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Wa2 - Cst em Emb e Im Pessoal - Química Capilar
Unidade 2 - Efeitos fisiológicos da tintura no organismo
WEBAULA 01
 
Olá! O que você está achando das aulas?
Esperamos que elas estejam contribuindo para o seu entendimento sobre o rico e grandioso universo da química capilar, a formulação de cores, a teoria das cores, a estrela de Oswald e as nuanças de cores. Esses assuntos têm muita importância na sua formação.
Daremos continuidade, agora, ao segundo conteúdo, que abordará os efeitos fisiológicos da tintura no organismo.
Por meio disso, você será capaz de:
- Conhecer a estrutura dos fios de cabelo.
- Conhecer como e onde agem as colorações nos fios.
- Identificar quais são os níveis de toxicidade.
- Avaliar os possíveis efeitos fisiológicos ao organismo.
- Compreender os danos que se tem com a saúde.
Seja bem-vindo a mais uma webaula! Nela, abordaremos aspectos importantes a serem considerados dentro das colorações no fio de cabelo, sua toxicidade e os efeitos fisiológicos que acarretam no organismo.
Pois bem, para iniciarmos é importante compreendermos a estrutura do fio de cabelo. Você deve recordar que já definimos sobre a formulação de cores, teoria e nuanças na webaula anterior. Como sabe, este ramo das ciências propõe-se a estudar, basicamente, as colorações utilizadas e como agem nos fios de cabelo, bem como os efeitos fisiológicos que podem trazer ao organismo. Para isso, veremos a estrutura do fio  afim de entendermos onde são depositados os pigmentos. É sobre isso que trataremos agora. Vamos lá!
 
Estrutura dos fios de cabelo
A haste capilar está dividida em três camadas principais, que são: cutícula, córtex e medula. A parte mais volumosa é o córtex, que corresponde a 90% de massa do fio de cabelo. É nele que encontramos a cor dos cabelos, e não na cutícula, como a maior parte das pessoas acredita, pois, a cutícula é a camada mais externa. O fio é formado por quatro unidades principais: cutícula, córtex, medula e um complexo de membrana celular.
Figura 2.1 | Folículo piloso
Fonte: http://www.elanmello.com.br/anatomia-do-cabelo-e-a-calvicie-elan-mello-micropigmentacao-capilar.htm. Acesso em: 7 nov. 2016.
 
Uma das funções do córtex é armazenar as células responsáveis por dar cor aos fios, a melanina. Elas são produzidas por meio dos melanócitos, células que se localizam no interior do bulbo, no folículo piloso. O melanócito produz grânulos de pigmento escuro sintetizado a partir da tirosina (aminoácido) que é a melanina.
Figura 2.2 | Estrutura do fio
 
Fonte: < http://www.cookie.com.br/unhas-fortes-cabelos-saudaveis/#.WCH-M9IrLIU >. Acesso em: 7 nov. 2016.
 
Vídeo
Assista a um vídeo que fala sobre a estrutura do fio de cabelo:
ESTRUTURA dos cabelos – Parte 1. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=dEsvSrrpV7g >. Acesso em: 5 nov. 2016.
O número de grânulos do pigmento é importante. Ele não apenas afeta a cor do cabelo, mas pode tornar a mudança da cor mais fácil ou difícil. O cabelo preto, normalmente associado aos afro-americanos, tem o mesmo tipo de melanina que o cabelo castanho caucasiano. A diferença é que os grânulos da melanina são maiores no cabelo preto, e é essa diferença que dá uma densidade mais alta ao pigmento. O cabelo loiro tem menos e menores grânulos de feomelanina, que estão bem espalhados pelo córtex. Seria mais fácil mascarar os efeitos desses pigmentos (baixa densidade) do que cobrir os grânulos de eumelanina bem unidos. O clareamento do cabelo, na verdade, destrói os grânulos de melanina e remove a influência de sua coloração.
Vídeo
Assista a um vídeo que fala sobre a eumalanina e a feomelanina:
SAIBA a diferença entre eumelanina e feomelanina. 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=PTJxbIMtPs4 >. Acesso em: 7 nov. 2016.
 
Quando o número de grânulos de pigmento começa a decrescer naturalmente, os cabelos grisalhos se tornam perceptíveis. Isso normalmente acontece entre os 28 e 42 anos de idade. Estima-se que 50% das mulheres terão cabelos brancos até os 50 anos. Cabelos grisalhos indicam que os melanócitos estão ficando lentos e produzindo menos melanina. Pesquisas mostram que a produção de melanina cessa por completo durante as fases catágena e telógena.
Às vezes, o cabelo de cor natural muda notavelmente entre os 13 e os 20 anos de idade. Essa mudança é mais perceptível em cabelos loiros, ruivos e castanho-claros, que frequentemente começam a escurecer, em razão do aumento na produção de melanina. Quanto maior a densidade do pigmento, maior o escurecimento. Aparentemente, os melanócitos variam em quantidade de pigmento que produzem de acordo com a idade.
Coloração nos fios
Percebemos um aumento no número de pessoas que escolhem mudar temporária ou definitivamente a cor de seus cabelos. Em virtude do grande avanço das tecnologias envolvendo os produtos colorantes, tingir os cabelos é agora mais seguro, e a grande variedade de opções de cores e de tratamentos oferecidos aos consumidores tornou extremamente elegante colorir os cabelos.
São muitos os fatores que motivam o consumidor e o cliente moderno a usar tinturas e colorantes, como o desejo de mudar definitivamente a cor natural dos cabelos, cobrir cabelos brancos ou modificá-los apenas para uma ocasião especial. Em meio à grande variedade de produtos surgidos no mercado, torna-se até mesmo difícil para o profissional cabeleireiro compreender as opções e escolher a tintura adequada ao seu cliente.
A arte de colorir os cabelos é uma prática muito antiga, realizada por homens e mulheres ao longo da história da humanidade: romanos, gregos, egípcios, hebreus, persas, chineses, entre outros, utilizavam alguma forma artesanal de colorir os cabelos.
 
Saiba mais
Confira as considerações gerais na avaliação de segurança de produtos cosméticos:
ANVISA. Considerações gerais na avaliação de segurança de produtos cosméticos. Guia para avaliação de segurança de produtos cosméticos. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/guia/html/pag02.htm >. Acesso em: 8 nov. 2016.
 
As tinturas mais antigas eram preparadas com amoras ou plantas e aplicadas nos cabelos como um creme capilar. Para conseguir uma coloração mais clara, mulheres, nos séculos XVII e XVIII, utilizavam óleo e pó. Em Veneza, por volta do ano de 1600, os cabelos eram expostos ao sol durante horas, enquanto, vez ou outra, borrifavam um preparado chamado “a loira” que clareava os cabelos. Como resultado, surgia um cabelo castanho amarelado que, pelo procedimento ser realizado em Veneza, foi nomeado “louro veneziano”. As colorações são divididas em colorantes temporários, semitemporários e permanentes.
 
Colorantes temporários
São cosméticos, no mais puro sentido da palavra. A coloração ocorre por deposição na superfície do cabelo, atraída, na maioria das vezes, por diferença de polaridade, sem mudar quimicamente a estrutura capilar. O cabelo é revestido com a cor, que absorve e reflete a luz, diferentemente de sua cor natural.
Há vantagens e desvantagens em produtos desse tipo de coloração. São máscaras de cor; cobrem a cor natural e refletem diferentes ondas de luz visíveis. Não podem deixar os cabelos mais claros que a cor original, porque a estrutura química capilar não é alterada, e lavar os cabelos algumas vezes provocará o desbotamento da cor, fazendo voltar à cor original.
Embora os produtos de coloração temporária não clareiem a cor natural do cabelo, são fáceis de serem usados e podem ser facilmente removidos com a lavagem.
As loções contendo esses pigmentos não contêm amônia, porém são alcalinizadas com a ação de alcalamidas (como dietanolamida de ácidos graxos de coco) ou etanolaminas (como trietanolamina).
Os efeitos durante esse período são: o cabelo incha (as cutículas são abertas) pela ação da alcalinidade do produto e os corantes da rinsagem são absorvidos e impregnam nos cabelos (cutícula e, parcialmente, o córtex), colorindo-os diretamente.
 
Questão para Reflexão
Você imagina que tinturas temporárias são aplicadas em formulações comerciais de shampoo,loções, gel e produtos condicionadores?
Colorantes semipermanentes
São também conhecidos como semipermanentes. Eles depositam cor de longa duração sem o poder de clarear a cor natural dos cabelos. Podem ser usados para cobrir os fios brancos ou realçar a cor do pigmento do cabelo. Essas colorações normalmente duram entre quatro e seis semanas. Colorações de oxidação semipermanentes, em geral, são mais suaves que as oxidantes permanentes. Elas promovem a oxidação dos corantes entre camadas de cutículas e com pouca interação com o córtex, por exercerem baixo poder de dilatação da estrutura externa.
Saiba mais
Conheça mais sobre como age a tintura permanente. Acesse o site da Wella (Disponível em: < https://www.wella.com/retail/pt-BR/article/text/tintura-permanente-cabelo-radiante >. Acesso em: 15 nov. 2016
 
Corantes permanentes
Além de criar uma cor bonita e duradoura, as colorações permanentes oferecem outras vantagens. Elas podem clarear e promover a mudança de tonalidade da cor ao mesmo tempo, em um único processo. São capazes de clarear a cor natural do cabelo, porque são mais alcalinas que as semipermanentes, e normalmente são misturadas com um revelador de volumagem alta.
O nível de dilatação da estrutura e, também, o nível de oxidação dos corantes são controlados pelo pH da coloração e pela concentração de peróxido de hidrogênio no revelador. O nível de dilatação aumenta, enquanto o pH da coloração e a concentração de peróxido se elevam.
A maioria das colorações permanentes são misturadas com o peróxido em partes iguais, na razão de 1:1, porém novos produtos têm sido projetados para uma equivalência de 1:1,5 e feito dessa proporção de mistura uma vantagem competitiva. As colorações permanentes por oxidação, em geral, quando misturadas nas proporções determinadas pelos fabricantes com o peróxido de hidrogênio a 20 volumes, elevam sua capacidade de clareamento em um ou dois níveis.
As colorações permanentes, assim, igualmente misturadas com peróxido de hidrogênio a 30 volumes elevam sua capacidade de clareamento em cerca de três níveis e, quando misturadas a 40 volumes, elevam essa capacidade em até quatro níveis.
Não há como clarear os cabelos sem que eles sejam danificados. A quantidade de danos aumenta à medida que a descoloração ou o nível do clareamento e da oxidação aumentam.
 
Figura 2.3 | Pigmentos artificiais se encaixando no córtex para refletir a nova cor
Fonte: http://blog.folyic.com.br/2016/01/28/como-escolher-coloracao-para-os-cabelos/. Acesso em: 7 nov. 2016.
 
O creme contendo o material colorante (como os protetores de corantes e os acopladores) e amônia é misturado ao produto contendo peróxido de hidrogênio (chamado de emulsão ou base reveladora). A mistura obtida é alcalina (por conter amônia) e oxidante (por conter peróxido de hidrogênio). Nesse momento, já se inicia a oxidação dos precursores de corantes, embora esse processo só se complete nos cabelos.
A mistura é aplicada sobre os cabelos. A amônia provoca inchamento, abrindo as cutículas e permitindo a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio. Com o peróxido de hidrogênio (água oxigenada), o cabelo é também clareado (até três tons), pois o H2O2 tem o poder de oxidar também a melanina natural presente no cabelo.
Após a aplicação e durante o período de pausa, no qual o cabelo está interagindo com a tintura, as reações químicas se completam: o peróxido de hidrogênio clareia o cabelo; os precursores de corantes são oxidados e tornam-se corantes; os agentes acopladores reagem com os corantes formados, produzindo a cor final com suas nuanças e reflexos (na verdade, os agentes acopladores modificam a cor original dos corantes principais); os corantes são plenamente absorvidos pelo cabelo, dando-lhe cor definitiva.
 
Questão para Reflexão
Você imagina que a tintura de cabelo é uma arte ditada pela cinética química de uma complexa reação e um mecanismos de difusão, que tem  produto controlado por uma exigente fiscalização quanto ao seu potencial de toxicidade e alergênico aos seres humanos?
Toxicidade dos corantes
No século XX, a toxicidade dos produtos e cosméticos tem recebido destaque da comunidade científica. Nos anos de 1960, acreditava-se que os produtos de uso pessoal permaneciam apenas na pele, e seus efeitos eram considerados locais. Novos estudos mostraram que os produtos aplicados topicamente podem ser absorvidos, levando a efeitos sistêmicos nos organismos expostos.Portanto, os possíveis efeitos tóxicos vêm sendo reavaliados.
Figura 2.4 | Símbolo usado para substâncias tóxicas
Fonte: < http://vaccineresistancemovement.org/?p=6097 >. Acesso em: 7 nov. 2016.
 
A ANVISA é encarregada pela autorização de comercialização de produtos cosméticos por meio de notificação e registros, fiscalizando as empresas fabricantes, averiguando o processo de produção, as técnicas e os métodos empregados até o seu consumo final.Antes de um produto ser lançado no mercado, deve ser averiguado pelo próprio fabricante ou importador por meio de diversos ensaios toxicológicos como: toxicidade sistêmica aguda; corrosividade e irritação dérmica; sensibilização cutânea; absorção/penetração cutânea; mutagenicidade/genotoxicidade; toxicidade subaguda e subcrônica; irritação ocular; irritação de mucosas; efeitos tóxicos induzidos pela radiação UV (fototoxicidade, genotoxicidade, fotoalergia); carcinogenicidade; toxicidade do desenvolvimento e reprodutiva (teratogenicidade) e toxicocinética e toxicodinâmica.
Ao ser analisada a rotulagem dos cosméticos, deve ser observado o seu número do registro ou notificação na ANVISA/MS, composto pela sigla “MS” e seguido do número de registro no Ministério da Saúde. Os números de registro dos cosméticos são compostos por 13 dígitos, que ficam localizados na parte posterior da embalagem, onde está informado o nome da empresa e o endereço.
Figura 2.5 | Onde se encontra o n° MS na embalagem das colorações
Fonte: elaborada pela autora.
Antes de qualquer aplicação, examine cuidadosamente o escalpo e o cabelo. Procure sinais de irritação, vermelhidão ou inchaço do tecido, feridas abertas, ressecamento excessivo ou outras disfunções na pele. Pergunte ao cliente sobre problemas anteriores com aplicação de outras colorações (coceira no couro cabeludo, locais doloridos e irritações).
Se você suspeitar de problemas, aconselhe seu cliente a consultar um dermatologista antes de dar continuidade ao procedimento. Nunca aplique qualquer coloração no couro cabeludo irritado.
 
Saiba mais
Confira, no site da Wella, o que há de verdadeiro sobre tintura permanente com amoníaco para o aparecimento de alergias de pele e danos ao cabelo (Disponível em: < http://www.wella.com/retail/pt-BR/article/text/reacao-alergica-amoniaco-na-tintura >. Acesso em: 8 nov. 2016).
As questões de tempo e porosidade podem ser respondidas fazendo-se um teste preliminar no fio. Os testes de resistência do fio são importantes por várias razões: eles ajudam a evitar problemas sérios causados pelos gradientes de porosidade, cabelos danificados, mudança de temperatura e mistura ou aplicação inapropriada.
 
Vídeo
Assista a um vídeo que fala sobre os efeitos dos produtos usados nos cabelos:
AULA DE química explica os efeitos dos produtos usados nos cabelos Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=R5ejSziKT5k >. Acesso em: 7 nov. 2016
Para você compreender melhor o assunto, a estrela de Oswald é uma estrela de seis pontas que tem um núcleo em seu centro. Cada uma dessas seis pontas irá indicar uma nuança e, no meio das linhas indicadas, encontra-se a nuança marrom (considerada a cor neutra dos cabelos, ou seja, todos os cabelos contêm a cor marrom).
Questão para Reflexão
Como você se precaveria de adquirir colorações ou produtos químicos para os cabelos que apresentam algum tipo de toxicidade ao organismo?
 
Agentes oxidantes podem ser muito corrosivos aos olhos, à pele e aos pulmões. O peróxido de hidrogênio e outros oxidantes agem liberando oxigênio. Como respiramos oxigênio, alguns acreditamerroneamente que os oxidantes são seguros e não causam danos. Esse não é o caso. Os oxidantes são potencialmente perigosos e devem ser usados com cuidado.
Efeitos fisiológicos das colorações
Estudos recentes mostram que a exposição aguda à p-fenilenodiamina (PFD) pode causar graves tipos de dermatites, irritação nos olhos e asmas principalmente em profissionais que aplicam as colorações e, em casos de ingestão acidental, pode levar a quadros graves de intoxicação, induzindo gastrite, insuficiência renal, vertigem, tremores, convulsões e o coma em seres humanose, por esse motivo, ela merece especial atenção.
Os oxidantes são corrosivos e podem causar queimaduras sérias, cicatrizes e danos à pele. Use máscara apropriada ao manipular oxidantes em pó para prevenir a inalação. Leia cuidadosamente a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) e as instruções para todos os produtos utilizados no salão, especialmente oxidantes e corrosivos. Siga rigorosamente os procedimentos e as precauções recomendadas pelo fabricante.
 
Link
Leia o artigo científico que fala sobre a química e a toxicidade dos corantes de cabelo:
OLIVEIRA, R. A. et al. A química e toxicidade dos corantes de cabelo. Química Nova, v.137, n.6, São Paulo, jul. 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422014000600019 >. Acesso em: 15 nov. 2016.
Clareadores sobre o couro cabeludo apresentam perigo dobrado, pois o produto entra em contato com o escalpo durante a aplicação, e a alta alcalinidade e a presença de um oxidante podem causar irritação na pele. Os clientes sentem frequentemente o couro cabeludo ressecado e esticado.
O escalpo tem uma barreira protetora de sebo que é removida temporariamente nas aplicações de xampu. Solicite aos clientes para não lavarem o cabelo 24 horas antes do processo de clareamento ou descoloração. A menos que seja absolutamente necessário, nunca lave o cabelo do cliente antes de aplicar superclareadores ou descolorantes diretamente no couro cabeludo.
Algumas pesquisas apontam que o uso de tinturas aumenta o risco de câncer de bexiga em mulheres que utilizam tinturas permanentes de modo frequente e por longos períodos. Foram detectadas na urina a presença dos pigmentantes capilares, ou seja, havia na urina indicação de que os compostos cancerígenos, de fato, alcançam o órgão alvo.  Outros estudos apontam que o uso de colorações em intervalos pequenos pode ter um grande impacto sobre o risco de desenvolvimento de leucemia aguda em adultos. Cuidadosamente, examine o couro cabeludo e o cabelo antes de aplicar clareadores. Procure sinais de irritação, vermelhidão, sensibilidade ou inchaço no tecido da epiderme, feridas abertas, ressecamento excessivo ou outros problemas de pele. Se você observar problemas, aconselhe seu cliente a consultar um dermatologista antes de continuar com qualquer aplicação química.
 
Saiba mais
Alguns resultados de pesquisas realizadas sobre efeitos fisiológicos da coloração no organismo:
- Em um fio de cabelo que não passou por nenhum procedimento químico, observa-se que as cutículas se apresentam fechadas, intactas e com bom posicionamento. Já em fios que passaram por processos químicos, encontramos as cutículas modificadas.
- Alguns estudos apresentam indagações sobre a segurança das tinturas capilares e se oferecem riscos definitivos de acarretar o câncer.
- Encontra-se relação à toxicidade e mutagenicidade das colorações de cabelo disponíveis à população. Mas, outros estudos precisam ser realizados para que se possa confirmar esses resultados.
Danos à saúde
Em relação aos danos à saúde, pesquisas mostraram que a maior parte dos estudos epidemiológicos parece sugerir que há associação entre a utilização das tinturas capilares e o aumento no risco de câncer. Esses resultados são surpreendentes, devido ao fato de que a exposição sistêmica humana aos componentes desses produtos é elevada e contínua, sendo provável que ofereçam risco à saúde.
Alguns componentes presentes nos pigmentos, principalmente os metais, como chumbo, podem ser mutagênicos e carcinogênicos, considerando sua grande versatilidade no uso em colorações. Nota-se a quantidade mínima de informações relacionada à toxicidade e mutagenicidade dos corantes de cabelos disponíveis à população.
Outros estudos já mostram que não há qualquer tipo de associação entre a utilização de colorações capilares e danos à saúde.
Muitos estudos ainda precisam ser realizados para se chegar a resultados precisos e corretos.
 
Link
Leia o artigo científico que fala sobre componentes nocivos ao organismo presentes em tonalizantes capilares:
HEMIELEWSKI, C.; SILVEIRA, R. L. Compostos nocivos ao organismo presentes em tonalizantes capilares. Disc. Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v.8, n.1, p.41-49, 2007. Disponível em: < http://sites.unifra.br/Portals/36/CSAUDE/2007/compostos.pdf >.   Acesso em: 8 nov. 2016.
 
Vale ressaltar a importância de nunca se adulterar a fórmula de um produto vinda do fabricante, como alguns profissionais da área capilar fazem com a progressiva adicionando mais formol para aumentar o poder de alisamento. Esse procedimento é totalmente errado e inadmissível, pois a alteração da fórmula do produto pode acarretar o aumento da toxicidade, ocasionando danos à saúde do cliente.
RESUMO
Nesta webaula, podemos conhecer e compreender a estrutura dos fios, como e onde agem as colorações nos fios de cabelo. Dessa forma, conhecemos e identificamos os níveis de toxicidade que as colorações podem ter e o que podem acarretar ao organismo, a predominante preocupação com os danos que se tem com a saúde e os efeitos fisiológicos no organismo.
 
Para fazer
Durante a webaula, observamos que algumas colorações podem acarretar danos à saúde, mas estudos aprofundados ainda precisam ser realizados para confirmação. Em vista disso, o que você faria para mudar esse quadro?
REFERÊNCIA
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União de 31 de agosto de 2000. Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000. Estabelece a definição e Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes e outros com abrangência neste contexto, 2000.
CONSTANZO, L. Fisiologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
HALAL, J. Tricologia e a química cosmética capilar. Tradução da 5.ed norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
HARRIS, M. I. N. C. Pele: estrutura, propriedades e envelhecimento. 3.ed. São Paulo: Editora SENAC, 2009.
WICHROWSKI, L. Terapia capilar: uma abordagem complementar. Porto Alegre: Alcance, 2007.
BEDIN, V. Cabelo: tudo que você precisa saber. São Paulo: Atheneu, 2009.
KÖHLER, O. R. C. A química da estética capilar como temática no ensino de química e na capacitação dos profissionais da beleza. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências) – Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2001.
LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 2.ed. Buarque: Santa Isabel, 2008.
LOSSOW, J. F. Anatomia e fisiologia humana. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan, 1990.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WAGNER, R. C. C. A estrutura da medula e sua influência nas propriedades mecânicas e da cor dos cabelos. 2006. Tese (Doutorado em Química) – Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2006.

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