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Lei Penal no Tempo

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PRINCÍPIO	
  DA	
  LEGALIDADE	
  
*	
  Art.	
  5o,	
  XXXIX,	
  da	
  CF	
  –	
  Não	
  há	
  crime	
  sem	
  lei	
  anterior	
  que	
  o	
  defina,	
  nem	
  pena	
  sem	
  prévia	
  cominação	
  legal.	
  	
   *	
  Art.	
  1o	
  do	
  CP	
  –	
  Não	
  há	
  crime	
  sem	
  lei	
  anterior	
  que	
  o	
  defina.	
  Não	
  há	
  pena	
  sem	
  prévia	
  cominação	
  legal.	
  	
  	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  	
   Reserva	
  Legal	
  (art.	
  1o	
  do	
  CP	
  –	
  primeira	
  parte)	
  e	
  Anterioridade	
  (art.	
  1o	
  do	
  CP	
  –	
  segunda	
  parte)	
  
	
  
DESDOBRAMENTOS	
  DO	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  LEGALIDADE	
  	
  
	
  
Lex	
  praevia	
  –	
  lei	
  prévia	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Princípio	
  da	
  Anterioridade	
  A	
  lei	
  que	
  institui	
  o	
  crime	
  e	
  a	
  pena	
  deve	
  ser	
  anterior	
  ao	
  fato	
  que	
  se	
  quer	
  punir.	
  	
  *	
  Art.	
  5o,	
  XL,	
  da	
  CF	
  –	
  A	
  lei	
  não	
  retroagirá,	
  salvo	
  para	
  beneficiar	
  o	
  réu.	
  	
  
	
  	
  
Lex	
  stricta	
  –	
  lei	
  estrita	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Princípio	
  da	
  Máxima	
  Taxatividade	
  Legal	
  e	
  Interpretativa	
  As	
   incriminações	
   só	
   podem	
   decorrer	
   de	
   lei	
   em	
   sentido	
   estrito,	
   isto	
   é,	
   LEIS	
   ORDINÁRIAS.	
  Inicialmente,	
  se	
  o	
  princípio	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes	
  restar	
  intacto,	
  admite-­‐se	
  que	
  um	
  tipo	
  incriminador	
   seja	
   criado	
   por	
   LEI	
   COMPLEMENTAR	
   ou	
  EMENDA	
   CONSTITUCIONAL,	
   pois	
  além	
   de	
   estar	
   em	
   igual	
   hierarquia	
   submete-­‐se	
   a	
   procedimento	
   legislativo	
  mais	
   rigoroso	
   –	
  aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta.	
  
*	
  Art.	
  22,	
  inc.	
  I,	
  da	
  CF	
  –	
  é	
  competência	
  privativa	
  da	
  União	
  legislar	
  em	
  matéria	
  penal.	
  	
  
*	
  Súmula	
  722	
  do	
  STF	
  –	
  São	
  da	
  competência	
  legislativa	
  da	
  União	
  a	
  definição	
  dos	
  crimes	
  de	
  responsabilidade	
  e	
  o	
  estabelecimento	
  das	
  respectivas	
  normas	
  de	
  processo	
  e	
  julgamento.	
  
*	
   Art.	
   22,	
   parágrafo	
   único,	
   da	
   CF	
   –	
   os	
   Estados	
   poderão	
   legislar	
   nessa	
   matéria	
   caso	
   a	
   União	
   edite	
   lei	
  complementar	
  delegando	
  essa	
  atribuição.	
  	
  A	
  MEDIDA	
  PROVISÓRIA	
   por	
  não	
   ser	
   lei	
   antes	
  de	
   sua	
   aprovação	
  pelo	
  Congresso	
  Nacional,	
  não	
  pode	
  instituir	
  crime	
  ou	
  pena	
  criminal.	
  
*	
  Exige	
  como	
  requisitos	
  “relevância	
  e	
  urgência”	
  –	
  art.	
  62	
  da	
  CF.	
  	
  
*	
  É	
  espécie	
  de	
   lei	
  delegada	
  com	
  eficácia	
  condicionada	
  à	
  expressa	
  aprovação	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  –	
  art.	
  62,	
  parágrafo	
  único,	
  da	
  CF.	
  
*	
   A	
   Constituição	
   Federal	
   veda	
   a	
   delegação	
   em	
   matéria	
   de	
   legislação	
   sobre	
   direitos	
   individuais	
   –	
   art.	
   68,	
  parágrafo	
  1o,	
  da	
  CF.	
  
	
  ATENÇÃO:	
  Princípio	
   da	
   Lesividade	
   e	
  Princípio	
   da	
   Isonomia	
   –	
   como	
  determinado	
   interesse	
   seria	
  erigido	
  à	
  categoria	
  de	
  bem	
  jurídico	
  em	
  uma	
  parte	
  do	
  país	
  e	
  não	
  em	
  outra?	
  ...	
  Ex:	
  aborto.	
  	
  
	
  
Lex	
  scripta	
  –	
  lei	
  escrita	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Princípio	
  da	
  Reserva	
  Legal	
  Somente	
   a	
   lei	
   formal	
   pode	
   criar	
   crimes	
   e	
   penas.	
   Não	
   se	
   admite	
   incriminação	
   pelo	
   direito	
  consuetudinário.	
  	
  
Lex	
  certa	
  –	
  lei	
  certa	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Princípio	
  da	
  Taxatividade	
  A	
   lei	
   deve	
   ser	
   clara	
   e	
   determinada	
   quanto	
   ao	
   seu	
   conteúdo	
   e	
   abrangência.	
   Não	
   se	
   admitem	
  incriminações	
  vagas	
  e	
  imprecisas.	
  	
  ATENÇÃO:	
  permitem	
  as	
  Normas	
  Penais	
  em	
  Branco	
  em	
  Sentido	
  Estrito	
  e	
  os	
  Tipos	
  Penais	
  Abertos.	
  
	
  
Normas	
  Penais	
  em	
  Branco	
  em	
  Sentido	
  Estrito:	
  o	
  legislador	
  delega	
  à	
  outros	
  agentes	
  públicos	
  a	
  incumbência	
   de	
   preencher	
   o	
   sentido	
   da	
   norma.	
   Os	
   limites	
   temporal	
   e	
   material	
   da	
   lei	
   ficam	
  sujeitos	
   a	
   edição	
   de	
   normas	
   administrativas	
   provenientes	
   de	
   órgãos	
   sem	
   competência	
   para	
  legislar	
  em	
  matéria	
  penal	
  –	
  Princípio	
  da	
  Separação	
  dos	
  Poderes	
  e	
  o	
  Princípio	
  da	
  Taxatividade.	
  
*	
  Ex:	
  art.	
  50,	
  I	
  da	
  Lei	
  6.766/79	
  –	
  Constitui	
  crime	
  contra	
  a	
  Administração	
  Pública:	
  I	
   -­‐	
  dar	
   início,	
  de	
  qualquer	
  modo,	
  ou	
  efetuar	
   loteamento	
  ou	
  desmembramento	
  do	
  solo	
  para	
   fins	
  urbanos,	
  sem	
  autorização	
   do	
   órgão	
   público	
   competente,	
   ou	
   em	
   desacordo	
   com	
   as	
   disposições	
   desta	
   Lei	
   ou	
   das	
   normas	
  pertinentes	
  do	
  Distrito	
  Federal,	
  Estados	
  e	
  Municipíos.	
  
	
  
Tipos	
  Penais	
  Abertos:	
  necessitam	
  da	
  valoração	
  judicial	
  para	
  complementar	
  o	
  tipo.	
  	
  	
   Tipos	
  Dependentes:	
  a	
  valoração	
  judicial	
  distingue	
  atos	
  puníveis	
  e	
  impuníveis.	
  	
   Tipos	
  Explicativos:	
  a	
  valoração	
  judicial	
  delimita	
  o	
  alcance	
  do	
  tipo.	
  	
  	
   	
  	
   Tipos	
  Silenciosos:	
  a	
  valoração	
  judicial	
  atribui	
  sentido	
  ao	
  tipo.	
  	
   	
  	
   Tipo	
  de	
  Autor:	
  proíbem	
  estados	
  e	
  condições	
  existenciais	
  –	
  o	
  ser	
  e	
  não	
  o	
  fazer.	
  
*	
  Tipo Dependente	
  –	
  art.	
  31	
  e	
  art.	
  14,	
  ambos	
  do	
  CP	
  –	
  Atos	
  preparatórios	
  e	
  Tentativa.	
  	
  	
  *	
  Tipo Explicativo	
  –	
  art.	
  171	
  do	
  CP	
  –	
  Estelionato	
  –	
  “qualquer	
  outro	
  meio	
  fraudulento”.	
   	
  *	
  Tipo Silencioso	
  –	
  art.	
  151	
  e	
  art.	
  244	
  do	
  CP	
  –	
  Violação	
  de	
  Correspondência	
  e	
  Abandono	
  Material	
  –	
  “indevidamente”	
  ou	
  “sem	
  justa	
  causa”.	
  	
  	
  	
  *	
  Tipo de Autor	
  –	
  art.	
  286	
  e	
  art.	
  287	
  do	
  CP	
  –	
  Incitação	
  e	
  Apologia–	
  Todos	
  que	
  Valoram	
  a	
  Periculosidade	
  ao	
  invés	
  da	
  Ofensividade.	
  	
  	
  
FONTES	
  DO	
  DIREITO	
  PENAL	
  
Fontes	
  de	
  Produção	
  ou	
  Materiais:	
  só	
  a	
  União	
  pode	
  legislar	
  em	
  matéria	
  penal	
  –	
  art.	
  22,	
  I	
  da	
  CF.	
  Os	
  Estados	
  têm	
  competência	
  complementar	
  –	
  art.	
  22,	
  §	
  único.	
  	
  
Fontes	
  de	
  Conhecimento	
  ou	
  Formais:	
  	
   	
   	
   	
   	
   	
  
	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  
	
   	
   	
   	
   Imediata:	
  lei.	
  	
   	
   	
   	
   	
   	
  	
   	
   	
   	
   Mediata:	
  costumes	
  e	
  princípios.	
  	
  
	
  	
  
INTERPRETAÇÃO	
  DA	
  LEI	
  PENAL	
  
	
  
Quanto	
  ao	
  Sujeito:	
  Autêntica:	
  interpretação	
  advém	
  da	
  própria	
  lei.	
  	
  –	
  	
  Ex:	
  art.	
  150,	
  §	
  4o	
  do	
  CP.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Doutrinária:	
  advém	
  da	
  doutrina.	
  Jurisprudencial:	
  advém	
  da	
  jurisprudência.	
  	
  
Quanto	
  ao	
  Resultado:	
  Declarativa:	
  declara	
  o	
  sentido	
  da	
  lei.	
  	
  	
  	
  –	
  	
  	
  Ex:	
  art.	
  141,	
  III	
  do	
  CP.	
  	
  Difamação...	
  Extensiva:	
  amplia	
  o	
  sentido	
  da	
  lei.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  –	
  	
  	
  Ex:	
  art.	
  176	
  do	
  CP.	
  Restaurante...	
  Restritiva:	
  restringe	
  o	
  sentido	
  da	
  lei.	
  	
  	
  	
  –	
  	
  	
  Ex:	
  art.	
  352	
  do	
  CP.	
  Danificar	
  coisa	
  própria	
  	
  
Quanto	
  aos	
  Meios:	
  Gramatical:	
  baseia-­‐se	
  nas	
  palavras.	
  Lógica:	
  baseia-­‐se	
  no	
  sentido	
  e	
  na	
  racionalidade.	
  	
  
	
  
INTERPRETAÇÃO	
  E	
  ANALOGIA	
  NO	
  DIREITO	
  PENAL	
  
	
  
INTERPRETAÇÃO:	
  é	
  um	
  processo	
  de	
  descoberta	
  do	
  conteúdo	
  da	
  lei	
  e	
  não	
  de	
  criação	
  de	
  normas.	
   No	
   direito	
   penal	
   se	
   admite	
   qualquer	
   forma	
   de	
   interpretação,	
   inclusive,	
   sendo	
  permitida	
  a	
  interpretação	
  extensiva	
  e	
  analógica.	
  	
  
Interpretação	
  Extensiva	
   –	
   processo	
  de	
   conhecimento	
  do	
   conteúdo	
  da	
  norma	
  mediante	
  ampliação	
  do	
  sentido	
  de	
  determinado	
  termo,	
  a	
  fim	
  de	
  dar	
  lógica	
  a	
  sua	
  aplicação.	
  A	
  própria	
  lei	
  utiliza	
  expressões	
  abrangentes.	
  Ex:	
   art.	
   176	
   do	
   CP,	
   a	
   expressão	
   “restaurante”	
   abrange	
   outros	
   estabelecimentos	
   afins,	
  como	
  bares	
  e	
   lanchonetes...	
  art.	
  159	
  do	
  CP	
  –	
  a	
  expressão	
  “seqüestro”	
  abrange	
  o	
  cárcere	
  privado.	
  É	
  admitida,	
  inclusive	
  in	
  malam	
  partem.	
  
Interpretação	
  Analógica	
   -­‐	
   processo	
   de	
   conhecimento	
   do	
   conteúdo	
   da	
   norma	
  mediante	
  um	
  procedimento	
  de	
  comparação	
  entre	
  os	
  seus	
   termos,	
  a	
   fim	
  de	
  dar	
  lógica	
  a	
  sua	
  aplicação.	
  A	
  própria	
  lei	
  autoriza	
  a	
  analogia.	
  	
  Ex:	
  art.	
  28,	
  II	
  do	
  CP	
  –	
  “álcool	
  ou	
  substância	
  de	
  efeitos	
  análogos”...	
  art.	
  171	
  do	
  CP	
  –	
  “outro	
  meio	
   fraudulento”...	
   art.	
   121,	
   §	
   2o,	
   IV	
   do	
   CP	
  –	
   “ou	
   outro	
   recurso	
   que	
   dificulte	
   ou	
   torne	
  impossível	
  a	
  defesa”...	
  É	
  admitida,	
  inclusive	
  in	
  malam	
  partem.	
  	
  
	
  
ANALOGIA:	
   é	
   um	
   processo	
   de	
   integração	
   do	
   sistema	
   normativo,	
   suprindo-­‐se	
   lacunas	
  mediante	
  a	
  aplicação	
  de	
  norma	
  existente	
  a	
  caso	
  semelhante	
  não	
  regulamentado.	
  Por	
  ser	
  uma	
   forma	
  de	
   suprimir	
   as	
   lacunas	
  da	
   lei,	
   sua	
   aplicação	
   supõe	
  a	
   inexistência	
  de	
  norma	
  específica.	
  
Analogia	
   in	
  malam	
   partem	
   –	
   aplica-­‐se	
   determinada	
   norma	
   para	
   punir	
   –	
  aplicar	
  ou	
  agravar	
  a	
  pena	
  do	
  réu	
  –	
  em	
  caso	
  análogo,	
  em	
  face	
  da	
  inexistência	
  de	
  lei	
  específica.	
  Inadmissível	
  no	
  Direito	
  Penal	
  brasileiro.	
  
Analogia	
  in	
  bonam	
  partem	
  -­‐	
  aplica-­‐se	
  determinada	
  norma	
  para	
  absolver	
  –	
  não	
   aplicar	
   ou	
   atenuar	
   a	
   pena	
   do	
   réu	
   –	
   em	
   caso	
   análogo,	
   em	
   face	
   da	
  inexistência	
  de	
  lei	
  específica.	
  Excepcionalmente,	
  admissível	
  no	
  Direito	
  Penal	
  brasileiro	
  –	
  Princípio	
  da	
  Eqüidade	
  –	
  evitar	
  injustiças.	
  	
  
CARACTERÍSTICAS	
  DA	
  LEI	
  PENAL	
  	
  
Imperatividade:	
  a	
  lei	
  penal	
  é	
  obrigatória.	
  
Exclusividade:	
  a	
  lei	
  penal	
  deriva	
  do	
  Poder	
  Público.	
  
Generalidade:	
  a	
  lei	
  penal	
  destina-­‐se	
  a	
  todos.	
  
Impessoalidade:	
  a	
  lei	
  pessoal	
  não	
  distingue	
  destinatários.	
  	
  
	
  
NORMAS	
  PENAIS	
  No	
  Código	
  Penal	
  encontramos	
  normas	
  que	
  descrevem	
  condutas	
  típicas,	
  normas	
  que	
  prescrevem	
  sanções	
  punitivas	
  e	
  também	
  normas	
  que	
  podem	
  beneficiar	
  o	
  sujeito	
  e	
  até	
  mesmo	
  excluir	
  o	
  crime.	
  	
  
ESPÉCIES	
  	
  
Normas	
  Penais	
  Incriminadoras:	
  são	
  normas	
  penais	
  que	
  criam	
  infrações	
  penais	
  –	
  Tipos	
  
Penais	
   –	
   proibindo	
   ou	
   impondo	
   condutas,	
   sob	
   ameaça	
   de	
   pena.	
   São	
   as	
   normas	
   penais	
   em	
  
sentido	
  estrito,	
  proibitivas	
  ou	
  mandamentais.	
  Somente	
  se	
  admite	
  a	
  incriminação	
  por	
  meio	
  de	
  
lei	
  ordinária,	
  lei	
  complementar	
  ou	
  por	
  emenda	
  constitucional.	
  	
  
Normas	
  Penais	
  Não	
  Incriminadoras:	
  são	
  preceitos	
  que	
  não	
  criam	
   infrações	
  penais	
   –	
  
Tipos	
  Penais.	
  
Diretivas:	
  estabelecem	
  princípios.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Art.	
  1o	
  do	
  CP.	
  	
  	
  	
  
Explicativas:	
  esclarecem	
  conceitos.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Art.	
  150,	
  §	
  4o	
  do	
  CP.	
  
Complementares:	
  orientam	
  a	
  aplicação	
  da	
  lei.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Art.	
  59	
  do	
  CP.	
  
Permissivas:	
  permitem	
  ou	
  autorizam	
  certos	
  comportamentos.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
  
	
   	
  	
  	
  Permissivas	
  Exculpantes:	
  excluem	
  a	
  culpabilidade.Art.	
  22	
  do	
  CP.	
   	
  	
  	
  Permissivas	
  Justificantes:	
  excluem	
  a	
  ilicitude	
  -­‐	
  antijuridicidade.	
  	
  	
  	
  	
  Art.	
  25	
  do	
  CP.	
  
	
  
ESTRUTURA	
  DA	
  NORMA	
  PENAL	
  INCRIMINADORA	
  
Preceito	
  Primário:	
  descrição	
  da	
  conduta	
  incriminada.	
  	
   	
   	
  	
   Preceito	
  Secundário:	
  cominação	
  de	
  penas.	
  	
  
	
  
NORMA	
  PENAL	
  EM	
  BRANCO	
  	
  São	
   normas	
   penais	
   incriminadoras	
   que	
   exigem	
   uma	
   complementação	
   para	
   que	
   se	
   possa	
  compreender	
  o	
  âmbito	
  de	
  aplicação	
  de	
  seu	
  preceito	
  primário.	
  
Binding	
   –	
   “é	
   toda	
  a	
   lei	
  que	
  determina	
  a	
   sanção,	
  porém	
  não	
  o	
  preceito,	
  que	
  deverá	
   ser	
  definido	
  por	
  regulamento	
  ou	
  por	
  uma	
  ordem	
  da	
  autoridade,	
  e,	
  raras	
  vezes,	
  por	
  uma	
  lei	
  especial,	
  presente	
  ou	
  futura”.	
  
Mezger	
   –	
   Classificou	
   em	
   Três	
   Categorias:	
   a)	
   quando	
   o	
   complemento	
   de	
   uma	
   norma	
  encontra-­‐se	
  na	
  mesma	
   lei...	
   b)	
  quando	
  se	
  encontra	
  em	
  outras	
   leis,	
  porém	
  emanadas	
  da	
  mesma	
  autoridade	
  legislativa...	
  c)	
  quando	
  o	
  complemento	
  é	
  feito	
  por	
  norma	
  de	
  instância	
  legislativa	
  diversa	
  –	
  Lei	
  Penal	
  em	
  Branco	
  em	
  Sentido	
  Estrito.	
  
*	
  Mezger	
  considera	
  as	
  duas	
  primeiras	
  categorias	
  Técnicas	
  Legislativas.	
  
	
  
CLASSIFICAÇÃO	
  DAS	
  NORMAS	
  PENAIS	
  EM	
  BRANCO 
 
Norma	
  Penal	
  em	
  Branco	
  Homogênea	
  ou	
  Homóloga	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  em	
  Sentido	
  Amplo	
  Seu	
   complemento	
   é	
   oriundo	
   da	
   mesma	
   fonte	
   legislativa	
   que	
   editou	
   a	
   norma	
   em	
   branco	
   que	
  necessita	
  de	
  complemento:	
  lei	
  complementada	
  por	
  lei.	
  
Homovitelina:	
  o	
  complemento	
  da	
  norma	
  penal	
  em	
  branco	
  advém	
  de	
  outra	
  norma	
  penal.	
  Ex:	
  art.	
  312	
  do	
  Código	
  Penal,	
  cujo	
  complemento	
  está	
  no	
  art.	
  327	
  do	
  Código	
  Penal.	
  	
  
Heterovitelina:	
   o	
   complemento	
   da	
   norma	
   penal	
   em	
   branco	
   advém	
   de	
   outro	
   ramo	
   do	
  direito.	
   Ex:	
   art.	
   237	
   do	
   Código	
   Penal,	
   cujo	
   complemento	
   está	
   no	
   art.	
   1521	
   do	
   Código	
  Civil...	
  art.	
  172	
  (duplicata	
  é	
  instituto	
  do	
  direito	
  comercial).	
  	
  
Norma	
  Penal	
  em	
  Branco	
  Heterogênea	
  ou	
  Heteróloga	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  em	
  Sentido	
  Estrito	
  
Seu	
   complemento	
   é	
   oriundo	
   de	
   fonte	
   legislativa	
   de	
   hierarquia	
   diversa	
   daquela	
   que	
   editou	
   a	
  norma	
  em	
  branco	
  que	
  necessita	
  de	
  complemento:	
  lei	
  complementada	
  por	
  regulamento,	
  decreto,	
  portaria...	
  *	
  Ex:	
  art.	
  33	
  da	
  Lei	
  no	
  11.343/06	
  –	
  Lei	
  de	
  Drogas	
  –	
  regulamentada	
  pela	
  Portaria	
  344	
  da	
  ANVISA.	
  	
  
IMPORTANTE:	
  a	
  alteração	
  da	
  norma	
  extra	
  penal	
  implica,	
  ou	
  não,	
  supressão	
  do	
  caráter	
  ilícito	
  de	
  um	
  fato.	
  Ex:	
  art.	
  269	
  do	
  CP	
  –	
  a	
  normal	
  complementar	
  que	
  altera	
  o	
  rol	
  das	
  doenças	
  de	
  notificação	
  compulsória	
  torna	
  a	
  omissão	
  do	
  medico	
  um	
  fato	
  licito?	
  Modificação	
  na	
  portaria	
  da	
  ANVISA	
  retirando	
  substância	
  do	
  rol	
  de	
  entorpecentes?	
  	
  
NORMA	
  PENAL	
  IMCOMPLETA	
  OU	
  IMPERFEITA	
  São	
   aquelas	
   que	
   para	
   se	
   saber	
   a	
   sanção	
   imposta	
   pela	
   transgressão	
   de	
   seu	
   preceito	
   primário	
   o	
  legislador	
  nos	
  remete	
  a	
  outro	
   texto	
  de	
   lei.	
  Pela	
   leitura	
  do	
   tipo	
  penal	
   incriminador,	
  verifica-­‐se	
  o	
  conteúdo	
  da	
  proibição	
  ou	
  do	
  mandamento,	
  mas	
  para	
   saber	
   a	
   conseqüência	
   jurídica	
   –	
  pena	
   –	
   é	
  necessário	
  se	
  deslocar	
  para	
  outro	
  tipo	
  penal.	
  Seu	
  preceito	
  secundário	
  necessita	
  de	
  complemento.	
  	
  *	
  Ex:	
  art.	
  1O	
  da	
  Lei	
  2.889/56	
  	
  –	
  Genocídio.	
  	
  
NORMA	
  PENAL	
  EM	
  BRANCO	
  E	
  INCOMPLETA	
  	
  O	
  preceito	
  primário	
  e	
  o	
  preceito	
  secundário	
  necessitam	
  de	
  complementação.	
  
*	
  Ex:	
  art.	
  304	
  do	
  CP	
  –	
  Fazer	
  uso	
  de	
  qualquer	
  dos	
  papéis	
  falsificados	
  ou	
  alterados,	
  a	
  que	
  se	
  referem	
  os	
  artigos	
  297	
  a	
  302:	
  Pena	
  -­‐	
  a	
  cominada	
  à	
  falsificação	
  ou	
  à	
  alteração.	
  	
  	
  ATENÇÃO:	
  Enquanto	
  a	
  Norma	
  Penal	
  em	
  Branco	
  é	
  formalmente	
  deficiente	
  em	
  seu	
  preceito	
  primário,	
  a	
  Norma	
  
Penal	
  Incompleta	
  ou	
  Imperfeita	
  é	
  deficiente	
  em	
  seu	
  preceito	
  secundário.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  	
  
LEI	
  PENAL	
  NO	
  TEMPO	
  
	
  
ASPECTOS	
  GERAIS	
  
	
  
	
  
Validade	
  da	
  Norma	
  	
  
Validade	
   Formal:	
   a	
   satisfação	
   das	
   condições	
   de	
   validade	
   formal	
   –	
   submissão	
  instrumental	
   às	
   formas	
   e	
   aos	
   procedimentos	
   do	
   ato	
   normativo,	
   bem	
   como	
   a	
  competência	
  do	
  órgão	
  que	
  a	
  emana	
  –	
  são	
  suficientes	
  para	
  que	
  a	
  norma	
  exista	
  ou	
  esteja	
  em	
  vigor.	
  	
  	
  
Validade	
  Substancial:	
  para	
  além	
  das	
   condições	
   formais	
  de	
   instrumentalidade	
  sem	
  as	
  quais	
  o	
  ato	
  normativo	
  é	
  imperfeito	
  e	
  suas	
  normas	
  não	
  vem	
  à	
  existência	
  –	
  para	
   que	
   seja	
   substancialmente	
   válida	
   a	
   norma	
   necessita	
   preservar	
   o	
   seu	
  conteúdo,	
  ou	
  seja,	
  seu	
  significado.	
  	
  	
  	
  	
  
Vigência	
  da	
  Norma	
  
	
  
Vigência	
   Formal:	
   a	
   submissão	
   ao	
   tramite	
   procedimental	
   e	
   a	
   observância	
   das	
  regras	
  que	
  regulam	
  a	
  produção	
  normativa,	
  são	
  suficientes	
  para	
  formalizar	
  a	
  sua	
  vigência.	
   Iniciada	
  sua	
  vigência	
  e	
  não	
  havendo	
  autorevogação,	
   tal	
  como	
  nas	
   leis	
  transitórias,	
  a	
  norma	
  continua	
  formalmente	
  existindo	
  e	
  incidindo	
  até	
  que	
  outra	
  a	
  revogue.	
  
	
  
Vigência	
  Material:	
  a	
  norma	
  somente	
  preserva	
  sua	
  vigência	
  material	
  enquanto	
  validamente	
  justifica-­‐se	
  pelo	
  respeito	
  aos	
  seus	
  valores	
  intrínsecos.	
  
	
  
	
  
Eficácia	
  da	
  Norma	
  
	
  
Eficácia	
   Formal:	
   a	
   norma	
   é	
   formalmente	
   eficaz	
   e	
   começa	
   a	
   produzir	
   efeitos	
  jurídicos	
  com	
  a	
  sua	
  simples	
  positivação,	
  ou	
  seja,sua	
   inserção	
  no	
  ordenamento	
  jurídico.	
  	
  
	
  
Eficácia	
  Substancial:	
  a	
  norma	
  será	
  substancialmente	
  efetiva	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  seus	
   efeitos	
   concretizarem	
   os	
   conteúdos	
   que	
   justificaram	
   politicamente	
   a	
   sua	
  produção.	
  	
  	
  	
  
Publicação:	
  é	
  a	
  divulgação	
  do	
  texto	
  normativo	
  no	
  Diário	
  Oficial	
  da	
  União.	
  
	
  
Vacatio	
  Legis:	
  é	
  o	
  espaço	
  de	
  tempo	
  entre	
  a	
  publicação	
  e	
  a	
  entrada	
  em	
  vigência	
  da	
  lei.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
PRINCÍPIOS	
  DE	
  DIREITO	
  PENAL	
  INTERTEMPORAL	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Tempus	
  Regit	
  Actum	
  
	
  *	
  Princípio	
  da	
  Legalidade	
  e	
  da	
  Anterioridade	
  da	
  Lei	
  Penal	
  	
  	
  	
  
Princípio	
   de	
   Que	
   o	
   Tempo	
   Rege	
   o	
   Ato:	
   aplica-­‐se	
   sempre	
   a	
   norma	
   que	
   estava	
   vigente	
   no	
  momento	
  em	
  que	
  a	
  infração	
  penal	
  foi	
  cometida.	
  	
  	
  
Princípio	
  da	
  Aplicação	
  da	
  Lei	
  Mais	
  Favorável:	
   aplica-­‐se	
   a	
  norma	
  posterior	
  que,	
  de	
  qualquer	
  modo,	
  seja	
  mais	
  favorável	
  ao	
  agente	
  .	
  	
   *	
  Art.	
  5o,	
  XL,	
  da	
  CF	
  –	
  A	
  lei	
  não	
  retroagirá,	
  salvo	
  para	
  beneficiar	
  o	
  réu.	
  	
  
Extra	
  Atividade:	
   é	
   aplicação	
  da	
   lei	
  penal	
  benéfica	
  a	
   fatos	
  ocorridos	
   fora	
  do	
  alcance	
  de	
  sua	
  vigência.	
  	
  
Retroatividade:	
   é	
   a	
   aplicação	
   da	
   lei	
   penal	
   benéfica	
   a	
   fatos	
   ocorridos	
   antes	
   de	
  sua	
  vigência.	
  	
  
Ultra	
  Atividade:	
  é	
  a	
  aplicação	
  da	
  lei	
  penal	
  benéfica	
  a	
  fatos	
  ocorridos	
  durante	
  a	
  sua	
  vigência,	
  mesmo	
  depois	
  de	
  revogada.	
  	
  	
  
Princípio	
  da	
  Continuidade	
  Normativo	
  Típica:	
   nem	
   sempre	
   a	
   revogação	
   formal	
   de	
  um	
  delito	
  precedente	
   significa	
   abolitio	
   criminis,	
   pois	
   a	
   lei	
   nova	
   revogadora	
   pode	
   prever	
   as	
   mesmas	
  condutas	
  antes	
  tipificadas.	
  	
  
Migração:	
   significa	
   que	
   os	
   delitos	
   podem	
   ser	
   deslocados	
   para	
   outros	
   diplomas	
  normativos	
   –	
   Legislação	
   Extravagante	
   –	
   ou	
   ainda,	
   para	
   outros	
   títulos	
   ou	
   capítulos	
   do	
  mesmo	
  diploma	
  normativo	
  no	
  qual	
  estavam	
  previstos.	
  
	
   *	
  Ex:	
  a	
  Lei	
  no	
  12.015/09	
  não	
  descriminalizou	
  o	
  Atentado	
  Violento	
  Ao	
  Pudor,	
  apenas	
  o	
  deslocou	
  para	
  o	
  art.	
  213	
  do	
  CP.	
  O	
  mesmo	
  ocorreu	
  com	
  o	
  Rapto	
  Para	
  Fim	
  Libidinoso,	
  que	
  migrou	
  para	
  o	
  art.	
  148,	
  §	
  1o	
  ,	
  inc.	
  V,	
  do	
  CP	
  com	
  a	
  revogação	
  do	
  art.	
  219	
  do	
  CP	
  pela	
  Lei	
  no	
  11.106/05.	
  	
  
ATENÇÃO:	
  as	
  normas	
  processuais,	
  ainda	
  que	
  benéficas,	
  são	
  irretroativas,	
  aplicando-­‐se	
  o	
  princípio	
  tempus	
  regit	
  actum	
  –	
  art.	
  2	
  do	
  CPP.	
  No	
  caso	
  de	
  normas	
  híbridas,	
  prevalece	
  o	
   conteúdo	
  material.	
   Jurisprudência:	
  STF	
  –	
  RE	
  602561;	
  STJ	
  –	
  HC	
  55064/SP.	
  	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  	
   	
   *	
  Ex:	
  art.	
  38	
  do	
  CPP	
  –	
  prazo	
  decadencial	
  para	
  oferecimento	
  de	
  queixa	
  ou	
  representação.	
  	
  	
  	
  	
  
VIGÊNCIA	
  DA	
  LEI	
  PENAL	
  NO	
  TEMPO	
  	
  	
  	
  
Lex	
  Gravior	
  –	
  lei	
  mais	
  grave.	
   	
   	
   	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  Irretroatividade	
  Absoluta	
  	
  A	
  lei	
  penal	
  mais	
  grave	
  não	
  se	
  aplica	
  aos	
  fatos	
  ocorridos	
  antes	
  de	
  sua	
  vigência,	
  incide	
  apenas	
  sobre	
  fatos	
  posteriores	
  à	
  sua	
  entrada	
  em	
  vigor.	
  	
   *	
  Art.	
  5,	
  XL	
  da	
  CF	
  –	
  a	
  lei	
  penal	
  não	
  retroagirá,	
  salvo	
  para	
  beneficiar	
  o	
  réu.	
  
ATENÇÃO:	
  Súmula	
  711	
  do	
  STF	
  –	
  A	
  lei	
  penal	
  mais	
  grave	
  aplica-­‐se	
  ao	
  crime	
  continuado	
  ou	
  ao	
  crime	
  permanente,	
  se	
  a	
  sua	
  vigência	
  é	
  anterior	
  à	
  cessação	
  da	
  continuidade	
  ou	
  da	
  permanência.	
  	
  	
  
Espécies	
  de	
  Novatio	
  Legis	
  In	
  Pejus:	
  
	
  
Novatio	
  Legis	
  Incriminadora:	
  tipifica	
  um	
  novo	
  delito.	
  	
   	
   	
  	
   	
   	
   	
  *	
  Ex:	
  art.	
  135-­‐A	
  do	
  CP	
  –	
  incluído	
  pela	
  Lei	
  12.653/2012.	
  
	
  
Novatio	
   Legis	
  Penalizadora:	
   agrava	
   as	
   conseqüências	
   jurídicas	
   penais	
   de	
   um	
  delito	
  já	
  existente.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  art.	
  33	
  da	
  Lei	
  11.343/06,	
  em	
  relação	
  à	
  Lei	
  6.368/76.	
  	
  	
  	
  
Abolitio	
  Criminis	
  –	
  lei	
  que	
  abole	
  o	
  crime.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Ab	
  Rogação	
  Completa	
  do	
  Preceito	
  Penal	
  	
  A	
   nova	
   lei	
   penal	
   que	
   descriminaliza	
   um	
   delito	
   tipificado	
   pela	
   legislação,	
   incide	
   sobre	
   todos	
   os	
  fatos	
  anteriores	
  a	
  sua	
  vigência.	
  	
  	
   *	
  Art.	
  2,	
  caput	
  do	
  CP	
  –	
  Ninguém	
  pode	
  ser	
  punido	
  por	
  fato	
  que	
  lei	
  posterior	
  deixa	
  de	
  considerar	
  crime,	
  cessando	
  em	
  virtude	
  dela	
  a	
  execução	
  e	
  os	
  efeitos	
  penais	
  da	
  sentença	
  condenatória.	
  
*	
  Ex:	
  A	
  lei	
  11.106/05	
  que	
  revogou	
  o	
  art.	
  240	
  do	
  CP	
  –	
  Adultério.	
  	
  Natureza	
  Jurídica:	
  causa	
  de	
  extinção	
  da	
  punibilidade	
  –	
  art.	
  107,	
  III	
  do	
  CP.	
  	
  	
  	
  
Lex	
  Mitior	
  –	
  lei	
  mais	
  benéfica.	
   	
   	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Ultra	
  Atividade	
  e	
  Retroatividade	
  	
  A	
   lei	
   penal	
   mais	
   benéfica	
   sempre	
   prevalecerá	
   em	
   favor	
   do	
   agente:	
   quer	
   seja	
   anterior	
   –	
   ultra	
  
atividade	
  -­‐	
  	
  quer	
  seja	
  posterior	
  –	
  retroatividade.	
  	
   *	
  Art.	
  2,	
  parágrafo	
  único	
  do	
  CP	
  –	
  A	
  lei	
  posterior,	
  que	
  de	
  qualquer	
  modo	
  favorecer	
  o	
  agente,	
  aplica-­‐se	
  aos	
  fatos	
  anteriores,	
  ainda	
  que	
  decididos	
  por	
  sentença	
  condenatória	
  transitada	
  em	
  julgado.	
  	
  *	
  Ex:	
  Lei	
  12.433/11	
  –	
  Altera	
  a	
  Lei	
  de	
  Execução	
  Penal	
  para	
  dispor	
  sobre	
  a	
  remição	
  de	
  parte	
  do	
  tempo	
  de	
  execução	
  da	
  pena	
  por	
  estudo	
  ou	
  por	
  trabalho.	
  
	
  	
  
Espécies	
  de	
  Novatio	
  Legis	
  In	
  Mellius:	
  
	
  
Lei	
   Intermediária:	
   a	
   lei	
   penal	
   mais	
   benéfica	
   entre	
   duas	
   outras	
   leis	
   penais	
   é	
  
extra	
  ativa,	
  aplica-­‐se	
  aosfatos	
  anteriores	
  a	
  sua	
  vigência	
  –	
  retroatividade	
  benéfica	
  –	
  e	
  continua	
   incidindo	
  sobre	
  todos	
  os	
   fatos	
  praticados	
  na	
  sua	
  vigência,	
  mesmo	
  depois	
  de	
  revogada	
  –	
  ultra	
  atividade.	
  
	
  
Lei	
   Posterior:	
   a	
   lei	
   penal	
   posterior	
   mais	
   benéfica	
   é	
   retroativa,	
   incide	
   sobre	
  todos	
  os	
  fatos	
  anteriores	
  a	
  sua	
  vigência.	
  	
  	
  	
  	
  
Lex	
  Tertia	
  –	
  combinação	
  de	
  leis.	
  	
  	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Máximo	
  Benefício	
  da	
  Aplicação	
  Conjunta	
  	
  Na	
   determinação	
   da	
   lei	
   mais	
   benéfica	
   o	
   interprete	
   poderá	
   combinar	
   preceito	
   e	
   critérios	
   mais	
  favoráveis	
   da	
   lei	
   anterior	
   e	
   da	
   lei	
   posterior	
   para	
   extrair	
   o	
   máximo	
   benefício	
   resultante	
   da	
  aplicação	
  conjunta	
  só	
  dos	
  aspectos	
  mais	
  favoráveis	
  das	
  duas	
  leis.	
  
	
   *	
  Ex:	
  a	
  Lei	
  8.072/90	
  –	
  Crimes	
  Hediondos	
  –	
  art.	
  6	
  –	
  Extorção	
  Mediante	
  Seqüestro	
  –	
  aumentou	
  a	
  pena	
  de	
  reclusão	
  de	
  6	
  a	
  15	
  anos	
  e	
  multa	
  para	
  8	
  a	
  15	
  anos	
  sem	
  previsão	
  pecuniária.	
  	
  	
  	
  
Ponderação	
  Unitária:	
  total	
  impossibilidade	
  de	
  combinação	
  entre	
  os	
  preceitos	
  benéficos	
  da	
  lei	
  nova	
  e	
  da	
  lei	
  antiga.	
  	
   *	
   Doutrina	
   Majoritária:	
   impossibilidade	
   da	
   criação	
   de	
   uma	
   tertia	
   Lex	
   –	
   o	
   interprete	
   estaria	
  usurpando	
  competência	
  exclusiva	
  do	
  Poder	
  Legislativo	
  ao	
  compor	
  uma	
  lei	
  com	
  fragmentos	
  de	
  outras	
  duas.	
  	
  
Ponderação	
   Diferenciada:	
   perfeitamente	
   possível	
   a	
   combinação	
   entre	
   os	
   efeitos	
  benéficos	
  de	
  diversas	
  leis	
  que	
  se	
  sucedem	
  no	
  tempo.	
  	
   *	
  Doutrina	
  Minoritária:	
   a	
  missão	
  do	
   juiz	
   é,	
   sobretudo,	
   velar	
   pela	
   Constituição	
   e	
   tornar	
   efetivos	
   os	
  postulados	
   fundamentais.	
   A	
   integração	
   de	
   normas	
   é	
   perfeitamente	
   legítima	
   e,	
   portanto,	
   inexiste	
  lesão	
  ao	
  princípio	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes.	
  Mas	
  ainda	
  que	
  houvesse	
  tal	
  lesão,	
  teríamos	
  um	
  conflito	
  entre	
  dois	
  princípios	
  constitucionais:	
  a	
  separação	
  dos	
  poderes	
  e	
  a	
  retroatividade	
  da	
   lei	
  penal	
  mais	
  benéfica.	
   O	
   Estado	
   Democrático	
   de	
   Direito	
   obriga	
   o	
   juiz	
   a	
   optar	
   em	
   favor	
   do	
   último,	
   em	
   uma	
  Democracia	
  o	
  interesse	
  legítimo	
  de	
  um	
  cidadão	
  sobrepõe-­‐se	
  ao	
  interesse	
  legítimo	
  do	
  Estado.	
  	
  *	
   JURISPRUDÊNCIA:	
   é́	
  possível	
   a	
   incidência	
   da	
  minorante	
   do	
   art.	
   33,	
   §	
   4o	
   da	
   Lei	
   11.343/2011	
   ao	
  condenado	
  pelo	
  art.	
  12o	
  da	
  Lei	
  6.368/76.	
  ???	
  Sim.	
  Em	
  sessão	
  realizada	
  em	
  13.10.2011,	
  o	
  Plenário	
  do	
  STF	
   desproveu	
   o	
   RES	
   596.152/SP,	
   admitindo	
   a	
   combinação	
   de	
   leis,	
   em	
   virtude	
   do	
   empate	
   na	
  votação.	
   Posteriormente,	
   novos	
   julgados	
   foram	
   proferidos	
   no	
   mesmo	
   sentido:	
   HC	
   105.282/RS	
  (13.12.2011);	
   HC	
   97.955/MS	
   (06.12.2011);	
   HC	
   106.153/SP	
   (22.11.2011).	
   O	
   STJ	
   também	
   adota	
   a	
  teoria	
  da	
  ponderação	
  diferenciada:	
  HC	
  171.699	
  (20.03.2012).	
  	
  
	
  
	
  
Nelson	
  Hungria	
  –	
  O	
  juiz	
  não	
  pode	
  arvorar-­‐se	
  de	
  legislador	
  e	
  criar	
  uma	
  terceira	
   lei,	
  dissonante,	
  no	
  seu	
  hibridismo,	
  de	
  qualquer	
  das	
  leis	
  em	
  jogo.	
   ...	
  No	
  mesmo	
  sentido,	
  Heleno	
  Fragoso	
  e	
  Aníbal	
  Bruno.	
  	
  
Frederico Marques – Em obediência a princípios de eqüidade consagrados pela própria Constituição 
o julgador pode movimentar-se dentro dos quadros legais para uma tarefa de integração perfeitamente 
legítima. Primeiro a Constituição depois o formalismo jurídico, mesmo porque a própria dogmática 
legal obriga a essa subordinação ao texto constitucional. A verdade é que não estará retroagindo a lei 
mais benéfica se a parcela benéfica da lei posterior não for aplicada pelo juiz. ... Neste sentido: Basileu 
Garcia, Celso Delmanto, Rogério	
   Greco,	
   Fernando	
   da	
   Costa	
   Tourinho	
   Filho,	
   Flávio	
   Augusto	
  Monteiro	
  de	
  Barros.	
  	
  	
  	
  	
  
LEIS	
  INTERMITENTES	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  Autorrevogáveis	
  	
  São	
   leis	
   criadas	
   para	
   vigerem	
   por	
   determinado	
   período	
   e,	
   por	
   vezes,	
   por	
   um	
   lapso	
   temporal	
  breve.	
  	
  
*	
  Art.	
  3o	
  do	
  CP	
  –	
  A	
   lei	
   excepcional	
  ou	
   temporária,	
   embora	
  decorrido	
  o	
  período	
  de	
   sua	
  duração	
  ou	
  cessadas	
  as	
  circunstâncias	
  que	
  a	
  determinaram,	
  aplica-­‐se	
  ao	
  fato	
  praticado	
  durante	
  sua	
  vigência.	
  	
  
Lei	
  excepcional:	
   é	
  aquela	
   feita	
  para	
  viger	
  durante	
  uma	
  situação	
  excepcional,	
   como	
  um	
  desastre	
  natural.	
  	
  
Lei	
  temporária:	
  é	
  aquela	
  feita	
  para	
  viger	
  durante	
  um	
  período	
  determinado.	
  
*	
  Ex:	
  as	
  disposições	
  penais	
  tipificadas	
  pela	
  Lei	
  12.663/12	
  –	
  Lei	
  da	
  Copa.	
  	
  
IMPORTANTE:	
  a	
  lei	
  excepcional	
  ou	
  temporária,	
  embora	
  decorrido	
  o	
  período	
  de	
  sua	
  duração	
  ou	
  cessadas	
  as	
  circunstâncias	
  que	
  a	
  determinaram,	
  aplica-­‐se	
  ao	
  fato	
  praticado	
  durante	
  sua	
  vigência.	
  	
  	
  	
  
	
  
LEIS	
  PENAIS	
  EM	
  BRANCO	
  	
  No	
  caso	
  da	
  lei	
  penal	
  em	
  branco,	
  a	
  modificação	
  da	
  norma	
  complementar	
  também	
  deverá	
  obedecer	
  os	
  princípios	
  da	
  anterioridade	
  e	
  da	
  retroatividade	
  benéfica,	
   salvo	
  se	
   tiver	
  natureza	
  excepcional	
  ou	
  temporária.	
  	
  
Norma	
  Complementar	
  Temporária:	
  sua	
  alteração	
  não	
  retroage,	
  ainda	
  que	
  favorável.	
  	
   *	
  Ex:	
  o	
  tabelamento	
  de	
  preços	
  que	
  complementa	
  o	
  art.	
  6,	
  inc.	
  I	
  da	
  Lei	
  8.137/90.	
  	
  	
  
Norma	
   Complementar	
   Permanente:	
   sua	
   alteração,	
   se	
   favorável,	
   deve	
   ser	
   aplicada	
  retroativamente.	
  	
   *	
  Ex:	
  a	
  portaria	
  da	
  ANVISA	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  as	
  substâncias	
  entorpecentes.	
  	
  	
  	
  
CONFLITO	
  APARENTE	
  DE	
  NORMA	
  	
  A	
  tipicidade	
  de	
  uma	
  conduta	
  pode	
  apresentar	
  dificuldades	
  na	
  aplicação	
  da	
   lei	
  quando	
  a	
  mesma	
  conduta	
   apresentar	
   características	
   previstas	
   em	
   mais	
   de	
   um	
   tipo	
   incriminador.	
   Entretanto	
   o	
  conflito	
  normativo	
  não	
  é	
  real,	
  é	
  apenas	
  aparente.	
  A	
  aplicação	
  de	
  uma	
  norma	
  esgota	
  a	
  punição	
  do	
  fato,	
  excluindo	
  a	
  aplicaçãocumulativa	
  da	
  outra.	
  	
  	
  	
  	
  
PRINCÍPIOS	
  QUE	
  REGEM	
  A	
  APLICAÇÃO	
  NORMATIVA	
  	
  	
  	
  	
  
PRINCÍPIO	
  DA	
  ESPECIALIDADE	
  	
  	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Lex	
  Specialis	
  Derogat	
  Legis	
  Generalis	
  	
  Se	
  entre	
  duas	
  ou	
  mais	
  normas	
  penais	
  existir	
  relação	
  de	
  gênero	
  –	
  Especialidade	
  –	
  a	
  norma	
  especial	
  afasta	
  a	
  incidência	
  da	
  norma	
  geral.	
  	
  
Lex	
  Generalis:	
  é	
  aquela	
  que	
  contém	
  todos	
  os	
  elementos	
  do	
  tipo	
  incriminalizador.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  art.	
  334,	
  caput,	
  do	
  CP	
  –	
  Contrabando	
  –	
  é	
  geral	
  em	
  relação	
  ao	
  tráfico	
  de	
  drogas.	
  	
  
Lex	
  Specialis:	
  é	
  aquela	
  que	
  contém	
  todos	
  os	
  elementos	
  do	
  tipo	
  geral	
  e	
  mais	
  o	
  elemento	
  especializador.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  art.	
  33	
  da	
  Lei	
  11.343/06	
  –	
  Tráfico	
  de	
  Drogas	
  –	
  é	
  especial	
  em	
  relação	
  ao	
  contrabando.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
PRINCÍPIO	
  DA	
  SUBSIDIARIEDADE	
  	
  	
  	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Lex	
  Primaria	
  Derogat	
  Legis	
  Subsidiarie	
  	
  Haverá	
  Subsidiariedade	
  quando	
  existir	
  diferentes	
  normas	
  protegendo	
  o	
  mesmo	
  bem	
  jurídico	
  em	
  diferentes	
  fases,	
  etapas	
  ou	
  graus	
  de	
  agressão.	
  	
  
Norma	
   Primária:	
   ao	
   tipificar	
   a	
   conduta	
   condiciona	
   sua	
   punição	
   a	
   inexistência	
   de	
  subsunção	
  típica	
  na	
  fase	
  posterior.	
  	
   *	
  Ex:	
  art.	
  132	
  do	
  CP	
  –	
  Expor	
  a	
  Perigo	
  a	
  Vida	
  de	
  Outrem	
  –	
  Se	
  o	
  Fato	
  não	
  Constitui	
  Crime	
  mais	
  Grave.	
  	
  
Norma	
   Secundária:	
   a	
   subsunção	
   ao	
   tipo	
   secundário	
   envolve	
   por	
   completo	
   a	
   conduta	
  tipificada	
  pela	
  norma	
  primária.	
  	
  *	
  Ex:	
  art.	
  132	
  do	
  CP	
  –	
  Expor	
  a	
  Perigo	
  a	
  Vida	
  de	
  Outrem	
  –	
  em	
  relação	
  à	
  Tentativa	
  de	
  Homicídio.	
  	
  	
  
Subsidiariedade	
  Expressa:	
   a	
   própria	
   lei	
   ressalva	
   a	
   possibilidade	
   de	
   punição	
   por	
   fato	
  mais	
  grave.	
  	
   *	
  Ex:	
  art.	
  132	
  do	
  CP	
  –	
  Perigo	
  a	
  Vida	
  ou	
  Saúde	
  de	
  Outrem	
  –	
  em	
  relação	
  ao	
  do	
  art.	
  133	
  do	
  CP	
  –	
  Abando	
  de	
  Incapaz.	
  	
  
Subsidiariedade	
  Tácita:	
  encontra-­‐se	
  nos	
   tipos	
  delitivos	
  que	
  descrevem	
  fase	
  prévia	
  de	
  passagem	
  necessária	
  para	
  a	
  realização	
  do	
  delito	
  mais	
  grave	
  cuja	
  a	
  punição	
  abrange	
  todas	
  as	
  etapas	
  anteriores	
  de	
  execução.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  tentativa	
  em	
  relação	
  ao	
  crime	
  consumado.	
  	
  	
  	
  	
  
PRINCÍPIO	
  DA	
  CONSUMAÇÃO	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
   	
  	
  	
  Lex	
  Consumens	
  Derogat	
  Legis	
  Consumptae	
  	
  A	
  norma	
  típica	
  mais	
  ampla,	
  mais	
  abrangente,	
  ao	
  incluir	
  em	
  seus	
  elementos	
  essenciais	
  a	
  violação	
  da	
   conduta	
   incriminada	
   pelo	
   tipo	
   prévio,	
   consome,	
   absorve	
   a	
   proteção	
   parcial	
   que	
   a	
   norma	
  menos	
  abrangente	
  objetiva.	
  Assim,	
  estando	
  esse	
  fato	
  prévio	
  abrangido	
  pela	
  prática	
  do	
  crime	
  mais	
  grave,	
  em	
  uma	
  relação	
  de	
  meio	
  para	
  fim,	
  é	
  por	
  este	
  consumido	
  ou	
  absorvido.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  lesão	
  corporal	
  em	
  relação	
  ao	
  homicídio.	
  	
  	
  	
  
ANTEFATO	
  E	
  PÓS	
  FATO	
  IMPUNÍVEIS	
  
	
  
Antefato	
  Impunível:	
  o	
  resultado	
  não	
  se	
  altera	
  essencialmente.	
  Considera-­‐se	
  um	
  caso	
  de	
  subsidiariedade	
  tácita.	
  	
  	
   *	
  Ex:	
  violação	
  de	
  domicílio	
  no	
  crime	
  de	
  furto.	
  Alguma	
  falsificações	
  pelo	
  crime	
  de	
  estelionato.	
  
	
  
Pós	
  Fato	
  Impunível:	
  se	
  ajusta	
  ao	
  princípio	
  da	
  consumação.	
  Geralmente	
  ocorre	
  com	
  atos	
  de	
  exaurimento	
  do	
  crime	
  consumado,	
  os	
  quais	
  estão	
  previstos	
  em	
  tipos	
  autônomos.	
  	
   *	
  Ex:	
   crime	
  de	
   furto	
   consumado	
  com	
  a	
  posterior	
  destruição	
  ou	
  danificação	
  da	
  coisa.	
  O	
  agente	
  que	
  furta	
  a	
  coisa	
  o	
  faz	
  para	
  uso	
  ou	
  consumo,	
  a	
  punição	
  do	
  furto	
  abrange	
  a	
  lesão	
  posterior	
  tipificada	
  pelo	
  crime	
  de	
  dano.

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