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CONJUNTIVITE AGUDA
A conjuntivite é o diagnóstico mais provável em pacientes com secreção e olho vermelho. Apesar de geralmente apresentar evolução benigna, é importante diagnóstico diferencial de condições potencialmente graves e que podem causar déficit visual permanente, como ceratite, uveíte anterior e glaucoma agudo. 
Conjuntivite: qualquer inflamação da conjuntiva, apresentando-se caracteristicamente com olho vermelho (pela dilatação dos vasos sanguíneos).
A conjuntivite aguda é classificada em infecciosa (viral ou bacteriana) e não infecciosa (alérgica e não alérgica). 
Doença ocular mais comum do mundo. 
Lesões elementares da conjuntiva:
Papila: lesão avermelhada hipertrófica, com vaso central, podendo acometer limbo, tarso superior e inferior. Papilas gigantes, características de conjuntivite alérgica, acometem tarso superior. 
Folículo: pápula cristalina (linfática) com vasos laterais. A reação folicular aguda sugere viral e a crônica pode ser fisiológica ou sinal de tracoma (hiperemia). 
Conjuntivite viral: 
É o tipo mais comum. 
O adenovírus é o principal agente etiológico, responsável por 75% delas. 
Doença altamente contagiosa, transmitida através do contato direto com secreções, objetos (cosméticos, maquiagem contaminada, toalhas de rosto, travesseiros, óculos, lente de contato) e superfícies contaminadas (uso de equipamentos oftálmicos contaminados), principalmente em aglomerações. 
Faixa etária 20-40 anos
Mulheres = homens 
Tempo de contágio = até 14º dia. 
Período de incubação é de 5-12 dias, sendo a infecção autolimitada. 
O risco de infecção da conjuntiva é maior em indivíduos com algum imunocomprometimento sistêmico ou local (ex: uso crônico de colírio de corticoide). 
Após a recuperação, imunocompetentes estarão imunes contra o sorotipo infectante. 
Fisiopatologia: 
INFLAMAÇÃO VASODILATAÇÃO DANO ENDOTELIAL AUMENTO DA PERMEABILIDADE EDEMA 
Paciente pode apresentar quadro semelhante a um resfriado, com tosse matinal, congestão nasal e secreção, podendo apresentar aglutinação palpebral pela manhã. 
Linfadenomegalia pré-auricular está presente até 90% dos casos. 
Cursam com hiperemia conjuntival, secreção hialina e sensação de queimação ou areia nos olhos. 
O estímulo a terminações nervosas causa a hipersecreção
A irritação faz com que as glândulas produtoras da lágrima aumentam a secreção.
Aquosa: lágrima
Serosa: exsudação
Mucosa: mucina
Purulenta: macrófago
Pseudomembranosa:
Outros sinais e sintomas: fotofobia, prurido e dor, edema palpebral e pseudoptose, visão borrada, quemose da conjuntiva (edema), lacrimejamento. 
O segundo olho costuma ficar envolvido dentre de 48h até uma semana após o primeiro. 
Os sintomas geralmente pioram entre 3-5 dias, melhorando gradualmente em 1-2 semanas. 
A presença de reação folicular é bastante sugestiva de etiologia viral. 
A inflamação causa alteração tecidual -> fictema 
Formas clínicas
Ceratoconjuntivite epidêmica (CCE): é causada por adenovírus, sendo inicialmente unilateral, mas podendo se tornar bilateral em até 70% dos casos; O quadro pode ser precedido por sintomas semelhantes aos da gripe, tais como febre, mal-estar, mialgia e náuseas. Pode também ser observado linfonodo (gânglio) pré-auricular inflamado. Infiltrados imunológicos na córnea podem ser observados na fase tardia e causar embaçamento da visão, que pode se estender por semanas ou meses
Febre faringoconjuntival (FFC): também causado por adenovírus, é altamente contagiosa, sendo caracterizada por febre, faringite, conjuntivite folicular e linfadenopatia pré-auricular ou cervical. É mais comum em crianças. Clinicamente é muito semelhante à CCE. Contudo, a conjuntivite da FFC costuma ser mais branda e as complicações em longo prazo são mais raras.
Não há tratamento especifico, apesar de haver benefício com lubrificantes e compressas frias. 
Colírios de corticoides não estão recomendados em todos os casos de conjuntivite viral. É indicado apenas na presença de infiltrados inflamatórios corneanos, baixa visual importante ou sintomas insuportáveis. Tais colírios alteram a imunidade local, não reduzem o tempo de doença, sendo seu tempo de uso indeterminado, podendo causar efeitos colaterais graves, como catarata e glaucoma. Devem ser prescritos apenas após avaliação por oftalmologista.
Complicação: infecção bacteriana
Conjuntivite bacteriana 
Mais frequente em crianças 
Comum epidemias 
O principal agente é o Staphylococcus aureus, entretanto outras bactérias causadoras são S. pneumoniae, H. influenza (geralmente associado a infecção sistêmica, febre e IVAS) e M. catarrhalis.
São altamente contagiosas, sendo transmitidas através de contato direto com secreções, objetos e superfícies contaminadas. 
Acomete indivíduos cujos mecanismos de defesa ocular encontram-se deficientes. 
Os principais fatores de risco: alterações da integridade da conjuntiva e da secreção lacrimal. 
Geralmente possuem apresentação unilateral e instalação rápida, cursando com olho vermelho, irritação e secreção mucopurulenta persistente ao longo do dia (amarelada, esbranquiçada ou esverdeada). 
Geralmente, o olho contralateral é aferrado em 1-2 dias. 
Sinais de inflamação da conjuntiva (hiperemia conjuntival) e secreção são achados universais. 
A presença de pseudomembranas (mais relacionadas a N. gonorrehoeae e S. beta-hemolíticos) e secreção mucopurulenta contínua são bastantes sugestivas de causa bacteriana. 
Tratamento é essencialmente antibiótico, normalmente tópico, o qual também reduz transmissão. 
Compressas mornas e lubrificantes também são medidas benéficas. 
Pode-se associar corticoide tópicos, alertando-se para possíveis efeitos colaterais. Usualmente, prescreve-se colírio de quinolona de 4/4h por 7 dias. 
Conjuntivites alérgicas 
Geralmente manifestada na adolescência
É causada por contato com alérgenos no olho (reação de hipersensibilidade tipo 1, mediada por IgR) e ativação de células mastocitárias. 
Está associada a outras doenças alérgicas, como asma, rinite alérgica e dermatite atópica, sendo a história familiar um importante fator de risco. 
Os alérgenos mais relacionados como desencadeadores de crise são pólen, poluentes, medicações, cosméticos e uso de lente de contato. 
As queixas principais incluem prurida, secreção e olho vermelho.
Acometimento geralmente é bilateral com prurido característico, o que diferencia da conjuntivite viral.
A presença de reação folicular tarsal superior é bastante sugestiva de etiologia alérgica associada a lentes de contato. 
As medidas iniciais, nos casos mais simples, incluem controle ambiental e uso de lubrificantes. Nos casos moderados, podem ser usados colírios anti-histamínicos.
Corticoides tópicos devem ser reservados para o controle das exacerbações. 
Conjuntivites não alérgicas 
Paciente desenvolve um processo inflamatório na conjuntiva que não é associado a infecção nem a reação alérgica. 
Olho seco, substancias irritantes e corpo estranho figuram entre as principais causas. 
Clinicamente, há hiperemia difusa com secreção hialina no olho acometido, não raramente com desconforto ocular. 
A regra é que a conjuntiva se recupere espontaneamente da lesão até 24h após a retirada do agente agressor. 
Lubrificantes melhoram o desconforto ocular e podem ser utilizados várias vezes por dia.
Conjuntivite neonatal
Geralmente são infecciosas e estão associadas à passagem pelo canal vaginal contaminado. 
Os agentes comumente relacionados são clamídia (+ comum), gonococo, herpes vírus e outras bactérias (S. pneumoniae, S. aureus, H. influenza, E. coli, Pseudomonas sp)
Nitrato de prata – profilaxia da conjuntivite gonocócica.

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