Buscar

Os altos e baixos da Engenharia Economia

Prévia do material em texto

Os altos e baixos da Engenharia 
por ​Rui Gonçalves ​em 10/04/18 (​https://querobolsa.com.br/revista/dia-da-engenharia​) 
 
Numa conversa há alguns anos com um doutorando alemão, neto de brasileiro, o assunto 
era educação. Comentei que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao MEC, havia acabado de divulgar o Censo da 
Educação Superior de 2013 e apontava que, pela primeira vez, havia mais alunos 
matriculados em cursos de Engenharia no Brasil do que em Direito. Surpreso, ele 
perguntou: ​“O que vocês fazem com tantos advogados?” 
Nada contra a carreira do ​Direito​, mas o espanto faz todo o sentido aos olhos de quem 
nasceu e cresceu num país reconhecido pela sua indústria e que foi reconstruído a partir 
dos escombros da Segunda Guerra Mundial. 
A Engenharia é uma carreira fundamental para qualquer país fortalecer sua economia. Mas 
por aqui ela sofre com a má formação em ​Matemática dos alunos nos ​Ensinos Fundamental 
e Médio​, que evitam os cursos de Ciências Exatas por esse motivo. Além disso, em vez de 
impulsionar o crescimento do País, é a carreira que acaba sendo impulsionada ou não pelos 
momentos em que a economia vai bem ou mal. Veja só, foi o crescimento econômico da 
última década que aqueceu a contratação de engenheiros, principalmente, com formação 
em ​Engenharia Civil para suprir a expansão da construção civil. Foi graças a esse boom de 
empregos que houve a virada. 
Ao avaliar dados do Censo da Educação Superior, do Inep, os analistas do ​Quero Bolsa 
constataram que os cursos de Engenharia deixaram a terceira posição no ranking de 
matrículas no Ensino Superior, em 2010, para assumir o primeiro lugar em 2013. O pico de 
alunos matriculados foi atingido em 2015, quando, pela primeira vez, mais de 1 milhão de 
alunos cursaram Engenharia no Brasil, dados do Inep. 
Matriculados nas engenharias superaram os cursos de Administração e Direito, em 2012 e 
2013, respectivamente. 
“A quantidade de engenheiros em formação dobrou em cinco anos. Não chegava a meio 
milhão em 2010. O crescimento econômico atraiu muita gente para a carreira. Agora, 
aguardamos os próximos dados do Censo para confirmar o quanto a crise, de fato, irá afetar 
a trajetória da oferta de vagas e das matrículas, uma vez que houve uma leve queda em 
2016”​, avalia Pedro Balerine, diretor de Inteligência do Quero Bolsa. 
Os números levantados pelo Inep e analisados pela equipe do Quero Bolsa mostram que há 
no Brasil 4.193 cursos de Engenharia e 1,004 milhão de alunos matriculados (Censo 2016). 
No ano anterior havia menos cursos (3.848), mas o total de estudantes era maior (1,010 
milhão). 
 
Concentração versus fragmentação 
A Engenharia tem uma característica única. É a carreira com maior quantidade de 
habilitações possíveis, segundo o Censo da Educação Superior. São 141 opções, que vão 
do espaço (​Engenharia Aeroespacial​) às profundezas da terra (​Engenharia Geológica​).Nas 
faculdades brasileiras há, por exemplo, oito habilitações diferentes para quem escolhe fazer 
Engenharia Ambiental​. Apesar da grande fragmentação, cinco carreiras da Engenharia 
concentram 75,7% dos alunos matriculados. Os 24,3% restantes se dividem nas demais 
136 habilitações.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes