Inflação: Conceito e Efeitos

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Inflação
Conceito: é definido como um aumento contínuo e generalizado no índice de preços.
As fontes de Inflação costumam variar de acordo com as condições de cada país:
- Tipo de estrutura de mercado;
 Grau de abertura da economia ao comércio exterior;
- Estrutura das organizações trabalhistas.
	
	A forma mais tradicional de se estudar a questão inflacionária é distinguir a inflação pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda) da inflação por elevação de custos (inflação de custos) e da inflação devida aos mecanismos de indexação de preços (inflação inercial).
Inflação de demanda
	A inflação de demanda refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços.
Demanda agregada significa a totalidade de bens e serviços que numa determinada economia os consumidores, as empresas e o Estado, estão dispostos a comprar, a um determinado nível de preço e em determinado momento.
	Um fenômeno associado à inflação de demanda é a chamada curva de Phillips, que mostra que existiria uma relação inversa entre as taxas de salários e as taxas de desemprego.
Exemplo: Na década de 1960, nos Estados Unidos, enquanto o índice de inflação subia, o de desemprego baixava. Essa relação inversa sugere um trade-off entre o índice de inflação e o de desemprego.
Trade-off: relação inversa entre as taxas de salários nominais e taxas de desemprego.
	Para combater o processo de inflação de demanda, a política econômica deve basear-se em instrumentos que provoquem redução da procura agregada por bens e serviços como:
Redução dos gastos do governo;
Aumento da carga tributária;
Controle de crédito; e
-Elevação da taxa de juros.
Inflação de Custos
	
	A inflação de custos é associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas o custo de certos fatores importantes aumentam. Com isso, ocorre uma retração da produção, provocando um aumento dos preços de mercado.
Inflação de Custos
As causas mais comuns de aumentos dos custos de produção são:
 Aumentos salariais: o aumento de salários acarreta aumento no custo unitário de produção;
 Aumentos do custo de matérias-primas: o aumento do custo de matérias primas acarreta um aumento nos custos de produção ;
- Estrutura de mercado: algumas empresas tem condições de elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção, pois possuem um elevado poder de monopólio.
Inflação Inercial
	
	A Inflação Inercial é o processo automático de preços. Os aumentos de preços passados são automaticamente repassados para todos os demais preços da economia, por meio dos mecanismos de correção monetária, cambial e salarial, gerando um processo auto-realimentador de inflação.
Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação
Os efeitos mais perversos do processo inflacionário ocorrem no perfil da distribuição de renda, no balanço de pagamentos, nas finanças públicas e na formação de expectativas.
Distribuição de Renda
	Nesse caso estão os assalariados, que com o passar do tempo vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. Dentro da categoria assalariada os que mais sofrem são as famílias de baixo nível de renda, pois todo salário que recebem é destinado a sua subsistência, não tendo meios de aplicar seu dinheiro para se defender da inflação.
Na verdade são eles que pagam o chamado imposto inflacionário, que é uma espécie de taxação que o Banco Central impõe à coletividade.
	As pessoas que mantém moeda que não rendem juros (não indexada) sofrem a corrosão monetária provocada pela inflação elevada. O imposto inflacionário é um tributo altamente regressivo, pois os mais pobres são os principais atingidos.
 Balança de Pagamentos
		As elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o produto nacional relativamente ao produzido externamente, diminuindo a competitividade de nossos produtos. Assim devem provocar um estímulo às importações e um desestímulo às exportações, diminuindo o saldo da balança comercial. Se o saldo comercial for deficitário e o país apresentar um saldo de conta corrente negativo, aumenta a dependência em relação aos empréstimos externos.
Finanças Públicas
	Segundo o chamado efeito Tanzi, ou Oliveira-Tanzi, a inflação tende corroer o valor da arrecadação fiscal do governo pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto.
	Quanto maior a inflação, menor a arrecadação real do governo.
Expectativas da Coletividade
	 O setor empresarial é bastante sensível à influência da inflação no que diz respeito às expectativas quanto ao futuro do quadro econômico, dadas as instabilidades e as imprevisibilidades de seus lucros. Na maioria das vezes o empresário dificilmente toma iniciativas no sentido de aumentar seus investimentos para expansão de sua capacidade produtiva e isso acabará prejudicando o nível de emprego da economia.
O Processo Inflacionário Brasileiro
	No Brasil, a inflação tornou-se crônica a partir dos anos 1950.
Ao longo desta data, para os economista, o déficit do governo já era a principal causa da inflação. Várias eram as explicações para o surgimento dos déficits governamentais. De um lado, a necessidade do governo de fornecer infra-estrutura para o setor privado produzir bens e serviços desejados pela sociedade brasileira. De outro lado, a baixa produtividade dos serviços do governo e a conseqüente ineficiência na aplicação de seus recursos.
	
Como o governo não podia aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento econômico, optou pelas emissões de dinheiro. Com isso gerou-se uma típica inflação de demanda: quanto mais dinheiro circulava, maiores eram as compras, relativamente a uma capacidade produtiva que não tinha condições de crescer no curto prazo.
	De 1964 a 1967 a inflação apresentou uma persistente queda, onde houve uma rígida política monetária, fiscal e salarial
	inflação de 100% 		1964
	inflação de 30% 		1967
	
	De 1968 a 1973 com o crescimento da produção a taxa de inflação passou de
		 25,4 % 		1968	
				para
		 15,7% 		1973
		
		 	
	Durante todo esse período de 1964 a 1973 a causa da inflação brasileira utilizava a linha de pensamento econômico ortodoxa ( chamada de neoliberal), que atribuía:
 ao excesso de demanda + o desequilíbrio das contas públicas = a responsabilidade pelo processo inflacionário
	A partir de março de 1986 mudou-se o diagnostico sobre a inflação brasileira e conseqüentemente as novas políticas de combate à inflação.
Tratava-se de uma inflação inercial, onde a economia brasileira se encontrava altamente indexada (todos os negócios eram firmados com base num índice que garantia correção monetária dos valores envolvidos). Dessa forma todos os aumentos de preços eram gerados em processo automático de realimentação da inflação. A partir desse diagnostico foi criado o Plano Cruzado.
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