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Aula Direito Constitucional

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Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
Aula 00 – Conceito e Classificação. 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 00 
Direito Constitucional 
Constituição- Conceito e Classificação 
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
Aula 00 – Conceito e Classificação. 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
2 
 
 
 
Olá Pessoal, tudo certo?! Daremos hoje início ao nosso curso para o cargo de 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA – ESPECIALIDADE: OFICIAL DE 
JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. 
Antes, de efetivamente começarmos, gostaria de dizer que é um prazer enorme 
estarmos aqui para ministrar mais este curso pelo Ponto. É realmente uma 
honra podermos ajudar nos seus estudos e contribuir para a aprovação que 
certamente virá em breve para muitos de vocês. 
Para quem ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, desde 2009 estou 
trabalhando aqui no Ponto, ensinando (e é claro, também aprendendo muito) a 
disciplina mais legal dos concursos públicos: o Direito Constitucional. 
Atualmente trabalho como Analista Judiciário no TRE-GO. Sou ex-Oficial da 
Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola Naval e Pós-
graduado em Direito Constitucional. Entre meus trabalhos editoriais, eu sou 
autor do livro "Constituição Federal Anotada para Concursos (7ª Edição)" 
publicado pela Editora Ferreira e dos livros "Vou ter que estudar Direito 
Constitucional! E Agora?" e "Questões Comentadas de Direito 
Constitucional - FGV", ambos pela Editora Método. 
Sou também coordenador, juntamente com o Prof. Leandro Cadenas, da 
coleção 1001 questões comentadas da Editora Método, onde também participo 
sendo autor das seguintes obras: 
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - ESAF; 
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - CESPE – 4ª 
Edição; 
-1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional - FCC; 
-1001 Questões Comentadas de Direito Tributário - ESAF- 2ª Edição 
Oi pessoal, eu sou Rodrigo Duarte, também servidor do TRE-GO, bacharel em 
Direito pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em Direito 
Constitucional, futuro Defensor Público do Mato Grosso do Sul, e estou aqui 
também para ajudar na sua aprovação. 
Nossa filosofia é sempre preparar nossos alunos alcançarem a nota 10, para 
isso, imperioso contarmos com sua dedicação e compromisso. Por mais difícil 
que à primeira vista possa parecer, não podemos nos contentar em estudar 
para a nota 7, nota 8...lembre-se, a concorrência é grande! Mas não é por isso 
que seu estudo será um martírio, pelo contrário, vamos nos empenhar ao 
máximo para que nosso curso lhe conduza aos 100% de acertos em Direito 
Constitucional da forma mais agradável possível. Nossa programação: Nossa 
programação será a seguinte: 
Aula 0- Constituição. Conceito, objeto, elementos e classificações. Supremacia 
da Constituição. Aplicabilidade das normas constitucionais; 
Aula 00 – Aula Demonstrativa 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
Aula 00 – Conceito e Classificação. 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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Aula 1- Interpretação das normas constitucionais. Métodos, princípios e limites. 
Poder constituinte. Características. Poder constituinte originário. Poder 
constituinte derivado; 
Aula 2- Princípios Fundamentais; 
Aula 3- Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e 
coletivos. 
Aula 4- Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos. Partidos políticos; 
Aula 5- Organização do Estado. Organização político-administrativa. Estado 
federal brasileiro. A União. Estados federados. Municípios. 5.6 O Distrito 
Federal. Territórios, Intervenção federal. Intervenção dos estados nos 
municípios; 
Aula 6- Administração pública. Disposições gerais. Servidores públicos. 
Militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios; 
Aula 7- Organização dos poderes no Estado. Mecanismos de freios e 
contrapesos. Poder legislativo. Estrutura, funcionamento e atribuições. 
Comissões parlamentares de inquérito. Processo legislativo. Prerrogativas 
parlamentares. 
Aula 8- Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Tribunal de Contas da 
União (TCU). Poder Executivo. Presidente da República. Atribuições, 
prerrogativas e responsabilidades. Ministros de Estado. Conselho da República e 
de Defesa Nacional; 
Aula 9- Poder Judiciário. Disposições gerais. Órgãos do Poder Judiciário. 
Organização e competências. Conselho Nacional de Justiça (CNJ); 
Aula 10- Continuação órgãos do Poder Judiciário e Funções Essenciais à 
Justiça. Ministério Público. Princípios, garantias, vedações, organização e 
competências. Advocacia Pública. Advocacia e Defensoria Pública; 
Aula 11- Controle da constitucionalidade. Sistemas gerais e sistema brasileiro. 
Controle incidental ou concreto. Controle abstrato de constitucionalidade. 
Exame in abstractu da constitucionalidade de proposições legislativas. Ação 
declaratória de constitucionalidade. Ação direta de inconstitucionalidade. 
Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. Ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva. Controle concreto e abstrato de constitucionalidade do direito 
municipal. Defesa do Estado e das instituições democráticas; 
Aula 12- Sistema tributário nacional. Princípios gerais. Limitações do poder de 
tributar. Impostos da União, dos Estados e dos municípios. Repartição das 
receitas tributárias; 
Aula 13- Finanças públicas. Normas gerais. Orçamentos. Ordem econômica e 
financeira. Princípios gerais da atividade econômica. Política urbana, agrícola e 
fundiária e reforma agrária. Sistema Financeiro Nacional. Ordem social. 
 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
Aula 00 – Conceito e Classificação. 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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4 
 
Conceito, Classificação, Estrutura e Normas Constitucionais 
 
Mas você sabe o que é a Constituição? 
Dizer "o que é uma Constituição" não é fácil não... Atualmente não há consenso 
entre os estudiosos sobre o que efetivamente seria uma Constituição. Já teve 
inclusive muita “briga” com isso. Quando formos estudar a teoria da 
Constituição veremos que cada um fala uma coisa diferente. 
Não nos preocupando com isso agora, podemos dizer o seguinte (guarde bem 
isso): A Constituição, que trataremos aqui, é a norma máxima de um Estado, 
que nasce com o objetivo de limitar os poderes autoritários dos 
governantes em face dos particulares. É uma norma que está lá em cima 
da cadeia hierárquica devendo ser observada por todos os integrantes de um 
Estado e ela também serve de base para todos os demais tipos de normas. 
Um jurista austríaco chamado Hans Kelsen elaborou a seguinte pirâmide 
hierárquica: 
 
Esta pirâmide revela várias coisas, a primeira delas é que a Constituição é mais 
"enxuta", tem poucos detalhes e é dela que irradiam todas as outras normas, 
que vão cada vez encorpando mais o chamado "ordenamento jurídico" 
(conjunto das normas em vigor). 
Vejamos um exemplo hipotético: 
Dizeres da uma 
Constituição do 
País A 
Dizeres de uma lei 
infraconstitucional 
Dizeres de uma 
norma infralegal 
É assegurado o 
direito à 
aposentadoria. 
A aposentadoria poderá 
ser requerida por 
aqueles que 
trabalharam por 35 
anos, recolhendoa 
efetiva contribuição. 
O recolhimento da 
contribuição deverá 
ser feito até o dia 
10 de cada mês, 
através de guia 
especial, usando-se 
 
 
 
Constituição (normas originárias + 
emendas constitucionais) 
Normas infraconstitucionais (leis em 
sentido amplo) 
Normas infralegais 
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5 
os índices 
percentuais que 
encontram-se no 
ANEXO II a este 
regulamento. 
 
Atualmente, estamos passando por um processo em que a Constituição Federal 
acaba por “constitucionalizar” diversos direitos que antes ficavam somente no 
campo das leis, assim, as bases do direito penal, direito civil, direito do 
trabalho, previdenciário e etc. estão todas na Constituição. Devido a este fato, o 
estudo do Direito Constitucional acaba se tornando a melhor ferramenta para se 
ter uma base sólida no estudo do direito como um todo. Não se consegue ser 
um especialista em algum ramo do direito sem que se saiba, ao menos de 
forma razoável, o Direito Constitucional. Assim, estamos vivendo um momento 
em que a Constituição passa a assumir o papel central do ordenamento jurídico, 
impondo regras e princípios que serão usados por todos os aplicadores do 
direito. 
Outro ponto que extraímos da pirâmide de Kelsen, é que a Constituição é 
hierarquicamente superior às leis, e estas são hierarquicamente superior às 
normas infralegais. Assim, é importante que digamos que as leis só podem ser 
elaboradas observando os limites da Constituição, e as normas infralegais só 
poderão ser elaboradas observando os limites da lei a qual regulamentam, e 
assim, indiretamente também deverão estar nos limites da Constituição. 
 
 Não existem hierarquias dentro de cada patamar, 
ou seja, não existe qualquer hierarquia entre quaisquer das normas 
constitucionais nem qualquer hierarquia de uma lei perante outra lei, ainda que 
de outra espécie. 
 
Pirâmide de Kelsen X Ordenamento brasileiro atual 
Na ordem jurídica nacional, esta pirâmide de Kelsen possui algumas adaptações 
e peculiaridade. Pelos seguintes motivos: 
1- Em 2004, a Emenda Constitucional 45 passou a admitir que os tratados 
internacionais, caso versassem sobre “direitos humanos” e fossem 
aprovados no Congresso Nacional com o mesmo procedimento das 
emendas constitucionais, viessem a ter a mesma força de emendas 
constitucionais (status hierárquico de Constituição). 
2- Em 2008, o STF passou a entender que os tratados internacionais sobre 
direitos humanos, caso não fossem aprovados rito de votação de uma 
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emenda constitucional, não iriam adquirir o status constitucional (emenda 
constitucional). Porém, por si só, já possuem um status de 
“supralegalidade” (estágio acima das leis e abaixo da Constituição), podendo 
revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. Os demais 
tratados, que não falassem sobre direitos humanos, possuem status de uma lei 
infraconstitucional (equivalente a uma lei ordinária, comum). 
Assim temos a nova pirâmide no ordenamento brasileiro: 
 
É importante notar que a Constituição, popularmente conhecida como 
“Constituição Federal”, na verdade é uma “Constituição da República Federativa 
do Brasil”, ou seja, uma Constituição “nacional” e não meramente “federal”, o 
que isso quer dizer? 
Quando usamos o termo “federal”, estamos falando de algo que está no âmbito 
da União Federal (o poder central da nossa federação). 
A Constituição não é norma “federal”, mas sim “nacional”, de toda a República 
Federativa do Brasil, impondo deveres e prevendo direitos em todas as esferas 
da federação (federal, estadual e municipal). 
Desta forma, o mais correto seria sempre empregarmos o termo “Constituição 
da República Federativa do Brasil”, mas por comodidade e por estar 
 
 
 
 
Constituição (normas originárias + 
emendas constitucionais + tratados de 
direitos humanos aprovados como 
emendas constitucionais). 
Normas infraconstitucionais: (leis 
em sentido amplo) Normas da CF, art. 
59: leis ordinárias e complementares, 
leis delegadas, decretos legislativos, 
medidas provisórias e resoluções + 
demais tratados internacionais + 
outras normas como decreto 
autônomo do presidente e 
Regimento dos Tribunais. 
Normas supralegais (tratados de 
direitos humanos não aprovados 
como emendas constitucionais). 
Normas infralegais: Decretos (não 
autônomos), Regulamentos, 
Portarias e etc. 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
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amplamente difundido, não há problemas em usarmos “Constituição Federal”. 
Até porque, desta forma, também a diferenciamos das Constituições Estaduais. 
Isso mesmo, cada estado tem a sua própria Constituição. E os Municípios? 
Quase, município não possui constituição (formal), mas sim lei orgânica, que 
funciona como a “Constituição” do município. 
A Constituição Federal, por ser norma de imposição nacional, deve ser 
respeitada por todas as Constituições Estaduais, que não podem prever nada 
em desacordo com ela, bem como as leis orgânicas dos municípios, que devem 
observar os preceitos da Constituição daqueles estados onde se localizam, bem 
como da Constituição Federal. Cabe uma observação, não poderá a Constituição 
Estadual trazer imposições à autonomia municipal maiores do que aquelas já 
feitas pela Constituição Federal, esta sim (CF) é a lei maior, autônoma, 
soberana. 
Mas atenção: Isso só se aplica quando falamos da Constituição! É totalmente 
errado falarmos que existe qualquer hierarquia entre uma lei federal, uma lei 
estadual e uma lei municipal. Cada ente de nossa federação (União, estado, 
distrito federal e município) possui uma autonomia conferida pela Constituição 
Federal, para que possa, dentro dos limites traçados pela própria CF, se 
autoorganizar, autolegislar, autogovernar e autoadministrar. Ou seja, os 
ordenamentos jurídicos infraconstitucionais (leis em sentido amplo e normas 
infralegais) são completamente independentes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. (ESAF/Analista- Min. Integração Nacional/2012) A Constituição 
Federal é a norma fundamental de nosso ordenamento jurídico desde que não 
revele incompatibilidade com os tratados internacionais de direitos humanos 
pactuados pelo País. 
Comentários: 
A Constituição é sempre norma máxima e fundamental do país, fruto de um 
poder soberano, que não reconhece qualquer limitação formal. Assim, erra ao 
dizer “desde que não revele incompatibilidade com os tratados internacionais”. 
Gabarito: Errado. 
 
Leis federais 
Leis 
estaduais 
Leis 
municipais 
Leis do distrito 
federal 
Autonomia Autonomia Autonomia 
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2. (CESPE/Técnico Científico - Banco da Amazônia/2012) A 
Constituição é autêntica sobrenorma, por veicular preceitos de produção de 
outras normas, limitando a ação dos órgãos competentes para elaborá-las, o 
que é fundamental à consolidação do estado democrático de direito. 
Comentários: 
Temos aí pessoal uma conceituação de Constituição considerada corretapela 
própria banca CESPE, memorize que é comum que apareça na sua prova 
novamente. 
Gabarito: Correto. 
 
3. (CESPE/Agente Administrativo-MPS/2010) A norma constitucional é 
uma sobrenorma, porque trata do conteúdo ou das formas que as demais 
normas devem conter, apresentando princípios que servem de guias supremos 
ao exercício das competências dos órgãos. 
Comentários: 
Perfeito... Já da para esquentar. A Constituição é isso aí. O ponto de partida 
para as demais normas, é a norma suprema, ou como a questão diz uma: 
"sobrenorma" delineando o conteúdo e as formalidades das demais normas que 
estão abaixo dela. 
Gabarito: Correto. 
 
4. (CESPE/Agente Administrativo-MPS/2010) Segundo a estrutura 
escalonada ou piramidal das normas de um mesmo sistema jurídico, no qual 
cada norma busca sua validade em outra, situada em plano mais elevado, a 
norma constitucional situa-se no ápice da pirâmide, caracterizando-se como 
norma-origem, porque não existe outra que lhe seja superior. 
Comentários: 
Olha só: a questão trouxe em palavras tudo aquilo que vimos na pirâmide de 
Kelsen: a Constituição no ápice, servindo de origem, e cada patamar devendo 
buscar a validade no patamar superior. 
Gabarito: Correto. 
 
Classificação das Constituições. 
Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições. 
Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, não são 
classificações excludentes e sim "cumulativas", já que uma constituição 
pode ter umas várias classificações diferentes, dependendo tão somente de 
qual quesito está sendo observado, por exemplo a sua estrutura, extensão, 
formação e até mesmo a forma como ela se relaciona com a realidade da 
sociedade. 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
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Vamos então analisar cada um desses quesitos: 
 
1- Quanto à origem: 
Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à origem, a 
Constituição pode ser: 
• Promulgada (popular, ou democrática) – É aquela legitimada pelo 
povo. É elaborada por uma assembléia constituinte formada por 
representates eleitos pelo voto popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 
1988) 
• Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente pelos 
governantes sem manifestação popular. Muitos autores chamam de 
“Carta” e não de “Constituição”. (ex. Brasil de 1824, 1937, 1967 e a EC 
1/69, que pode ser considerada como uma Constituição autônoma) 
• Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada outorgada, 
porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada. Não 
se pode dizer essa participação popular torna a constituição democrática, 
já que se trata tão somente de uma ratificação para fins de 
consentimento do povo com a vontade do governante. 
 
Pulo do Gato: 
No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram 
outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é 
um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as 
de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais 
são pares). 
 
 
2- Quanto à forma: 
• Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um texto escrito. (ex. 
Brasil de 1988) 
 
 Como já foi visto, a forma escrita é uma das 
caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do constitucionalismo moderno 
e, para o Prof. Canotilho, a constituição escrita tem função de racionalizar, 
estabilizar, dar segurança jurídica, além de ser instrumento de publicidade e 
calculabilidade (calculabilidade significa que a Constituição escrita consegue 
expor com maior clareza o que se pode e o que não se pode fazer). 
Direito Constitucional- TRT- 8ª Região 
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• Não-escrita – Também chamada de Constumeira (Consuetudinária), não 
se manifesta em estrutura solene. A matéria constitucional está 
assentada e reconhecida pela sociedade em seus usos, costumes e etc. 
(ex. Inglaterra). 
 
 
a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve estar 
codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em leis esparsas 
não pode ser considerada uma Constituição escrita. 
b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver sistematizada 
em um documento único será chamada de codificada, já se estiver em textos 
esparsos, será chamada de legal. 
c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos Tavares, mas 
chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a segunda (textos 
esparsos) denomina de variada. 
d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação do Prof. 
Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para este autor 
(Alexandre de Moraes), constituição legal seria aquela que tem o poder de se 
impor, tem força normativa tal qual as leis (essa classificação costuma ser 
usada pela FCC). Assim, se utilizarmos o exemplo da CF/88, ela não seria legal, 
mas sim codificada sob a ótica do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos 
ao fato de os termos estarem ou não compilados), porém, seria um constituição 
legal se analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de Moraes (o qual 
utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos textos, mas para 
demonstrar a sua força normativa). 
 
3- Quanto à extensão: 
• Sintéticas – São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se a tratar 
das matérias essenciais a uma Constituição - basicamente a organização 
do Estado e direitos fundamentais. (Ex. EUA) 
• Analíticas – São as extensas, prolixas, que tratam de várias matérias 
que não são as fundamentais. Elas são a tendência das Constituições 
atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se limitar a 
garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para assegurar 
os direitos. (Ex. Brasil 1988) 
4- Quanto ao conteúdo: 
• Material – Quando adotam-se como constitucionais apenas as normas 
essenciais a uma Constituição. 
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 A Constituição brasileira de 1824 era material, pois 
possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só Constitucional o que diz 
respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos 
direitos políticos e individuais dos cidadãos". Ou seja, ela limitou o que seria ou 
não Constitucional usando como critério o conteúdo, matéria tratada e não a 
forma. 
 
• Formal – Independe do conteúdo, basta que o assunto seja tratado em 
um texto rígido supremo para ser tido como constitucional. (Ex. Brasil de 
1988) 
 
5- Quanto à elaboração: 
• Dogmática – É aquela elaborada por um órgão Constituinte consolidando 
o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado momento, 
por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer estas situações 
que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da 
sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da 
teoria política e do direito dominante naquele determinado momento da 
história de um Estado. 
• Histórica – Diferentemente da dogmática, a histórica não é elaborada em 
um momento específico, ela surge ao longo do tempo. Desta forma, ela 
não precisa ser escrita pois possui seus fundamentos já solidificados. 
 
6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): 
• Rígida – Quando sesobrepõe a todas as demais normas. Assim, somente 
um processo legislativo especial e complexo poderá alterar seu texto. É o 
que ocorre na CF/1988, que prevê um processo muito mais rígido para se 
elaborar uma Emenda Constitucional do que para elaborar uma simples 
lei ordinária. 
• Flexível – Quando está no mesmo patamar das demais lei, não 
necessitando nenhum processo especial para alterá-la. 
• Semirrígidas ou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e outra 
flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semirrígida pois, como 
vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só Constitucional o que diz respeito 
aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos 
políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode 
ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”. 
• Imutáveis – Não podem ser alteradas. 
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• Super-rígidas – É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88. 
Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as chamadas "cláusulas 
pétreas", normas que não podem ser abolidas por emendas 
constitucionais. 
 
7- Quanto à finalidade: 
• Garantia (ou negativa) – É aquela que se limita a trazer elementos 
limitativos do poder do Estado. 
• Dirigente – Possui normas programáticas traçando um plano para o 
governo. 
• Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político 
de um país. De tempos em tempos é revista para se adequar o texto à 
realidade social, ou criar uma nova Constituição. 
 
8- Quanto à relação com a realidade (classificação ontológica): 
Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as Constituições 
de acordo com o modo que os agente políticos aplicam a norma. 
• Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada, 
normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos. 
• Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na 
prática. 
• Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a 
dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta 
regular o poder. 
 
 Essa classificação de Loewenstein possui 
nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof. Alexandre 
de Moraes. Segundo o Professor: 
 
� Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu texto já 
possuem direcionamentos para resolver os casos concretos. Basta uma 
aplicação pura e simples das normas através de uma interpretação 
gramatical-literal. 
� Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições onde, para se 
resolverem os problemas concretos, precisaria de uma análise de seu 
conteúdo sociológico, ideológico e metodológico, o que propicia uma 
maior aplicabilidade "político-normativa-social" de seu texto. 
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Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o Brasil teria 
uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser seguida e podemos 
exigir o seu cumprimento (embora muitos doutrinadores adotem como sendo 
nominalista, pois defendem que, na prática, muitos de seus preceitos são 
ignorados, principalmente os programáticos). Segundo a classificação trazida 
pelo Prof. Alexandre de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os 
meios para solucionar as controvérsias. 
 
9- Quanto à dogmática (ou ideologia): 
� Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única. 
� Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias. 
 
10- Outras Classificações: 
A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas Pactuadas 
ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado entre o rei e o Poder 
Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria sujeitada aos esquemas 
constitucionais. Assim a Constituição se sujeitaria a dois princípios: monárquico 
e democrático. Um exemplo foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João 
Sem Terra, para não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta 
imposta pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes. 
 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988: 
Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, 
dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem consenso, neste caso - na 
classificação de Loewenstein), nominalista (na classificação de resolução dos 
problemas de Alexandre de Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou 
reduzida (para Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre 
de Moraes). 
 
 
Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições: 
Critério Classificação Conceito 
No Brasil 
(CF/88) 
Origem 
Outorgada Imposta pelo governante. 
Promulgada 
Promulgada 
Legitimada pelo povo através 
de uma Assembleia 
Constituinte. 
Cesarista 
Imposta pelo governante, mas 
posteriormente levada à 
aprovação popular (não deixa 
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de ser outorgada). 
Forma 
Escrita Documento Escrito (se único = 
codificada/se vários = legal). 
Escrita e 
Codificada. 
Não-Escrita 
Consuetudinária (costumeira). 
O que importa é o conteúdo e 
não como ele é tratado. 
Extensão 
Sintética 
Dispõe apenas sobre matérias 
essenciais (organização do 
Estado e limitação do poder). 
Analítica 
Analítica 
É extensa tratando de vários 
assuntos, ainda que não sejam 
essenciais. 
Conteúdo 
Formal 
Independe do conteúdo 
tratado. Se estiver no corpo da 
Constituição será um assunto 
constitucional, já que o 
importante é tão somente a 
forma. Formal 
Material 
O importante é apenas o 
conteúdo. Não precisa estar 
formalizado em uma 
constituição para ser um 
assunto constitucional. 
Elaboraçã
o 
Dogmática 
Necessariamente escrita. 
Reflete a realidade presente na 
sociedade em um determinado 
momento. Dogmática 
Histórica 
Consolidada ao longo do 
tempo. 
Alterabilid
ade ou 
estabilida
de. 
Flexível 
Pode ser alterada por leis de 
status ordinário. Prescinde de 
procedimento especial para 
ser alterada. Rígida (ou super-
rígida já que 
possui cláusulas 
pétreas). 
Em 1824 era 
semirrígida. 
Rígida Somente pode ser alterada por 
um procedimento especial. 
Semirrígida 
ou semi-
flexível 
Possui uma parte rígida e 
outra flexível. 
Imutável Não podem ser alteradas 
Ontológic
a ou 
Nominalista É ignorada. Normativa ou 
nominalista (sem 
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conexão 
com a 
realidade 
Normativa Efetivamente aplicada. consenso) 
Semântica Criada apenas para justificar o 
poder de um governante. 
Finalidade 
Dirigente 
Possui normas programáticas 
traçando um plano para o 
governo. 
Dirigente Garantia 
Constituição negativa, 
sintética. Não traça planos, 
apenas limita o poder e 
organiza o Estado. 
Balanço 
Utilizada para ser aplicada em 
um determinado estágio 
político de um país. 
Ideologia 
Ortodoxa Única ideologia 
Eclética 
Eclética Várias ideologias 
 
5. (FCC/ JuizSubstituto/ TJ-GO/ 2012) A classificação "ontológica" das 
Constituições (normativas, nominais e semânticas), radicada na relação das 
normas constitucionais com a realidade do processo do poder, é da autoria de 
(A) Hans Kelsen. 
(B) Carl Schmitt. 
(C) Karl Loewenstein. 
(D) Pontes de Miranda. 
(E) José Joaquim Gomes Canotilho. 
Comentários: 
Tal classificação foi criada por Karl Loewenstein 
Gabarito: Letra C. 
 
6. (FCC/AJEM-TRT-7ª/2009) A Constituição que prevê somente os 
princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando 
seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é 
classificada como: 
a) pactuada. 
b) analítica. 
c) dirigente. 
d) dualista. 
e) sintética. 
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Comentários: 
Questão bem direta, acho que não há dúvidas que tal constituição seria uma 
Constituição "sintética", não é mesmo? Ela trata apenas daquilo que é 
essencial: organização do Estado e direitos fundamentais. 
A letra A e a letra D são excludentes... Pactuada seria o mesmo que dualista, 
são as constituições fruto de um acordo entre o rei e o legislativo. 
Analítica é o contrário da sintética, não fala só das coisas que o enunciado 
propôs, mas sim sobre um monte coisa que nem precisava estar ali. 
A letra C traz uma constituição que se caracteriza por também ser analítica, 
pois além de limitar o poder e organizar o Estado, traz as norma programáticas, 
ou seja, normas que irão traçar um plano para o governo se orientar. Ex. " Art. 
218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa 
e a capacitação tecnológicas". 
Gabarito: Letra E. 
 
7. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Assinale a opção correta 
acerca de classificações de Constituição. 
(a) A Constituição nominal é aquela cujas normas efetivamente dominam o 
processo político. 
(b) Denomina-se Constituição cesarista a Constituição outorgada submetida a 
plebiscito ou referendo. 
(c) As Constituições francesas da época de Napoleão I são classificadas como 
Constituições imutáveis. 
(d) A Constituição garantia caracteriza-se por conter normas definidoras de 
tarefas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos. 
(e) Constituições ortodoxas são aquelas que procuram conciliar ideologias 
opostas. 
Comentários: 
Letra A. Errado. O item se refere à classificação ontológica (relação com a 
realidade). A constituição nominal é justamente o oposto do afirmado, pois não 
é efetivada na prática. 
Letra B. Correto. O item se refere à classificação quanto à origem, Imposta pelo 
governante, mas posteriormente levada à aprovação popular (não deixa de ser 
outorgada). 
Gabarito: Letra B. 
 
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8. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A constituição é outorgada quando é 
externada com a participação dos cidadãos, uma vez que as normas 
constitucionais são estatuídas pela deliberação majoritária dos agentes do 
poder constituinte. 
Comentários: 
A promulgada é a legitimada pelos cidadãos. 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/ FUB-DF/ 2013) A CF, no que diz respeito à forma, é uma 
constituição consuetudinária. 
Comentários: 
Correto. Quanto à forma, a constituição pode ser escrita ou não escrita, esta 
também chamada de consuetudinária. 
Gabarito: Correto. 
10. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No que se 
refere ao modo de elaboração, a constituição dogmática espelha os dogmas e 
princípios fundamentais adotados pelo estado e não será escrita. 
Comentários: 
As Constituições dogmáticas são sempre escritas, daí o erro, no mais, 
consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais adotados pelo estado, 
como afirma a assertiva. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/TJAA-CNJ/2013) Constituição não escrita é aquela que não é 
reunida em um documento único e solene, sendo composta de costumes, 
jurisprudência e instrumentos escritos e dispersos, inclusive no tempo. 
Comentários: 
Exatamente, a Constituição não-escrita diferencia-se da escrita não por não ter 
efetivamente documentos escritos, mas pelo fato das normas de conteúdo 
constitucional não estarem sistematizadas em um documento único, 
formalmente superior aos demais. A Constituição não-escrita reconhece a 
constitucionalidade através do conteúdo e não da forma. Com efeito, esse 
“conteúdo constitucional” pode estar presente nos costumes, jurisprudências e 
até em diversos instrumentos escritos, dispersos. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (CESPE/Analista - TJ-RR/2012) Na denominada constituição 
semântica, a atividade do intérprete limita-se à averiguação de seu sentido 
literal. 
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Comentários: 
A constituição semântica é aquela que serve apenas para justificar a dominação 
daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder, por 
isso incorreto o item. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE/MPE-PI/2012) A doutrina denomina constituição semântica as 
cartas políticas que apenas refletem as subjacentes relações de poder, 
correspondendo a meros simulacros de constituição. 
Comentários: 
Isso mesmo, veja o conceito que a própria banca deu sobre constituição 
semântica. 
Gabarito: Correto. 
 
14. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-RR/2012) A CF pode ser classificada, 
quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser alterada com a 
mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei. 
Comentários: 
Dizemos que uma constituição é rígida quando processo legislativo especial e 
complexo poderá alterar seu texto, como ocorre na Constituição de 1988, que 
prevê um processo muito mais rígido para alteração do texto via emenda 
constitucional, que é bem mais difícil que para elaborar uma simples lei 
ordinária, daí acertada a afirmação. 
Gabarito: Correto. 
 
15. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-RR/ 2012) A CF, elaborada por 
representantes legítimos do povo, é exemplo de constituição outorgada. 
Comentários: 
Quando a constituição for elaborada por representantes do Povo será 
Promulgada, Pê de Povo, Pê de Promulgada. Veja que o item inverteu os 
conceitos. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/AJ-Taquigrafia-TJES/2011) Outorgada por uma Assembleia 
Constituinte, a Constituição Federal de 1988 (CF) é também classificada como 
escrita, formal, analítica, dogmática e rígida. 
Comentários: 
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Dizer que a Constituição de 1988 é classificada como escrita, formal, analítica, 
dogmática e rígida, está tudo certo. O problema é que dizer que ela foi 
outorgada por uma Assembleia Constituinte é uma contradição. As 
constituições podem ser “outorgadas” quando forem impostas pelo governante, 
ou então “promulgadas”, no caso de elaboradas por uma Assembleia 
Constituinte. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) As constituições denominadas 
rígidas são aquelas que não admitem alteração e que, por isso mesmo, são 
consideradas permanentes. 
Comentários:Esse é o conceito de constituição imutável. As rígidas adimitem alteração 
(desde que essa alteração seja feita por um procedimento especial). 
Gabarito: Errado. 
 
18. (CESPE/AJAA-TRE-BA/2010) Toda constituição é necessariamente 
escrita e representada por um texto solene e codificado. 
Comentários: 
Existem as constituições consuetudinárias (costumeiras) que não se manifestam 
em um texto único elevado ao status constitucional. 
Gabarito: Errado. 
 
19. (CESPE/MMA/2009) A CF vigente, quanto à sua alterabilidade, é do 
tipo semiflexível, dada a possibilidade de serem apresentadas emendas ao seu 
texto; contudo, com quorum diferenciado em relação à alteração das leis em 
geral. 
Comentários: 
A CF vigente é rígida. 
Gabarito: Errado. 
 
20. (CESPE/MMA/2009) Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, 
quanto à origem, pela ausência da participação popular na sua formação. 
Comentários: 
A constituição cesarista precisa de uma futura ratificação por referendo popular, 
logo, não podemos dizer que a participação popular é ausente. 
Gabarito: Errado. 
 
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20 
21. (CESPE/Advogado-EMBRASA/2010) A Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 (CF) não pode ser classificada como uma 
constituição popular, uma vez que se originou de um órgão constituinte 
composto de representantes do povo, e não da aprovação dos cidadãos 
mediante referendo. 
Comentários: 
Ela é popular ou promulgada, justamente porque os legisladores constituintes 
eram representantes do povo. 
Gabarito: Errado. 
 
22. (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, 
quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática. 
Comentários: 
É exatamente o que vimos, a CF 88 é promulgada, analítica e dogmática, e 
também estão corretas as nomenclaturas das classificações. 
Gabarito: Correto. 
 
23. (CESPE/TCE-AC/2009) Segundo a classificação da doutrina, a CF é um 
exemplo de constituição rígida. 
Comentários: 
Exato. Só pode ser alterada por procedimento especial. 
Gabarito: Correto. 
 
24. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A Carta outorgada em 10 de 
novembro de 1937 é exemplo de texto constitucional colocado a serviço do 
detentor do poder, para seu uso pessoal. É a máscara do poder. É uma 
Constituição que perde normatividade, salvo nas passagens em que confere 
atribuições ao titular do poder. Numerosos preceitos da Carta de 1937 
permaneceram no domínio do puro nominalismo, sem qualquer aplicação e 
efetividade no mundo das normas jurídicas - Raul Machado Horta. Direito 
constitucional. 2.a ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1999, p. 54-5 (com 
adaptações). Considerando a classificação ontológica das constituições, a 
Constituição de 1937, conforme a descrição anterior pode ser classificada como 
constituição outorgada. 
Comentários: 
A questão está errada, já que o conceito referido seria o de Constituição 
"semântica". Veja que ela era uma constituição outorgada, mas não se pediu na 
questão a classificação quanto à origem e sim a classificação ontológica, 
desenvolvida por Karl Loewenstein. 
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21 
Gabarito: Errado. 
 
25. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Quanto à 
correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo de poder, 
nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado que as 
relações políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações de 
seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
Comentários: 
Pelo critério ontológico, diferentemente do que ocorre nas constituições 
nominalistas, quando estamos diante de uma constituição normativa, o poder 
consegue ser realmente regulado pela constituição, esta não é ignorada pelos 
governantes. 
Gabarito: Correto. 
 
26. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Considerando o 
conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição brasileira é 
classificada como liberal ou negativa. 
Comentários: 
Constituição negativa, ou liberal, ou ainda constituição garantia, é aquela que 
se limita tão somente a garantir as liberdades do povo face ao Estado. Trata-se 
das primeiras constituições formais do séc. XVIII. Com o passar dos anos, 
percebeu-se que não poderia a constituição se limitar a ser negativa, devendo 
então agir positivamente, para que o povo pudesse ter acesso a outros direitos, 
como os direitos sociais, econômicos, culturais e os direitos da coletividade. 
Desta forma, a Constituição atual é uma constituição dirigente. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Constituição rígida é 
aquela que não pode ser alterada. 
Comentários: 
Esta seria uma constituição imutável. A constituição rígida pode ser alterada, só 
que de uma maneira mais complexa. 
Gabarito: Errado. 
 
28. (ESAF/Analista Administrativo-DNIT/2013) A Constituição Federal 
de 1988 pode ser classificada como: 
a) material, escrita, histórica, promulgada, flexível e analítica. 
b) material, escrita, dogmática, outorgada, imutável e analítica. 
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22 
c) formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica. 
d) formal, escrita, dogmática, promulgada, semirrígida e sintética. 
e) material, escrita, histórica, promulgada, semirrígida e analítica. 
Comentários: 
A opção correta é a letra C, vamos relembrar os conceitos que classificam nossa 
constituição: 
Quanto ao conteúdo: Formal – Independe do conteúdo. Ainda que o assunto 
tratado não seja essencial a uma Constituição, basta que esse assunto seja 
incorporado a um texto rígido supremo que ele será tido como constitucional. 
Quanto à forma: Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um único 
texto escrito. 
Quanto à elaboração: Dogmática – É aquela elaborada por um órgão 
Constituinte, consolidando o pensamento que determinada sociedade possui 
naquele momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer 
essas situações que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da 
sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as ideias da teoria 
política e do direito dominante naquele determinado momento da história de 
um Estado. 
Quanto à origem: Promulgada (popular ou democrática) – É aquela 
legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembleia constituinte formada por 
representantes eleitos pelo voto popular. 
Quanto à alterabilidade (ou estabilidade): Rígida – Quando se sobrepõe a 
todas as demais normas. Assim, somente um processo legislativo especial e 
complexo poderá alterar seu texto. 
Quanto à extensão: Analíticas: São as extensas, prolixas, que tratam de 
várias matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência das 
Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se 
limitar a garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para 
assegurar os direitos. 
Gabarito: Letra C. 
 
29. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica 
as constituições. Quanto às classificações existentes, é correto afirmar que: 
I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita. 
II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada. 
IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética. 
Assinale a opção verdadeira. 
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a) II, III e IV estão corretas. 
b) I, II e IV estão incorretas. 
c) I, III e IV estão corretas. 
d) I, II e III estão corretas. 
e) II e III estão incorretas. 
Comentários: 
I – Errado. Quanto à elaboração as constituições podem ser dogmáticas 
(elaboradas em um texto formal, em um determinado momento da história de 
um Estado), ou então históricas (se consolidaram ao longo dos tempos) a 
classificação que divide as Constituições em escritas ou não-escritas seria 
quanto à “forma”, ou seja, a formalidade em que ela se encontra no mundo 
jurídico. 
II- Errado. Motivo dito no item anterior: dogmática e histórica é modo de 
elaboração. Forma = escrita ou não-escrita. 
III- Correto. 
IV- Errado. Quanto ao conteúdo, as Constituições se classificam em material ou 
formal. A Classificação como sintética ou analítica se refere à “extensão”. 
Gabarito: Letra B. 
 
30. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela 
que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do 
Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. 
Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é 
detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais 
dificultoso de emenda constitucional. Considerando a classificação das 
constituições e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e 
outra Constituição, é possível afirmar que 
a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e 
rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa. 
b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, 
rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética. 
c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da 
República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista. 
d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República 
Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária. 
e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática, 
promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática. 
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24 
Comentários: 
Letra A - Item correto, exigindo conhecimento da Constituição dos EUA do 
candidato... a título de informação, a constituição negativa é sinônimo de 
Garantia , que é aquela que se limita a trazer elementos limitativos do poder do 
Estado. 
Letra B - Errado. O erro está em afirmar que a CF-88 é histórica, na verdade 
ela é dogmática, pois foi elaborada por um órgão Constituinte, consolidando o 
pensamento que determinada sociedade possui naquele momento. 
Letra C - Errado. A constituição dos Estados Unidos não é consuetudinária 
(costumeira) ela é escrita, inclusive sabemos que foi a primeira constituição 
escrita da história, diferentemente do que diz o item. A classificação da 
Constituição de 88 está correta. 
Letra D - Errado. O item inverteu características das constituições do Brasil e 
dos EUA. 
Letra E - Errado. A do Brasil não é flexível, é rígida, pois somente pode ser 
alterada por procedimento especial. 
Gabarito: Letra A 
 
31. (FGV/Advogado-BADESC/2010) Considerando os critérios de 
classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e extensão, é 
correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é: 
a) promulgada, rígida e sintética. 
b) outorgada, semirrígida e analítica. 
c) promulgada, rígida e analítica. 
d) outorgada, semirrígida e sintética. 
e) promulgada, flexível e analítica. 
Comentários: 
Letra A – Errado. Embora rígida e promulgada, ela é analítica e não sintética. 
Letra B – Errado. Embora analítica, ela é promulgada e não outorgada, além de 
ser rígida e não semirrígida. 
Letra C – Correto. 
Letra D - Errado. Ela é promulgada e não outorgada, além de ser rígida e não 
semirrígida, e ainda analítica e não sintética. 
Letra E – Errado. Pois ela é rígida e não flexível, embora seja promulgada e 
analítica. 
Gabarito: Letra C. 
 
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25 
Estrutura e elementos da Constituição: 
A CF/88 possui 2 partes: 
1- Parte Permanente: Formada pelo Preâmbulo + Parte Dogmática (250 
artigos) dividida em 9 títulos: 
� Título I: Princípios Fundamentais 
� Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
� Título III: Da Organização do Estado 
� Título IV: Da Organização dos Poderes 
� Título V: Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
� Título V: Da Tributação e do Orçamento 
� Título VII: Da Ordem Econômica e Financeira 
� Título VIII: Da Ordem Social 
� Título IX: Das Disposições Constitucionais Gerais; 
 
2- Parte Transitória: ADCT (até a EC 71/12 possui 97 artigos) 
 
A Constituição pode segundo José Afonso da Silva ser dividida em elementos. 
Baseado nas suas definições temos os seguintes elementos na Constituição: 
1- Orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. 
Organizam a estruturação do Estado. Ex. Título III – Da Organização do Estado; 
Título IV – Da organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças 
Armadas; Segurança pública; Tributação, Orçamento; 
2- Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado, são os direitos e 
gatantias fundamentais (exceto os direitos sociais = eles são sócio-ideológicos); 
3- Sócio-ideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, 
que protege a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas 
fazem parte de uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex. Direitos 
Sociais, Título VII – Da ordem econômica e financeira; Título VIII – Da Ordem 
Social; 
4-De Estabilização Constitucional: São os elementos que tratam da solução 
de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições 
democrátitcas como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de 
reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal; 
5- Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição, como o 
ADCT e normas como o art. 5º §1º - “As normas definidoras dos Direitos e 
Garantias Fundamentais têm aplicação imediata”. Também podemos inserir 
nesta classificação o "preâmbulo", que embora não tenha força de norma 
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jurídica, pode servir de base para interpretar e aplicar as normas 
constitucionais. 
 
32. (FCC/ Assessor Técnico- AL-PE/ 2013) Sobre os elementos das 
Constituições, são considerados elementos orgânicos as normas 
(A) que revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e 
o Estado Social. 
(B) que regulam a estrutura do Estado e do Poder. 
(C) destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas. 
(D) que estabelecemregras de aplicação de outras normas constitucionais. 
(E) que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a 
atuação dos Poderes estatais. 
Comentários: 
Letra A. Errado, os elementos que tratam dos compromissos entre o Estado e o 
indivíduo são os sócios ideológicos. 
Letra B. Correto. Os elementos orgânicos são os que regulam a estrutura do 
Estado e do Poder e organizam a estruturação do Estado. 
Letra C. Errado. Os elementos que tratam da solução de conflitos 
constitucionais, defesa do Estado e instituições democráticas são os elementos 
de estabilização conctitucional. 
Letra D. Os elementos que estabelecem regras de aplicação de outras normas 
constitucionais são os formais de aplicabilidade. 
Letra E- Errado. Os compõe o rol de direitos fundamentais são os limitadores do 
poder do Estado, daí que são chamados de limitativos. 
Gabarito: Letra B. 
 
33. (CESPE/Analista-EBC/2011) As normas previstas no Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias possuem natureza de norma 
constitucional. 
Comentários: 
Toda a parte dogmática e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
fazem parte da Constituição, com mesma hierarquia e valor normativo, 
ressalva-se tão somente o preâmbulo. que segundo o Supremo, não possui 
força normativa. 
Gabarito: Correto. 
 
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34. (CESPE/Analista-EBC/2011) O preâmbulo da Constituição Federal não 
faz parte do texto constitucional propriamente dito e não possui valor 
normativo. 
Comentários: 
Este é o pensamento do STF, segundo o qual o preêmbulo não possui força 
normativa e não deve ser obrigatoriamente reproduzido nas Constituições 
Estaduais. Vale ressaltar que, embora não tenha força de norma jurídica, o 
preâmbulo pode servir de base para interpretar e aplicar as normas 
constitucionais. 
Gabarito: Correto. 
35. (CESPE/Polícia Civil–TO/2008) Os elementos orgânicos que compõem 
a Constituição dizem respeito às normas que regulam a estrutura do Estado e 
do poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e 
autoridades públicas. 
Comentários: 
Perfeita definição. 
Gabarito: Correto. 
 
36. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O preâmbulo, o dispositivo que 
estabelece cláusulas de promulgação e as disposições transitórias são exemplos 
de elementos de estabilização constitucional. 
Comentários: 
Seriam classificados como elementos formais de aplicabilidade, já que os 
elementos de estabilização constitucional são os elementos que tratam da 
solução de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e 
instituições democrátitcas como o Controle de Constitucionalidade, os 
procedimentos de reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção 
federal. 
Gabarito: Errado. 
 
37. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os denominados elementos 
formais de aplicabilidade das constituições são consagrados nas normas 
destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas. 
Comentários: 
Estes seriam os elementos de estabilização constitucional. Os elementos 
formais de aplicabilidade são as regras de aplicação da Constituição, como o 
preâmbulo, ADCT e normas como o art. 5º §1º - “As normas dos Dir. 
Fundamentais têm aplicação imediata.” 
Gabarito: Errado. 
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38. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina, 
os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos 
poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam 
o rol dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Esses são os limitativos e não os orgânicos. 
Gabarito: Errado. 
 
39. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Os elementos 
limitativos da CF estão consubstanciados nas normas constitucionais destinadas 
a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do 
Estado e das instituições democráticas. 
Comentários: 
Os elementos limitativos, servem para limitar a atuação do poder do Estado, 
como os direitos e gatantias fundamentais. Quando falamos em solução de 
conflitos, defesa da Constituição e etc. estamos falando em elementos de 
estabilização constitucional. 
Gabarito: Errado. 
 
40. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os direitos individuais e suas 
garantias, os direitos de nacionalidade e os direitos políticos são considerados 
elementos limitativos das constituições. 
Comentários: 
A doutrina os classificam como elementos limitativos pois são responsáveis por 
limitar a atuação do Estado face aos particulares. 
Gabarito: Correto. 
 
Normas Regras X Normas Princípios: 
Em um estudo doutrinário costuma-se dizer que entre as normas temos a 
presença das regras e dos princípios. As regras são mais concretas, aquelas 
normas que definem um procedimento, condutas. Regras, ou são totalmente 
cumpridas, ou não são cumpridas, elas não admitem o cumprimento parcial. 
vale a ideia do tudo ou nada! 
Por outro lado, os princípios são mais abstratos, não são definidores de 
condutas, são os chamados "mandados de otimização", ou seja, eles devem ser 
utilizados para se alcançar o grau ótimo de concretização da norma. Devido a 
esta abstração dos princípios, eles admitem um cumprimento parcial. 
Diz-se que quando duas regras entram em conflito, o aplicador deve cumprir 
uma ou outra, nunca as duas, pois uma regra exclui a outra. Já quando dois 
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princípios entram em conflito dizemos que houve uma "colisão" de princípios 
(nunca uma contradição) e, desta forma, ambos poderão ser cumpridos, 
embora em graus diferentes de cumprimento. Estuda-se então o caso concreto, 
e descobre-se qual o princípio irá pervalecer sobre o outro, sem que um deles 
seja totalmente excuído pelo outro. 
Os princípios constitucionais podem estar expressos na Constituição (princípio 
da igualdade, princípio da uniformidade georgráfica, princípio da anterioridade 
tributária...) ou podem estar implícitos no texto constitucional, sendo 
decorrentes das normas expressas do texto e dos regimes expressamente 
adotados pela Constituição, ou então devido a direcionamentos do direito 
constitucional geral, aplicável aos vários ordenamentos jurídicos (princípio da 
razoabilidade, princípio da proporcionalidade...). 
Em concursos, costuma-se cobrar, com bastante frequência, os princípios 
constitucionais que se referem aos direcionamentos aplicáveis aos diversos 
entes (Estados, Municípios e DF) que formam a nossa federação. São eles: 
• Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da 
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a 
intervenção federal. 
• Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles 
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais 
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, 
dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também 
chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
OBS. - As normas que estão presentes na Constituição Federal podem 
estar presentes naConstituição Estadual de duas formas: 
� Normas de Reprodução Obrigatória - São aquelas normas da 
Constituição da República que são de observância obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
� Normas de Imitação - São as normas que podem, facultativamente, 
estar presentes na Constituição Estadual. 
• Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou 
implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder 
constituinte do Estado-membro. 
Falaremos um pouco mais sobre princípios quando formos estudar os "princípios 
fundamentais" e também na parte referente à interpretação constitucional. 
Normas Materiais X Normas Formais: 
O termo "materiais" vem de matéria, conteúdo. Formais vem de forma, 
estrutura, roupagem. 
Normas materiais são aquelas que tratam de assuntos, conteúdos, essenciais a 
uma Constituição moderna: organização do Estado e limitação dos seus poderes 
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face ao povo (não é pacífico a exatidão do que é e o que não é materialmente 
constitucional). 
Normas fomais são todas aquelas que foram alçadas a um status constitucional, 
independentemente do conteúdo tratado. 
No Brasil, todas as normas da Constituição são formais, independente de seu 
conteúdo. Porém, algumas, além de formais, também são materiais. Assim, é 
importante destacar que a classificação entre normas materialmente 
constitucionais e normas formalmente constitucionais não são excludentes, já 
que uma norma pode ser ao mesmo tempo materialmente e formalmente 
constitucional. Assim temos: 
• Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as 
normas da Constituição que, além de formais, tratam de assuntos 
essenciais a uma Constituição. 
• Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da 
Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, 
porém, não deixam de ser formais já que possuem a roupagem de 
Constituição, apenas não são materiais. 
 
41. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição 
brasileira de 1988, que são formalmente constitucionais todas as normas 
contidas em seu corpo articulado, mesmo as destituídas de rigidez. 
Comentários: 
Dizer que são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu 
corpo está correto. Porém, a questão está errada, pois não existem normas 
destituídas de rigidez na CF/88. Todas as suas normas são rígidas, somente 
podendo ser alteradas por um procedimento especial, mais dificultoso do que as 
leis ordinárias. 
Gabarito: Errado. 
 
42. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição 
brasileira de 1988, que nela existem algumas normas que são apenas 
formalmente constitucionais. 
Comentários: 
Todas as normas da CF/88 são formalmente constitucionais. A doutrina, porém, 
divide estas normas em dois grupos: 
Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as normas da 
Constituição que, além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma 
Constituição. 
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Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da 
Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, porém, 
não deixam de ser formais, apenas não são materiais. 
Gabarito: Correto. 
 
43. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais é antagônico ao de normas formalmente 
constitucionais. 
Comentários: 
Nada obsta que uma norma possa ser ao mesmo tempo formalmente e 
materialmente constitucional. Já que o conceito de formal refere-se ao status 
hierárquico que ela é tratada e o conceito de material refere-se ao conteúdo o 
qual a norma veicula. 
Gabarito: Errado. 
 
44. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais importa na atribuição de rigidez às normas que 
versem sobre matéria tipicamente constitucional. 
Comentários: 
A rigidez está atrelada tão somente ao aspecto formal. O aspecto material trata 
tão somente do conteúdo das normas, independente de qualquer status 
hierárquico. 
Gabarito: Errado 
 
45. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas 
materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) 
para flexibilizar parcialmente a Constituição. 
Comentários: 
A Constituição de 1824 possuia em seu art. 178 a seguinte disposição: "É só 
Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos 
Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que 
não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas 
Legislaturas ordinárias". Assim, ela estava dizendo que em seu corpo possuia 
uma parte que era materialmente constitucional, distitnta das demais. Essa 
parte seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria 
flexível (parte não materialmente constitucional), e desta forma, formou-se a 
chamada constituição semirrígida ou semiflexível. 
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Gabarito: Correto. 
 
46. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Somente possuem supremacia formal 
as normas constitucionais que se relacionam com os direitos fundamentais. 
Comentários: 
O Brasil adota o conceito formal de Constituição, isso significa que, 
independente do conteúdo tratado, todas as normas constitucionais possuem 
supremacia formal sobre o resto do ordenamento jurídico e não somente as 
normas que se relacionam com os direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por estar na 
parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância 
jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional. 
Comentários: 
O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da Constituição. 
Assim, ele não pode ser usado para tornar normas infraconstitucionais como 
inconstitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
48. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem natureza jurídica 
de norma constitucional, semelhante às normas inseridas no bojo da CF, não 
havendo desníveis ou desigualdades entre as normas do ADCT e os preceitos 
constitucionais quanto à intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua 
autoridade. 
Comentários: 
Os ADCT fazem parte da Constituição, não há qualquer hierarquia da parte dita 
por "dogmática" em relação a parte transitória. 
Gabarito: Correto. 
 
Eficácia e aplicabilidade das normas 
Eficácia é a capacidade que uma norma tem para produzir efeitos, o grau de 
eficácia das normas constitucionais é um dos temas mais controversos da 
doutrina, mas para nosso objetivo, as considerações abaixo serão suficientes. 
 
Doutrina clássica x Normas Programáticas: 
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A doutrina clássica, de Rui Barbosa, baseada na doutrina norte-americana, 
dividia as normas em auto-aplicáveis (auto-executáveis) e não auto-aplicáveis 
(não auto-executáveis), estas, diferentementedas primeiras exigiam a 
complementação do legislador para produzirem efeitos. 
Essa classificação, atualmente, não costuma ser aceita no Brasil. 
Em que pese tal fato, algumas bancas, costumam cobrar o conceito de não 
auto-aplicáveis em associação às normas programáticas. As normas 
programáticas são aquelas que definem planos de ação para o Estado, como 
combater a pobreza, a marginalização e os direitos sociais do art. 6º. As 
normas programáticas possuem o que se chama de eficácia diferida, ou seja, 
sua aplicação se dará ao longo do tempo, na medida em que forem sendo 
concretizadas. 
 
Eficácia e aplicabilidade segundo a José Affonso da Silva: 
Essa é a doutrina majoritária, a mais cobrada em concursos. Divide em 3 tipos 
as normas: 
1- Eficácia Plena – Não necessitam de nenhuma ação do legislador para 
que possam alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e 
imediata, pois independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos. 
As normas de eficácia plena também não admitem que uma lei posterior 
venha a restringir o seu alcance. 
Ex.: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado 
(CF, art. 5º, XX). 
2- Eficácia Contida - É aquela norma que, embora não precise de qualquer 
regulamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem 
aplicabilidade direta e imediata, não precisando de lei para mediar os 
seus efeitos -, poderá ver o seu alcance restringido pela superveniência 
de uma lei infraconstitucional. Enquanto não editada essa lei, a norma 
permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena, porém no 
futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitucional. 
Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às 
qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, art. 5º, XIII). Ou seja, 
As pessoas podem exercer de forma plena qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, salvo se vier uma norma estabelecendo certos requisitos para 
conter essa plena liberdade. 
Observação: Em regra, as normas de eficácia contida são passíveis de 
restrição por leis infraconstitucionais, porém, também se manifestam como 
normas de eficácia contida as normas onde a própria constituição 
estabelece casos de relativização. Exemplo disto é o direito de reunião que 
pode ser restringido no caso de Estado de Sítio ou Defesa. Ou ainda, o direito 
de propriedade, que é relativizado pela norma da desapropriação e pela 
necessidade do cumprimento da função social. 
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A doutrina ainda considera que certos preceitos ético-jurídicos como a 
moral, os bons costumes e etc. também podem ser usados para conter as 
normas. 
3- Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por 
meio de lei, não será capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada, 
assim dizemos que tem aplicação indireta ou mediata, pois há a 
necessidade da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Como 
vimos, é errado dizer que não possui eficácia jurídica, ou que é incapaz 
de gerar efeitos concretos, pois desde logo manifesta a intenção dos 
legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na 
interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais as normas 
infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis (daí se falar em 
eficácia negativa ou paralisante das normas de eficácia limitada). Desta 
forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu 
caráter vinculante) é imediata. 
Ex.: O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, 
XXXII). Se a lei não estabelecesse o Código de Defesa do Consumidor, não 
se poderia aplicar essa norma por si só, ou, acaso as normas criadas pelo 
CDC não fossem favoráveis aos consumidores, seriam inconstitucionais por 
contrariar as normas de eficácia limitada que trata da matéria. 
Observação: O prof. José Afonso da Silva, ainda divide as normas de eficácia 
limitada em dois grupos: 
a) Normas de princípio programático - São as que direcionam a atuação 
do Estado instituindo programas de governo. Terão eficácia diferida e 
necessitam de atos normativos e administrativos para concretizarem os 
objetivos para quais foram criadas. 
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas 
um direcionamento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir 
órgãos, instituições ou regulamentos, observando os direcionamentos 
trazidos. O professor ressalta as expressões "na forma da lei", "nos termos 
da lei", "a lei estabelecerá" e etc. como meios de identificação destas 
normas. 
 
 Baseado na doutrina do Professor Canotilho, ainda 
podemos classificar as normas programáticas como normas-fim, pois traduz 
uma finalidade a ser buscada pelo Poder Público. 
 
Eficácia e aplicabilidade segundo a Maria Helena Diniz: 
A classificação das normas, segundo esta autora, muda pouco comparado a 
José Affonso da Silva. Maria Helena Diniz aborda mais um tipo em sua 
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classificação: as normas de eficácia absoluta ou supereficazes. Assim, segundo 
ela, teriamos a seguinte classificação: 
1- Eficácia absoluta ou supereficazes: seriam as clásulas pétreas (CF, 
art. 60 §4º), ou seja, as normas que não podem ser abolidas por emendas 
constitucionais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são 
suscetíveis de emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido 
pelo STF, que aceita o uso das emendas constitucionais desde que usadas 
para fortalecer ou ampliar as cláusulas pétreas). 
2- Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva 
3- Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva 
4- Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. Silva 
 
Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. 
Isso não quer dizer que sejam todas de eficácia plena, como já foi cobrado em 
concurso. É apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e 
assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Lembramos ainda que tanto as plenas como também as contidas possuem 
aplicação imediata. 
Vamos propor um fluxograma para facilitar nossa vida nas questões sobre 
classificação das normas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Leia a norma com 
calma! 
Sim Não 
Pergunta 1 - Você consegue, só 
pelo que está ali escrito, aplicar o 
preceito? 
Então, a norma tem aplicação 
mediata e será somente de 
eficácia limitada. Mas poderá 
ser programática ou de 
princípio institutivo. 
Pergunta 2b - A 
norma busca traçar 
um plano de governo 
para direcionar o 
Estado, ou é uma 
norma que está 
ordenando a criação 
de órgãos, institutos 
ou regulamentos? 
 
Traça um 
plano de 
governo 
Ordena a 
criação de 
institutos, 
órgãos ou 
Então, estamos diante 
de norma que tem 
aplicação imediata! 
Mas a eficácia poderá 
ser plena ou contida.

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