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Medidas cautelares diversas da prisão Profª Monica A. Carvalho Guimararães

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Medidas cautelares 
diversas da prisão
Artigo 319 do CPP
Medidas cautelares diversas da prisão
A Lei 12.403/2011 alterou dispositivos relativos à prisão processual, liberdade provisória e
medidas cautelares, além de trazer novidades para o Código de Processo Penal. Essa reforma veio em
boa hora, e até os grandes doutrinadores processuais penais acreditam tratar-se de uma grande
evolução da qual nosso país precisava, já que, na prática, está de acordo com a atual situação criminal e
carcerária que o Brasil enfrenta, pois as novas medidas cautelares objetivam atenuar os rigores da
prisão em flagrante ou até mesmo substituir a prisão preventiva.
As medidas cautelares diversas da prisão têm três principais finalidades:
- a aplicação da lei penal;
- assegurar a investigação ou a instrução criminal, pois visa proteger a investigação ou o processo
contra a atuação do acusado, que pode buscar prejudicar a veracidade das provas;
- neutralizar o risco de prática de infrações penais, é a conhecida garantia da ordem pública, sendo
que o que se busca é evitar a reiteração criminosa. A provável continuação da prática delitiva
justifica a decretação da medida cautelar em face do acusado, quando demonstrada
concretamente.
Medidas cautelares diversas da prisão
Mas como toda medida a ser tomada, deve-se seguir requisitos (artigo 282, I e II,
Código de Processo Penal) para sua aplicação: necessidade e adequação.
Portanto, deve haver necessidade para a aplicação da lei penal, para a investigação ou a
instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais. E a medida deve ser adequada à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado.
As medidas cautelares estão elencadas no artigo 319 do Código de Processo Penal. A
maioria delas já estavam previstas em algumas das diversas leis de nosso ordenamento
jurídico. O aspecto inovador consiste em agrupá-las e utilizá-las como medidas cautelares
processuais prévias a prisão.
Medidas cautelares diversas da prisão
DEFINIÇÃO: conceituadas como um instrumento restritivo de liberdade, com caráter
urgente e provisório, sendo diversas da prisão, durante a persecução penal, como
forma de controle e acompanhamento do acusado, desde que, como já dito,
necessária e adequada a cada caso concreto.
As medidas cautelares gozam de quatro principais características:
- provisoriedade: são provisórias, ou seja, enquanto houver necessidade e adequação.
- revogabilidade: poderão ser revogadas a qualquer tempo;
- substitutividade: poderão ser substituídas;
- excepcionalidade: só quando estritamente necessária.
São, portanto, nove os números das medidas cautelares diversas da prisão elencadas no artigo
319, CPP. Vejamos cada uma delas.
1. O comparecimento em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar as atividades
O comparecimento pessoal não é novidade em nosso sistema. O art. 89, em seu §1°,
inc. IV, da Lei 9.099/95, já a previa, não como medida cautelar, mas como condição para a
suspensão condicional do processo. Vale lembrar que diferentemente do que ocorre com o art.
89 da Lei 9.099/95, no qual o próprio legislador fixou o comparecimento mensal, o art. 319, I
do CPP, deixou ao juízo a fixação dos prazos e das condições de comparecimento. Além das
críticas acima, devemos observar ainda que o legislador não aponta o tempo de duração da
medida. Entendemos então que ficará a cargo do juízo decidir.
2. Proibição de frequência ou acesso a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o investigado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações.
A finalidade desta medida tem como foco tanto privar o indivíduo de atividades que
tenham relação com o crime do qual é acusado como poupar a sociedade de sua iminente e
nova incidência. É uma medida genérica, podendo ser aplicada a qualquer delito, ou mesmo
cumulada a outra medida. A linha geral da medida se concentra na possibilidade de evitar
acirramento de ânimos entre as pessoas nos locais em que deva ser proibido o acesso ou
frequência.
3. Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o investigado ou acusado dela permanecer distante
Novamente, percebe-se que o legislador nada mais fez do que estender uma medida já
prevista no art. 22, III, a e b, da Lei 11.340/2006. O Código de Processo Penal, agora abrange
várias situações com este inciso, em particular, focando nos crimes que o autor e vítima se
conhecem, motivo pelo qual podem continuar seus conflitos, após o início da investigação ou
do processo.
A medida em questão visa proibir que o acusado mantenha contato com determinada
pessoa (não necessariamente a vítima) quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva
permanecer distante dela. Deve considerar para tanto a localidade.
4. Proibição de ausentar-se da Comarca ou do país quando a permanência seja conveniência
ou necessária para a investigação ou instrução
Aqui, a liberdade de ir e vir do indiciado ou acusado fica mais comprometida. Cumula-
se normalmente com o inciso I, podendo ser cumulada também com as demais. A sua
fiscalização se dá porque se cumula com o comparecimento em juízo, de forma que, não
estando mais na comarca, dificilmente voltará apenas para assinar a presença em juízo. O
comparecimento em juízo causa esta presunção de permanência da comarca, sendo de difícil
efetividade a fiscalização por outro meio.
5. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalhos fixos
Trata-se de medida inovadora, e esta repete a figura do regime aberto na
modalidade de prisão albergue domiciliar. Neste caso, o condenado deve recolher-se à
sua casa todos os dias, no período noturno, bem como nos fins de semana e dia de
folga.
6. Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica
ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para prática de infrações
penais
Nesta medida, a liberdade de ir e vir ficam preservados sendo, imposta restrição
de direitos. São preferencialmente aplicadas quando o crime tem relação com a
atividade profissional (ex. corrupção, concussão, prevaricação, peculato etc). Uma das
razões para a decretação da prisão cautelar neste cenário é a persistência do réu na
continuidade de negócios escusos. Assim, a sua suspensão do exercício da sua atividade
pode ser suficiente para aguardar o desenvolvimento do processo.
7. Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (artigo 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração
No nosso sistema jurídico as medidas de segurança aplicáveis aos inimputáveis não são
consideradas penal e, em razão disto a internação não se equipara à prisão, não podendo ser tida
como antecipação de pena por sua própria natureza, que é de tratamento e não de restrição de
liberdade, e deve realizar-se em locais apropriados, separados do cárcere comum.
8. Fiança nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial
A fiança é o direito de permanecer livre, promovendo a respectiva implementação
financeira e, desde que assumidas as obrigações impostas nos artigos 327, 328 e 341 do Código de
Processo Penal.
A aplicação da fiança, antes da edição da lei 12.403/2011, encontrava-se no Processo Penal
em defasagem muito grande, devido a sua desvalorização e inaplicabilidade pela autoridade
policial, pois esta trazia consigo somente a condição de o preso ao prestar a fiança ter que se
comprometer a comparecer a todosos atos do processo; mas, em regra, observava-se o seguinte,
se não estivessem presentes os requisitos da prisão preventiva o acusado não poderia ser preso ou
mantido detido cautelarmente independentemente da prestação da fiança, agora se estivesse
presente os requisitos da preventiva, só restava à autoridade decretá-la. Antes, a fiança estava
diretamente vinculada à prisão, porém agora a prisão passou a ser apenas mais uma medida
cautelar também.
10. Monitoração Eletrônica
Tal modelo surgiu, nos Estados Unidos, para substituir prisões juvenis (de
menores e adolescentes). Essa medida se inspira no propósito de descongestionar os
abarrotados cárceres e a redução dos custos, sem descuido da segurança social e da
redução de custos. Pode ser feita tanto de forma ativa, que é colocado junto ao
indivíduo monitorado um aparelho transmissor ligado a um computador central,
quanto de forma passiva, que é um computador programado para efetuar chamadas
telefônicas para determinado local, procedendo à conferência eletrônica do
reconhecimento da voz e emitindo um relatório das ocorrências. Essa medida cautelar
já encontrava previsão na Lei n. 12.258/2010, porém restrita à execução penal.
Com a previsão no art. 319 do CPP, tais medidas estederam-se
também à fase de inquérito policial e durante a instrução do processo.
Como regra, as medidas cautelares devem ser impostas pelo juiz
após intimação da parte contrária, a qual receberá cópia do
requerimento, bem como das demais peças necessárias que lastreiam o
pedido de imposição da medida.
Para fins de decretação da medida cautelar alternativa à prisão, há alguns pressupostos a serem
respeitados, por exemplo, o juiz pode deferi-la de ofício ou a requerimento das partes, durante o
processo; o juiz pode decretá-la, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento
do Ministério Público, na fase de investigação criminal, em obediência ao sistema acusatório, que prima
pelo respeito à imparcialidade do juiz.
Podem ser aplicadas mais de uma das medidas cautelares, ou seja, elas podem ser aplicadas
cumulativamente, e não só isoladamente. Caso o agente não cumpra as obrigações impostas, a medida
pode ser substituída, ou poderá ser acrescentada outra modalidade, ou, ainda, poderá ser decretada
sua prisão preventiva.
Quando não houver mais motivo para sua existência, o juiz pode revogar a medida ou substituí-
la por outra que seja mais adequada ao caso. Da mesma forma, a medida pode voltar a ser decretada
em caso de necessidade, quando houver justificativas.
As medidas cautelares só poderão ser decretadas em casos de infrações cuja pena cominada
seja privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente, pois seria desproporcional aplicar
qualquer das medidas em casos onde ocorreu uma contravenção em que a pena é somente de multa.
Quando não houver cabimento de medida cautelar diversa da prisão, o juiz decretará a prisão
preventiva do acusado.

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