Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CIÊNCIAS CRIMINAIS Direito Penal – legislação penal formal. Direito Processual Penal – único meio legítimo de aplicação da pena. Política Criminal – postura adotada pelo Estado no combate à criminalidade. Criminologia – ciência que estuda o crime enquanto fenômeno social. NOMECLATURA Direito Penal – ressalta o aspecto punitivo (pena). Direito Criminal – ressalta o aspecto criminal (crime). FONTES DO DIREITO Fontes Materiais – fontes de produção, relacionam-‐se à origem do direito. Fontes Formais – fontes de conhecimento ou cognição, relacionam-‐se às formas de manifestação das normas jurídicas. Fontes Escritas – lei, jurisprudência e doutrina. Fontes Não Escritas – costumes, princípios gerais do direito e o poder negocial entre os cidadãos. * Teorias Criminológicas Consensuais –definem os interesses, necessidades ou valores gerais da sociedade como fontes matérias do direito. * Teorias Criminológicas Conflituais – definem os interesses, necessidades ou valores de classes sociais detentoras do poder do Estado como fontes materiais do direito. FONTE DO DIREITO PENAL O Estado é a única fonte de produção – Fonte Material – do direito penal. O instrumento para materializar sua vontade é a lei. * Art. 22, I, CF – estabelece a competência privativa da União para legislar em matéria penal. Consagrando o princípio da representatividade (art. 1, parágrafo único, CF). Juarez Ciniro – “O direito penal possui uma única e exclusiva fonte: a lei penal”. * A lei formal é a fonte primária do direito a que todas as outras fontes se condicionam e subordinam. Evidentemente estão fora do conceito de lei formal os decretos, regulamentos, resoluções, portarias ou medidas provisórias. CONCEITO DE DIREITO PENAL Cezar – “Um conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de segurança”. Welzel – “É aquela parte do ordenamento jurídico que fixa as características da Ação criminosa, associando ao delito, como pressuposto, a pena como conseqüência”. Mezger – “É o conjunto de normas jurídicas que regulam o exercício do poder punitivo do Estado, associando ao delito, como pressuposto, a pena como conseqüência”. Zaffaroni – concepção política do direito penal. Direito Penal ou Saber Penal – discurso dos juristas Legislação Penal – ato do poder político * O direito penal tem que responder a três perguntas: Que é direito penal? (Teoria do Direito Penal) Sob quais pressupostos pode ser requerida a habilitação da pena? (Teoria do Delito) Como a agencia judicial correspondente deve responder a este requerimento? (Teoria da Responsabilidade Penal) Zaffaroni – “Ramo do saber jurídico que, mediante a interpretação das leis penais, propõe aos juízes um sistema orientador de decisões que contem e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do estado constitucional de direito”. ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO PENAL Não foi abordado a cronologia dos diplomas legislativos. Optou-‐se por um relato criminológico com ênfase na Escola Clássica e na Escola Positiva. * Breve relato sobro o direito penal no medievo. * Noções básicas sobre o sistema acusatório e o sistema inquisitório. * Aspectos históricos do processo penal e do processo penal enquanto procedimento. * O pensamento contratualista (contrato social) como fator legitimador do direito penal. * O iluminismo e o desenvolvimento dos princípios basilares do direito penal liberal. * Codificação penal. * A influência do positivismo científico no direito penal. * A disputa da medicina com o direito pelo controle do delito. * Delito como ente jurídico e delito como fato natural. * A oposição ao livre arbítrio e o determinismo. * O criminoso como ser atávico. * Culpa moral e periculosidade. * Consolidação das concepções de defesa social. Direito penal enquanto política e pena enquanto fato social (Zaffaroni). Jus Puniendi (Direito de Punir) – Ius Puniendi (Poder de Punir) Direito – Poder – Poder-‐Dever Direito Penal – Garantia Individual Processo Penal – Meio de Efetivação das Garantias Juiz Penal – Garantidor dos direitos fundamentais dos cidadãos Lei do Débil (Ferrajoli) ATENÇÃO: para melhor compreensão dos tópicos referentes aos aspectos históricos do direito penal, assistir a aula – Teoria do Direito Penal – do professor Zaffaroni enviada para o e-‐mail da turma e/ou ler o primeiro capítulo do livro dos professores Raúl Zaffaroni e Nilo Batista (xerox disponibilizado para a turma). IMPORTANTE: quem assistir a aula do professor Zaffaroni sobre a Teoria do Delito deverá termuito cuidado – o autor tem uma concepção de direito penal completamente distinta da doutrina clássica. FINALIDADES DO DIREITO PENAL (Teorias da Pena) TEORIAS LEGITIMADORAS ABSOLUTAS Retribuição – ao mal do crime o mal da pena (Lei do Talião). Ética – retribuição enquanto imperativo ético (Kant). Jurídica – retribuição como valoração jurídica (Hegel). Ontoantropológica – ao mal do crime o bem da pena (Faria Costa), concepção fundamentada nas noções de ética e dever de cuidado de Heidegger. RELATIVAS Prevenção Geral – direciona-‐se à coletividade. Negativa – dissuasão, medo e intimidação. Positiva – preservação da norma, reafirmação de validade. Prevenção Especial – direciona-‐se ao indivíduo. Negativa – técnicas de neutralização. Positiva – técnicas terapêuticas e pedagógicas. Ecléticas ou Mistas – concepção multifuncional. TEORIAS DESLEGITIMADORAS Agnóstica – fato social, ato político, ausência de finalidades (Zaffaroni). Abolicionista – há várias vertentes (Louk Husman – Thomas Mathiesen – Nils Crhistie – Michel Foucault) FUNÇÕES DO DIREITO PENAL É pacífico o entendimento de que a função do direito penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais. * Função do Direito Penal não se confunde com Finalidade do Direito Penal. BEM JURÍDICO Assis Toledo – “Bem, em sentido amplo, é tudo o que se apresenta digno, útil, necessário, valioso. Os bens são coisas reais ou objetos ideais dotados de valor, isto é, coisas materiais e objetos imateriais que, alem de serem o que são, valem”. * Os bens jurídicos protegidos pelo direito penal não interessam ao indivíduo, exclusivamente, mas à coletividade como um todo. A relação existente entre o autor do delito e a vítima é de natureza secundária, uma vez que esta não tem direito de punir. Vítima – não detém o Ius Puniendi, mas tão somente o Ius Accusationis Direito Penal – Ultima Ratio * A proteção de bens jurídicos realizada pelo direito penal é de natureza subsidiária e fragmentária. Subsidiária – supõe a atuação de outros meios de proteção do instrumental sócio-‐político e jurídico do Estado. Fragmentária – não protege todos os bens jurídicos, apenas parcialmente os bens jurídicos selecionados para proteção. LIMITES DA PROTEÇÃO A proteção penal não abrange todos os tipos de lesões. Mesmo em relação aos bens jurídicos penalmente protegidos o direito penal restringe sua tutela a certos tipos de lesão. * Ex: dolo e culpa. O Estado não pode invadir a esfera dos direitos individuais dos cidadãos. * Ex: proteção contra si mesmo (autolesão). CONCEITO DE BEM JURÍDICO Cezar – “Todo o valor da vida humana protegido pelo direito”. Welzel – “Bem jurídico é um bem vital ou individual que, devido ao seu significado social, é juridicamente protegido. (...) Toda a situação social desejada que o direito quer garantir contra lesões”. * Ex: psicofísico (vida) – espiritual-‐ideal (honra) – situação real (inviolabilidade de domicílio) – ligação vital (casamento ou parentesco) – relação jurídica (propriedade) – comportamento de terceiro (lealdade do funcionário público). Assis Toledo – “Bens jurídicos são valores ético-‐sociais que o direito seleciona, com o objetivo de assegurar a paz social, e coloca sob sua proteção para que não sejam expostos a perigo de ataques ou a lesões efetivas”. BEM JURÍDICO TUTELADO E OBJETO MATERIAL DO CRIME * Ex: crime de homicídio (bem jurídico: vida – objeto material: cadáver). CARACTERISTICAS DO DIREITO PENAL Normativo – tem como objeto o estudo da norma, o direito positivo. Valorativo – estabelece sua própria escala de valores, uma escala hierárquica. Finalista – na medida em que visa a proteção de bens jurídicos fundamentais, como garantia de sobrevivência da ordem jurídica. Sancionador – protege a ordem jurídica cominando sanções, não cria bens jurídicos mas acrescenta tutela penal aos bens jurídicos regulados por outras áreas do direito. Excepcionalmente Constitutivo – quando protege bens ou interesses não regulados por outras áreas do direito. * Ex: omissão de socorro, mau trato de animais. * Cezar – “Mesmo quando tutela bens jurídicos regulados por outras áreas do direito, o faz de maneira peculiar, dando-‐lhes nova feição e com distinta valoração”. CLASSIFICAÇÕES Direito Penal Objetivo – é o direito penal positivado (lei penal). É positivo na medida em que sua obrigatoriedade não depende de anuência dos destinatários, a vontade estatal o impõe e seu cumprimento esta garantido pela coerção. Direito Penal Subjetivo – é o “Jus Puniendi” pertencente aoEstado, manifestação de seu poder de império. (NÃO EXISTE DIREITO SUBJETIVO DO ESTADO, MAS MANIFESTAÇÃO DE PODER). Direito Penal Substantivo (material) – é a legislação penal (as normas). Direito Penal Adjetivo (formal) – é o direito processual que determina a forma de aplicação do direito material.
Compartilhar