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CESV – EXERCÍCIOS EXTRAS PARA REVISÃO E FIXAÇÃO DE CONTEÚDO – TGP – 2018.1 – PROF.ª ENY BORGONHONE 1) (Questão modelo Enade): Analise a imagem abaixo. Pode se afirmar que: a) O juiz só poderá exercer condignamente a atividade jurisdicional quando vestido da toga. b) A toga representa a investidura do poder estatal de julgar do qual é detentor o juiz natural. c) A função ou encargo do Estado na resolução das lides se faz por meio das togas. d) Quanto maior o número de togas num determinado órgão jurisdicional, tanto maior a sua competência. 2) Analise as proposições e responda com V ou F: A ( ) Jurisdição é poder do Estado, expressão da soberania estatal, tendo legitimidade para exercê-la aquele investido do poder, independentemente da área em que atua. B ( ) O caráter substitutivo da Jurisdição se dá com a substituição dos particulares pela atividade jurisdicional na resolução do conflito de interesses. O juiz age na ausência do comportamento necessário da parte. C ( ) Quanto aos limites da Jurisdição é correto afirmar que a competência é instituto limitador da mesma, já que todo juiz tem Jurisdição, mas nem todo juiz tem competência. D ( ) Atualmente, a doutrina afirma que o processo é método pelo qual a Jurisdição atua, de forma a atingir o direito material alegado, por isso mesmo, há instrumentalidade e dependência do processo na sistemática jurídica. E ( ) Pelo Princípio da Territorialidade a lei deverá ser aplicada dentro dos limites territoriais concernentes a dita Jurisdição, não se admitindo, como regra, intervenção alheia. F ( ) As leis de organização judiciárias dos estados são leis que estabelecem competência em âmbito nacional, por isso, são consideradas normas processuais de competência da União. G ( ) A autotutela é meio de resolução de conflitos largamente utilizada na atualidade, haja vista a quantidade de casos em que a própria pessoa resolve seus conflitos, quer através da autocomposição, quer através do uso da força. H ( ) Quanto aos poderes da Jurisdição pode se afirmar que o poder de documentação se perfaz quando das decisões proferidas pelo magistrado. I ( ) Tratando-se de definitividade a coisa julgada formal se vincula ao poder de decisão da Jurisdição somente em última instância. J ( ) Lide é conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. K ( ) A arbitragem é meio legal de solução de conflitos na moderna sistemática processual e, quando configurada por convenção de arbitragem é impeditiva de atuação da Jurisdição. L ( ) Aos processos findos se aplica o Princípio da Territorialidade, valendo a lei que esteja em vigor no território de início do processo até o fim deste. M ( ) A inércia, característica da Jurisdição que assegura a imparcialidade, é quebrada pelo uso do Princípio da Demanda ou quando em uso o Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional. 3) Atualmente a autotutela somente pode ser exercida como excepcionalidade, assim se constituem exemplos de autotutela: a) Dar voz de prisão a pessoa em situação de risco. b) Legítima defesa da integridade física, cumprimento de mandado judicial com força policial. c) Poda de árvores limítrofes do vizinho, poda da cauda do cachorro do vizinho que o incomoda. d) Reintegração de posse por mandado judicial, invasão de terras improdutivas. 4) A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas proferiu acórdão confirmando a sentença da 7ª Vara Cível da Comarca de Maceió/AL, que condenou o Sr. João Virgulino ao pagamento de ressarcimento por danos materiais à Sr.ª Tereza Padilha, pelos danos causados em seu veículo, tendo ele trafegado em via contrária, em alta velocidade e sem habilitação. Diante do caso hipotético, responda: a) As decisões pertencem a órgãos de que instância ou instâncias? Especifique. b) Qual ou quais justiças estão presentes no caso em tela? Especifique. c) Trata-se de competência originária ou recursal? Especifique. d) Cite, pelo menos, três princípios implícitos no caso apresentado. Justifique-os. 5) Dos elementos estruturais da ciência processual qual diz respeito ao autor mais diretamente? Explique. 6) O que significa a autonomia e a instrumentalidade do processo. 7) A decisão proferida por juiz togado nos EUA alcança os brasileiros? Por quê? 8) O princípio do devido processo legal é de fundamental importância por quê? Ótimos estudos! Profa Eny TGP – ESBOÇO SOBRE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL (ALGUNS) – 2018.1 - PROF.ª ENY R. BORGONHONE ALGUNS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL: DÃO FORMA E CARÁTER AO SISTEMA PROCESSUAL. 1) Da Competência para legislar em matéria processual: privativa da União. Art. 22, I, CF. 2) Igualdade: Art. 5º, caput, da CRFB e art. 7º, CPC. No processo penal é atenuado em benefício do réu (CPP, arts. 386, VI e 623 e 626). 3) Inafastabilidade do controle jurisdicional ou Princípio do Acesso à Justiça: Garante a necessária tutela estatal. A Jurisdição é poder do Estado colocado à disposição dos jurisdicionados para resolução dos conflitos, não podendo a lei excluir da apreciação do Judiciário sequer a ameaça ao direito. (Art. 5º, inc. XXXV, CF e art. 3º, CPC). 4) Do Juiz natural: somente os integrantes togados do Poder Judiciário, ou seja, juízes investidos do Poder e com a necessária competência, é que podem exercer a Jurisdição, resolver conflitos e decidir. A CFRB/88 proíbe os Tribunais de Exceção. (Art. 5º XXXVII e LII, CF). 5) Contraditório e Ampla defesa: Art. 5º, LV da CF e art. 9º e 10 do CPC. Revelia (CPC. Art. 344 e ss.). No Processo Penal há necessidade de defensor (CPP, arts. 261 e 263). 6) Imparcialidade do juiz: Garantias e vedações do art. 95 da CRFB, de modo que o juiz possa julgar com isenção. (Ver art. 144 e 145, CPC, ambos põe em cheque a imparcialidade do magistrado). 7) Motivação das decisões ou Livre convencimento motivado: No Estado Democrático de Direito todas as decisões judiciais devem ser motivadas, ou seja, exposta expressamente as razões pelas quais o magistrado proferiu a decisão, quer tenha conteúdo procedente ou improcedente, sob pena, inclusive, de nulidade. Art. 93, IX, CF. 8) Duplo grau de jurisdição: Princípio do duplo grau de jurisdição – objetiva garantir que uma decisão seja revisada por meio de recurso. CRFB, CPC, CPP, CLT, bem como outros textos legais preveem e disciplinam o duplo grau de jurisdição. (Art. 102, 105, CF, entre outros. Art. 496 e 994, CPC). 9) Celeridade ou duração razoável do processo: O processo deve seguir seu curso natural, sem supressão de atos essenciais para sua regularidade, contudo, sem demora desnecessária, é preciso que a prestação jurisdicional seja realizada tendo em vista os parâmetros de economia de tempo, recursos naturais, financeiros e humanos. Art. 5º, inc. LXXVIII, CF e art. 4º, CPC. 10) Da assistência judiciária: A CFRB/88 assegura a todos os carentes financeiros o acesso a tutela jurisdicional, sem que tenham que despender qualquer numerário. (Art. 5º LXXIV) (Ver Lei 1060/50). 11) Princípio da publicidade: Art. 93, IX da CRFB. Arts. 11 e 189 do CPC, 792 do CPP e 770 da CLT. 12) Devido processo legal: decorre da observância de todos os demais princípios e garantias constitucionais na busca de um resultado – prestação jurisdicional – baseada nos postulados do Estado Democrático de Direito. Art. 5º, LIV, CF (garantia de um processo regular). ALGUNS OUTROS PRINCÍPIOS (CONSTANTES TAMBÉM NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL): 13) Princípios da demanda (também chamado de Princípio da Ação pelo viés constitucional): A parte deve tomar a iniciativa quanto ao exercício da função jurisdicional. Arts. 24, 28 e 30 do CPP e 2º do CPC. + art. 5º, XXXIV,”a”, CF. 14) Lealdadeprocessual e Princípio da Boa-fé: Princípio da lealdade processual – “Sendo o processo, por sua índole, eminentemente dialético, é reprovável que as partes se sirvam dele faltando ao dever e verdade, agindo deslealmente e empregando artifícios fraudulentos (CINTRA, 2015). No CPC encontra-se no art. 5º e a lealdade, por exemplo, no art. 77, ss, do CPC. Arts. 799 e 801 do CPP. 15) Princípio da Cooperação: O processo dentro da sistemática processual democrática deve resultar da cooperação dos sujeitos processuais, cada qual atuando na sua posição dentro dos parâmetros do devido processo legal, com vistas à construção do provimento jurisdicional utilizando-se da cooperação como potencializador do contraditório. Ex. art. 6º, art. 190, 357, §2, CPC. 16) Economia Processual e da instrumentalidade das formas: Princípio da economia relação custo/benefício também deve ser analisada no processo, além de pela instrumentalidade os atos processuais serem aproveitados quando não for o caso de prejuízo para as partes ou quebra de garantias constitucionais. Exemplos de aplicação: Arts. 55, 283, 554, CPC; Arts. 563, 566, CPP. 17) Perpetuação da jurisdição: Conforme art. 43, CPC, uma vez determinada a competência do órgão jurisdicional a mesma permanecerá até o último ato processual a ser praticado naquela instância independentemente das modificações de fatos supervenientes. 18) Princípio do impulso oficial: Prevalece no Processo Penal e no Processo Civil. Ex: art. 2º, CPC. CPP, art. 60. 19) Princípios da disponibilidade e da indisponibilidade: No Processo Penal vigora o princípio da indisponibilidade (CPP, arts. 5º e 24). No processo Civil prevalece a disponibilidade (CPC, art. 2º). 20) Princípios do dispositivo e da livre iniciativa das provas: No Processo Civil prevalece o princípio do dispositivo (verdade formal é suficiente na maior parte dos casos) – Exceções: art.139 do CPC . No Processo Penal prevalece o sistema da livre investigação das provas - verdade real – art. 386, VI). Processo Trabalhista - art. 765 da CLT. 21) Princípio da persuasão racional motivada do juiz: O juiz decide com base nos elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critérios críticos e racionais (CPC, art. 371 e 479; CPP, arts. 157 e 182). Livre convencimento motivado especificado – art. 93, IX da CRFB. 22) Princípio da Preclusão e da Eventualidade: O princípio da eventualidade determina que os atos processuais devem ser praticados dentro da fase/prazo próprios e adequados conforme as disposições legais. Já o princípio da preclusão consiste na perda da oportunidade de realizar o ato processual, ou porque o mesmo já foi praticado (de modo incorreto) ou porque se deixou passar o prazo in albis (em branco), não podendo mais ser realizado. (Art. 336 c/c 341 c/c 344, CPC). 23) Princípio da sucumbência: a parte que não viu seu interesse tutelado pelo exercício da Jurisdição (parte vencida) deve ressarcir as despesas efetuadas pela parte vencedora, inclusive honorários advocatícios. (Art. 85, CPC). 24) Oralidade no procedimento sumaríssimo: Os procedimentos contém atos que abrangem as formas escrita, oral ou mista. Nos juizados especiais por disposição legal - Lei 9.099/95, art. 2º – deveriam prevalecer os procedimentos orais. O Processo Trabalhista também privilegiou o sistema oral, já no procedimento comum (CPC) a prevalência são de atos processuais escritos. Obs.: Este esboço NÃO exaure o tema, necessário estudo nas doutrinas indicadas. Abraços. Profª Eny
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