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* UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA FISIOLOGIA VETERINÁRIA 1 OS HORMÔNIOS DA GLÂNDULA ADRENAL * 1.MORFOFISIOLOGIA 1.1. Localização da glândula São glândulas pares, contíguas aos rins. 1.2. Partes Cortical e Medular As glândulas possuem: A camada cortical, externa, composta pelas zonas glomerulosa, fasciculada e reticulosa, onde são produzidos hormônios distintos, por células diferenciadas. A camada medular, interna, onde são produzidas adrenalina e noradrenalina, em resposta à inervação simpática. * A GLÂNDULA ADRENAL C= Célula cromafim INERVAÇÃO: NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES SIMPÁTICOS ESPLÃNCNICOS SUPRIMENTO DE SANGUE ARTERIAL: CÁPSULA CÓRTEX MEDULA VEIA ADRENAL Cápsula Zona glomerulosa Zona fasciculada Zona reticulosa Medula Veia adrenal Artérias corticais Artérias medulares Plexo medular Plexo sinusoidal secundário Vasos portais córtico medulares Plexo subcapsular primário * As principais catecolaminas secretadas pela medula adrenal são: Noradrenalina Adrenalina Enquanto a noradrenalina é secretada por células da medula perfundidas por sangue sistêmico, proveniente das artérias medulares, a adrenalina é secretada por células adjacentes a vasos capilares fenestrados, que conduzem sangue porta contendo cortisol vindo do córtex. O cortisol estimula a enzima feniletanolamina –N- metil transferase, necessária para a síntese de adrenalina a partir da noradrenalina. * A liberação de adrenalina e noradrenalina pela medula adrenal e suas funções subseqüentes. ENTRADA ESTÍMULO ESTRESSOR ROTA NEURÔNIOS SIMPÁTICOS PÓS-GANGLIONARES/MEDULA ADRENAL NORADRENALINA/ADRENALINA liberação PROCESSOS PRODUÇÃO DE SUBSTRATO ENTRADA DE O2 CIRCULAÇÃO DE SANGUE Células alvo não endócrinas Tipo de receptor adrenal Ações Músc. Esquelético Fígado Gordura branca Brônquios do pulmão Artérias Músc. esquelético Coração Rins Intestinos Pele Veias Coração Nodo SA Músculo Dilata Dilata Contrai Contrai Contrai Contrai Taxa Contratilidade Dilata Glicerol e AGL Plasma [glicose] plasma [AGL] ventilação Fluxo sangue Fluxo sangue Débito cardíaco TGL Glicose Glicogênio EFEITOS Substrato e O2 disponível na circulação Distribuição preferencial de substratos e O2 para musculo esquelético, coração e cérebro Lactato Glicose PRODUTOS * 1.3. Hormônios Corticais Mineralocorticóides: produzidos na zona glomerulosa; afetam especialmente os eletrólitos dos líquidos extracelulares ( Na+,K+ e em menor extensão H+), Glicocorticóides: produzidos nas zonas fasciculada - a maior parte - e reticulosa; seu principal efeito é aumentar a concentração sanguínea de glicose, Hormônios Sexuais*: em especial os androgênios, secretados em pequenas quantidades. São produzidos nas zonas fasciculada e reticulosa – a maior parte. *OBS: A testosterona e os estrogênios são produzidos em tecidos como músculo e gordura, derivados do DHEA e da androstenediona produzidos na córtex da adrenal. * Biossíntese dos hormônios esteróides. Colesterol Gotícula de gordura Mitocôndria Retículo endoplasmático liso Capilar Estoque de colesterol Colesterol convertido à pregnenolona Síntese de hormônios específicos Secreção * Esteroidogênese nas células adrenocorticais sER= retículo endoplasmático liso (agranular), HSD= hidroxiesteróide desidrogenase ZONAS GLOMERULOSA FASCICULADA E RETICULOSA Colesterol Pregnenolona Progesterona 11-desoxi Corticosterona Corticosterona Aldosterona Cortisol Androstenediona 17 α - hidroxi Progesterona 17 α - hidroxi Pregnenolona Desidroepi Andros- terona (DHEA) Desidroepi Androstero- na sulfato (DHEA-S) 11 desoxi Cortisol ENZIMAS E LOCALIZAÇÃO: VIA VIA INTERIOR DA MEMBRANA MITOCONDRIAL INTERIOR DA MEMBRANA MITOCONDRIAL * Hormônios Corticais Adrenais mais Importantes : Glicocorticóides Cortisol (responde por 95% da atividade glicocorticóide) Corticosterona (pouco potente,representa 4% da atividade glicocorticóide) Prednisona, Triancinolona e Dexametasona (sintéticos) OBS: A Cortisona é um análogo 11-ceto do cortisol; é inativa, até que seja convertida a cortisol no fígado. Mineralocorticóides Aldosterona (95% da atividade mineralocorticóide) 11-desoxicorticosterona (1/15 da potência da aldosterona) Corticosterona (pequena atividade 9-Fludrocortisona (sintético) * Potências de vários esteróides, relativas às ações de glicocorticóide e mineralocorticóide * * 2.FUNÇÃO DOS MINERALOCORTICÓIDES 2.1. Efeitos Renais da Aldosterona interfere na troca do Na+ pelo K+ no túbulo distal, túbulo coletor e duto coletor (faz conservação do Na+), favorece a reabsorção maior de água, pela osmose provocada pelo Na+, também, em menor grau, há troca do H+ pelo Na+, reduzindo a concentração de H+ no LEC. Mecanismo Celular de Ação da Aldosterona: Ação sobre as células tubulares renais. Entra no citoplasma e atua junto a seu receptor no núcleo, formando proteínas transportadoras de Na+ e K+, e ATPase específica para fornecer energia do transporte. * Principais íons reabsorvidos no néfron e sua relação com a aldosterona e o ADH * OBS 1: Na ausência de aldosterona, o volume do LEC pode estar até 25% abaixo do normal; na hipersecreção inicialmente o volume sanguíneo pode estar até 25% acima do normal. OBS 2: perda excessiva de K+ por ação da aldosterona causa hipocalemia, ocorrendo freqüentemente fraqueza ou paralisia muscular, pois os potenciais de ação da célula nervosa são impedidos; na deficiência de aldosterona ocorre hipercalemia, com conseqüente toxicidade cardíaca com contrações fracas e arritmias. * 2.3. Regulação da Secreção de Aldosterona pelo aumento da concentração de íons K+ no líquido extracelular, aumentando a secreção, por ativação do sistema renina - angiotensina a partir do rim, aumentando a secreção, uma maior quantidade de aldosterona no organismo diminui sua própria secreção, o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) da adenohipófise aumenta muito pouco a secreção. * 3.FUNÇÃO DOS GLICOCORTICÓIDES 3.1. Efeitos do Cortisol no Metabolismo de Carboidratos estímulo da gliconeogênese : formação de glicose no fígado a partir de aminoácidos; isso ocorre devido a: aumento das enzimas hepáticas responsáveis pela conversão de aács. em glicose, mobilização de aács. nos tecidos extra-hepáticos, principalmente músculos. diminuição do uso da glicose pelas células e conseqüente elevação da concentração sanguínea de glicose (diabetes adrenal) * 3.2. Efeitos do Cortisol no Metabolismo das Proteínas redução das proteínas celulares, exceto no fígado, pela diminuição na síntese de proteínas (deprime a formação de RNAm nos tecidos), aumento concomitante das proteínas plasmáticas e hepáticas, por aumento de enzimas hepáticas necessárias à síntese protéica, aumento do catabolismo das proteínas já existentes na célula, causando liberação de aács., aumento de aács. no sangue, diminuição do transporte de aác. para as células extra-hepáticas e aumento do transporte para as células hepáticas * 3.3. Efeitos do Cortisol no Metabolismo Lipídico mobilização de ácidos graxos nos adipócitos a partir de triglicerídios, liberando glicerol e ácidos graxos livres (AG) Formação de glicose por gliconeogênese, a partir do glicerol, aumento moderado da oxidação dos AG nas células 3.4. Efeitos do Cortisol no Stresse estimulado pelo ACTH, dispõe energia para manutenção das células * Efeitos principais dos glicocorticóides sobre o metabolismo intermediário TECIDOS MÚSCULO, CONECTIVO, LINFÓIDE FÍGADO GORDURA BRANCA PROCESSOS Células-alvo não-endócrinas PRODUTOS EFEITOS (se não compensados) Atrofia tecidual Mantém a disponibilidade de quantidades adequadas de: glicose circulante glicogênio para mobilização em resposta à estressores Atrofia tecidual(alguns depósitos) Captação de glicose Captação de glicose Lipólise Lipogênese Gliconeogênese Estoque de GLICOGÊNIO Síntese enzimática Combustível energetico Combustível Síntese proteica Proteólise Produção de AGL Produção de Glicerol Estoque de Triglicerídios Produção de glicose [A.ác] no plasma [glicose] no plasma (indireta) Estoque de proteina Produção de aminoácidos Combustível [glicose] no plasma (indireta) Estoque de glicogênio [glicerol e AGL] plasma [glicose] plasma (indr.) Estoque de triglicer. (apenas alguns) Gliconeogênese * 3.5. Efeitos Antinflamatórios do Cortisol Há cinco estágios principais da inflamação: liberação celular de histamina, bradicinina e enzimas proteolíticas aumento do fluxo sanguíneo para a área inflamada vazamento de plasma e coagulação de líquido tecidual infiltração leucocitária cura tecidual, em grande parte por formação de tecido fibroso o cortisol tem como principal atividade antinflamatória a estabilização das membranas lisossômicas, diminuindo a liberação de enzimas proteolíticas causadoras da inflamação * 3.6. Regulação da Secreção de Cortisol controle da secreção de ACTH (hipófise) controle da secreção de CRH (hipotálamo) efeito do stresse fisiológico sobre o ACTH efeito inibitório do cortisol sobre o hipotálamo e hipófise anterior OBS 1: quando há secreção intensa de ACTH, outros hormônios de composição química semelhante são secretados, especialmente MSH; essa secreção também pode ser controlada independentemente pelo hipotálamo, pela incidência de luz. * Modelo geral para a coordenação da resposta imediata ao estresse. CRH = hormônio liberador de corticotrofina PVN = núcleo paraventricular ENTRADAS SNC EXTRAHIPOTALÂMICO HIPOTÁLAMO Neurônios do hipocampo ESTRESSOR AGUDO Neurônios secretores de CRH Neurônios magnoce-lulares NPV Neur. parvicelulares Secreção de CRH Secreção de CRH Vasos portais pituitários Centros simpáticos do tronco cerebral Adeno hipófise Medula espinhal Secreção de ACTH pelas céls. corticotróficas Secreção de cortisol pela córtex da adrenal Secreção de adrenalina pela medula adrenal PRODUTOS Inflamação e sistema imune Mobilização de substrato e circulação preferencial para tecidos críticos Defesa do volume líquido Ingestão Reprodução Surgimento de Defesa Agressão * Padrão circadiano da secreção do cortisol Luminosidade/vigília Tempo decorrido (horas) Escuridão/Sono
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