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Anatomia Dental: dentes molares

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Anatomia dos dentes molares
Molares
 A presença dos dentes molares auxilia na organização do posicionamento dentário. Eles promovem um ganho de dimensão vertical da face, sem eles acaba diminuindo a dimensão vertical da face, implicando no padrão estético e também do próprio posicionamento da articulação ATM.
 Com a perda de algum molar, outros dentes próximos irão tentar compensar com alterações no posicionamento.
1º Molar Superior
 Começa a calcificar ao nascimento, começa a ser mineralizado antes dos incisivos, até os 3 anos de idade expectativa dele já estar formado e a erupção por volta dos 6 anos de idade, é o que chamamos de molar dos 6 anos, ele erupciona sem um antecessor (sem que um decíduo saia para que ele venha aparecer), erupciona onde não havia nenhum outro dente, distalmente ao 2º molar decíduo. O 1º molar permanente (tanto superior quanto inferior) tem uma morfologia oclusal muito semelhante ao segundo molar decíduo. A diferença é que o permanente é mais volumoso e menos branco. Além do fato de estar distal a dentição decídua. Formação da raiz entre os 8 anos e meio à 10 anos de idade (3 anos depois da erupção). - - ------ Quatro cúspides (normalmente): uma mésio-vestibular, uma mésio-palatina, uma disto-vestibular e uma disto palatina. 
- Pontes de esmalte: uma frequentemente encontrada, entre a cúspide disto-vestibular e mésio-palatina. Ela é completa, ou seja, faz desaparecer o sulco da face oclusal.
Detalhes importantes: 
- Projeção ou tubérculo disto-palatino: no ângulo disto-palatino, ou seja, entre a face distal e a face palatina, esse ângulo é bem projetado. Todos os dentes anteriores estudados a face vestibular convergia para a face lingual, já na face distal do 1º molar superior, a face vestibular diverge para a face lingual, isso apenas na distal, na mesial acontece o mesmo dos dentes anteriores, ou seja, é convergente. 
 Sua face lingual é maior que a vestibular, graças à projeção disto-palatina.
 Possui a aresta longitudinal mesial maior em comprimento que a distal na cúspide vestibular.
 Inclinações axiais: 15 graus para vestibular e 0 grau para mésio-distal, porem tendem a distalizar.
Nos superiores todos são para vestibular, o que varia é o eixo mésio-distal, até pré-molares todos são para mesial, no 1º molar é 0 grau, a partir do 2º molar são para distal (distalizados), isso influi na escovação, pois o paciente deve ser que os últimos dois molares para saber escovar de forma correta.
 Tubérculo de Carabelli: funcionalmente é pouco importante, porém ajuda bastante a definir a característica do 1º molar superior, presente na face palatina do 1º molar superior, nas proximidades da cúspide mésio-palatina. Bem presente nesses dentes.
 Raízes: três raízes normalmente, uma mésio-vestibular, uma disto-vestibular e uma raiz palatina. Essa tal raiz palatina dos molares superiores que segue um padrão de achatamento vestíbulo-lingual que faz com que o canal seja estreito no sentindo vestíbulo-lingual (já que a anatomia interna segue a externa) e mais larga no sentindo mésio-distal, ou seja, na lingual você irá fazer mais movimentos no sentindo mésio-distal.
 Predomina de as raízes serem separadas, raramente há uma fusão radicular.
 A raiz mesio-vestibular no ápice são em 39% distalizadas, já a disto-vestibular predomina uma trajetória reta, e a palatina também reta porém as vezes pode ser vestibularizada.
 Tronco radicular: três furcas: uma furca vestibular entre as raízes mésio-vestibular e disto vestibular, uma mesial entre as raízes mesio-vestibular e palatina e uma distal entre as raízes disto-vestibular e a palatina. Do colo a cada furca um tronco radicular, basicamente de 5mm cada.
 
 Canais: 
- O canal da raiz mésio-vestibular: predominantemente começa com dois canais (70%), e pode terminar com dois ou com um canal. Ou seja, canal tipo II (2-1, 50%) e tipo III (2-2, 21,1%).
- O canal da raiz disto-vestibular: tipo I (92,1%) e tipo II (7,9%), ou seja, predomina um canal só.
- O canal da raiz palatina: apenas tipo I, ou seja, um canal.
 Crista marginal: maior na mesial e menor na distal, segue o padrão, o único que foge a regra é o 1º pré-molar inferior.
 Sulcos: um mésio-ocluso-vestibular e um disto-ocluso-palatino.
 Todas essas informações são da anatomia que estudam o normal, o que estudam as anormalidades é a patologia.
 O achatamento no sentido mésio-distal de qualquer raiz de qualquer dente pode gerar um sulcamento da raiz, que é chamado de sulco de desenvolvimento da superfície radicular. O que pode dificultar a higienização pelo difícil acesso. E em casos extremos de achatamento com a formação da dentina pode causar uma separação tardia no canal, ou seja, tendo dois canais.
2º Molar Superior
 Muito parecido com o primeiro, só que um pouco menor. Por volta dos 8 anos de idade está completamente formado, sua erupção vem bem depois (12 a 13 anos) e formação completa da raiz aos 14 a 16 anos. 
 Três cúspides é o formado mais comum, mas pode ter quatro também. 
 Inclinações axiais: para vestibular e para distal (apenas 2º e 3º molar). 
 Tubérculo de Carabelli: raramente, mas possível.
 Raízes: três raízes, segue o padrão do primeiro molar, uma mesio-vestibular, uma disto-vestibular e uma palatina. Porém a frequência de fusão radicular é maior do que a do 1º molar, apenas pouco mais da metade possui raízes separadas no 2º molar. A mésio-vestibular é predominantemente distalizada, a disto-vestibular é predominantemente reta e a palatina também predomina reta.
 Tronco-radicular: não possui valores claros, porém tende a ser maior que os do 1º molar, porque a tendência das raízes serem mais juntas fazem com que o tronco-radicular seja maior. É importante isto para se atingir a furca em algum tratamento.
 Canais: 
- Canal da raiz mésio-vestibular: no 1º molar era predominantemente duplo, já no 2º molar essa predominância diminui, conclui-se então que a raiz é menos achatada. Mas também se encontra canais duplos.
- Canal da raiz disto-vestibular: um só canal (83,8%).
- Canal da raiz palatina: um só canal (quase 100%).
 As faces proximais convergem, diferente do 1º molar que diverge, ou seja, a face vestibular é maior que a lingual.
 Existe um sulco oclusal, obliquo, entre o sulco mesio-ocluso-vestibular e o sulco disto-ocluso-palatino, então a ponte de esmalte está cortada, além da ausência de tubérculo de carabelli. Possui uma grande projeção no ângulo mésio-vestibular, ou seja, da cúspide mésio-vestibular em relação a disto-vestibular. Essa projeção que está no 1º molar (ainda não tão acentuado) e no 2º molar tem relação com o aparecimento com 2 entradas de canal na raiz mésio-vestibular. Possui também a projeção do ângulo disto-palatino.
1º Molar inferior
 Tem de diferença do 1º molar superior a distância mésio-distal, características semelhantes ao superior é que calcifica ao nascimento e aos 3 anos de idade ele está totalmente formado, sua erupção também é aos 6 anos de idade e sua rizogênese (raiz formada) também é completa até aos 10 anos de idade. 
 Cúspides: normalmente 5 cúspides, praticamente 90% dos casos é com 5 cúspides, pode ter 4 ou 6 também. São 3 cúspides na vestibular (mésio-vestibular, disto-vestibular, distal) e 2 na lingual (mésio-lingual e disto-lingual). 
 Inclinação axial: para lingual e para mesial.
 Raízes: duas raízes, uma mesial e uma distal, isoladas, 94,7%. E três isoladas em 5,3%. Ou seja, todas são isoladas. A distal é reta em 71% dos casos, e a mesial reta em 15% dos casos, ou seja a mesial tende a ser mais distalizada (55%) do que a distal.
 Tronco Radicular: tende a ser pequeno, por vestibular em torno de 3mm e por lingual em torno de 4mm.
 Canais: 
- Canal da raíz mesial: tipo II (2-1, 56%), tipo III (2-2, 43%), ou seja, ela é muito achatada, assim só começa com 2 canais.
- Canal da raíz distal: tipo I (70%), ou seja, é menos achatada.
 Olhando o dente em posição vertical da pra ver que a cúspide lingualé maior que a vestibular, porém como esse dente é lingualizado da a sensação que as cúspides estão na mesma altura. (IMPORTANTE) Caso pergunte se cúspide a lingual é maior que a vestibular a resposta boa seria: depende, se caso o dente esteja na boca e na sua inclinação axial correta, haverá uma igualdade de alturas, porém se considerar o dente extraído por si só, a lingual sim é maior que a vestibular!
 Apenas o sulco mésio-vestibular termina em fóssula.
 Por vestibular pode existir uma projeção de esmalte para a furca.
 A pré-furca está presente antes da separação das raízes. E o achatamento das raízes, tanto na mesial como distal, só na mesial muito mais acentuado.
 Na face oclusal existe um sulco principal mésio-distal em forma de M ou em forma de W. Isso ajuda bastante na escultura do dente, a primeira perna do W é maior pois as cúspides mesiais são maiores que as distais. 
 Há uma fóssula mesial, uma fóssula mésio-oclusal, uma oclusal, uma disto-oclusal e uma distal. São 5 fóssulas, 2 que estão na crista marginal, e 3 que estão no meio, destas 3 partem o sulco mésio-vestibular, o sulco disto-vestibular e o sulco ocluso-lingual, todos partindo de uma fóssula.
2º Molar Inferior
 Menor, calcificação até os 8 anos de idade, erupção até os 13 anos de idade e até aos 15,16 raiz totalmente formada. 
 Cúspides: normalmente 4, eventualmente 5.
 Inclinação axial: para lingual e para mesial.
 Raízes: duas: uma mesial e outra distal. Elas são normalmente separadas no terço cervical (39% dos casos), no terço médio (31,8%) e totalmente fusionada em 26,7% dos casos. Dos posteriores são os que mais tem tendências a fusionar, com exceção dos 3º molares.
 Ele tem mais chance de formação de Canal em C, e ocorre geralmente mais nos asiáticos(35%).
 Direção das raízes: tendência a ser reta: mesial (27%) e distal (57%), então o que mais predomina na mesial é distalizada.
 Baioneta: formato de raízes mais rebuscadas, que mudam de eixo. 
 
 Canais: 
- Raiz mesial: predomina canal do tipo II (2-1), raiz achatada.
- Raiz distal: canal tipo I, raiz mais ampla.
 Basicamente, cúspides: mésio-vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual, disto-lingual. Ou seja, sulco em forma de cruz com uma fóssula mesial, uma oclusal e uma distal. No sulco transversal com uma fóssula central e terminando na fóssula vestibular.
 Tronco radicular: maior, pois a tendência das raízes é de se aproximarem mais.
 A cúspide lingual é maior que a vestibular, porém a inclinação axial compensa isso.

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