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DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA II
Conteudista: Fabio Marchon Coube e Luiz Fernando Medeiros de Carvalho
Aula 8 - Modernismo e antropofagia: o hibridismo cultural em Oswald de Andrade
Meta
Apresentar o modernismo promovido pela poética de Oswald de Andrade através de uma 
discussão histórica sobre o tema em questão.
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Identificar a influência da vida e da obra de Oswald de Andrade; 
2. Reconhecer a importância do Modernismo para a literatura brasileira;
3. Elucidar uma abordagem crítica sobre a Semana de Arte Moderna de 22;
4. Desenvolver o conhecimento através da obra poética de Oswald de Andrade no 
modernismo.
Introdução
A poesia existe nos fatos. Essa seria uma das principais condições para que o poema 
despertasse na mente do poeta e caminhasse até a folha de papel. O modernismo, enquanto 
movimento cultural provoca um distanciamento do que até então já havia sido elaborado, 
seja nas artes plásticas, na literatura, na música, etc, e se interessa, sobretudo, por examinar 
de maneira exímia os acontecimentos de sua época. Marca-se nesse ocorrido, uma sucessão 
literária, uma vez que os movimentos anteriores não davam conta de ter uma significação 
que contemplasse as questões da atualidade. Isso não quer dizer que haveria total oposição 
ao passado. Apesar de se ater muitas vezes aos fatos, o movimento cultural denominado 
“modernismo” envolve uma forma mais ampla de lidar com seus antecessores e, ao mesmo 
tempo, projetar-se ao novo. No entanto, como uma devoração crítica e manifesto acerca dos 
acontecimentos de sua época, a poesia de Oswald é considerada a mais radical, seja em sua 
estrutura ou em sua linguagem. É a partir dessa radicalidade que temos uma das poesias 
1
mais engajadas com o que denomina modernismo na literatura brasileira.
8.1. Vida, obra e o esboço do modernismo
Figura 8.1: Retrato de Oswald de Andrade.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8c/Oswald_de_andrade_1920.jpg
Nascido em 1890, o poeta Oswald de Andrade presenciou desde cedo as diversas 
modificações que se sucederam em São Paulo, sua cidade-natal. Foi nesse período, por 
exemplo, que o processo de industrialização se fez presente como nunca antes, 
transformando a cidade em um canteiro de obras. O poeta viu salas de cinemas sendo 
abertas para o deleite do público, carente de novidades oriundas da Europa. O bonde 
2
elétrico costurou diversos cantos da cidade, permitindo que o cidadão pudesse ir e voltar ao 
centro em questão de horas. E com o passar do tempo, a viagem começou a ser feita em 
minutos.
A viagem é assunto de seu primeiro trabalho, publicado Diário Popular. Após ingressar na 
faculdade de Direito, começa a trabalhar como jornalista aos 19 anos, e publica dois artigos 
intitulados “Penando – De São Paulo a Curitiba”, narrando a viagem do presidente Afonso 
Pena, ao estado do Paraná. 
Figura 8.2.: Retrato de Filippo Tommaso Marinetti, autor do Manifesto Futurista.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dd/Manifesto_of_Futurism.jpg
Em sua viagem a Europa, Andrade traz consigo ideais do movimento futurista, como por 
exemplo, o Manifesto Futurista de Marinetti. A desvalorização da tradição – ainda presa 
aos resquícios da erudição e da forma –, a composição em fragmentos e a influência do 
desenvolvimento industrial ilustram o pano de fundo que permeia o poeta. O manifesto, 
datado de 1909, foi publicado no jornal Le Figaro, com objetivo de defender uma produção 
capaz de destruir a arte feita no passado, aliada ao culto da tecnologia e do dinamismo 
contemporâneo. Faz-se necessário, a partir do manifesto futurista, registrar o impacto 
3
proporcionado pelos acontecimentos do cotidiano, e para isso, observa-se o movimento 
inerente a máquinas e automóveis como composições capazes de influenciar o ritmo da 
arte.
Oswald se espantava com o cenário da poesia brasileira, pois não havia uma produção 
capaz de dar conta das modificações implementadas pelos avanços tecnológicos e pelo 
movimentado ritmo industrial. Mais do que isso, havia uma calmaria cultural, não 
condizente com o que estava em vigor na Europa, como procurou retratar a partir do 
Manifesto Futurista. 
Início do Boxe de Curiosidade
O Manifesto Futurista inicia com o almejo de cantar o amor ao perigo, à coragem 
revolucionária que, segundo Marinetti, era essencial à produção poética. É justamente por 
perceber certa “imobilidade” da literatura de sua época que o autor se engaja no despertar 
de um pensamento intrépido, militante e que interaja com seu tempo. Segundo Marinetti: 
“Nós cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; 
nós cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas 
modernas capitais; nós cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em 
chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes 
emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; 
pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de 
facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo 
cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por 
tubulações; e o vôo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e 
parecem aplaudir como um público entusiasmado.” MARINETTI, 1909. Disponível em: 
http://www.espiral.fau.usp.br/arquivos-artecultura-20/1909-Marinetti-
manifestofuturista.pdf 
Fim do Boxe de Curiosidade
4
Um pouco antes de sua viagem a Europa, a partir de 1911, Oswald começa a fazer viagens 
constantes ao Rio de Janeiro. O poeta começa a freqüentar a boemia carioca, lançando O 
Pirralho, seminário que atua sob pseudônimo Annibale Scipione. Após viagem a Europa, 
onde trabalhou como correspondente do Correio da Manhã, o poeta inicia os primeiros 
esboços de sua obra poética. Ao continuar com sua vida social ativa, interage com 
escritores e artistas, escrevendo as primeiras defesas da arte nacional, como no artigo “Em 
prol de uma pintura nacional”, e peças de Teatro, como a Mon coeur balance, em parceria 
com Guilherme de Almeida.
Início do Boxe de Curiosidade
Figura 8.3.: Capa da revista Klaxon de agosto de 1922.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/46/Klaxon_n._3.jpg 
A influente Revista Klaxon reproduz em seu próprio nome o namoro dos modernistas com 
o processo de industrialização. “Klaxon” é um termo derivado da buzina dos automóveis, 
conforme influência do manifesto futurista. Contribuíram para a Revista Mário de Andrade, 
Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, 
Sérgio Buarque de Holanda, Tarsila do Amaral e Graça Aranha. Ao todo, foram produzidas 
nove edições entre 22 e 23.
5
Fim do Boxe de Curiosidade
Em 1916, Oswald de Andrade publica trechos de seu livro Memórias Sentimentais de João 
Miramar em O pirralho, demonstrando profícuo talento em sua atividade jornalística. É 
graças a seu ótimo desempenho que o faz assumir, no mesmo ano, a função de redator do 
Jornal do Commercio. 
Início de Boxe explicativo
O romance fragmentado Memórias Sentimentais de João Miramar, embora iniciado em 
1916, foi publicado em 1924. No livro há 163 fragmentos e tem João Miramar como 
personagem principal, ao revelar suas memórias. O homem das letras narra sua história 
desde a infância, passando pela viagem a Europa e o retorno ao Brasil. Aobra é marcada 
pelo uso coloquial da linguagem, pelo nacionalismo e pela capacidade de síntese em 
instantes descritivos. O desfecho enigmático é apenas mais uma parte desse ser em 
fragmentos: “O meu livro lembrou-lhe Virgílio, apenas um pouco mais nervoso no estilo” 
(ANDRADE, Oswald. Memórias Sentimentais de João Miramar & Serafim Ponte Grande. 
São Paulo: Civilização Brasileira, 1973, p. 94)
Fim de Boxe explicativo
A partir disso, começa uma amizade com Mário de Andrade. Nesse cenário entre jornais e 
amizades com músicos, escritores e artistas, Oswald elabora um texto crucial para a 
concretização do Modernismo no Brasil, intitulado “A exposição Anita Mafaltti”, em 1918. 
O texto em questão soa como manifesto em defesa do trabalho elaborado por Malfatti na 
Exposição de Pintura Moderna, realizada em São Paulo, entre dezembro de 1917 e janeiro 
de 1918.
Início do Boxe multimídia
6
Composta por 53 trabalhos, entre elas Tropical (1917), O japonês (1915), O Barco, O 
homem amarelo (1915), A mulher de Cabelos Verdes (1915), entre outras figuras, 
paisagens, caricaturas e desenhos, essa exposição gerou forte polêmica para os padrões da 
época, justamente por se aproximar do aspecto expressionista, pouco conhecido aqui no 
Brasil. Para maior esclarecimento dessa exposição e sua relação com o modernismo, acesse 
o link intitulado Viajando pelo Modernismo – Aspectos da cultura brasileira: 
https://www.youtube.com/watch?v=pO4t9UmF2us 
Fim do boxe Multimídia
Até então, tínhamos apenas o texto de Monteiro Lobato, feito no final de 1917, chamado 
Paranoia ou mistificação, publicado como “A propósito da Exposição Malfatti” no O 
Estado de São Paulo, distinguindo os artistas em dois grupos. O primeiro seria dotado da 
arte pura, capaz de produzir algo em ritmo da vida, de concretizar as emoções estéticas, 
logo, fazendo-se notar como um grande mestre. É nessa esteira que coloca Praxíteles da 
Grécia, Rafael da Itália, Rodin da França, Rembrandt da Holanda, e alguns outros. 
Início do Boxe de curiosidade 
O site do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo reproduz na íntegra 
o texto escrito por Monteiro Lobato, através do seguinte link:
http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/educativo/paranoia.html 
Fim do Boxe de curiosidade
No entanto, no segundo grupo teríamos artistas que veriam com “anormalidade” a natureza, 
e para Lobato, estariam similares a um estrabismo oriundo de escolas rebeldes. Essas 
escolas proporcionariam um brilho instantâneo, mas logo estariam na beira do 
esquecimento, uma vez que nada contribuiriam para a arte além do excesso, cansaço e 
sadismo. Malfatti, apesar de talento, para Lobato, teria uma obra em má direção. 
7
Não obstante, Lobato provoca também o que está sendo produzido no campo da poesia, 
surgidas como “furúnculos desta ordem”, vindo de algo similar a uma espécie de cegueira. 
Essa condição na poesia, como algo que proveniente de uma falta de percepção ou 
ofuscamento das coisas seria nada mais nada menos que, segundo Lobato, a arte moderna.
Oswald então toma partido em defesa de Anita e da arte moderna, e a propósito da 
exposição de Anita, enumera o arrojo e a capacidade de expor algo tão moderno. E 
justamente por isso é que o trabalho ficaria suscetível a inúmeras críticas. Para Oswald, 
“um pouco de reflexão desfaria, sem dúvida, as mais severas atitudes. Na arte, a realidade 
na ilusão é o que todos procuram. E os naturalistas mais perfeitos são os que melhor 
conseguem iludir.” (ANDRADE, 1976, p. 135) 
Sobre Malfatti, o poeta paulista não se faz comedido e demonstra como o artista é um ser 
que não se pode definir apenas pela cópia de modelos já feitos no passado. Aliás, o artista 
deve também estar em relação há seu tempo, entre erros e acertos, propor algo relevante à 
época, conforme encontra na exposição da artista: “Anita Malfatti é um temperamento 
nervoso e uma intelectualidade apurada, a serviço de seu século. A ilusão que ela constrói é 
particularmente comovida, é individual e forte e carrega consigo as próprias virtudes e os 
próprios defeitos da artista” (ANDRADE, 1976, p. 135). Andrade encerra a discussão ainda 
procurando rebater os críticos mal-intencionados, os mesmo tempo em que não tiraram 
proveito da exímia qualidade da arte moderna produzida pela artista.
 Segundo Andrade, “A distinta artista conseguiu, para o meio, um bom proveito, agitou-o, 
tirou-o da sua tradicional lerdeza de comentários e a nós deu uma das mais profundas 
impressões de boa arte” (ANDRADE, 1976, p. 135). Estava iniciada a discussão e a 
militância de Oswald acerca do modernismo que estava por se formar, tendo seu alicerce na 
defesa da Exposição de Anita Malfatti, e cada vez mais próximo da radicalidade moderna 
produzida em forma de poesia.
A contínua vida boêmia e a produtiva atividade intelectual inserem Oswald na companhia 
de inúmeros artistas e escritores. Cada vez mais, procura adeptos do modernismo, 
formando com Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, 
8
o “grupo dos cinco”. O grupo, na companhia de Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, 
Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti, entre outros, estavam próximos de elaborar um dos 
maiores marcos culturais da história brasileira, denominada Semana da Arte Moderna de 
22.
Atividade 1 – Atende ao Objetivo 1:
Durante uma de suas viagens a Europa, o poeta Oswald de Andrade traz em sua bagagem 
um texto que iria influenciar boa parte da Geração de 22? Que texto é esse e do que se 
trata?
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Resposta comentada
O Manifesto Futurista, produzido por Filippo Tommaso Marinetti em 1909, foi trazido ao 
Brasil por Oswald de Andrade, em 1912. Nesse manifesto, há diversas contribuições 
capazes de influenciar a arte moderna, tais como o espírito de rebelião e liberdade como 
essência da produção poética, a ruptura com a calmaria poética oriunda da produção ou 
reprodução do passado. A valorização da velocidade e do processo de industrialização 
inerente às cidades. Quando retorna ao Brasil, Oswald contempla muito desses ideais, como 
o desejo de registrar a transformação da cidade sob a ótica de quem presencia o processo de 
industrialização e modernização de São Paulo. É o que podemos ver, por exemplo, no 
poema Aperitivo: “A felicidade anda a pé/ Na Praça Antônio Prado/ São 10 horas azuis /O 
café vai alto como a manhã de arranha-céus/ Cigarros Tietê /Automóveis/ A cidade sem 
mitos” (ANDRADE, 2003, p. 169).
8.2. O impacto do Modernismo na Literatura Brasileira
9
Figura 8.4.: Abaporu, de Tarsila do Amaral. 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/b/bd/Abaporu.jpg 
Uma das principais características do modernismo brasileiro foi a ruptura de concepções 
estéticas anteriores, como o romantismo e o realismo e, sobretudo, o parnasianismo. Para 
isso, deram voz cada vez mais ao verso livre, e deixaram de lado o desfecho triunfal de um 
poema, em nome a propósito da liberdade necessária ao projeto moderno. Valorizavam-se 
novas elaborações artísticas que retratassem problemas vivenciados no contemporâneo.
O modernismo exercido no Brasil carregou consigo a influência do Futurismode Marinetti 
e registrou a industrialização da cidade, a ruptura as artes passadas e o engajamento em prol 
dos acontecimentos do cotidiano. Mas nem todos foram receptivos a essa aproximação. A 
prova disso é o polêmico artigo de Oswald, lançado em maio de 1921, cujo título era “O 
meu poeta futurista”. Tratava-se de uma leitura dos poemas de Pauliceia Desvairada, de 
Mário de Andrade, que não gostou da alcunha “futurista”, pois poderia carregar um sentido 
negativo à sua obra. À prova disso, Mário o responde com o artigo “Futurista?”. Isso não 
10
impediu a amizade entre eles, embora ambos são marcados nesse período pelas 
divergências.
Para situamo-nos melhor sobre o período histórico vivenciado pelos poetas, faz-se 
importante mencionar o que alguns teóricos escreveram sobre essa época. 
Segundo Nunes, a história do modernismo brasileiro tem apenas o começo do seu traçado 
já elaborado, pois é necessário notar que há ainda diversas relações desse movimento com 
as vanguardas literárias e artísticas europeias. Isso significa que não foi apenas o futurismo 
de Marinetti que influenciou o modernismo brasileiro, mas sim um verdadeiro leque de 
manifestações. No entanto, para Nunes “raramente se alude porém ao interesse especial do 
grupo de 22 pela estética do Cubismo, a que se acharam ligados os nome de Apollinaire, 
Mx Jacob, Blaise Cendrars, Jean Cocteau, Pierre Reverdy e Paul Dermée.” (NUNES, 2004, 
p. 316)
Início do Boxe de Curiosidade
Figura 8.5.: Retrato de Blaise Cendrars, por Amedeo Modigliani.
11
Fonte: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/07/Amedeo_Modigliani_035.jpg
/640px-Amedeo_Modigliani_035.jpg 
O poeta e novelista suíço Blaise Cendrars foi uma influência deveras importante para 
modernismo brasileiro. Em verdade, não apenas foi influência, mas também foi 
influenciado, sobretudo pela obra de Oswald de Andrade. Oswald trava profícua amizade 
com o poeta, primeiro conhecendo-o na França em 1923, depois recebendo o suíço no 
Brasil em 24. Segundo Haroldo de Campos, “quando Oswald assegura que sua poesia 
coincidia com a de Cendrars, está revelando o influxo que dela recebera” (CAMPOS, H. 
2003, p. 45). Para maiores detalhes sobre a amizade e a produção poética entre os dois 
poetas, ver: CAMPOS, Haroldo de. “Uma poética da radicalidade”. IN: ANDRADE, 
Oswald. Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003.
Fim do Boxe de Curiosidade
Segundo Antonio Candido, em seu livro intitulado Literatura e Sociedade, podemos 
observar dois momentos considerados decisivos no que tange à literatura brasileira. 
Vejamos:
Na literatura brasileira há dois momentos decisivos que mudam os rumos e vitalizam toda a 
inteligência: o Romantismo, no século XIX (1836-1870), e o ainda chamado Modernismo, 
no presente século (1922-1945). Ambos representam fases culminantes de particularismo 
literário na dialética do local e do cosmopolita; ambos se inspiram, não obstante, no 
exemplo europeu. Mas, enquanto o primeiro procura superar a influência portuguesa e 
afirmar contra ela a peculiaridade literária do Brasil, o segundo já desconhece Portugal, 
pura e simplesmente: o diálogo perdera o mordente e não ia além da conversa de salão. Um 
fato capital se torna deste modo claro na história da nossa cultura; a velha mãe pátria 
deixara de existir para nós como termo a ser enfrentado e superado. O particularismo se 
afirma agora contra todo academismo, inclusive o de casa, que se consolidara no primeiro 
quartel do século XX, quando chegaram ao máximo o amaciamento do diálogo e a 
consequente atenuação da rebeldia. (CANDIDO, 2006, p. 119-120)
12
Torna-se interessante notar a diferença entre os propósitos entre o Romantismo e o 
Modernismo, e, sobretudo, perceber o impacto que o modernismo exerceu na literatura 
brasileira. Entre 1880 até 1920, ainda era possível ver traços literários pertencentes a uma 
busca por uma correção gramatical, a retomada de conceitos ou termos clássicos ou 
rebuscamento na escrita. Isso era graças ao padrão de inteligência moldado pelos 
aristocráticos brasileiros. Era o que estava em voga na capital, Rio de Janeiro. 
Esse cenário pouco ajudou na discussão da língua portuguesa escrita e falada. Em verdade, 
foi criado um abismo entre a fala popular e a escrita erudita, essa última, favorecendo os 
desejos da elite aristocrata. Segundo Candido, agora em Iniciação à Literatura Brasileira, o 
entrave causado por esse “hiato” existente entre a língua falada e a língua escrita foi um 
alicerce capaz de estimular uma reação, o almejo modificador e transformador como 
característica do modernismo a partir de 22 (CANDIDO, 1999, p. 61-62).
A poesia de Oswald é uma das pioneiras a fazer essa provocação, justamente quando 
resgata a língua falada pelos populares e faz dela o objeto de sua escrita, como podemos ver 
em “pronominais”:
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
13
(ANDRADE, 2003, p. 167)
O poeta joga com o abismo entre a linguagem coloquial e a gramática normativa, através da 
inversão da ordem do pronome no primeiro e no último verso do poema. Há também 
menção aos imigrantes europeus, de fala mais erudita, muitos próximos aos ideais de 
esquerda, como os socialistas e anarquistas italianos, de cultura mais clássica. “Deixar 
disso”, ou seja, falar como as pessoas populares, significaria romper com a estrutura 
oligárquica e patriarcal brasileira. 
É o que podemos notar também no poema “relicário”:
relicário
No baile da Corte
Foi o Conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
(ANDRADE, 2003, p. 127)
Oswald começa o poema com descrições eruditas. A linguagem popular transita no interior 
do poema. No final, rompe-se com a transitividade do verbo, passando por aspectos 
morfológicos, sintáticos, fonéticos da língua. A cultura popular não se elitiza para ser 
aceita. O desfecho é composto com versos harmônicos, sem subordinação. 
Já em “medo da senhora”, Andrade elabora um aspecto comum à fala. A aceitação da voz 
passiva de um verbo transitivo indireto como gesto comum aos falantes da língua 
portuguesa. Vejamos
medo da senhora
14
A escrava pegou a filhinha nascida
Nas costas
E se atirou no Paraíba
Para que a criança não fosse judiada
(ANDRADE, 2003, p. 126)
Nota-se que o erro sintático é propositalmente inserido na poesia como forma de romper 
com os preconceitos linguísticos existentes no Brasil, como resquício do Brasil-colonial. 
Nesse processo de composição, demonstram-se também aspectos e hábitos corriqueiros 
nesse período, como o filho de uma escrava supostamente feito com o senhor das terras, 
alvo de ira da senhora. Ao lançá-lo no Paraíba, há perspectivas de salvação e de liberdade 
ante aos maus-tratos. Logo, ela não seria judiada. É nesse esteira que Candido alega que 
“os modernistas valorizaram na poesia os temas quotidianos tratados com prosaísmo e 
quebraram a hierarquia dos vocábulos, adotando as expressões coloquiais mais singelas,
mesmo vulgares, para desqualificar a solenidade ou a elegância afetada.” .(CANDIDO, 
1999, p. 70)
Em “o gramático”, Oswald continua com o processo de escrever sem dar ao título uma letra 
maiúscula, e mais uma vez provoca a distorção entre existente na fala popular:o gramático 
Os negros discutiam
Que o cavalo sipantou 
Mas o que mais sabia
Disse que era
Sinpantarrou
(ANDRADE, 2003, p. 125)
Quem mais sabe pode ser o que menos sabe, uma vez que o saber torna-se relativo aos 
15
olhos de quem vê. A sabedoria da gramática cai por terra se não tiver efetividade e 
aproximação com a língua falada. A própria sociedade é capaz de mudar a significação de 
uma palavra, e a língua passa a ser então meio para que a sociedade se expresse. 
Essa rebeldia de Oswald de Andrade pode ser compreendida nos dias atuais com maior 
facilidade, mas sua reação à época gerou profundos conflitos com o que havia sido 
produzido anterior ao modernismo. Para Candido, os poetas do modernismo “combateram a 
mania gramatical e pregaram o uso da língua segundo as características diferenciais do 
Brasil, incorporando o vocabulário e a sintaxe irregular de um país onde as raças e as 
culturas se misturam.” (CANDIDO, 1999, p. 70)
Logo, podemos ver que o modernismo desenvolvido por Oswald é também uma 
repaginação da representação da cultura brasileira, com a elaboração de textos capazes de 
propor uma aproximação do brasileiro mais simples à literatura. Segundo Candido:
O Modernismo não foi apenas um movimento literário, mas, como tinha sido o 
Romantismo, um movimento cultural e social de âmbito bastante largo, que promoveu a 
reavaliação da cultura brasileira, inclusive porque coincidiu com outros fatos importantes 
no terreno político e artístico, dando a impressão de que na altura do Centenário da 
Independência (1922) o Brasil efetuava uma revisão de si mesmo e abria novas 
perspectivas, depois das transformações mundiais da Guerra de 1914-1918, que aceleraram 
o processo de industrialização e abriram um breve período de prosperidade para o nosso 
principal produto de exportação, o café. Como no caso de movimentos literários anteriores, 
o Modernismo resultou de impulsos internos e do exemplo europeu. No caso, as 
vanguardas francesas e italianas, a começar pelo Futurismo, que ofereceram modelos 
adequados para exprimir a civilização mecânica e o ritmo das grandes cidades, além de 
valorizar as componentes primitivas, que no Brasil faziam parte da realidade. (CANDIDO, 
1999, p. 68-69)
Atividade 2- Atende ao objetivo 2
16
Aponte algumas características que registrem a importância do modernismo para a 
literatura brasileira.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Resposta comentada:
Diversas foram as influências do modernismo na literatura brasileira. A começar pela 
ruptura das concepções estéticas anteriores, que eram consideradas retrógadas, sobretudo 
pela linguagem erudita. O modernismo inferiu a utilização do verso livre, a percepção do 
movimento graças ao processo de industrialização e uma linguagem próxima à fala do povo 
brasileiro. Recebendo influência do Futurismo, mas também do Cubismo, dadaísmo, entre 
outras, esse movimento próximo de uma rebeldia salientou o processo de transformação do 
Brasil através da representação da cultura brasileira.
Fim da Resposta
2.1 – Oswald de Andrade e a Semana de Arte Moderna de 22
17
Figura 8.6.: Cartaz do último dia da Semana de Arte Moderna.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/Arte-moderna-8.jpg
A semana de Arte moderna de 22 foi um marco cultural para a sociedade brasileira. 
Iniciada em 13 de fevereiro e terminada no dia 18 do mesmo mês, procurou-se trabalhar 
diversas manifestações culturais, como a poesia, pintura, música, escultura, entres outras. 
Ao todo, cerca de 100 obras foram apresentadas. 
Faz-se necessário dizer que este acontecimento fez parte também de uma festividade do 
centenário da independência do Brasil. A mencionada exposição de Anita Mafaltti, ainda 
em 1917 foi propulsora de um pensamento que almejasse novos rumos para a arte no 
Brasil. O conservadorismo foi deixado de lado para dar lugar a propostas de criação 
relacionadas a novas tendências e movimentos culturais. Segundo Candido:
A Semana da Arte Moderna (São Paulo, 1922) foi realmente o catalisador da nova 
literatura, coordenando, graças ao seu dinamismo e à ousadia de alguns protagonistas, as 
tendências mais vivas I capazes de renovação, na poesia, no ensaio, na música, nas artes 
plásticas. Integram o movimento alguns escritores intimistas como Manuel Bandeira, 
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Guilherme de Almeida; outros, mais conservadores, como Ronald de Carvalho, Menotti del 
Picchia, Cassiano Ricardo; e alguns novos que estrearam com livre e por vezes desbragada 
fantasia: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, na poesia e na ficção; Sérgio Milliet, 
Sérgio Buarque de Holanda, Prudente de Moraes, neto, no ensaio. Dirigindo aparentemente 
por um momento, e por muito tempo proclamando e divulgando, um escritor famoso da 
geração passada: Graça Aranha. (CANDIDO, 2006, p. 125).
Para Boaventura, em artigo intitulado “A semana de arte moderna e a crítica 
contemporânea”, relata que na época da Semana, além da polêmica gerada, os jornais e 
revistas se perguntavam qual era o objetivo da Exposição. Segundo a autora:
A crítica procede. As frases sonoras e retumbantes dos textos críticos e de divulgação, 
muitas vezes sem muito sentido, escondiam a falta de um projeto estético claro e coerente 
que convencesse os adeptos da poética racional de um parnasianismo popularizado pelo 
país afora. E o pior, também ainda não haviam sido publicadas em livro as propagadas 
obras revolucionárias, algumas delas apenas mostradas de relance naquele momento: 
trechos de Os Condenados de Oswald de Andrade, “Domingo” da Paulicéia Desvairada de 
Mário de Andrade e o antológico poema de Manuel Bandeira, “Os Sapos”, escrito em 1919. 
(BOAVENTURA, 2014, p. 2)
Um dos motivos para a grande diversão seria justamente as diversas correntes artísticas em 
voga. Em verdade, quase como uma tarefa de um tradutor, os artistas assimilavam as 
informações que chegavam dos navios e “traduziam” em suas obras. Era o preço da falta de 
acesso à comunicação na época, o que gerou, segundo Boaventura tamanho despreparo.. 
Para Boaventura, “apesar do acanhado experimentalismo, essas produções traziam 
novidades, se comparadas com o contexto artístico local. Mesmo assim, o desastre crítico 
neste campo foi” (BOAVENTURA, 2014, p. 4). É nesse sentido que Oswald teria 
observado que a pintura teria sido a que mais chocou os “analfabetos letrados”. 
Segundo Nunes, no texto intitulado “Antropofagia e Vanguarda”, há diversos degraus da 
modernidade, como o Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo. Essas correntes foram trilhadas 
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pelo movimento de 22, sobretudo por Mário e Oswald de Andrade. Esses degraus poderiam 
ser considerados como um “mal necessário” ao modernismo brasileiro, e para Nunes, 
funcionaram como um “ritual de passagem” para o amadurecimento de nossa literatura. 
É nesse sentido que a obra de Oswald recebe a alcunha de antropofágica, uma vez que em 
seu pano de fundo, alimenta-se de outras obras, transparece nela a literatura de vanguarda 
das primeiras décadas do século XX, assim como o primitivismo e relações etnográficas e 
da arte africana (NUNES, 2004, p. 322). Segundo Nunes:
A imagem antropofágica, queestava no ar, pertencia ao mesmo conjunto, ao mesmo 
sistema de ideias, ao mesmo repertório comum, que resultou da primitividade descoberta e 
valorizada, e a que se integravam, igualmente, na ordem dos conceitos, a mentalidade 
mágica, de Lévy-Bruhl e o inconsciente freudiano. É muito significativo que então a 
vanguarda literária, em boa parte sob a influência de Nietzsche, pensador que marcou a 
formação intelectual de Oswald de Andrade, e para quem a consciência do homem sem 
ressentimento equivalia à capacidade fisiológica de bem digerir – se tivesse apossado do 
canibal, dele fazendo um símbolo, no mesmo momento em que a Psicanálise começaria a 
desnudar, no homem normal, civilizado, comportamentos neuróticos, que podem gravitar 
em torno da mesma simbologia da interdição, presente nos atos de antropofagia ritual. 
(NUNES, 2004, p. 322).
Boxe de curiosidade
Alimentar-se de outros movimentos e outras culturas foi uma das marcas da antropofagia 
enquanto pensamento durante o modernismo. Inspirou Oswald a produzir, por exemplo, o 
Manifesto Antropófago e o Manifesto da Poesia Pau-Brasil. A poesia pau-brasil seria um 
sentimento poético brasileiro capaz de produzir uma poesia de exportação, tamanho seria 
sua autenticidade oriunda de uma inspiração genuinamente brasileira. Para isso, ver: 
http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf 
Fim do boxe de curiosidade
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E, portanto, temos em Oswald, uma preocupação com o fazer poético brasileiro, como 
acontece em poesia Pau-Brasil, capaz de projetar a história do descobrimento até o namoro 
com o ready-made de Duchamp. O engajamento no modernismo fez com que Oswald 
procurasse em mais de uma fonte suas influências capazes de proporcionar sua antropofagia 
poética. Freud, Nietzsche tête-à-tête com Gandavo e Fernão Dias. 
Alimenta-se de tudo que há de bom do outro, e nessa esteira, produz-se o que há de melhor 
dessa cultura híbrida e miscigenada que é a cultura brasileira. E como o próprio Oswald cita 
em seu Manifesto Antropófago “Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. 
Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os 
individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de 
paz. Tupi, or not tupi that is the question” (ANDRADE, 2014, p. 3).
Atividade 3 – Atende ao Objetivo 3:
Com base na leitura da aula, a partir do conhecimento sobre a Semana de Arte Moderna de 
22, por que não há uma única influência no movimento modernista no Brasil?
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Resposta comentada:
Há diversas fontes que influenciaram o modernismo brasileiro. Logo, a Semana de Arte 
Moderna de 22 é marcada pela heterogeneidade de suas correntes. Embora muitos trabalhos 
compartilharam o anseio por novas formas de expressão, há, conforme dito por Nunes, 
diversos degraus da modernidade, como o Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo. Essas 
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correntes foram trilhadas pelo movimento de 22, e, embora haja essa dispersão inicial da 
objetividade da Semana, tudo isso serviu para o amadurecimento da nossa literatura.
Atividade Final – Atende ao Objetivo 4:
Após a discussão elaborada pelas demais atividades, escolha um dos poemas feitos por 
Oswald de Andrade inserido na aula, (relicário, medo da senhora, o gramático, ou 
pronominais) e aponte as principais características do modernismo no texto. 
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Trata-se de uma atividade que procura desenvolver um olhar crítico. Em ambos os poemas, 
há o predomínio da linguagem coloquial ante a linguagem erudita e retrógada das 
literaturas anteriores, que pouco contribuía para a disseminação da literatura pelas camadas 
mais populares brasileiras. A linguagem funciona como modificador dessa aproximação 
entre poeta e leitor e transforma a própria poesia em lugar de acolhimento devido ao 
processo de inovação de sua forma. O verso livre é enfatizado, e a rima faz um jogo de 
distorção no interior das próprias palavras.
RESUMO
A obra de Oswald de Andrade tem papel crucial para o processo de produção poética no 
território nacional. A partir de seu engajamento com diversas vertentes literárias, o poeta 
viaja por diversos lugares em busca da experimentação do que há de novo no cenário 
mundial, e traz consigo novas formas de expressão para a poesia brasileira. Através de 
diversas correntes que engendraram pelo modernismo brasileiro, foi possível amadurecer 
na poesia ideais da cultura brasileira, projetados na Semana de Arte Moderna de 22. Apesar 
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da falta de objetividade segundo os críticos da época, a produção cultural tornou-se 
expoente de uma produção antropofagicamente inovadora, capaz de mudar a linguagem 
poética e inserir elementos genuinamente brasileiros para uma poesia digna de exportação, 
como a poesia Pau-Brasil de Oswald de Andrade.
Referências 
_________________. “Manifesto antropófago e Manifesto da poesia pau-brasil.” 
Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf Acesso em 02/07/2014.
ANDRADE, Oswald. Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003.
_________________. Um homem sem profissão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
1976.
BOAVENTURA. Maria Eugênia. “A semana de arte moderna e a crítica”. Disponível em:
http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos_pdf/maria_eugenia.pdf Acesso em 
02/05/2014.
CAMPOS, Haroldo de. “Uma poética da radicalidade”. IN: ANDRADE, Oswald. Pau 
Brasil. São Paulo: Globo, 2003.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira: resumo para principiantes. São 
Paulo : Humanitas/ FFLCH/USP, 1999.
________________. Literatura e sociedade, Ouro sobre Azul: Rio de Janeiro, 2006.
NUNES, Benedito. “Antropofagia e Vanguarda. Acerca do Canibalismo Literário”. IN: 
Revista Literatura e Sociedade. Número 07, São Paulo, 2004.
PRADO, Paulo. Poesia Pau Brasil. IN: ANDRADE, Oswald. Pau Brasil. São Paulo: Globo, 
2003.
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