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4 Sujeitos Processuais Penal

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Sujeitos Processuais
Conceito: Todas as pessoas que intervém na relação jurídico-processual, ou seja, aquelas que atual no processo.
Classificação:
1) Sujeitos processuais principais: Participam da relação em caráter de obrigatoriedade, de modo que, sem eles, não se constitui um processo. São sujeitos processuais principais: i) o juiz; ii) o acusado; iii) o MP; iv) o querelante. Deles, forma-se a relação angular-processual, estando o juiz acima e entre as partes (em decorrência de sua imparcialidade) e
2) Sujeitos processuais secundários (acessórios ou colaterais): Integram a relação processual sem caráter de obrigatoriedade. Em suma, sua presença é facultativa. É chamado também de colateral, haja vista que se agregam ao polo ativo ou passivo processual. Faz parte desse grupo o assistente de acusação ou o fiador do réu.
3) Sujeitos processuais terceiros: Intervêm no processo, mas não integram a relação jurídico-processual.
a) Interessados: Possuem interesse na causa, nesse rol se enquadra o ofendido que vem prestar declarações.
b) Não interessados: Não possuem direito a ser tutelado na causa, tal como a testemunha, o perito, escrevente, oficial de justiça e etc.
Obs: O ofendido pode ocupar 3 posições na relação processual, a depender da natureza da ação penal, assim:
Se privada, ele é sujeito processual principal, haja vista ser querelante.
Se pública, ele pode ser tanto sujeito processual secundário, se for habilitado nos autos como assistente da acusação, como terceiro interessado, se não houver habilitação.
Obs2: o MP na ação penal subsidiária da pública é chamado de interveniente adesivo obrigatório, sendo impossível que o processo se desenvolva sem sua presença, sendo, desse modo, um sujeito principal. Já na ação penal privada exclusiva, sua intervenção será como custos legis, sendo também obrigatória na relação processual. Logo, no processo penal, o MP SEMPRE será sujeito processual principal.
Ressalte-se que os advogados não são sujeitos processuais, apenas representam algum sujeito processual.
O promotor não é sujeito processual, e sim o MP.
Sujeitos processuais em espécie
O juiz
Juiz: é sujeito processual, mas não é parte no processo. A ele compete conduzir o processo e solucionar a lide, mediante aplicação do direito material penal objetivo, ou seja, a lei é um norte na convicção do magistrado, de modo que a vontade manifestada é também a vontade estatal.
Para o exercício da função jurisdicional, o juiz deve possuir capacidade, que pode ser subjetiva e objetiva:
1) Capacidade subjetiva:
a) Em abstrato (funcional): Preenchimento dos requisitos objetivos/legais para a ocupação do cargo.
b) Em concreto (especial): É preciso que o juiz tenha imparcialidade, se apresenta pela ausência de impedimento ou suspeição do juiz. Portanto, o estabelecimento de causas de suspeição e impedimento do julgador presta para o resguardo de sua imparcialidade.
2) Capacidade objetiva: estabelecimento de competências que são limites da jurisdição.
ü Impedimento (Art. 252/253 do CPP), são critérios objetivos (processuais), e se referem ao vínculo do juiz com determinada pessoa no processo. O impedimento se traduz numa presunção absoluta de parcialidade, de modo que os atos praticados são inexistentes. É alegado a qualquer tempo por intermédio de exceção de impedimento.
ü Suspeição (Art. 254), são critérios subjetivos (afetivos/extraprocessuais) e se referem ao vínculo afetivo do magistrado com determinada pessoa fora da relação processual, e se traduz em nulidade absoluta.
Obs: Não se reconhece a suspeição ou o impedimento se a parte injuriar o juiz ou criar a hipótese de parcialidade (Art. 256).
O juiz é detentor de poder administrativo (de polícia). Este poder decorre da presidência do processo pelo juiz, com base nele pode mobilizar forças públicas, retirar o acusado da sala e restringir a publicidade do processo. Também é detentor de poder jurisdicional.
O poder Jurisdicional pode ser:
a) Ordinatórios: Poder de dar vazão ao processo, ocorrem com atos do juiz que objetivam o desenvolvimento do processo, como a designação de audiência.
b) Instrutórios: Atinente à obtenção de provas no processo.
c) Fins: Poder decisório do magistrado.
A CF também resguarda a imparcialidade do juiz, estabelecendo garantias e vedações:
· Garantias
a) Vitaliciedade: constitui uma garantia do cargo, que só pode ser perdido mediante sentença judicial transitada em julgado. Não pode ser reconhecida com perpetuidade, uma vez que pode ocorrer aposentadoria compulsória o por invalidez.
b) Inamovibilidade: a movimentação só se dá por ato voluntário. Essa garantia não é absoluta, podendo haver a remoção compulsória que se justifica pelo interesse público. Pode ser aplicado pelo tribunal ou pelo CNJ, por maioria absoluta dos seus membros, ressalvada a ampla defesa.
c) Irredutibilidade dos subsídios: o salário não pode ser reduzido.
Obs: Nos juízes de primeiro grau, não se adquire a vitaliciedade antes de transcorrer 2 anos, no estágio probatório. Ocorrendo a não confirmação na carreira, pode ocorrer a perda do cargo por processo administrativo. Os ministros do STF a adquirem automaticamente.
Há um plano de carreira para os magistrados, arquitetado em:
1- Juiz substituto
2- Entrância inicial
3- Entrância intermediária
4- Entrância final
5- Desembargador
Há movimentação horizontal e vertical:
Horizontal: na mesma entrância.
Vertical: entrâncias diferentes (promoção). Deve-se ressaltar que não há rebaixamento de entrâncias, e também não se pode “pular” entrâncias.
Vedações aos magistrados (Art. 95, P. U.:
1) Exercer outro cargo público ou função, salvo uma de magistério.
2) Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação no processo.
3) Dedicar-se à atividade político-partidária.
4) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas exceções em lei.
5) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal em que foi afastado, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo, seja por aposentadoria ou por exoneração.
Ministério Público (Arts. 127 a 130 CF e Arts. 257/258 CPP).
Conceito: O MP é instituição permanente (pois exerce parte da soberania estatal) essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica (custos legis), do regime democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis (Art. 127, CF).
Interesse público:
1) Primário: É o bem geral, ou seja, aquilo que interessa à sociedade como um todo, interesses coletivos.
2) Secundário: É o interesse da Administração Pública.
Ao MP cabe a tutela única do interesse público primário. A própria Administração tutela seus interesses. Assim, o MP deve ser totalmente separado do interesse secundário, até porque veda-se inclusive a prestação de auxílio para a administração.
Em suma, o MP atua quando se verifica a indisponibilidade total ou parcial do interesse ou quando convém à sociedade como um todo.
Atuação: A atuação do MP será obrigatória quando:
1- Houver total ou parcial indisponibilidade de interesse em litígio.
2- Houver interesse coletivo, mesmo que este interesse seja disponível.
3- Há processo eleitoral, desde o alistamento do eleitor, apuração das eleições, acompanhando o pleito eleitoral, fiscalizando, apurando crime eleitoral etc.
Natureza jurídica- O MP faz parte do poder estatal, que é uno e indivisível. Além disso, não integra a qualquer um dos 3 poderes públicos, haja vista a disposição da Carta Magna que o elencou como “função independente”, até porque, ao MP incumbe a defesa da sociedade, e não do Estado.
Organização:
1) MP da União.
a) MP Federal.
b) MP do Trabalho.
c) MP Militar.
d) MP do DF e territórios.
2) MP dos estados.
MP da União:
Seu chefe é o Procurador Geral da República (PGR), nomeado pelo Presidente, observando 2 requisitos: i) ser membro do MP da União; ii) ter idade mínima de 35 anos.
O processo de nomeação é complexo, uma vez que se desenvolve entre 2 poderes públicos,e compreende:
1- Indicação pelo Presidente da República.
2- Sabatina realizada pelo Senado Federal.
3- Aprovação por maioria absoluta do Senado.
4- Nomeação.
O PGR cumpre um mandato de 2 anos. Findo o período, ele pode ser reconduzido novamente ao cargo, mas deverá passar pelo mesmo processo seletivo e complexo no qual fora submetido; poderá ser reconduzido quantas vezes desejar.
Perda do cargo:
1) Impeachment: caso condenado por crime de responsabilidade.
2) Destituição: um processo complexo que compreende:
a) Pedido de destituição do Presidente da República.
b) Aprovação pelo Senado por maioria absoluta, resguardada a ampla defesa.
c) Destituição pelo Presidente da República.
MP dos Estados:
Seu chefe é o Procurador Geral de Justiça, nomeado pelo Governador do Estado-Membro, sendo submetido a um processo complexo que envolverá o próprio MP e o executivo. Tal processo se divide em 2 momentos:
1) No próprio MP dos estados: ocorre a formação da lista tríplice(indicação de 3 pessoas pela instituição), por intermédio de uma eleição.
Quem pode votar? Todos os membros da instituição, não importando se vitalícios ou não, excluindo-se os servidores.
O voto é obrigatório, sendo facultado apenas àqueles que gozarem de férias ou licença.
Quem pode ser votado? É definido em cada Constituição Estadual.
2) Pelo Governador: ao receber a lista, o Governador terá 15 dias para proceder à nomeação. Caso transcorra o prazo estabelecido, fica nomeado o mais votado no registro de candidatura (lista elaborada em observação à ordem de classificação dos candidatos).
O PGJ cumpre mandato de 2 anos e pode ser reconduzido ao cargo. Nesta hipótese, terá que se sujeitar ao mesmo processo. Poderá cumprir 2 mandatos consecutivos, sendo possível o retorno após.
Perda do cargo:
1- Impeachment: condenação por crime de responsabilidade.
2- Destituição: falta funcional ou ato incompatível com o decoro do cargo.
O processo de destituição compreenderá:
1- Iniciativa do Governador do Estado ou do Colégio de Procuradores do MP.
2- Aprovação da destituição por maioria absoluta dos seus membros, resguardada a ampla defesa.
3- Destituição pela assembleia legislativa.
· Deve-se ressaltar que o método da lista tríplice se aplicam ao MP dos territórios e DF, que fazem parte do MP da União.
Princípios constitucionais norteadores do MP>
1- Indivisibilidade (unidade): não pode ser segmentado. Assim, quem atua no processo é sempre o MP e não apenas o membro, desse modo, o membro do MP pode ser substituído de acordo com as normas legais.
2- Independência funcional: O órgão do MP é independente no exercício de suas funções, não ficando sujeito à ordens de quem quer que seja, somente devendo prestar contas de seus atos à constituição, às leis e sua consciência.
3- Promotor natural: os membros do MP possuem cargos específicos com atribuições predeterminadas, de modo que não pode o PGE realizar designação discricionária, veda-se, portanto, a figura do promotor de exceção.
Garantias concedidas à instituição:
1) Estruturação em carreira.
2) Autonomia administrativa, financeira e funcional.
3) Limitação à liberdade do chefe do executivo para nomeação e destituição do PGR.
4) Vedações de promotores ad hoc.
Garantias concedidas aos seus membros:
1) Vitaliciedade.
2) Inamovibilidade.
3) Irredutibilidade de subsídios.
Vedações:
1) Exercer outro cargo público ou função, salvo uma de magistério.
2) Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação no processo.
3) Dedicar-se à atividade político-partidária.
4) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas exceções em lei.
5) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal em que foi afastado, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo, seja por aposentadoria ou por exoneração.
Funções:
1) Promover, privativamente, a ação penal pública na forma estabelecida no CPP.
2) Fiscalizar a execução da lei.
Obs: O promotor se sujeita ao impedimento ou suspeição, nas mesmas regras dos magistrados:
ü Impedimento (Art. 252/253 do CPP), são critérios objetivos (processuais), e se referem ao vínculo do juiz com determinada pessoa no processo. O impedimento se traduz numa presunção absoluta de parcialidade, de modo que os atos praticados são inexistentes. É alegado a qualquer tempo por intermédio de exceção de competência.
ü Suspeição (Art. 254), são critérios subjetivos (afetivos/extraprocessuais) e se referem ao vínculo afetivo do magistrado com determinada pessoa fora da relação processual, e se traduz em nulidade absoluta.
O acusado.
Conceito: o acusado é o suposto autor da infração penal, é aquele a quem se imputa a prática de uma conduta criminosa. É sujeito passivo da relação processual e sujeito ativo da relação material. Além disso, sua condição é personalíssima, ou seja, somente recai no autor da infração (Princípio da intranscendência), para tanto deve haver no processual sua qualificação, individualizando o sujeito passivo. Suas concepções mudam de acordo com o procedimento. No Inquérito Policial, é chamado de investigado, averiguado ou, se houver indiciamento, indiciado. Advinda a denúncia, é chamado de denunciado. Após o recebimento da denúncia é chamado de acusado ou réu e após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é chamado de condenado.
Quem não pode figurar:
1) Menores de 18: há presunção absoluta de que, para entender a ilicitude da conduta, é necessário ter capacidade. Assim, responde por ato infracional no juízo da infância e juventude. Deve-se atentar ainda que os menores de 12 anos se sujeitam a medidas protetivas, por sua vez os maiores de 12 e menores de 18 se sujeitam a medidas socioeducativas.
2) Mortos: até porque ocorre a extinção da punibilidade.
3) Os detentores de imunidade parlamentar: estes deve haver autorização da casa.
4) Os detentores de imunidades diplomáticas.
Obs: Questão interessante se dá com a pessoa jurídica. A despeito da Lei 9.605/98 ter tornado possível sua responsabilização penal, há dificuldade de procedimento. Assim, a PJ será citada, na pessoa de seu representante legal, sendo obrigatório seu interrogatório, ou do representante ou do preposto
Obs2: Os doentes mentais podem ser acusados, contudo, constatada tal condição, o juiz nomeará curador especial. Os doentes mentais serão submetidos a medida de segurança.
Através da citação se dá conhecimento do processo ao acusado e o chama para se defender, sendo obrigatório tal ato. Entretanto, o não comparecimento do acusado não tem caráter de obrigatoriedade. Dá-se o nome de contumácia o fato do acusado não comparecer em juízo, assim, a revelia é consequência da contumácia.
Ainda que não tenha atendido à chamada inicial, é possível seu comparecimento no processo a qualquer momento.
É resguardada a Ampla Defesa que compreende:
1) Autodefesa: realizada pelo próprio acusado.
2) Defesa técnica: realizada por advogado/defensor, sendo irrenunciável. Pode ser realizada pelo acusado se ele possuir cadastro na OAB.
O defensor.
Conceito: Profissional habilitado responsável pela defesa do acusado, é necessário que seja bacharel em direito e esteja inscrito na OAB. Divide-se em:
1) Constituído: escolhido pelo próprio acusado mediante procuração que não exige poderes especiais. Entretanto, atos como aceitar o perdão do ofendido, arguir suspeição do juiz ou incidente de falsidade documental necessitam de poderes especiais.
2) Dativo: defensor nomeado. O defensor não pode recusar a nomeação, salvo por motivo justificado, e o acusado não pode recusá-lo, mas nada o impede de constituir outro defensor. Se houver mais de um réu no processo, é possível que um defensor defenda ambos, desde que não haja defesas colidentes.
3) Público: é profissional ocupante de cargo público, membro da defensoria pública. A ele cabe a defesa do réu pobre.
· O defensor não pode abandonar o processo, salvo por motivo imperioso (Art. 265 CPP).
· Se o defensor deixar de comparecer em audiênciainjustificadamente, a audiência ocorrerá com a nomeação de um substituto (ad hoc). Contudo, se a ausência for justificada até a abertura da audiência o juiz poderá redesignar o ato. Isso não é obrigatório, devendo ser realizado um juízo de prejudicialidade para o processo, como prescrição próxima e prisão cautelar excessiva.
· Os honorários do advogado são pagos pelo réu, se tiver condições para tanto (Art. 263, PU).
O ofendido
Conceito: Sujeito passivo eventual do delito. Pode ser sujeito passivo principal (como querelante na ação penal privada) ou secundário(habilitado nos autos como assistente de acusação).
O assistente de acusação
Conceito: É o ofendido (se tiver OAB) ou o seu representante legal, que ingressa na ação penal, no polo ativo como um sujeito processual secundário.
· Na falta do ofendido (morte ou ausência), qualquer um do Art. 31 do CPPpode habilitar-se nos autos para ser assistente de acusação, ou seja, o CADI, em ordem preferencial.
· Somente a condição de inventariante não legitima o ingresso no processo, devendo fazer parte do CADI
O Estado pode se habilitar como assistente de acusação?
1) Sim, pois o MP não representa o interesse do Estado, e sim da sociedade. Assim, o próprio Estado deve tutelar seus interesses e pode fazê-lo como assistente de acusação (prevalece).
2) Não, pois seria uma atuação sui generis.
Função do assistente:
1) Ingressa no processo para auxiliar a acusação, ou ver o acusado condenado. Há críticas pois legitima a vingança.
2) O assistente ingressa no processo para tutelar interesse próprio, ou seja, a reparação do dano.
3) Ingressa tanto para auxiliar a acusação como para defesa de interesse próprio.
O ingresso do assistente se dá de maneira formal nos próprios autos do processo e só pode ser dada após o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença penal, excepcionando o júri onde o assistente deve ser habilitado com 5 dias de antecedência do plenário.
· Não há a figura do assistente no inquérito policial.
Procedimento: Se dá por meio de simples requerimento, e após se ouve o MP obrigatoriamente. Em seguida, o juiz profere decisão, que é irrecorrível (Art. 273 CPP) e pode admitir o assistente ou não. Deve-se ressaltar que a doutrina e a jurisprudência admitem a impetração de MS contra a decisão que negou a entrada como assistente, assim é impossível a interposição de recurso, mas é possível a interposição de ação autônoma de impugnação.
· O corréu não pode intervir no processo como assistente, somente se for absolvido.
O assistente deve ser intimado de todos os atos do processo, mas a sua ausência não impede dos atos, não importando o motivo, até porque é sujeito processual secundário. Contudo, se sua ausência não for justificada ou sua justificação não for plausível, ele perderá o direito de ser intimado do processo. Se sua ausência for justificada, ele continuará sendo intimado.
Ao assistente é permitido:
1) Propor meio de prova: Em tese não haveria impedimento para propor qualquer tipo de prova, mas há uma impossibilidade prática de arrolar testemunhas, haja vista que o momento do arrolamento é a denúncia e o assistente somente ingressa nos autos depois do recebimento. Entretanto, há posição minoritária que entende a possibilidade de se arrolar supletivamente.
2) Participar da produção da prova: fazendo perguntas às testemunhas, acompanhar interrogatório do réu, formular quesitos, contraditar testemunha.
3) Participar dos debates orais e apresentar alegações escritas.
4) Legitimidade recursal subsidiária ou supletiva: só poderá interpor recurso se não houver interposição pelo MP. Assim, o prazo para o assistente somente se iniciará quando transcorrer o do MP.
5) Arrazoar os recursos interpostos pelo acusado.
· A atuação do assistente não está vinculada ao MP.

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