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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO: LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA DISCIPLINA: PROFESSORA: Atividade Estruturada Aluna Autora da Atividade: Data: 1. (Unicamp 2012 - adaptado) Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se a celebridade "x" está saindo com o ator "y", isso não tem nenhum interesse público. Mas, dependendo de quem sejam "x" e "y", é de enorme interesse do público, ou de um certo público (numeroso), pelo menos. As decisões do Banco Central para conter a inflação têm óbvio interesse público. Mas quase não despertam interesse, a não ser dos entendidos. O jornalismo transita entre essas duas exigências, desafiado a atender às demandas de uma sociedade ao mesmo tempo massificada e segmentada, de um leitor que gravita cada vez mais apenas em torno de seus interesses particulares. (Fernando Barros e Silva, O jornalista e o assassino. Folha de São Paulo (versão on line), 18/04/2011. Acessado em 20/12/2011.) a) A palavra público é empregada no texto ora como substantivo, ora como adjetivo. Exemplifique cada um desses empregos com passagens do próprio texto e apresente o critério que você utilizou para fazer a distinção. Há notícias que são de interesse público... Neste caso a palavra público qualifica, caracteriza a palavra interesse, trata-se portanto de um adjetivo. ...e há notícias que são de interesse do público. Neste caso a palavra público é um nome, que por si só designa a existência. Trata-se, portanto de um substantivo. b) Qual é, no texto, a diferença entre o que é chamado de interesse público e o que é chamado de interesse do público? Interesse público: diz respeito a um grande número de pessoas, desperta o interesse da coletividade. Interesse do público: que dizer o interesse de um grupo específico, é algo que vai interessar apenas a algumas pessoas. c) A seguir, considere a produtividade do uso de morfemas gramaticais e lexicais no que diz respeito à criatividade linguística. Utilize fontes de consulta, citando-as. Morfema é a menor partícula com significado existente de uma palavra, e que se reunida a um radical lhe confere um sentido diferente do anterior. Os morfemas podem ser classificados em dois grupos: morfemas gramaticais e morfemas lexicais. Os morfemas gramaticais são aqueles que possuem um significado interno à sua estrutura, gramatical. Exemplo: -s é o morfema gramatical que, na língua portuguesa, traduz a noção de plural. Os morfemas gramaticais também podem ter a função de reunir, nas frases, os vocábulos constituintes. Exemplo: livro de leitura. São os artigos, os pronomes, os numerais, as preposições, as conjunções e os demais advérbios, bem como os elementos mórficos que indicam número, gênero, modo, tempo e aspecto verbal. Os morfemas lexicais possuem significação externa, relacionam-se ao mundo extralinguístico, constituindo um conjunto aberto, no qual novos elementos podem ser acrescentados. Exemplo: flor, saudade. São os substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios de modo. Fontes: https://www.estudopratico.com.br/morfemas-exemplos-tipos/ https://www.todamateria.com.br/morfemas/ 2. (Unicamp 2012 - adaptado) Os verbetes apresentados em (II) a seguir trazem significados possíveis para algumas palavras que ocorrem no texto intitulado Bicho Gramático, apresentado em (I). I Bicho gramático Vicente Matheus (1908-1997) foi um dos personagens mais controversos do futebol brasileiro. Esteve à frente do paulista Corinthians em várias ocasiões entre 1959 e 1990. Voluntarioso e falastrão, o uso que fazia da língua portuguesa nem sempre era aquele reconhecido pelos livros. Uma vez, querendo deixar bem claro que o craque do Timão não seria vendido ou emprestado para outro clube, afirmou que “o Sócrates é invendável e imprestável”. Em outro momento, exaltando a versatilidade dos atletas, criou uma pérola da linguística e da zoologia: “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”. (Adaptado de Revista de História da Biblioteca Nacional, jul. 2011, p. 85.) II Invendável: que não se pode vender ou que não se vende com facilidade. Imprestável: que não tem serventia; inútil. Aquático: que vive na água ou à sua superfície. Gramático: que ou o que apresenta melhor rendimento nas corridas em pista de grama (diz-se de cavalo). (Dicionário HOUAISS (versão digital on line), houaiss.uol.com.br) a) Descreva o processo de formação das palavras invendável e imprestável e justifique a afirmação segundo a qual o uso que Vicente Matheus fazia da língua portuguesa “nem sempre era aquele reconhecido pelos livros”. As palavras invendável e imprestável foram formadas por derivação prefixal e sufixal. Neste caso, são acrescentados prefixos e sufixos à palavra de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado. Vicente Matheus se comunicava e criava palavras sem conformidade com a língua portuguesa. Ele quis dizer que Sócrates era um jogador importante e não poderia ser emprestado a nenhum clube, mas acabou dizendo que ele era um jogador que não prestava que era inútil. b) Explique por que o texto destaca que Vicente Matheus “criou uma pérola da linguística e da zoologia”. Quando ele afirma que um jogador precisa ter as características de um pato, mistura dois conhecimentos de forma cômica, que o pato é um animal aquático e terrestre. Relaciona “bicho aquático” à zoologia e “gramático” à linguística. A pérola linguística é a associação da palavra gramática à grama, de forma equivocada e irreverente aos ouvintes. c) Comente o fato de esses afixos poderem criar palavras a partir do léxico da língua. Os afixos são elementos que além de permitir o processo de formação de palavras, possibilita modificar uma palavra de uma classe ou categoria léxica para outra, como por exemplo, transformar um verbo em substantivo como substantivo. Nesse caso, forma-se uma palavra nova para poder utilizar o significado de uma palavra já existente num contexto que requer uma classe gramatical diferente. 3. (Fgv 2012) Os mecanismos constitucionais que caracterizam o Estado de direito têm o objetivo de defender o indivíduo dos abusos do poder. Em outras palavras, são garantias de liberdade, da assim chamada 1liberdade negativa, entendida como esfera de ação em que o indivíduo não está obrigado por quem detém o poder coativo a fazer aquilo que não deseja ou não está impedido de fazer aquilo que deseja. Há uma acepção de liberdade – que é a acepção prevalecente na tradição liberal – segundo a qual “liberdade” e “poder” são dois termos 3antitéticos, que denotam duas realidades em contraste entre si e são, portanto, incompatíveis: nas relações entre duas pessoas, à medida que se estende o poder (poder de comandar ou de impedir) de uma diminui a liberdade em sentido negativo da outra e, vice-versa, à medida que a segunda amplia a sua esfera de liberdade diminui o poder da primeira. Deve-se agora acrescentar que para o pensamento liberal a liberdade individual está garantida, mais que pelos mecanismos constitucionais do Estado de direito, também pelo fato de que ao Estado são reconhecidas tarefas limitadas à manutenção da ordem pública interna e internacional. No pensamento liberal, teoria do controle do poder e teoria da limitação das tarefas do Estado procedem no mesmo passo: pode-se até mesmo dizer que a segunda é a 2conditio sine qua non da primeira, no sentidode que o controle dos abusos do poder é tanto mais fácil quanto mais restrito é o âmbito em que o Estado pode estender a própria intervenção, ou mais breve e simplesmente no sentido de que o Estado mínimo é mais controlável do que o Estado máximo. Do ponto de vista do indivíduo, do qual se põe o liberalismo, o Estado é concebido como um mal necessário; e enquanto mal, embora necessário (e nisso o liberalismo se distingue do 4anarquismo), o Estado deve se intrometer o menos possível na esfera de ação dos indivíduos. Noberto Bobbio, Liberalismo e democracia. São Paulo: Brasiliense, 2006. a) Considerada no contexto, a expressão “liberdade negativa” (ref. 1) deve ser entendida como algo positivo para o indivíduo. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta. Sim, a afirmação está correta, pois a liberdade negativa quer dizer que o poder do Estado não pode interferir nas ações individuais. Garante aos indivíduos não ser coagido a exercer atos indesejados e não ser impedido de fazer o que deseja. b) Considerando o gênero a que pertence o texto, é adequado, do ponto de vista lógico, o emprego da expressão latina “conditio sine qua non” (ref. 2)? Justifique sua resposta. Sim, a expressão é adequada ao gênero erudita, pois trata-se de uma expressão em latim e pode ser traduzido como sem a/o qual não pode deixar de ser, indispensável. c) É correto afirmar que os prefixos que ocorrem nas palavras “antitéticos” (ref. 3) e “anarquismo” (ref. 4) têm o mesmo sentido que os prefixos formadores, respectivamente, das palavras “antediluviano” e “amoral”? Justifique sua resposta. Não, os prefixos têm sentidos diferentes. A palavra “antitéticos” possui prefixo (anti) que expressa antagonismo, oposição e “anarquismo” possui prefixo (an) que significa negação. Já o prefixos ante e a das palavras “antediliviano” e “amoral” expressam anterioridade e ausência. 4. Leia o texto “O conceito de Vocábulo na obra de Matoso Câmara”, de Margarida Basílio, e teça comentários a respeito das diversas acepções para PALAVRA. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102- 44502004000300007&script=sci_arttext Na obra do professor Matoso Câmara Júnior, ele faz algumas colocações sobre vocábulo e palavra, afirmando que existe distinção entre essas duas palavras. Vocábulo tem um sentido mais abrangente, e da uma ideia de inclusão da palavra em uma subclasse do vocábulo. O vocábulo palavra remete a valores estruturais completos e valoriza a importância do significado já definido e independente na língua. A palavra gera formas livres e com conceitos próprios, são as classes de palavras como: substantivos, adjetivos e advérbios e verbos. Excluindo as outras classes que são preposições, conjunções, interjeições, artigos, numerais e pronomes.
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