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Princípios Constitucionais Tributários - Aula 2 - 2019

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Princípios Constitucionais Tributários 
Princípio da legalidade 
Também denominado de princípio da reserva legal (Artigos. 5º, II e 150, I, da Constituição 
Federal, e o Artigo 97, do CTN), preceitua que não há tributo sem lei que o institua ou o 
majore. Esse princípio tem raízes na história da humanidade, encontrando sua expressão 
máxima na soberania popular, na medida em que limitou o poder real, impedindo-o de 
instituir tributo de forma arbitrária, sem o consentimento dos cidadãos (parágrafo único do 
Artigo 1º da Constituição Federal). 
Encontra sob o título "Dos direitos e garantias fundamentais", firmando-se, assim, como 
cláusula pétrea (Artigo 60, § 4º, da Constituição Federal). 
Com efeito, "está implícita como princípio de direito tributário a exigência da lei como 
fundamento da tributação", de sorte que não há falar em criar, majorar ou extinguir tributo 
senão por intermédio de lei. 
Não é demais lembrar que Medida Provisória não é lei em sentido estrito-formal, 
entendendo-se por esta a regularmente aprovada pelo Poder Legislativo e sancionada pelo 
Executivo, o que afasta, em tese, a sua utilização no âmbito tributário. 
 
Princípio da isonomia 
Artigo 150, inciso II, da Constituição da República, veda o tratamento desigual entre 
contribuintes que se encontrem em situações equivalentes. Esse princípio é corolário do 
princípio geral de que todos são iguais perante a lei, sem qualquer distinção, conforme 
disposto no Artigo 5º da Carta Política. 
Não por acaso o aludido princípio é também denominado de princípio da igualdade 
tributária, uma vez que "em matéria tributária, mais do que em qualquer outra, tem relevo a 
ideia de igualdade no sentido de proporcionalidade. Seria verdadeiro absurdo pretender-se 
que todos pagassem o mesmo tributo. Assim, no campo da tributação, o princípio da 
isonomia às vezes parece confundir-se com o princípio da capacidade contributiva". 
 
Princípio da irretroatividade e da anterioridade 
Os princípios da irretroatividade e da anterioridade encontram-se sob o abrigo do Artigo 
150, III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Constituição Federal, respectivamente. 
O primeiro, como cediço, é basilar no sistema jurídico, e decorre dos princípios gerais que 
estatuem que "a lei não retroage, exceto para beneficiar" e que "a lei não prejudicará o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada" (Artigo 5º, XXXVI, CF). 
Notadamente na seara do Direito Tributário o aludido princípio veda a cobrança de tributos 
relativos a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei. Em consequência, a 
legislação tributária aplica-se, imediatamente, aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, "com o fim de garantir a estabilidade jurídica e a segurança nos negócios e 
fatos jurídicos", nos termos do Artigo 105 do CTN. 
 
Já o princípio da anterioridade, previsto no Artigo 150, III, ‘b’, da CF, e no o Artigo 9º, II, do 
CTN, tem o escopo de assegurar a previsibilidade das normas tributárias, evitando-se 
surpresas ao contribuinte, de sorte que "para ser validamente incidente sobre os fatos 
jurídicos ocorridos num determinado período (geralmente no período fiscal, que coincide 
com o ano civil) deve ser publicada no exercício financeiro anterior". 
Constituem, todavia, exceção a esse princípio os impostos de importação, de exportação, 
sobre produtos industrializados, sobre operações financeiras, extraordinário por motivo de 
guerra, contribuições para o financiamento da seguridade social etc., conforme os artigos 
148, 149 150 e 195, todos da Constituição Federal. 
 
Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária 
O primeiro, previsto no Artigo 150, IV, da Constituição da República, expurga do 
ordenamento jurídico a possibilidade de ocorrer uma tributação extorsiva correspondente à 
absorção, total ou parcial, da propriedade pelo Estado, sem que haja a devida indenização 
ao contribuinte. Todavia, não se trata de confisco a cobrança do ITR a razão de 20% ao 
ano incidente sobre o valor da terra nua em área rural, ainda que matematicamente 
conclua-se que ao final de 5 anos o contribuinte terá pagado o equivalente a 100% do valor 
da terra. Em verdade, o que se pretende com esse imposto é atender ao preceito 
constitucional do fim social da propriedade (Artigo 5º, XXIII, CF), de modo a compelir o 
proprietário de terras rurais improdutivas torná-las produtivas socialmente. 
No que tange aos princípios da imunidade e da isenção tributária, faz-se necessário uma 
distinção entre ambos, ainda que perfunctória, no sentido de que as primeiras "vêm 
expressas no texto constitucional e por isso denominam-se imunidades; se, por outro lado, 
forem objeto de disposição legal, tratar-se-á de isenção". 
São exemplos de imunidade tributária "instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou 
serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos 
partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais...; d) livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado a sua impressão" (Artigo 150, VI, CF). 
De acordo com o Artigo 175 do CTN a isenção é modalidade de exclusão do crédito 
tributário e pode ser concedida a qualquer tributo (imposto, taxa, contribuição de melhoria 
etc.), ao contrário da imunidade que está adstrita aos impostos. Ainda nesse passo, o 
Artigo 184, § 5º, da Constituição Federal esclarece que "são isentas de impostos federais, 
estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins 
de reforma agrária". Em sendo "exclusão, fácil é concluir que o crédito tributário existiu e o 
fato gerador ocorreu efetivamente, fazendo nascer a obrigação tributária. A isenção, 
podemos dizer, é a dispensa do pagamento do tributo a partir do nascimento da obrigação 
respectiva. Essa a posição doutrinária dominante". 
De outra parte, certo é que somente quem pode tributar poderá isentar, não prescindindo a 
isenção tributária de previsão legal (Artigo 150, § 6º, da CF).

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