não enseja reincidência, mas somente no dia (“depois”) seguinte 
ao trânsito em julgado. 
 
 Definição legal (art. 63, CP): 
 
 Atenção: Condenações por contravenções também geram reincidência, nos termos do art. 7º 
da lei de contravenções penais. 
 A condenação por contravenção deve se dar no Brasil; 
 A condenação por contravenção combinada com a pratica de crime novo não gera 
reincidência, por ausência de previsão legal. 
 
 Hipóteses: 
Condenação Fato posterior a condenação Consequência 
Por crime Crime Reincidência 
Por crime Contravenção Reincidência 
Por contravenção Crime ANTECEDENTE 
Por contravenção Contravenção Reincidência 
 
 Considerações 
 Art. 9º do CP – não exige homologação no Brasil de sentença estrangeira para gerar 
reincidência. 
 
 Atipicidade da conduta que ensejou condenação no estrangeiro: se o fato 
condenado no estrangeiro for atípico no Brasil não gera reincidência. 
 
 Não importa o tipo de crime ou espécie de pena aplicada, mas apenas o fato de ser 
condenado com trânsito em julgado. 
o Por isso, pena de multa gera reincidência. 
 
 Extinção da punibilidade interfere na reincidência? 
o Em regra, uma vez transitado em julgado a sentença penal condenatória, haverá 
reincidência com a prática de crime novo. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 
o Exceção: causas extintivas da punibilidade que impedem a reincidência mesmo 
após o trânsito em julgado, pois afetam os efeitos penais. 
 Anistia 
 “abolitio criminis”. 
 Perdão judicial 
 Art. 120, CP – a sentença penal que conceder perdão judicial não 
será considerada para efeitos de reincidência. 
 
 Natureza: a reincidência é circunstancia de caráter subjetivo, e que portanto não se 
comunica aos demais participantes do crime. 
 
 Prazo (art. 64 CP) 
 O Brasil adotou o sistema da temporalidade, nos termos do art. 64 do CP. 
 A reincidência não ocorrerá a partir de 5 anos, a contar do fim do cumprimento ou de 
extinta a pena. 
o Ela se verifica do trânsito em julgado da sentença condenatória até 5 anos de 
extinta a pena ou do cumprimento a pena. 
 
 Sursis e livramento condicional: o período de prova é computado para cálculo do 
prazo de 5 anos do fim da pena. 
o Ex. agente ficou 2 anos em período de prova. Logo, a reincidência só incidirá até 
os próximos 3 anos. 
 
 Espécies de reincidência: 
o Reincidência ficta: quando o autor comete novo crime depois de ter sido 
condenado definitivamente, mas sem cumprir integralmente a pena; 
 Se dá entre a condenação e o fim do cumprimento de pena. 
o Reincidência real: quando o autor comete novo delito depois de já ter 
efetivamente cumprido pena por crime anterior. 
o Ocorre durante o “período de graça” 
 
 Crimes militares próprios e crimes políticos 
 Crime militar próprio seguido de crime comum não gera reincidência; 
o OBS: crime militar próprio seguido de crime miliar impróprio gera reincidência 
nos termos do art. 71 do CPM. 
 
 Crime político seguido de crime comum não gera reincidência. 
 
 Reincidência genérica X reincidência específica 
 Genérica: crimes que não são de mesma espécie 
 Específica: crimes da mesma espécie. 
 
 Comprovação da reincidência: se verifica mediante certidão cartorária. 
 Jurisprudência admite folha de antecedentes como comprovante de reincidência. 
 
 Súmula 241 STJ – a reincidência não pode ser considerada como circunstância agravante e, 
simultaneamente, como circunstância judicial. 
 Ser for agravante, no MESMO CRIME não poderá ser utilizada como circunstância 
judicial. 
 
o CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME (inc. II do art. 61) 
 
o CONCURSO DE PESSOAS (art. 62 do CP) 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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 A pena será agravada se no concurso de pessoas: 
 O agente promove ou organiza a cooperação no crime, ou dirige as atividades dos 
demais agentes; 
 
 Se o agente coage ou induz outrem à execução do crime. 
o A coação pode ser física ou moral, resistível ou irresistível. 
 
 Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito a sua autoridade ou pessoa não 
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal. 
 
 Quando participa do crime mediante paga ou promessa de recompensa. 
 
 
 ATENUANTES (art. 65, CP) 
o Considerações 
 As circunstâncias atenuantes SEMPRE atenuam a pena. 
 As hipóteses previstas expressamente representam rol exemplificativo, ratificado pelo o art. 66 
do CP. 
 Podem decorrer de situações anteriores ou posteriores ao crime, desde que relevante. 
 
o Ser o agente menor de 21 anos na data do fato (inc. I) 
 O CC não revogou o dispositivo penal. 
 O CP não está atrelado à capacidade civil, mas a um critério cronológico. 
 
o Ser maior de 70 na data da sentença (inc. I) 
 “sentença”: trata-se da sentença que primeiro o condena. 
 Ex. sentença de primeiro grau condena antes dos 70 anos. Um acórdão é confirma a 
condenação em recurso quando o réu possui mais de 70 anos. Conclusão: não incide a 
atenuante, pois o que vale é a primeira condenação. 
 O estatuto do idoso não alterou o CP, apesar do estatuto prever como idoso a pessoa maior de 
60 anos. 
 O STF entendeu que o que o estatuto do idoso não alterou expressamente deve permanecer 
inalterado. 
 
o A confissão espontânea (Inciso III) 
 Requisitos: 
 Ser espontânea, não bastando ser voluntária. 
o O art. 66 permite ao juiz a aplicação da confissão voluntária como causa 
atenuante. 
 Não se aplica a atenuante em caso de confissão qualificada ou incompleta. 
o Confissão qualificada: assume a autoria mas nega a ilicitude do 
comportamento (alega uma tese descriminalizante) 
 Ser feita perante a autoridade, judiciaria ou policial.o A confissão perante o delegado e a retratação em juízo impede a aplicação da 
atenuante, salvo se a confissão policial foi um dos fundamentos da condenação 
(se o juiz utiliza a confissão na policia). 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
o Princípio da coculpabilidade 
 Definição: Parte da conclusão de que a sociedade não raras vezes é desorganizada, 
discriminatória, excludente e marginalizadora, criando condições sociais que reduzem o âmbito 
de determinação e liberdade do agente, contribuindo para o delito. 
 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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 Logo, esta postura social deve ser em parte compensada atenuando a responsabilidade do 
agente. 
 Ex. art. 19 da lei 11.343 – determina o compartilhamento de responsabilidade ... 
 
 Momento em que o juiz considera a coculpabilidade 
 1ªC – entende que o juiz deve tratar a coculpabilidade como circunstância judicial 
analisada no art. 59 do CP. 
 2ªC – entende que o juiz deve analisar a coculpabilidade na segunda fase de fixação da 
pena, aplicando-se sobre o art. 66 do CP que permite a identificação de circunstâncias 
atenuantes extrajudiciais. 
 
 Críticas 
 Seletividade penal: 
o A pobreza seria a causa da criminalidade 
o Conduz à redução de garantias quando se trata do rico; 
o Ignora a seletividade do poder punitivo. 
 
o Teoria da vulnerabilidade 
 Definição: quem conta com alta vulnerabilidade de sofrer a incidência do direito penal, tais 
como pessoas com baixo grau de instrução ou família desestruturada. 
 
 
 
10. FIXAÇÃO DA PENA DEFINITIVA – 3ª FASE 
 
 CONSIDERAÇÕES 
o Finalidade: Fixar a pena definitiva 
 
o Instrumentos: causas de aumento e de diminuição de pena. 
 
 CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
o 1ª situação – duas causas de aumento de pena ou de diminuição de pena na parte especial. 
 Aplica-se o art. 68, parágrafo único, em que o juiz poderá aplicar apenas uma das causas, 
prevalecendo a causa que mais diminui ou a causa que mais aumente a pena. 
 Se o juiz optar por aplicar as duas causas de aumento ou de diminuição irá aplicar o sistema de 
incidência isolada nas causas de aumento, e o sistema de incidência cumulativa nas causas de 
diminuição. 
 Ex. causa de aumento de 1/3 e outra de ½ sobre a pena intermediaria de 6 anos. 
o Sistema da incidência isolada (sistema adotado por ser mais benéfico) – pega-se 
a pena de 6 anos, soma com ½ de 6 anos (3), e soma-se com o 1/3 de 6 anos (2), 
chegando-se a 11 anos. 
o Sistema da incidência cumulativa - pegando-se a pena de 6 anos e somando com 
½, e somando o produto com o 1/3 de aumento, chegando-se a 12 anos. 
 
o 2ª situação – duas causas de aumento ou de diminuição na parte geral. 
 Não se aplica o parágrafo único do art. 68, CP 
 
 Aplica-se o sistema de incidência isolada no aumento e o sistema de incidência cumulativa na 
diminuição. 
 
o 3ª situação – duas causas de aumento ou diminuição, todavia com uma na parte geral e outra na 
parte especial. 
 Aplica-se o sistema de incidência isolada no aumento e o sistema de incidência cumulativa na 
diminuição. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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o 4ª situação – uma causa de aumento e outra de diminuição, independente se da parte geral ou 
especial. 
 Aplica-se as duas causas. 
 Prevalece que o juiz deve primeiro aplicar a causa de aumento da pena e depois aplicar a causa 
de diminuição, apesar de haver disposição legal em contrário. 
 
 DIFERENCIAÇÃO: 
Causas de aumento e de 
diminuição de pena 
Atenuantes e agravantes Qualificadora 
São consideradas na 3ª fase. Consideradas na 2ª fase Não entra no critério trifásico, 
mas é seu ponto de partida. 
Podem extrapolar os limites mínimos 
e máximos. 
Não podem extrapolar o mínimo e 
máximo previsto em lei. 
 
O quantum é definido pela lei, em 
quantidade fixa ou variável. 
O quantum fica a critério do juiz. 
Incide sobre a pena intermediária. Substitui preceito secundário 
simples 
 
 
 
11. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
 
 SISTEMA DE PENAS 
o O Brasil adotou o sistema de pena relativamente indeterminadas, em que há um preceito secundário no 
tipo penal incriminador, comportando um máximo e um mínimo de pena abstratamente, dentro do 
qual o juiz fixará a pena definitiva. 
 Visa atender o princípio da individualização da pena. 
 
 REQUISITOS A SEREM OBSERVADOS PELO JUIZ (art. 33, CP) 
o Tipo de pena (reclusão, detenção ou prisão simples) 
o Quantidade da pena (§2º, do 33) 
o Condições pessoais do condenado. 
 Especialmente se reincidente ou não 
o Circunstancias judiciais (art. 59 do CP) 
 
 TIPO DE PENA 
o Reclusão: regime inicial pode ser fechado, semiaberto ou aberto; 
o Detenção: o regime inicial será semiaberto ou aberto. 
 
 CONDIÇÕES ESPECIAIS – reincidência 
o Regra: a reincidência conduz ao regime inicial fechado. 
 
o Súmula 269 do STJ – autoriza o regime inicial semiaberto ao apenado a pena de até 4 anos quando o 
reincidente tiver favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
 RECLUSÃO (art. 33, CP) 
o Pena superior a 8 anos: 
 Regra: regime fechado 
 
o Pena acima de 4 anos e até 8 anos: 
 Se primário: regime semiaberto; 
 
o Pena até 4 anos: 
 Se primário: regime aberto 
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Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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o O reincidente: 
 Regra: sempre iniciará o cumprimento de pena no regime fechado, salvo se for crime punido 
com detenção, que iniciará o cumprimento de pena no regime semiaberto. 
 Súmula 269, STJ – é admissível regime inicial semiaberto ao reincidente condenado a pena até 
04 anos, quando favoráveis as circunstâncias judiciais; 
 
 DETENÇÃO 
o Pena superior a 4 anos: regime inicial semiaberto. 
 
o Pena não superior a 4 anos: 
 Primário: regime inicial aberto 
 Reincidente: regime inicial semiaberto 
 
o OBS: 
 A detenção não admite regime INICIAL fechado. 
 A detenção pode ser cumprida no fechado por meio de regressão, o que se verifica no 
decorrer do cumprimento de pena. 
 
 Exceção (corrente majoritária entende inconstitucional): os condenados pelos crimes da 
lei das organizações criminosas iniciarão o cumprimento de pena em regime fechado, 
independente de ser de reclusão ou detenção. (art. 10 da lei das organizações criminosas) 
 
 PRISÃO SIMPLES 
o Considerações 
 Jamais será cumprida no regime fechado, nem mesmo através de regressão. 
 O regime inicial é aberto ou semiaberto. 
 
 CONSIDERAÇÕES 
o Exceção 
 Possibilidade de aplicação de regime inicial aberto, mesmo que com pena que indique regime 
mais rigoroso. 
 Ex. art. 1º, §5º da lei 9613 (delação premiada nos crimes de lavagem de dinheiro) 
 
o Súmula 718, STF – a opinião do julgador sobre a gravidade do fato não constitui motivação idônea 
para imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. 
 Conclusão: O juiz não pode impor regime inicial mais gravoso com base em impressões 
abstratas, se a pena aplicada estiver no parâmetro de regime inicial mais brando. (não pode 
aplicar fechado se couber semiaberto). 
 
o Súmula 719, STF – a imposição do regime mais severo do que a pena aplicada permitir, exige 
motivação idônea. 
 Conclusão: permite ao juiz aplicar regime inicial mais gravoso do que a pena ordinariamente 
permite, se motivar a aplicação na periculosidade concreta dos fatos ocorridos no crime. 
 
 
 
12. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (art. 43 a 48 do CP) 
 
 INTRODUÇÃO 
o Definição: Sanção penal imposta em substituição à pena privativa deliberdade consistente na 
supressão ou restrição de um ou mais direitos do condenado. 
 As hipóteses legais não se limitam ao CP. Ex. art. 28 da lei de drogas 
 
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Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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o É a tendência do direito penal moderno (direito de terceira velocidade) 
 Eliminação das penas privativas de liberdade de curta duração. 
 
 ENTENDIMENTO RECENTE DO STF SOBRE RESTRITIVA DE DIREITOS NO TRÁFICO DE DROGAS 
o Entende o STF que é aplicável a substituição de pena privativa de liberdade por restritivas de direitos e 
a fixação de regime inicial aberto para cumprimento de pena. 
 
o O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas 
de direitos” de forma incidental, prevista no art. 44 da lei de drogas, comunicando o SF nos termos do 
art. 52, X da CF, que por sua vez suspendeu a eficácia 
 
 DIFERENCIAÇÃO 
o Pena alternativa: 
 Pressupõe condenação 
 Substitui privativas de liberdade. 
 Ex. restritivas de direitos 
 
o Alternativas à pena 
 Não há condenação 
 Evitam sanção penal 
 Ex. transação penal e suspensão condicional do processo. 
 
o Classificação das infrações penais de acordo com sua gravidade 
 Infração insignificante: É fato atípico. 
 Infração de menor potencial ofensivo: Admite alternativa à pena e também pena alternativa. 
 Infração de médio potencial ofensivo: admite somente a suspensão condicional do processo, 
como alternativa à pena, e admite pena alternativa. 
 Infração de grande potencial ofensivo: não admite alternativa à pena, mas só pena 
alternativa. 
 Infração hedionda: em regra não admite alternativa á pena e nem pena alternativa. Todavia, 
há julgados que possibilitam penas alternativas. 
 
 ESPÉCIES 
o De natureza pessoal 
 Prestação de serviços a comunidade 
 Limitação de fim de semana 
 Interdição temporária de direitos 
 
o De natureza real 
 Perda de bens e valores (diferente de confisco) 
 Prestação pecuniária (diferente de multa) 
 
 CARACTERÍSTICAS (44, CP – “são autônomas e substituem as ...”) 
o Autonomia: 
 Não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade. 
 Exceções: 
 Art. 78 da lei 8.078/90 (CDC) – permite a cumulação da pena privativa de liberdade ou 
de multa com a pena restritiva de direitos. 
 CTB – permite a cumulação de penas restritivas de direitos com penas privativas de 
liberdade. 
 
o Substitutividade: 
 Definição: quer dizer que primeiro o juiz deve fixar a pena privativa de liberdade, para só 
então, na mesma sentença, fazer a substituição pela restritiva de direitos. 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
2018 
 
 Atenção: o art. 55 determina que a regra é de que a pena restritiva de direitos terá a 
mesma duração da pena privativa de liberdade fixada. A exceção se faz nas penas 
restritivas de natureza real (prestação pecuniária e perda de bens e valores) e na 
prestação de serviços à comunidade superior a um ano, que pode ser cumprida em 
menor tempo. 
 
 Exceção: 
 Art. 28 da lei de drogas, que determina que desde logo se aplicará a pena restritiva de 
direitos. 
 Crimes ambientais. 
 
 REQUISITOS (art. 44, I, II, III do CP) 
o De natureza objetiva 
 Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos; 
 
 Ausência de violência ou grave ameaça a PESSOA. 
 Jurisprudência: nos crimes de lesão corporal leve; constrangimento ilegal; e ameaça, 
admite-se a substituição por serem crimes de menor potencial ofensivo. 
 
o De natureza subjetiva: 
 Não ser reincidente em crime doloso; 
 Exceção (§3º): quando a reincidência em crime doloso não for específica, e a 
substituição seja indicada. 
 Suficiência da substituição da pena: Culpabilidade, antecedentes, conduta social motivos e 
circunstâncias do crime indicarem a suficiência da substituição da pena. (princípio da 
suficiência) 
 
o Crimes culposos: Os crimes culposos admitem a substituição independente da pena privativa de 
liberdade aplicada. 
 
 FIXAÇÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
o Pena privativa de liberdade até 01 ano – a substituição poderá ser por: 
 Multa; ou 
 1 pena restritiva de direitos 
 
o Pena privativa de liberdade superior a 1 ano – a substituição poderá ser por: 
 1 restritiva de direito cumulada com multa; 
 2 restritivas de direitos. 
 
 
 PENA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (art. 45, §§1º e 2º, CP) 
o Beneficiários: vítima ou dependentes, ou entidade pública ou privada com destinação social. 
o Valor: de 1 a 360 salários mínimos; 
o Substituição: se o destinatário concordar, a prestação pecuniária poderá ser de prestação de outra 
natureza. 
o OBS: o valor pago será descontado de eventual reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
 
o Diferenciação: multa X prestação pecuniária 
Prestação pecuniária Multa 
Ambas possuem natureza de pena alternativa 
Os beneficiários são a vítima ou seus sucessores; 
ou entidade pública ou privada com destinação 
social 
O beneficiário será o fundo Penitenciário 
Nacional 
O valor varia de 1 a 360 salários mínimos O valor varia de 10 a 360 dias-multa. (o dia 
DIREITO PENAL II 
 
Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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multa varia de 1/30 a 5 salários mínimos) 
O valor pode ser deduzido na reparação civil O valor NÃO pode ser deduzido na reparação 
civil 
A lei não veda a sua conversão em prisão em caso 
de descumprimento 
A lei proíbe sua conversão em prisão em caso de 
descumprimento. 
 
 
 PENA DE PERDA DE BENS E VALORES (45, §3º, CP) 
o Definição: É a perda de bens e valores do condenado ao Fundo Penitenciário Nacional 
o Valor: terá como teto o que for maior: 
 O montante do prejuízo causado; ou 
 O montante do provento obtido pelo agente ou por terceiro. 
 
 PENA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU ENTIDADES PÚBLICAS 
o Aplicabilidade: é pena aplicável nas condenações SUPERIORES a 06 meses de privação da liberdade. 
o Atenção: São aplicadas conforme as aptidões do apenado, e não será remunerada. 
o Limites (§3º): é limitada a 1 hora de tarefa por dia de condenação, de forma que não prejudique a 
jornada normal de trabalho. 
o Pena privativa superior a 1 ano: ao condenado é facultado cumprir a pena substituta em menor 
tempo, mas nunca por menos da metade da pena privativa de liberdade. 
 
 PENA DE INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS (art. 47, CP) 
o Espécies: 
 Proibição de exercício de função, cargo ou atividade pública, bem como mandato eletivo. 
 Atenção: o dispositivo não fala de emprego público, apesar de estar implícito em função 
e atividade. 
 Muita atenção!!! – Não confunda, a perda da função pública, que é efeito da condenação. 
A proibição é temporária, ao passo que a perda é definitiva. Temos que a proibição 
substitui a privação da liberdade, enquanto a perda pode vir cumulada com pena 
privativa de liberdade, pois é efeito secundário da pena, nos termos do artigo 56, do 
Código Penal. 
 
 
 Proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependa de habilitação especial, de 
licença ou autorização do poder público. 
 Só é aplicada nos crimes cometidos no exercício das referidas atividades com a quebra 
dos deveres que lhe são inerentes, nos termos previstos pelo Artigo 56, do Código 
Penal. 
 
 Suspensão de habilitação ou permissão para dirigir. 
 Está tacitamente revogado pelo CTB e também não se confunde com a inabilitação 
prevista como efeitos da sentença penal condenatória. 
 É aplicada somente aos delitos culposos de transito. Não confundir com a perda dahabilitação que é efeito secundário, e pode vir cumulada com a pena privativa de 
liberdade. A suspensão é aplicada somente aos delitos culposos de transito, nos termos 
do artigo 57, do Código Penal. 
 
 Proibição de frequentar determinados lugares 
 Consiste na proibição de freqüentar de determinados lugares que, em regra, vem especificados, 
ou de portar determinados objetos, recolher-se na residência após determinado horário, dentre 
outras. 
 
 Proibição de inscrever-se em concurso, avaliações ou exames públicos. 
 
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o Atenção: determina o art. 56 do CP que as penalidades de proibição de exercício de função pública ou 
de atividade privada será aplicada sempre que e somente se houver violação dos deveres que lhes são 
inerentes. 
 O agente deve ter agido com abuso de poder ou com violação de dever que lhe impõe a função. 
 
 PENA DE LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA (art. 48, CP) 
o Definição: consiste em permanecer por 5 horas, aos sábados e domingos, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado. 
 
o STJ – não se admite o cumprimento do disposto em presídio, devendo ser remetido a sua residência na 
falta de casa de albergado. 
 
 
13. MULTA (arts. 49 – 52; 58 e 60, CP) 
 
É uma espécie de pena alternativa, junto com as restritivas de direitos. A multa pode surgir como pena principal 
(isolada, cumulada ou alternadamente) e também como pena substitutiva da PPL, quer sozinha, quer em 
conjunto com uma PPL, independentemente de cominação na parte especial do CP. 
 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
o Destinação: o pagamento da multa destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; 
 
o Aplicação: pode ser aplicada de forma 
 Isolada: quando o dispositivo prevê somente a pena de multa; 
 Cumulativa: privativa de liberdade e multa; 
 Alternada: privativa de liberdade ou multa 
 
 QUANTUM 
o Varia de 10 a 360 dias-multa; 
 O dia multa varia de 1/30 a 5 salários mínimos. 
 O valor será atualizado a partir da data do fato. 
o Situação econômica do réu como parâmetro: o §1º do art. 60 determina que a quantificação da 
multa deve observar principalmente a situação econômica do réu, o que permite ao juiz a triplicação do 
valor da multa quando o valor máximo se mostrar ineficaz devido a situação econômica do réu. 
 
 FIXAÇÃO: A fixação da pena de multa se divide em duas macrofases (excepcionalmente três): 
o 1ª Etapa: Cálculo da quantidade de dias-multa (de 10 a 360 dias-multa), conforme previsão do art. 49. 
A fixação desse quantum é baseada no critério trifásico do art. 68 do CP (Parte-se de 10 dias-multa; 
analisam-se as circunstâncias judiciais para a mensuração da pena-base de multa; analisam-se 
agravantes e atenuantes; por último minorantes e majorantes). Feito isso, chega-se a um número X de 
dias-multa. 
o 2ª Etapa: Fixação do valor do dia-multa (pode variar de 1/30 até 5x o salário-mínimo), conforme a 
capacidade financeira do condenado (art. 49, §1º). 
 
o 3ª Etapa: Se entender que o valor obtido não será eficaz para atingir os fins da pena (princípio da 
suficiência), o juiz pode triplicá-lo, também com base na situação econômica do condenado. 
o OBS: Essa triplicação na Lei Ambiental se baseia na VANTAGEM AUFERIDA com o delito. 
 
 PAGAMENTO 
o A multa somente deve ser exigida após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 A execução provisória é inadmissível. 
 
o O pagamento não guarda relação com a extinção da punibilidade, que deve ser decretada independente 
do pagamento da multa. 
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 NATUREZA JURÍDICA 
o A multa é considerada dívida de valor, e aplica-se as disposições relativa à dívida ativa da Fazenda. 
 O MP tem legitimidade para executar a pena de multa, pois tem caráter extrapenal. 
 Apesar disso, permanece o princípio da intransmissibilidade, sendo que a pena de multa não se 
transmite aos herdeiros. 
 
o Não se admite a conversão em pena privativa de liberdade pelo inadimplemento da multa. 
 
 SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA MULTA 
o A execução da pena de multa será suspensa se sobrevier ao apenado doença mental. 
 
o Atenção: 
 É suspensa, e não extinta, até que o condenado retome a higidez mental. 
 A prescrição correrá normalmente durante a suspensão caso não ocorra uma das hipóteses de 
suspensão da pena de multa nos termos da execução fiscal. 
 
 MULTA SUBSTITUTIVA (§2º do art. 60 do CP) 
o A pena privativa de liberdade não superior a 6 meses pode ser substituída pela pena de multa. 
 Surge a pergunta: Não haveria conflito entre o art. 44, §2º e o art. 60, §2º do CP (que não foi 
expressamente revogado)? CORRENTE MAJORITÁRIA: PREVALECE que o art. 44 do CP, com a 
nova redação dada pela Lei 9.714/98, revogou tacitamente o §2º do art. 60 do CP. 
o Conclusão: Multa substitui PPL não superior a 01 ano e não pode ser convertida em caso de não 
pagamento. 
 
o Determina o parágrafo único do art. 58 do CP que na situação acima a pena de multa poderá ser 
aplicada independente de previsão na parte especial. 
 
o Súmula 171 do STJ – veda a substituição da pena privativa de liberdade quando na lei especial houver 
cumulativamente a pena privativa de liberdade e pena pecuniária. 
14. SURSIS – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
 INTRODUÇÃO 
o Definição: Trata-se de um benefício aplicado pelo Juiz no momento em que profere a sentença 
condenatória. Suspende-se por dois a quatro anos a pena privativa de liberdade não superior a dois 
anos, na falta de reincidência em crime doloso, quando a conduta social e a personalidade do agente 
permitam a concessão do benefício, e quando não for possível a substituição da pena privativa de 
liberdade pela restritiva de direitos. Se o condenado possuir idade superior a setenta anos e for 
condenado a pena não superior a quatro anos, poderá ser suspensa a pena por quatro a seis anos. 
 
o Natureza jurídica: é direito subjetivo do sentenciado. 
 
o Cassação: 
 Recurso da acusação que impede a execução do benefício 
 Ausência na audiência admonitória: a revelia no processo de conhecimento não impede a 
concessão do benefício, mas a presença do sentenciado na audiência admonitória será 
obrigatória, sob pena de cassação do benefício. 
 Audiência admonitória: trata-se de audiência específica do SURSIS, que visa advertir o 
condenado sobre as consequências do descumprimento das condições; 
 Momento: deve ser realizada após o trânsito em julgado da sentença condenatória; 
 
o Período de prova do SURSIS nas contravenções penais 
 Nos termos do art. 11 varia de 01 a 03 anos. 
 
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 REQUISITOS (art. 77, incisos, CP) 
o Condenado não reincidente em crime doloso; 
 Pena de multa (§1º do art. 77): condenação anterior a pena de multa não impede aplicação do 
SURSIS; 
 
o Circunstâncias judiciais favoráveis; 
 
o Impossibilidade de aplicação de pena restritiva de direitos; 
 
 SURSIS: simples 
o Pressupostos: 
 Pena imposta (caput do art. 77): não superior a 02 anos; 
 OBS: considera-se o concurso de crimes. 
 
 Período de prova (§1º do art. 78): varia de 02 a 04 anos; 
 
o Condições (§1º do art. 78): no primeiro ano do prazo, o condenado deverá prestar serviços à 
comunidade ou submeter-se a limitação de fim de semana; 
 
 SURSIS: especial 
o Pressupostos: 
 Atender aos pressupostos do SURSIS simples 
 Pena imposta não superior a 02 anos; 
 Período de prova varia de 02 a 04 anos; 
 
 Reparação do dano, salvo comprovadaimpossibilidade de fazê-lo; 
 
 Condições judiciais inteiramente favoráveis; 
 
o Condições (§2º do art. 78): 
 Proibição de frequentar lugares; 
 Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização; 
 Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para justificar atividades; 
 
 SURSIS: etário X humanitário 
o Definição: É a aplicação da suspensão condicional da pena por razões de idade ou doença. 
 A diferença entre um e outro está apenas um pressuposto: 
 Etário: idade maior de 70 anos; 
 Humanitário: razões de saúde que justifiquem a aplicação do instituto; 
 
o Pressupostos (§2º do art. 77): 
 Comum ás duas espécies: 
 Pena: não superior a 4 anos; 
o Considera-se o concurso de crimes; 
 Período de prova: varia de 4 a 6 anos; 
 
 SURSIS etário: idade superior a 70 anos; 
 
 SURSIS humanitário: doença que justifique a suspensão. 
 
o Condições: 
 Aplica-se o §1º ou 2º, a depender da reparação do dano e das condições judiciais inteiramente 
favoráveis. 
 
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 REVOGAÇÃO DO SURSIS (art. 81, CP) 
o OBRIGATÓRIA (incisos): são situações que ocorrem durante o período de prova. 
 Se condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
 Não importa se o crime foi praticado antes ou depois do período de prova. 
 Majoritário: entende que é causa automática, que independe de decisão do juiz; 
 
 Quando não efetua, sem justo motivo, a reparação do dano; 
 O inadimplemento da pena de multa não é mais causa de revogação do SURSIS, visto a 
lei 9268 impõe que o inadimplemento da pena de multa só pode resultar em execução 
da multa. 
 
 Quando não cumpre o art. 79, §1º, que exige, no primeiro ano do período de prova, a prestação 
de serviços a comunidade e a limitação de fim de semana; 
 
o FACULTATIVA 
 Hipóteses: 
 Se condenado, em sentença irrecorrível, por crime culposos ou por contravenção penal, 
a pena restritiva de direitos ou privativa de liberdade. 
 Se descumpre qualquer outra condição imposta. 
 
 Opções do juiz: 
 Revogação (facultativa); (§1º) 
 Advertência; 
 Prorrogação do período de prova (§3º); 
 Exacerbar as condições impostas; 
 
 PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA 
o Obrigatória (§2º): Se o beneficiário está respondendo a processo, por outro crime ou contravenção; 
 Depende de processo iniciado, não bastando IP; 
o Facultativa (§3º): nas hipóteses de revogação facultativa, o juiz pode prorrogar até o máximo o 
período de prova, se este não foi fixado. 
 
o Atenção: durante a prorrogação não subsistem as condições impostas. 
 
 EXTINÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (82, CP) 
o Expirado o prazo do período de prova sem que tenha ocorrido revogação, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade; 
 A extinção carece de decisão declaratória; 
 
o Revogação posterior: se descumprida condição durante o período de prova, mesmo após expirado o 
prazo, o SURSIS poderá ser revogado. 
 
 CONSIDERAÇÕES 
o SURSIS incondicionado: é inadmissível a ausência de especificação das condições na sentença. 
 Antes do trânsito em julgado da sentença: Cabe embargos de declaração; 
 Depois o trânsito em julgado: cabe ao juiz da execução, de ofício ou por provocação do MP, 
especificar as condições do SURSIS. 
 
o Outras condições (art. 79, CP) 
 O juiz poderá fixar outras condições na sentença, desde que adequadas ao fato e à situação 
pessoal do condenado. 
 Obs: não podem ser impostas condições que representem obrigações de outros dispositivos 
legais, tais como reparar o dano e pagar as custas judiciais. 
 
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o Vedação de aplicação do SURSIS à pena de multa e restritivas de direito (art. 80) 
 O SURSIS não pode ser aplicado sobre as penas de multa e restritivas de direito. 
 
o É possível SURSIS sucessivos e simultâneos? 
 Sim. É o caso em que o beneficiado, depois de cumprir o SURSIS, ou durante o período de prova, 
vem a ser condenado por crime culposo ou contravenç~çao penal, hipótese de revogação 
facultativa. 
 Ex. condenado por furto, tem o benefício SURSIS. No cumprimento do período de prova é 
condenado por homicídio culposo. A revogação é facultativa, e se o juiz não revogar poderá 
aplicar o SURSIS sucessivo, ficando condenado sujeito a dois SURSIS, sucessivos e simultâneos. 
 
o Suspensão dos direitos políticos: entende o STF que a condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos, suspende os direitos políticos, pouco importando o crime ou tipo de 
pena 
 MINORITÁRIO – a suspensão dos direitos políticos no SURSIS, só se aplica quando inviável o 
exercício desse direito. 
 
o O SURSIS gera maus antecedentes e reincidência; 
 
 
 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO x SURSIS 
A SURSIS Processual consiste em beneficio oferecido pelo Ministério Público no momento do oferecimento da 
denúncia e encontra-se previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95. 
Aplica-se nas infrações cuja pena MÍNIMA não excede 1 ano. 
Exemplos: 
 Furto (pena 1 a 4 anos) – tem direito a sursis processual 
 Estelionato (pena de 1 a 5 anos) – tem direito a sursis processual 
 Apropriação indébita (1 a 4 anos) – tem direito a sursis processual 
 Atenção! Esse benefício não se aplica aos casos de violência doméstica ou familiar contra a mulher 
 
SURSIS Suspenção condicional do processo 
Suspenção da pena Suspensão do processo 
Execução mitigada da pena Causa extintiva da punibilidade 
Pena aplicada até 2 anos (excepcionalmente até 4 
anos) 
Pena mínima cominada até 1 ano 
Período de prova variando de 2 a 4 anos 
(excepcionalmente varia entre 4 e 6 anos) 
Período de prova de 2 anos 
Pressupõe reconhecimento de culpa e de condenação 
– permite a reincidência. 
Evita condenação e reconhecimento de culpa – não 
permite reincidência 
Gera título executivo judicial Não gera título executivo judicial. 
 
 
15. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
 DEFINIÇÃO: É decorrência do sistema progressivo. Fica condicionado ao cumprimento de pressupostos. 
Antecipação provisória da execução da pena, na qual o condenado é posto em liberdade, mediante o 
cumprimento de obrigações determinadas pelo juiz da Vara de Execuções. É aplicado após cumprimento de 
parte da pena, mediante a observância de alguns requisitos. Se o Condenado não é reincidente em crime 
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doloso, é necessário ter cumprido mais de um terço da pena. Se reincidente, é necessário ter cumprido mais da 
metade. São considerados ainda fatores como o bom comportamento durante o cumprimento da pena, e a 
reparação do dano causado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo. No caso de crime hediondo, é necessário o 
cumprimento de pelo menos dois terços da pena. 
 
 
 PRESSUPOSTOS 
o Objetivos 
 Condenado a pena privativa de liberdade; 
 Pena igual ou superior a 02 anos. 
 Reparação do dano causado com a infração; 
 Cumprida parte da pena: 
 Mais de 1/3, se não reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes 
o Logo, se reincidente em crime culposo, caberá livramento condicional 
 Mais de 1/2, se reincidente em crime doloso. 
 Mais de 2/3, em crimes hediondos ou equiparados, desde que não reincidente 
específico em crimes dessa natureza. 
o Reincidência específica: prevalece a definição de que é a prática de qualquer 
dos crimes hediondos ou equiparados. 
 
o Subjetivos 
 Comportamento satisfatório no cumprimento da pena; 
 Aptidão para prover a própria subsistência Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído. 
 Nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa 
 Constatação de condições pessoais que indiquem que o liberado não voltara a 
delinquir. 
 Questões 
o Qual a quantidade de pena que deve cumprir o primário de maus antecedentes? 
 Na omissão da lei, prevalece que deve cumpri 1/3 da pena. 
 
o O tempo de detração e remição deve ser computado para concessão do benefício? 
 É computado para concessão do benefício 
 
o É necessário que o condenado passe por todos os estágios da pena para que tenha o livramento 
condicional? 
 Não é necessário. 
 
o O STJ já admitiu a concessão do benefício antes do trânsito em julgado, visto que o condenado estava 
preso provisoriamente por tempo suficiente para a concessão do benefício. 
 
o Súmula 715, STF - A unificação da pena para cumprimento do máximo de trinta anos não é computado 
para benefícios; 
 
o Súmula 441, STJ – a falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional; 
 
o Expulsão de estrangeiro: Não há compatibilidade entre o livramento condicional e a expulsão de 
estrangeiro. 
 
o Soma de penas (art. 84): as penas de infrações diversas poderão ser somadas para se alcançar o 
mínimo de 02 anos para concessão do livramento, mesmo que de processos distintos; 
 
 CONDIÇÕES (art. 85 cc 132 da LEP) 
o Determina o CP que a sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
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o Condições obrigatórias: Serão sempre impostas as seguintes obrigações (132, CP): 
 Obter ocupação lícita dentro de prazo razoável; 
 Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; 
 Não mudar do território da comarca do juízo da execução sem autorização prévia; 
 
o Condições facultativas: poderão ser impostas 
 Não mudar de residência sem comunicar ao juiz e à autoridade incumbida da observação 
cautelar e de proteção; 
 Recolher à habitação em horário fixado; 
 Não frequentar determinados lugares. 
 
o A não aceitação das condições torna sem efeito o livramento, devendo cumprir a pena integralmente. 
 
 REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA DO LIVRAMENTO (86, CP) 
o Requisitos: 
 Condenação a pena privativa de liberdade, 
 Condenação a pena restritiva de direitos ou multa não gera revogação do benefício; 
 Em sentença irrecorrível: 
 
o Hipóteses: 
 Por crime cometido durante a vigência do benefício; 
 Por crime anteriormente. 
 
o Efeitos da revogação por crime COMETIDO DURANTE a vigência do benefício: 
 Não se computa na pena o tempo em que o condenado se livrou solto. 
 Art. 88, CP - Não se concede novo livramento condicional na mesma pena; 
 Art. 88, CP - Não impede a concessão do benefício em relação a segunda pena, desde que 
cumprida a primeira. 
 O restante da pena não se pode somar à pena do novo crime para concessão do benefício; 
 
o Efeitos da revogação por crime ANTERIOR à vigência do benefício: 
 Se não se demonstrar desadaptação da liberdade condicional, o período de prova é computado 
como tempo de pena cumprido; 
 É possível concessão de novo livramento na mesma pena, podendo inclusive somar o restante 
da pena com a pena do crime novo para preenchimento do requisito. 
 
o STF – monstruosidade – decidiu que a revogação do livramento condicional dev ser fundamentada, 
demonstrando sua imprescindibilidade, mesmo na hipótese de crime superveniente. 
 
 REVOGAÇÃO FACULTATIVA DO LIVRAMENTO (art. 87, CP) 
o Hipóteses 
 Se liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença. 
 For condenado a pena diversa da privativa de liberdade, em decorrência de crime ou 
contravenção; 
 
o Ao juiz abrem-se as seguintes opções: 
 Revogar o livramento; 
 Advertir o liberado; 
 Agravar as condições; 
 
 CONSIDERAÇÕES 
o Revogação: 
 Não há previsão legal de revogação, obrigatória ou facultativa, no caso de condenação a prisão 
simples (decorrência de contravenção penal). 
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o Extinção (art. 89, CP) 
 Se o liberado vier a ser processado por crime ocorrido na vigência do livramento, o juiz não 
poderá declara extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença. 
 A prorrogação automática só abrange processos, e não IP. 
 Crimes 
 Cometidos durante o benefício. 
 
 Durante a prorrogação não permanecem as condições impostas na sentença. 
 
 Extinção automática: a extinção da pena é decorrência automática do decurso do prazo sem 
que haja prorrogação ou revogação. 
 O juiz da execução não pode retroagir ao tempo do período de prova para revogar o 
benefício. 
 
 
16. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 
 EFEITOS PENAIS 
1) Primários: submeter o condenado à execução forçada. 
2) Secundários: interrupção da prescrição, reincidência, pode revogar o “sursis” etc. 
 
 EFEITOS EXTRAPENAIS 
Temos como efeitos EXTRAPENAIS: 
 
1) Genéricos (art. 91 CP) 
 
o Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
o A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
o Dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou 
detenção constitua fato ilícito; 
o Do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com 
a prática do fato criminoso. 
 
2) Específicos (art. 92 CP) 
 
o A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
o Quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes 
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; 
o Quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais 
casos. 
o A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de 
reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; 
o A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. 
 
 
 GENÉRICOS (ART. 91) 
O primeiro e mais importante efeito genérico da condenação é transformar a sentença penal condenatória em 
título executivo judicial demandando a liquidação no juízo cível. 
OBS1: com o advento da lei 11.719/08 pode o juiz criminal, na condenação fixar, desde logo, o quantum certo e 
determinado para servir a indenização (art. 387, CPP), parte esta da sentença que dispensa liquidação. 
 
OBS2: qualquer decisão que tenha caráter absolutório, não serve como título executivo. Exemplos: perdão judicial, 
absolutória imprópria, etc. Ou seja, a averiguação do quantum deverá ser feita EXCLUSIVAMENTE no cível. 
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Teoria da Pena e execução penal. Concurso de crimes. Efeitos da condenação. Extinção da punibilidade 
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Ou seja, uma arma REGULAR usada para matar não pode ser perdida em favor da União, pois seu porte não 
constituía fato ilícito. 
 
 Os novos dispositivos 
afirmam que, se o produto ou proveito do crime não for encontrado ou se estiver fora do país (o que dificultaria 
seu confisco), poderão ser confiscados bens ou valores equivalentes. 
 
Exemplo: Gregório, servidor público, com o dinheiro decorrente de propinas (corrução passiva) adquire um belo 
apartamento em Miami Beach, avaliado em 1 milhão de reais. Ao final do processo, como um dos efeitos da 
condenação, o juiz determinará que Gregório perca 1 milhão de reais em favor da União, valor este equivalente ao 
proveito do crime, que se encontra no exterior. 
 
 
 ESPECÍFICOS (ART. 92) 
 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: 
I - a perda decargo, função pública ou mandato eletivo: 
 
OBS: A regulamentação da perda do mandato eletivo está na CF. Conforme o art. 15, III da CF, qualquer 
condenação criminal (independentemente de tipo ou quantidade de pena) acarreta em suspensão dos direitos 
políticos, que gera, consequentemente, a perda do mandato eletivo. 
 
CF Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
 
Exceção: O art. 55, VI e §2º CF dispõe que, inobstante tenham suspensos os direitos políticos, a perda do cargo dos 
parlamentares federais dependerá de decisão da maioria absoluta da respectiva casa legislativa. 
 
Crimes funcionais ou com crimes cometidos com violação de dever funcional: Aplicada pena privativa de liberdade 
igual ou superior a 01 ano. OBS: Se forem aplicadas penas de multa ou restritivas de direitos (ou PPL inferior a 01 
ano) não há que se falar em perda de cargo. 
ATENÇÃO! Os efeitos extrapenais não são automáticos, ou seja, devem ser motivadamente declarados na sentença 
(art. 92, parágrafo único e STJ – Resp 1.044.866/MG). O juiz deve justificar o porquê de estar aplicando um 
determinado efeito à condenação. Exemplo do Rogério: Policiais sequestrando o traficante. 
OBS: Na lei de tortura os efeitos são automáticos. 
 
 
 EFEITOS PREVISTOS NA CF/88 
Suspende os direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da condenação (CF, art. 15, III) e impede a 
naturalização do estrangeiro (CF, art. 12, II, “b”). 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
Art. 12. São brasileiros: 
II - naturalizados: 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
Esses efeitos duram quanto tempo? A reabilitação é um instrumento à disposição do condenado para suspender 
esses efeitos. 
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17. REABILITAÇÃO 
 
 PREVISÃO LEGAL 
Art. 93 e seguintes do CP; 
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado 
o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste 
Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. 
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer 
modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento 
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e 
privado; 
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia 
do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. 
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja 
instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. 
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for 
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. 
 
 CONCEITO 
Instituto declaratório (declaração judicial) que garante ao condenado: 
1) Suspensão de ALGUNS efeitos extrapenais específicos da condenação. 
2) Sigilo dos registros sobre seu processo, condenação e pena. 
 
*OBS: Essa garantia do sigilo é desnecessária, pois já é prevista no art. 202 da LEP, INDEPENDENTEMENTE de 
pedido ou preenchimento de requisitos, porquanto é um efeito automático do cumprimento/extinção da pena. 
Conforme o artigo, percebe-se que esse sigilo não é absoluto. 
 
A reabilitação serve para suspender os efeitos extrapenais do art. 92 do C, sendo que nos dois primeiros 
incisos, a reabilitação NÃO É INTEGRAL. 
 
Exemplo 1: JOÃO, condenado por peculato, perdeu o cargo público. Com a reabilitação, JOÃO pode voltar aos 
quadros da Administração Pública, mas depende de nova investidura (reabilitação parcial). 
Exemplo 2: JOÃO, pai de três filhas, foi condenado pelo estupro da mais velha. Na sentença, o juiz julgou JOÃO 
incapaz de exercer o poder familiar. Depois de reabilitado, JOÃO pode voltar a exercer o poder sobre as filhas, 
porém não em face daquela vítima do estupro. 
 
Conforme o art. 93, parágrafo único, apenas o inciso III traduz uma suspensão absoluta de efeito da condenação, de 
forma que, deferido o pedido de reabilitação, o reabilitado tem sua habilitação para dirigir restaurada. Já nos casos 
dos incisos I e II, os efeitos da condenação são parcialmente suspensos. Assim, no caso de perda do poder familiar 
(tutela ou curatela) o reabilitado não recuperará o poder sobre a vítima do crime, podendo exercê-lo em relação a 
demais filhos, tutelados ou curatelados. No caso de perda de cargo público, a reabilitação não lhe devolve o cargo, 
mas permite que o reabilitado ingresso novamente nos quadros da Administração, através de novo concurso. 
 
 
 REQUISITOS 
 
CUMULATIVOS: PREVISÃO LEGAL 
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de 
qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do 
livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
DIREITO PENAL II 
 
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II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público 
e privado; 
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, 
até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. 
 
Decorridos dois anos da extinção ou cumprimento da pena : Computando-se o período de ‘sursis’ e livramento 
condicional, se não sobrevier revogação. Ou seja, se o sujeito fica três anos em período de prova no ‘sursis’, findo 
esse período e declarada extinta a pena, estará apto a requerer a reabilitação. 
 
Domicílio no país durante o prazo de carência (dois anos): Bitencourt questiona a constitucionalidade desse 
requisito, porquanto limita injustificadamente a liberdade de locomoção do indivíduo. Jurisprudência: Essa 
limitação não impede de forma absoluta que o sujeito viaje para o exterior, mormente quando for a trabalho. 
 
Demonstração de bom comportamento público e privado: viés subjetivo. 
 
Ressarcimento do dano, salvo: 
1) Impossibilidade de ressarcir; 
2) Renúncia da vítima (comprovada documentalmente); 
3) Novação da dívida. 
 
 NEGATIVA DE REABILITAÇÃO 
A reabilitação indeferida poderá ser novamente requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído 
com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários (art. 94, parágrafo único da CP). 
 
Nova prova é aquela que não fez parte do pedido anterior. 
 
Importante - No caso de várias condenações, PREVALECE que a reabilitação deve aguardar o cumprimento de 
todas as sanções impostas (está vedada a reabilitação isolada). 
 
É possível reabilitação de medida de segurança? 
Apesar do silêncio da lei, prevalece que é possível, principalmente para

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