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Curso Aproveitamento dos Alimentos EDC

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Conteúdo 
 
Alimentação ......................................................................................................... Pág.7 
Alimentação saudável .......................................................................................... Pág.10 
Pirâmide alimentar ............................................................................................... Pág.17 
Desperdício de alimentos ..................................................................................... Pág.20 
A fome e o desperdício de alimentos ................................................................... Pág.23 
Resíduos sólidos urbanos: resíduos alimentares ................................................. Pág.28 
O que podemos fazer com resíduos orgânicos .................................................... Pág.31 
Horta em casa ...................................................................................................... Pág.38 
Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS .................................................... Pág.42 
Os alimentos ........................................................................................................ Pág.45 
A importância das partes não convencionais dos alimentos ................................ Pág.46 
Aproveitando integralmente os alimentos ............................................................ Pág.47 
Higiene e manipulação de alimentos ................................................................... Pág.49 
Cuidados no preparo e armazenamento .............................................................. Pág.55 
Cuidados nos estabelecimentos que comercializam alimentos ........................... Pág.58 
Sugestões de receitas .......................................................................................... Pág.64 
 Bibliografia........................................................................................................... Pág.72 
 
 
7 
 
 
 .
 
 
 
1.1 – Alimentação 
 
A alimentação é um ato que faz parte de nossas vidas e da vida de 
todos os seres vivos. É por meio dela que se conseguem nutrientes 
necessários para nosso desenvolvimento. 
 
Um bebê quando nasce precisa se alimentar do leite de sua mãe, pois 
nele há todos os nutrientes que ele precisa para crescer e formar seus 
anticorpos. Caso contrário, essa criança pode obter crescimento e 
desenvolvimento insatisfatórios, correndo o risco de adquirir algumas 
doenças no futuro. O mesmo ocorre com os outros animais quando nascem, 
já que todos os seres vivos precisam se desenvolver com saúde. 
 
Em relação à obtenção de alimentos, os seres vivos se dividem entre 
autótrofos e heterótrofos. 
 
Os seres autótrofos (auto significa por si mesmo e trofos significa 
alimento, alimentação, nutrição) são aqueles que, por meio de um processo 
que ocorre em seu organismo, conseguem produzir seus próprios nutrientes. 
 
Um exemplo de ser autótrofo são as plantas que realizam a 
fotossíntese para se alimentar. A fotossíntese ocorre com a captação de luz 
solar, gás carbônico e água, usados na obtenção de glicose, elemento que 
confere energia às plantas. Nesse processo, há a liberação de oxigênio. 
Entre outros seres autótrofos podemos citar as algas e algumas bactérias. 
 
 
8 
Os seres que não produzem seu próprio alimento são chamados de 
heterótrofos (hetero significa diferente, outro), por isso comem outros seres 
vivos, animais e plantas ou, no caso dos humanos, produzem alguns de 
seus alimentos. 
 
Para que os nutrientes de determinado alimento sejam absorvidos por 
nosso organismo, é preciso que eles sejam digeridos. A digestão começa 
logo quando colocamos o alimento na boca, onde ele é mastigado e 
engolido. 
 
A saliva contribui para o início da quebra de moléculas dos alimentos. 
O alimento mastigado que vai ao estômago também é chamado de bolo 
alimentar. 
 
Ao ser engolido o alimento passa pela faringe e pelo esôfago até 
chegar ao estômago, órgão onde será dissolvido. Veja uma ilustração desse 
trajeto. 
 
 
 
 
É no estômago que o alimento entra em contato com o suco gástrico, 
líquido ácido que quebra mais algumas moléculas do alimento, 
especialmente as proteínas. 
 
Em seguida, o bolo alimentar segue para o duodeno, parte inicial do 
intestino delgado, onde recebe secreções vindas do fígado, o bile (ou bílis), 
e do pâncreas, o suco pancreático. Aqui os nutrientes são novamente 
reduzidos para sua absorção através da corrente sanguínea. 
 
 
9 
Aquilo que nosso organismo não aproveita é transformado em fezes 
que serão eliminadas. 
 
É dessa maneira que retiramos dos alimentos aquilo que podem 
fornecer para diversas finalidades, ou seja, se precisamos de vitamina C, 
devemos ingerir alimentos ricos nessa vitamina, como laranja, acerola, 
limão, entre outros, por exemplo. 
 
Além de ser a maneira como retiramos os nutrientes dos alimentos, a 
alimentação também sofre influência de fatores culturais, ideológicos e 
religiosos. 
 
Você já reparou como a alimentação que temos no Brasil é muito 
diferente da alimentação que se tem no Japão? Provavelmente também já 
deve ter assistido a alguns filmes norte-americanos em que o café da manhã 
dos personagens é composto de bacon, ovos e panquecas. 
 
Essas diferenças na alimentação podem ocorrer de país para país, ou 
mesmo dentro de um mesmo país. A comida típica de Minas Gerais é 
diferente da comida típica da Bahia. 
 
Todas essas mudanças sofrem influência da cultura do local, do 
clima, se foram colonizados, se há muitos imigrantes, entre outros fatores 
determinantes. 
 
Há também hábitos culturais que podem ser cultivados em grande 
parte do mundo. É o exemplo dos aniversários em que o bolo é símbolo de 
sua comemoração. 
 
Além das questões culturais, algumas ideologias regem a alimentação 
de algumas pessoas. Há muitas pessoas que não usam produtos de origem 
animal em sua dieta por uma questão de saúde ou até de solidariedade com 
os animais. 
 
Decidir comer ou não comer determinado tipo de alimento devido a 
uma ideia, ou algo em que se acredita, é ter a alimentação influenciada por 
uma ideologia. 
 
A religião também é capaz de determinar a alimentação de um povo. 
Há religiões em que, por certo período, é feito um jejum. Em outras, há dias 
específicos para não ingerir determinado alimento. 
 
Na Índia, por exemplo, não se come nada oriundo da vaca, nem 
mesmo seu leite é tomado. Isso é uma prática religiosa que tomou 
proporções culturais, já que a vaca é considerada sagrada para os indianos 
e pode circular livremente pelas ruas. 
 
Todos esses significados que envolvem os alimentos devem ser 
considerados, pois os alimentos não são simplesmente fonte de nutrientes e 
há uma série de valores e sentimentos envolvidos. 
 
 
10 
Na Constituição Federal Brasileira, documento de maior importância 
legal em nosso país, há a menção da alimentação como um direito social do 
cidadão trabalhador. Direitos sociais são aqueles que visam garantir aos 
cidadãos condições para que usufruam de todos os outros direitos. São 
conferidos pelo Poder Público com o objetivo de buscar uma igualdade 
social. 
 
Entre outros direitos sociais podemos citar o direito à vida, à 
igualdade, à educação, à imigração e emigração, direito de poder escolher 
suas associações econômicas, políticas e culturais, direito ao lazer, à saúde, 
entre outros. 
 
O texto que fala da alimentação como um direito social pode ser lido 
no Capítulo II, Artigo 7º, item IV. Vejamos:Capítulo II - Dos Direitos Sociais 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, 
capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às 
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, 
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
Portanto, o Poder Público deve estar encarregado de prover os 
direitos citados aos cidadãos e entre eles está a alimentação. Por esse 
ponto de vista, a alimentação é vista como uma necessidade de 
sobrevivência e não sofre influência ideológica, cultural ou religiosa. 
 
Assim, a alimentação pode ser vista por diversos prismas, desde uma 
necessidade física dos seres vivos até uma prática com reflexos da cultura 
de um povo. 
 
 
1.2 – Alimentação saudável 
 
Considerando a alimentação como fonte de nutrição dos seres vivos, 
ela pode beneficiar, ou não sua saúde. Quando os alimentos ingeridos 
suprirem as necessidades orgânicas sem trazerem malefícios para a saúde, 
é possível dizer que a pessoa tem uma alimentação saudável. 
 
Tudo o que é saudável é benéfico para a pessoa, mas não é possível 
estabelecer uma receita única de alimentação saudável, já que cada 
organismo reage de uma maneira diferente à alimentação, além de haver as 
questões culturais, ideológicas e religiosas citadas anteriormente. 
 
 
11 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, “uma alimentação saudável é 
aquela que reúne os seguintes atributos: é acessível e não é cara, valoriza a 
variedade, as preparações alimentares usadas tradicionalmente, é 
harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura 
sanitariamente.”. (BRASIL, 2012). 
 
Veja a ilustração: 
 
 
 
 
Uma alimentação saudável pode trazer grandes benefícios à pessoa, 
no entanto ela deve estar aliada a outros hábitos saudáveis, tais como evitar 
o consumo excessivo de álcool e tabaco, além de praticar exercícios físicos. 
 
Os benefícios conseguidos com uma alimentação saudável são 
inúmeros. Podemos citar a prevenção de doenças como o diabetes, as que 
afetam o coração, o câncer, dentre outras; a prevenção da obesidade e das 
doenças relacionadas a ela, além da melhora na qualidade de vida. 
 
Para sentir os benefícios de bons hábitos alimentares é importante 
que eles sejam praticados ao longo da vida e não somente por determinado 
período. 
 
No Brasil, o Ministério da Saúde em parceria com a Comissão 
Intersetorial de Alimentação e Nutrição, a CIAN, lançou em 1999 a Política 
Nacional de Alimentação e Nutrição, a PNAN, que age “por meio de um 
conjunto de políticas públicas que propõem respeitar, proteger, promover e 
prover os direitos humanos à saúde e à alimentação”. (BRASIL, 2012). 
 
Esse projeto teve início devido a uma mudança em alguns hábitos de 
vida e consequentemente alimentares dos brasileiros. A alimentação 
melhorou, entretanto, foi possível observar um aumento no peso dos 
cidadãos. 
 
12 
O órgão responsável pela implementação de ações em relação ao 
PNAN é a Coordenação Geral de Alimentação, a CGAN, que faz parte do 
Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do 
Ministério da Saúde. 
 
As principais tarefas da Coordenação Geral de Alimentação são: 
 
I - planejar, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar o 
processo de implementação da Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição, visando a melhoria das condições 
nutricionais da população no curso da vida e observando 
os princípios e diretrizes do SUS; 
 
II - propor, planejar, normalizar, gerenciar, monitorar e 
avaliar, em âmbito nacional, a execução de planos, 
programas, projetos, ações e atividades necessárias à 
concretização da Política Nacional de Alimentação e 
Nutrição; 
 
III - articular-se com os Estados, Municípios e o Distrito 
Federal, de modo a estimular sua adesão aos programas e 
projetos na área da Alimentação e Nutrição e prestar-lhes 
cooperação técnica para o aperfeiçoamento da capacidade 
gerencial e operacional nessa área; 
 
VI - promover a articulação com órgãos, entidades e 
agências de fomento, de financiamento e de pesquisa, 
nacionais e internacionais, para o desenvolvimento de 
projetos de cooperação, estudos e pesquisas em 
alimentação e nutrição; 
 
VII - promover e incentivar a educação continuada dos 
recursos humanos envolvidos na implementação de todos 
os programas e projetos componentes da Política Nacional 
de Alimentação e Nutrição; 
 
VIII - fomentar e participar de atividades intersetoriais para 
o planejamento e implementação da política e de planos, 
programas, projetos e atividades de segurança alimentar e 
nutricional sustentável. 
 
Assim, promover uma alimentação saudável faz parte das atribuições 
da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Uma das ações que faz 
parte dessa Política é a distribuição de um livreto chamado de Guia 
Alimentar para a População Brasileira, onde há os Dez Passos para uma 
Alimentação Saudável. 
 
A intenção desse Guia é buscar uma melhoria na qualidade de vida 
da população brasileira por meio de uma alimentação saudável e com isso 
prevenir algumas doenças, obesidade e desnutrição. 
 
 
 
13 
O Guia também pode ser acessado pela internet no site do Ministério 
da Saúde pelo endereço www.saude.gov.br/nutricao. 
 
Veja os Dez Passos para uma Alimentação Saudável disponibilizados 
pelo Ministério da Saúde: 
 
1 – “Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e 
jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições”. 
 
O estômago, quando fica muito tempo vazio é mais propenso a 
adquirir gastrite, além de você comer mais do que o necessário por estar 
sentindo fome, o que também não é bom. 
 
Para um melhor controle do peso, evite comer entre as refeições, as 
famosas “beliscadas”. No momento de suas refeições, coma sem pressa e 
mastigue bem os alimentos para facilitar sua digestão. 
 
Os alimentos industrializados, ricos em sal, açúcar e gordura podem 
causar doenças do coração, câncer, diabetes, obesidade, entre outros 
problemas. Por isso, adquira o hábito de ler a composição nutricional dos 
alimentos comprados e verificar seus valores nutricionais. 
 
Também para evitar doenças, lave bem os alimentos como frutas, 
verduras e legumes, pois essa higienização elimina alguns micro-
organismos nocivos à nossa saúde. 
 
 
2 – “Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, 
milho, trigo, pães e massas), tubérculos como as batatas e raízes como 
a mandioca/macaxeira/aipim nas refeições. Dê preferência aos grãos 
integrais e aos alimentos na sua forma mais natural”. 
 
Esses alimentos são ricos em carboidratos e, por isso, são nossa 
maior fonte de energia. As seis porções podem ser distribuídas ao longo de 
nossas refeições e deve-se procurar variar as fontes de carboidratos. 
 
Nas principais refeições, que são café da manhã, almoço e jantar, 
esses alimentos devem compor metade do prato. Tome o cuidado de evitar 
biscoitos muito gordurosos ou com grande quantidade de sódio. 
 
 
3 – Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e 
verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas 
sobremesas e lanches. 
 
Esses alimentos são os principais agentes na prevenção de doenças, 
pois são ricos em fibras, vitaminas e sais minerais e, por isso, devem fazer 
parte de todas as refeições. 
 
 
 
14 
Quanto mais variada for a sua escolha nas porções de frutas, 
legumes e verduras, você estará ingerindo maiores e diferentes quantidades 
de nutrientes, já que cada alimento é rico em algum deles.No seu prato, coloque vegetais de diferentes cores, pois cada cor 
indica a presença de um nutriente específico. Por exemplo, as verduras de 
folhas verde-escuras indicam que o alimento é rico em cálcio, já os 
alimentos de cor amarela e alaranjada são ricos em vitamina C e A. 
 
Consuma preferencialmente alimentos crus e sucos feitos com as 
frutas. Embora as polpas congeladas ainda sejam melhores que sucos de 
caixinha ou em pó, elas perdem alguns nutrientes no congelamento. 
 
 
4 – “Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco 
vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa 
de proteínas e bom para a saúde”. 
 
O recomendado pelo Ministério da Saúde é uma parte de feijão para 
duas de arroz. Ou seja, se você colocou em seu prato quatro colheres de 
sopa de arroz, coloque duas colheres de sopa de feijão. 
 
Há uma grande variedade de feijões atualmente, procure consumi-los 
e prepará-los de diferentes formas. Em vez de comer o feijão cozido de 
forma tradicional, faça, por exemplo, uma salada de feijão. 
 
Em substituição ao feijão, é possível incluir nas refeições outros tipos 
de leguminosas como o grão-de-bico, a ervilha, a soja, a lentilha, entre 
outras. 
 
 
5 – “Consuma diariamente três porções de leite e derivados e 
uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura 
aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses 
alimentos mais saudáveis”. 
 
O leite e seus derivados como queijo, requeijão, iogurtes são 
alimentos ricos em cálcio, substância fundamental para o fortalecimento dos 
ossos e dentes. Já as carnes e os ovos contêm proteína que ajuda na 
reconstrução dos músculos, além de oferecerem energia e outros benefícios 
ao organismo. 
 
Para evitar consumir muita gordura nesses alimentos, prefira os leites 
e derivados na versão desnatada, entretanto essa regra não vale para as 
gestantes, que devem preferir sua versão integral, com exceção apenas de 
orientação médica. 
 
 
 
15 
É preferível consumir as carnes brancas às carnes vermelhas, 
principalmente os peixes, por conterem ômega 3 e 6, ácidos graxos 
essenciais, importantes na prevenção de doenças do coração, diabetes, 
artrite e doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer e Parkinson. 
 
Algumas partes como fígado de boi, moela e coração de galinha são 
ricas em ferro, nutriente que ajuda a prevenir a anemia. 
 
Aqueles que decidiram ter uma dieta sem carne, ou mesmo sem 
qualquer produto de origem animal como ovo e leite devem procurar um 
nutricionista para que sejam orientados a fazer uma alimentação completa. 
 
 
6 – “Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, 
azeite, manteiga ou margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos 
e escolha aqueles com menores quantidades de gorduras trans”. 
 
As gorduras podem ser divididas em gorduras boas e ruins. As 
gorduras ruins são as saturadas e as gorduras trans, presentes em alguns 
alimentos industrializados e algumas carnes gordurosas. As gorduras boas 
são as gorduras insaturadas que são encontradas em alimentos como 
abacate, semente de linhaça, alguns peixes, azeite de oliva, entre outros. 
 
As gorduras trans e saturadas não são benéficas para nosso 
organismo, pois podem causar problemas de colesterol e cardiovasculares, 
já que podem se depositar nas artérias, causando entupimento. 
 
As gorduras insaturadas ajudam na redução do colesterol, além de 
prevenirem algumas doenças como as citadas no item 5. 
 
Por isso, invista mais em alimentos ricos em gorduras insaturadas e 
evite alimentos que contêm gordura saturada. Procure preparar seus 
alimentos com menos óleo e verifique no rótulo de margarinas, óleos e 
outros produtos a quantidade e o tipo de gorduras. 
 
 
7 – “Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos 
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra 
da alimentação”. 
 
Esses alimentos contêm muito açúcar e devem ser evitados ou 
consumidos em poucas quantidades eventualmente, pois o excesso de 
açúcar pode causa obesidade e contribuir para o surgimento da diabete. 
 
Os refrigerantes, principalmente os escuros, contêm corantes, 
aromatizantes e outras substâncias que não são benéficas para nossa 
saúde. 
 
 
16 
Prefira os bolos sem recheio ou cobertura e feitos em casa, assim 
sabe-se a procedência dos ingredientes. Para os biscoitos, opte pelos sem 
recheio e com menos açúcar. 
 
 
8 – “Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da 
mesa. Evite consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio) 
como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, 
conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos”. 
 
O Ministério da Saúde recomenda que a quantidade de sal consumida 
diariamente deve ser de uma colher de chá rasa, distribuída entre todas as 
refeições. 
 
Alguns alimentos industrializados contém muito sal em sua 
composição, que na tabela nutricional vai aparecer como sódio. Leia o rótulo 
e prefira aqueles com a menor quantidade de sal. 
 
O sal pode causar problemas nos rins e hipertensão, já que ele retém 
muitos líquidos. 
 
Para realçar o sabor de seus alimentos, use alternativas como cebola, 
alho, ervas, limão, entre outros temperos, evitando grandes quantidades de 
sal ou de temperos industrializados. 
 
 
9 – “Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por 
dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições”. 
 
Cerca de 75% de nosso corpo é composto por líquidos, por isso, a 
água é muito importante em nossa alimentação. 
 
Quando ingerimos a quantidade recomendada de água, nosso 
organismo funciona melhor e se mantém hidratado. Aqueles que bebem 
mais água sofrem menos problemas renais e de pressão. 
 
É importante lembrar que outras bebidas como café, chá, 
refrigerantes e sucos industrializados não substituem a água. 
 
 
10 – “Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 
minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas 
e o fumo. Mantenha o peso dentro de limites saudáveis”. 
 
Aliados a uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos 
traz uma grande melhora na qualidade de vida. O sedentarismo tem sido 
uma das principais causas de problemas de saúde como a obesidade e os 
de coração. 
 
 
17 
Algumas medidas simples podem ser tomadas como ir trabalhar a pé 
ou de bicicleta, subir escadas em vez de tomar o elevador ou escadas 
rolantes, fazer uma pequena caminhada até o mercado ou a padaria em vez 
de usar sempre o carro, entre outras. 
 
Trinta minutos diários de prática já trazem muitos resultados. Até o 
humor melhora, já que os exercícios físicos liberam endorfina, hormônio 
capaz de causar bem estar e diminuir o estresse. 
 
Para que a qualidade de vida fique completa, evite o cigarro e o 
excesso de álcool, pois eles podem causar doenças ao longo do tempo, tais 
como câncer e cirrose. 
 
Observe que, juntamente com dicas de uma alimentação saudável, o 
Ministério da Saúde recomenda a ingestão de cerca de dois litros de água 
por dia, além da prática de exercícios físicos regularmente. 
 
Esses Dez Passos são dicas mais práticas sobre alimentação e que 
podem ser seguidas por pessoas saudáveis a partir dos dois anos. Em 
alguns casos específicos, como pessoas portadoras de diabetes, colesterol 
alto, anemia, desnutrição, entre outros, é importante consultar um 
nutricionista. 
 
Para começar a seguir essas orientações não é necessário fazê-lo de 
uma só vez, caso seus hábitos sejam completamente diferentes. Você pode 
escolher um ou mais passos e cumpri-los aos poucos, até que consiga 
cumprir toda ou grande parte da lista. 
 
Também é importante esclarecer que os númerosdos passos não 
significam uma ordem, ou seja, não é necessário adotar o passo número 1, 
em seguida o passo número 2 e assim por diante. A escolha dos passos a 
serem seguidos pode ser aleatória. 
 
 
1.3 – Pirâmide Alimentar 
 
As pirâmides alimentares são instrumentos que funcionam como uma 
representação do que seria uma alimentação saudável. Não existe uma 
única pirâmide alimentar, pois, como mencionamos anteriormente, a 
alimentação segue diversas regras culturais, ideológicas e religiosas. 
 
Assim, os vegetarianos que tomam leite e comem ovo têm uma 
pirâmide com alimentos que substituem os nutrientes da carne. Já aqueles 
vegetarianos que não consomem nada de origem animal, têm em sua 
pirâmide alimentos que substituem os nutrientes dos ovos, leite e carnes. 
 
 
 
18 
Em outros países, a pirâmide alimentar terá alimentos típicos da 
região ou da cultura. O que haverá na pirâmide alimentar brasileira, pode 
não ter em pirâmides alimentares de outros países, já que aqui temos um 
clima propício para certas frutas, verduras e legumes e comemos alguns 
pratos que não existem em outras culinárias. 
 
Cada pessoa também pode montar sua pirâmide alimentar baseada 
em um modelo e com ajuda de um nutricionista que indique quais alimentos 
podem ser consumidos como fonte de determinado nutriente. Os atletas, por 
exemplo, precisam de maiores fontes de proteína, por isso, em sua pirâmide 
alimentar haverá mais alimentos ricos em proteínas. 
 
O primeiro órgão a distribuir os alimentos no formato de uma pirâmide 
foi o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos no ano de 1992. A 
intenção era fazer com que as pessoas se alimentassem com uma maior 
variedade de alimentos, mas que consumissem menos gorduras, açúcar, sal 
e alimentos industrializados como salgadinhos, refrigerantes, alimentos 
congelados, entre outros. 
 
Vejamos um exemplo de pirâmide alimentar: 
 
Essa ilustração é apenas um modelo genérico que pode ser seguido 
com algumas adaptações. É sempre importante consultar um nutricionista 
para que sua própria pirâmide seja montada baseada em sua altura, peso, 
se pratica algum esporte, se tem alguma restrição alimentar, entre outras 
informações. 
 
19 
O formato da pirâmide foi escolhido por ter a base maior e o topo 
menor, representando dessa forma os alimentos que devem ser consumidos 
em maior quantidade na base e os que devem ser consumidos em menor 
quantidade no topo. 
 
Essas indicações de porções são de consumo diário e, por isso, 
podem vir distribuídas em suas refeições, não apenas em uma. Se em uma 
de suas refeições você consumiu mais alimentos ricos em proteínas, para 
balancear, na próxima refeição prefira aqueles que contêm mais 
carboidratos. Dessa forma, ao final do dia, você ingeriu a quantidade 
necessária de nutrientes de acordo com sua pirâmide. 
 
Na base da pirâmide, local onde ficam os alimentos que podem ser 
consumidos em maior quantidade estão os cereais, os pães, as massas, as 
raízes, entre outros. 
 
Esses são alimentos ricos em carboidratos, mas suas versões 
integrais também contêm fibras. Os carboidratos são responsáveis por nos 
dar energia e devem fazer parte de metade de nossa alimentação, podendo 
chegar até a 60% do nosso cardápio diário. 
 
Acima e à esquerda dos alimentos da base estão as verduras e os 
legumes como alface, couve, brócolis, agrião, abobrinha, cenoura, entre 
outros. Esse grupo de alimentos precisa ser bem variado, pois quanto mais 
diferente e colorido for seu prato diferentes tipos de nutrientes estão sendo 
consumidos. Eles são ricos em vitaminas, sais minerais e fibras. 
 
Vale lembrar que para que as fibras cumpram seu papel em nosso 
organismo, entre eles o bom funcionamento de nosso intestino, é importante 
beber água. 
 
Ao lado desse grupo está o grupo das frutas, o qual devemos 
consumir de duas a quatro porções por dia e também são ricos em 
vitaminas, sais minerais e fibras. A regra da variação também vale para esse 
grupo, pois cada fruta é rica em determinado nutriente. As frutas também 
podem ser usadas para fazer sucos. 
 
Na parte de cima do grupo das frutas e hortaliças há o grupo do leite e 
derivados, carnes e ovos e leguminosas. O grupo do leite e derivados tem 
alimentos ricos em cálcio e devem ser consumidos de duas a três porções 
diárias. 
 
O grupo das carnes e ovos tem alimentos ricos em proteínas, ferro e 
zinco e devem ser consumidos de duas a três porções diárias com 
preferência pelas carnes brancas. As leguminosas são os feijões, lentilha, 
grão de bico, ervilha, entre outras. 
 
 
 
20 
No topo da pirâmide estão as gorduras e os açúcares que devem ter 
seu consumo restrito, ou seja, devem ser consumidos na menor quantidade 
possível. 
 
É importante lembrar que existem alimentos saudáveis, mas até 
mesmo eles devem ser consumidos com moderação, pois tudo em excesso 
pode fazer mal a saúde. 
 
 
1.4 – Desperdício de alimentos 
 
Para tratar do assunto “desperdício” inicialmente é preciso entender o 
conceito de sustentabilidade. De acordo com o dicionário Aulete Digital, a 
sustentabilidade é um “modelo de desenvolvimento que busca conciliar as 
necessidades econômicas, sociais e ambientais de modo a garantir seu 
atendimento por tempo indeterminado e a promover a inclusão social, o 
bem-estar econômico e a preservação dos recursos naturais”. 
 
Em palavras simples é economizar hoje para que tenhamos por mais 
tempo e para mais pessoas. 
 
Já o desperdício é um gasto excessivo, desnecessário e sem 
proveito. Quando desperdiçamos algo, jogamos fora aquilo que poderia ser 
aproveitado por nós mesmos ou por outras pessoas. O desperdício pode ser 
de água, de energia, de alimentos, ou de outros itens, mas suas 
consequências são sempre negativas. 
 
Um desenvolvimento sustentável é aquele que atende às 
necessidades das pessoas hoje sem prejudicar o atendimento às 
necessidades das pessoas no futuro. E essas necessidades podem ser de 
alimentação, de água, de moradia, e outros fatores de qualidade de vida. 
 
Portanto, se houver desperdício, seja do que for, o desenvolvimento 
sustentável estará comprometido, já que se as gerações atuais não 
cuidarem dos recursos de hoje, amanhã eles cessarão e as gerações futuras 
sofrerão as consequências. 
 
Para que haja um desenvolvimento sustentável, é necessário fazer 
um planejamento e pensar em alternativas para os produtos que usamos, 
tais como: diminuição do uso de matérias primas na produção; além de 
reutilizar e reciclar tudo o que for possível. 
 
O desperdício de alimentos ainda é um grave problema mundial, já 
que anualmente são desperdiçadas cerca de 1,3 bilhão de toneladas de 
alimentos em todo o mundo. 
 
O Brasil é um país que desperdiça muitos alimentos, já que é também 
um grande produtor, chegando a exportar toneladas de alimentos plantados 
aqui. 
 
21 
A Fundação Getúlio Vargas publicou uma pesquisa que aponta que 
no Brasil são desperdiçadas por ano 26,3 milhões de toneladas de 
alimentos. Esse é um número alarmante, pois ainda existem muitas pessoas 
passando fome, além do dinheiro investido na plantação e cultivo desses 
alimentos que é perdido. 
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, realizou um 
estudo dos Indicadores Agropecuários que mediu as perdas nas principais 
lavouras brasileiras, que são arroz, feijão, milho, soja e trigo, no período de 
1996 a 2002. 
 
As perdas que ocorrem nas lavouras do plantio até a pré-colheita 
podem ser provocadas por fatores climáticos, chamados de adversidades 
abióticas, por doenças e pragas nas plantações, chamados de adversidades 
bióticas ou por fatores de ordem econômica como a desvalorização de 
determinado produto, que pode até mesmo fazer com que seu produtor 
destruaas plantações para evitar prejuízos maiores. 
 
Na colheita, as perdas ocorrem por adversidades climáticas como 
excesso de fortes chuvas, ou a falta dela, e também por problemas 
mecânicos das colheitadeiras, máquinas que realizam a colheita. 
 
Na pós-colheita, ou seja, no transporte e no armazenamento dos 
grãos as perdas podem ocorrer devido a problemas nos equipamentos que 
tratam os grãos, como secadores e aeradores, ataque de insetos, umidade, 
quedas pelo caminho no transporte, entre outros fatores que comprometam 
a qualidade e a quantidade da colheita. 
 
Esses são problemas que podem ocorrer desde o plantio até a venda 
do alimento, mas há também o desperdício causado pelo próprio consumidor 
final. Algumas pessoas compram alimentos em excesso que acabam 
estragando, ou até mesmo em feiras e supermercados alimentos são 
jogados fora quando não são vendidos. 
 
Veja essa tabela que traz a produção potencial e realizada, e as 
perdas até a pré-colheita das safras de arroz, feijão, milho, soja e trigo no 
Brasil, entre 1996 e 2002: 
 
Ano Potencial (t) Realizada(t) Total (t) Índice (%)
1996 70 328 507 67 131 023 3 197 484 4,55
1997 76 407 475 73 020 470 3 387 005 4,43
1998 76 878 826 73 086 283 3 792 543 4,93
1999 84 132 663 80 229 420 3 903 243 4,64
2000 87 730 265 81 057 420 6 672 845 7,61
2001 97 910 621 95 840 649 2 069 972 2,11
2002 99 566 222 94 684 839 4 881 383 4,90
Produção Perdas até a pré-colheita
 
(t) = tonelada 
 
22 
Nessa tabela constam os índices de desperdício que os alimentos 
destacados sofreram do plantio até a pré-colheita, isso sem mencionar o 
desperdício que ocorre no transporte, armazenamento e mesmo na 
residência do consumidor final. Portanto, os dados apresentados são apenas 
uma parcela do desperdício real que os alimentos sofreram nesse período. 
 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, também 
realizou um estudo sobre o desperdício de alimentos no Brasil e chegou-se a 
conclusão de que no ano de 2006, o cidadão brasileiro desperdiçou, em 
média, 37 quilos de hortaliças, ou seja, verduras, legumes e frutas. 
 
Essa quantidade é muito maior do que a consumida, que é de 35 
quilos anualmente. Infelizmente, tem-se desperdiçado mais do que se tem 
consumido e, em alguns casos, são jogados no lixo alimentos que poderiam 
muito bem ser aproveitados para o consumo. 
 
Dicas para evitar o desperdício de alimentos 
 
Evitar o desperdício dos alimentos é um ato que deve ser realizado 
por todos, não somente por iniciativas públicas ou privadas, mas também 
pelos cidadãos. À medida que passamos a tomar algumas dessas 
providências, elas se tornarão parte de nossa rotina. 
 
Vejamos então como podemos contribuir para evitar o desperdício de 
alimentos e fazer nossa parte: 
 
- Antes de comprar, verifique se é necessário comprar aquele 
alimento naquela quantidade, se ele será de fato consumido no tempo 
indicado, ou seja, faça um planejamento de suas compras para evitar o 
desperdício, já que o que não for consumido irá para o lixo, e isso evitará 
também o gasto desnecessário. 
 
- Lave bem os alimentos como frutas, legumes e verduras em sua 
totalidade, ou seja, folhas, talos e cascas. Existem soluções de higienização 
em que os alimentos são submersos para uma maior limpeza, assim, 
diminui-se a quantidade de micro-organismos que fazem o alimento 
apodrecer. 
 
- Cada alimento requer uma forma diferente de conservação. Alguns 
podem ser congelados, outros podem permanecer fora da geladeira e por 
isso é importante saber como conservar os alimentos, especialmente os 
perecíveis. Dessa forma, eles demoram mais tempo para entrar em 
decomposição, podendo ser consumidos em um prazo maior. 
 
- Ao preparar seus alimentos, evite tirar as cascas de forma que 
fiquem grossas, ou então as utilize em outras receitas. O mesmo serve para 
talos e folhas que podem ser usados para outras finalidades. Não cozinhe 
mais do que o necessário, faça um cálculo de quanto alimento será 
consumido para evitar que sobre muito. 
 
 
23 
- Se sobrar alimentos, você pode reaproveitá-los em outras receitas 
em vez de jogá-los fora. Por exemplo, se sobrou um pouco de arroz faça 
bolinhos. Se sobrar muita carne, use-a como recheio de torta, por exemplo. 
 
Essas são pequenas dicas que podem ser incorporadas aos seus 
hábitos diários e serão aprofundadas mais adiante. 
 
 
1.5 – A fome e o desperdício de alimentos 
 
A fome é um problema que atinge o Brasil e muitas outras partes do 
mundo. Em lugares onde há pessoas vivendo em situação de extrema 
pobreza, haverá a fome. 
 
Quando a quantidade de alimentos que se tem é muito pequena ou 
inexistente, há a fome e consequentemente a desnutrição, doenças e até 
mesmo a morte. 
 
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a 
FAO (sigla em Inglês para Food and Agriculture Organization), em seu último 
Relatório Mundial sobre a fome, estimou que há no mundo cerca de 925 
milhões de pessoas subnutridas devido a falta de alimentação adequada. O 
Relatório apontou ainda que quase 30 mil pessoas morrem diariamente por 
não terem o que comer. 
 
Juntamente com a fome, outro grande problema mundial é o 
desperdício de alimentos. Grandes quantidades de alimentos são perdidas 
ou jogadas no lixo em todo o mundo. 
 
É um grande contraste de realidades um mundo onde há tantas 
pessoas passando fome, mas tantos alimentos sendo descartados e 
deixados para apodrecer. 
 
Pensando nessa situação irônica, algumas organizações 
desenvolveram programas para ajudar pessoas que vivem nessa situação. 
Atualmente existe uma série de programas voltados à diminuição do 
desperdício e ao combate à fome mundial. 
 
Um deles, elaborado pela Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação, a FAO, é o projeto “Salve a Comida”. O objetivo 
do projeto é diminuir a quantidade de alimentos desperdiçados, que como 
dito anteriormente é de 1,3 bilhão de toneladas, contando com a ajuda de 
empresas privadas e organizações não governamentais, as ONGs. 
 
Outra iniciativa também das Organizações das Nações Unidas é o 
Programa Mundial de Alimentos, também chamado de Programa Alimentar 
Mundial ou Programa Mundial de Alimentação (em Inglês chamado de World 
Food Programme). 
 
 
 
24 
 
Esse programa abrange cerca de 80 países do mundo todo levando 
alimentos às pessoas necessitadas desde 1963. Os principais beneficiados 
do Programa são pessoas refugiadas ou em meio a guerras e desastres, 
pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, entre outras. 
 
Entre os objetivos do Programa estão: ajudar as comunidades a 
produzirem seus alimentos, reduzir a mortalidade e a desnutrição infantis, 
melhorar a saúde de portadores do vírus HIV, de mulheres grávidas e de 
seus recém-nascidos, pessoas que precisam de uma alimentação mais 
saudável, além de outras iniciativas contra a fome. 
 
No Brasil, uma iniciativa que tem trazido bons resultados no combate 
à fome é o Fome Zero. Esse programa tem o objetivo de levar alimentação 
adequada para as pessoas com dificuldades de acesso a ela, fazendo com 
que essas pessoas tenham acesso a esse direito, exercendo sua cidadania. 
 
O Fome Zero é composto por quatro eixos articuladores e cada um é 
formado por uma série de programas com objetivos semelhantes. São eles: 
 
 
 
 
25 
Vejamos com detalhes cada um dos eixos: 
 
- Acesso à alimentação: por meio de programas como o Bolsa 
Família, o Alimentação Escolar, os Restaurantes Populares, entre outros, a 
população tem acesso direto e indireto à alimentação. 
 
Um desses programas é o Banco de Alimentos que procura diminuir o 
desperdício de alimentos recolhendo aqueles que não são adequados para 
comercialização, maspodem ser consumidos sem nenhuma restrição. O 
Banco de Alimentos distribui o que recebe para organizações sem fins 
lucrativos para que preparem refeições e sirvam às pessoas que precisam. 
 
- Fortalecimento da agricultura familiar: é composto por programas 
como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar 
(Pronaf), o Seguro da Agricultura Familiar, entre outros. Esses programas 
incentivam a produção de alimentos na agricultura familiar, ou seja, lavouras 
de porte reduzido em que trabalham famílias. 
 
- Geração de Renda: é formado por programas como Qualificação 
social e profissional, Economia Solidária e inclusão produtiva, 
Desenvolvimento de cooperativa de catadores, entre outros. Esses 
programas têm o objetivo de qualificar a mão de obra, ampliar ofertas de 
trabalho e incentivar o empreendedorismo. 
 
- Articulação, mobilização e controle social: desse eixo fazem 
parte os programas Casa das Famílias - Centro de Referência de 
Assistência Social (CRAS), Capacitação de agentes públicos e sociais, 
Mutirões e doações, entre outros que visam fornecer melhor qualidade de 
vida à população. 
 
Todos esses programas distribuídos entre os 4 eixos compõem o 
Fome Zero que no período de 2002 a 2008 diminuiu a desnutrição infantil em 
73%. 
 
Embora grandes iniciativas venham sendo tomadas, ainda há muitos 
alimentos sendo jogados no lixo. A revista Superinteressante realizou uma 
pesquisa que levantou dados alarmantes. 
 
Os alimentos de boa qualidade que sobram de feiras, mercados, 
restaurantes e outros estabelecimentos seriam suficientes para três 
refeições diárias de 19 milhões de pessoas. 
 
 
26 
Leitura Complementar 
 
O que você precisa saber sobre a fome em 2012 
 
4 de janeiro de 2012 - Destaque 
 
Quantas pessoas passam fome no mundo e onde a maioria delas vive? 
Quais são os efeitos da desnutrição sobre a mente e o corpo e o que 
podemos fazer para ajudar essas pessoas? O Programa Mundial de 
Alimentos (PMA) preparou uma lista com dez fatos essenciais para 
entender por que a fome é o maior problema solucionável que o mundo 
enfrenta hoje. 
 
 
 
1. Aproximadamente 925 milhões de pessoas no mundo não comem o 
suficiente para serem consideradas saudáveis. Isso significa que uma em 
cada sete pessoas no planeta vai para a cama com fome todas as noites. 
(Fonte: FAO, 2012). 
 
2. Embora o número de pessoas com fome tenha aumentado, na 
comparação com o percentual da população mundial, a fome na verdade 
caiu de 37% da população em 1969 para pouco mais de 16% da 
população em 2010. (Fonte: FAO, 2010). 
 
3. Bem mais que a metade dos famintos do mundo – cerca de 578 
milhões de pessoas – vive na Ásia e na região do Pacífico. A África 
responde por pouco mais de um quarto da população com fome do 
mundo. (Fonte: FAO, O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, 
2010). 
 
4. A fome é o número um na lista dos 10 maiores riscos para a saúde. 
Ela mata mais pessoas anualmente do que AIDS, malária e tuberculose 
juntas. (Fonte: UNAIDS, Relatório Global de 2010; OMS, Fome no mundo 
e Estatística Pobreza, 2011). 
 
 
 
27 
5. Um terço das mortes entre crianças menores de cinco anos de idade 
nos países em desenvolvimento estão ligadas à desnutrição. (Fonte: 
UNICEF, Relatório sobre Nutrição Infantil, 2006). 
 
 
 
6. Os primeiros 1.000 dias da vida de uma criança, desde a gravidez até 
os dois anos de idade, são a janela crítica para combater a desnutrição. 
Uma dieta adequada neste período pode protegê-las contra o nanismo 
mental e físico, duas consequências da desnutrição. (Fonte: Comitê 
Permanente da ONU sobre Nutrição, 2009). 
 
7. Custam apenas 25 centavos de dólar por dia alimentar uma criança 
com todas as vitaminas e os nutrientes de que ela precisa para crescer 
saudável. (Fonte: PMA, 2011). 
 
8. Mães desnutridas muitas vezes dão à luz bebês abaixo do peso. 
Essas crianças têm 20% mais probabilidade de morrer antes dos cinco 
anos de idade. Cerca de 17 milhões de crianças nascem abaixo do peso 
a cada ano. (Fonte: UNICEF, Um Mundo para as Crianças, 2007). 
 
9. Em 2050, as alterações climáticas e os padrões climáticos irregulares 
levarão mais de 24 milhões de crianças à fome. Quase metade dessas 
crianças vive na África Subsaariana. (Fonte: PMA, Mudanças Climáticas 
e Combate à Fome: Respondendo ao Desafio, 2009). 
 
10. A fome é o único grande problema solucionável que o mundo 
enfrenta hoje. 
 
28 
 
 
 
2.1 – Resíduos sólidos urbanos: resíduos alimentares 
 
Em todos os estabelecimentos, sejam comerciais, industriais, 
hospitalares, residenciais dentre outros há a geração de resíduos, que seria 
o lixo produzido das atividades diárias. 
 
A Agência Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT, em sua norma 
NBR 10004 conceitua resíduos sólidos como “aqueles resíduos nos estados 
sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem 
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de 
varrição”. 
 
Já os resíduos sólidos urbanos (RUS) são aqueles produzidos nas 
cidades, em qualquer tipo de estabelecimento que nela se encontre. 
 
Ainda de acordo com a NBR 10004, os resíduos sólidos podem ter 
diversas classificações. Vejamos: 
 
De acordo com a origem do resíduo: 
 
- Resíduo de Serviços de Saúde: popularmente conhecido como lixo 
hospitalar, os resíduos de serviços de saúde são aqueles gerados em 
hospitais, farmácias, clínicas e consultórios médicos e odontológicos. São 
compostos por materiais como ampolas, seringas, curativos, e outros 
materiais que possam causar algum tipo de contaminação. 
 
 
29 
- Resíduo Domiciliar: é o lixo produzido em casa e é composto por 
uma série de itens, tais como restos de alimentos, papéis, plásticos, vidros, 
resíduos sanitários como papel higiênico, fraldas, absorventes, entre outros 
resíduos. 
 
- Resíduo Agrícola: são os resíduos provenientes de atividades 
como plantações, criação de gado ou outras executadas em sítios, chácaras 
e fazendas. Nesse lixo podem estar embalagens de pesticidas, adubo, sacos 
plásticos e restos orgânicos como ração, animais mortos, estrume e outros. 
 
- Resíduo Comercial: é o lixo proveniente de lojas e mercados, tais 
como caixas de papelão, sacos plásticos, embalagens e até restos de 
alimentos. 
 
- Resíduo Industrial: são os resíduos resultantes de atividades 
industriais e podem conter material contaminante, já que algumas empresas 
trabalham com processos químicos em larga escala. Nesse lixo pode ter 
papel, borracha, óleo, restos de processos de filtragem, entre outros 
resíduos. 
 
- Entulho: são as sobras de construções e reformas tais como pisos e 
azulejos, tijolos, metais, fios, pedras, entre outros. Dependendo da qualidade 
do entulho, ele pode ser reaproveitado. 
 
- Resíduo Público ou de Varrição: é todo o lixo recolhido pelos 
varredores, os chamados garis, em ruas, feiras, praças e outros locais 
públicos. Esse tipo de resíduo é composto por embalagens plásticas, papéis, 
alimentos, folhas, sacolas e até animais mortos. 
 
- Resíduos de Mineração: são os resíduos retirados de minas de 
extração e pode conter pedras, produtos químicos, metais, entre outros. 
 
- Resíduo de Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e 
Ferroviários: os resíduos dessa natureza são semelhantes aos resíduos 
comerciais, entretanto pela rotatividade de pessoas vindas de outras partes 
do mundo, corre-se o risco de algum resíduo estar contaminado com uma 
doença de outro país. 
 
Os resíduos também podem ser classificados de acordo com seu tipo 
como sendo recicláveis e não recicláveis: 
 
- Resíduo Reciclável: é aquele que pode passar por um processo de 
reaproveitamento para se transformar em novos produtos. São tipos de 
resíduos recicláveis: vidro, papel,plástico e alguns metais. 
 
- Resíduo Não Reciclável: é aquele que não pode ser reaproveitado 
ou por conta de seu material ou por estar contaminado. São tipos de 
resíduos não recicláveis: restos de comida, lixo potencialmente 
contaminado, entre outros. 
 
 
30 
Há também a classificação baseada na composição química do 
resíduo, que podem ser: 
 
- Orgânicos: os resíduos orgânicos são aqueles que têm relação com 
os seres vivos, ou seja, são restos de comida, animais mortos, folhas, 
madeira, entre outros. 
 
- Inorgânicos: são os feitos com matéria prima sem relação com 
seres vivos como vidros, borrachas, plásticos, entre outros. 
 
Os resíduos ainda podem ser Perigosos ou Não Perigosos: 
 
- Perigosos: são aqueles que podem causar danos ao meio ambiente 
ou prejudicar a saúde das pessoas. São aqueles resíduos que podem pegar 
fogo, que podem transmitir doenças, que são corrosivos, entre outros. 
 
- Não Perigosos: são aqueles que não causam danos ao meio 
ambiente, nem podem prejudicar a saúde das pessoas. 
 
Os restos de alimentos são, portanto, resíduos orgânicos, domiciliares 
e não recicláveis e, se não forem corretamente tratados, podem ser 
perigosos ao meio ambiente, pois em sua decomposição é produzido o 
chorume, líquido escuro e mal cheiroso que pode oferecer riscos ao meio 
ambiente e à saúde das pessoas. 
 
O chorume é espalhado pelas chuvas e assim contamina solos, 
tornando-os inférteis e os lençóis freáticos, que são um acúmulo de água 
presente no subsolo, tornando a água imprópria para o consumo. 
 
Esse líquido que confere ao lixo o odor desagradável deve ser 
corretamente tratado para que não entre em contato com o solo. O cheiro do 
lixo com restos de comida também pode atrair baratas, ratos e moscas, 
animais capazes de disseminar doenças. 
 
Alguns cuidados devem ser tomados em casa para tratar dos 
resíduos alimentares. São eles: 
 
- Separe os restos de alimentos para que não se misturem com o lixo 
reciclável. Metais, vidros, plásticos e papéis devem ser descartados em lixos 
específicos para que seja feita a coleta seletiva e posteriormente ocorra sua 
reciclagem. 
 
- Os recipientes dos resíduos alimentares devem ter tampa e estar 
revestidos com sacos plásticos. Dê preferência aos recipientes que a tampa 
levanta por meio de um pedal para evitar que os micro-organismos que 
ficam nas mãos entrem em contato com a tampa. 
 
 
31 
- Lembre-se de lavar bem as mãos após o manuseio do lixo, já que 
podem conter muitos micro-organismos nocivos, especialmente se estiverem 
entrando em decomposição. 
 
- Mantenha o recipiente com os resíduos alimentares em locais de 
temperatura amena, longe de fogões ou outras fontes de calor, já que altas 
temperaturas ajudam a acelerar sua decomposição. 
 
- O recipiente com resíduos alimentares deve sempre estar longe do 
local onde os alimentos são preparados, assim não se corre o risco de 
contaminação. 
 
- Aquele lixinho que em muitas casas fica na cozinha deve ser retirado 
assim que estiver cheio. Prefira lixinhos pequenos para evitar permanecer na 
cozinha por muito tempo, pois se houver a decomposição, o cheiro dos 
alimentos pode atrair ratos, baratas e moscas. 
 
- O balde onde ficam os resíduos alimentares, mesmo que com a 
proteção do saco plástico, deve ser higienizado com frequência, usando 
produtos desinfetantes. 
 
Normalmente os municípios possuem serviços de coleta que tratam 
os resíduos alimentares de forma adequada prevenindo a contaminação do 
solo, mas é importante que essas medidas sejam tomadas, pois assim 
estaremos fazendo nossa parte. 
 
 
2.2 – O que podemos fazer com resíduos orgânicos 
 
A quantidade de lixo que produzimos atualmente é muito alta e os 
aterros sanitários estão cada vez mais lotados de lixo. Assim, o quanto mais 
pudermos fazer para diminuir a quantidade de lixo, melhor será. 
 
O lixo orgânico é produzido em todas as residências, em algumas 
mais em outras menos, dependendo da quantidade de pessoas que lá vivem 
e quanto tempo passam em casa. 
 
O lixo reciclável, como dito anteriormente, deve ser separado e 
enviado à coleta seletiva. Mas e o que fazer com os restos de alimentos que 
não podem ser reciclados? 
 
Uma ótima alternativa tem sido as composteiras, também chamadas 
de minhocários. Nesses aparelhos alguns tipos de alimentos sofrem um 
processo de decomposição e se transformam em adubo. Veja um modelo de 
composteira: 
 
 
 
32 
 
Essa composteira é formada por três recipientes, sendo que nos dois 
primeiros há terra e no último fica o adubo pronto. 
 
Para montar sua própria composteira, o diretor do projeto Canto da 
Horta, Renato Goshima, dá as dicas: 
 
Você vai precisar de: 
 
- Lixo orgânico. 
 
- Serragem. 
 
- Palha de grama seca 
 
- Um recipiente grande, pode ser uma assadeira grande, uma vasilha, 
uma bacia, ou outra de sua preferência. 
 
O primeiro passo é misturar o lixo que pode ir para a composteira. 
Esse lixo pode conter restos de alimentos preferencialmente crus como 
cascas, talos e folhas, folhas e gramas caídas ou podadas, sachê de chá e 
borra de café, grande aliada para evitar formigas. 
 
Lembre-se de cortar o lixo orgânico em pequenos pedaços, pois 
quanto menor, mais fácil e rápido é sua decomposição. 
 
Não deve ser colocado em sua composteira frutas cítricas como 
laranja, limão e outras, pois são ácidas e podem alterar o PH da terra, alho e 
cebola, fezes de animais domésticos, laticínios como queijo e iogurte e 
alimentos com muito sal, açúcar ou óleo. 
 
As carnes podem ser colocadas desde que em mínimas quantidades 
e sem nenhum tempero. O problema em colocar carnes é que sua 
decomposição é lenta e seu cheiro é forte, podendo atrair insetos ou outros 
animais como ratos, gatos e cachorros. Por isso, se puder, evite colocá-las 
na composteira. 
 
 
33 
 
Veja esse primeiro passo: 
 
 
Em seguida, a serragem deve ser adicionada ao lixo orgânico. A 
serragem vai ajudar a evitar o mau cheiro que atrai os animais indesejados. 
 
 
 
Essa serragem deve ser misturada ao lixo orgânico de forma 
homogênea e em porções iguais, ou seja, para cada porção de lixo, uma 
porção de serragem. 
 
Feita a mistura, acumule-a em um canto do recipiente e cubra com a 
palha de grama seca. Coloque uma quantidade suficiente para cobrir toda a 
mistura, pois ela vai funcionar como um “cobertor”. 
 
 
 
34 
 
Sempre que for necessário adicionar mais lixo orgânico, deve-se 
retirar essa cobertura de palha de grama seca, colocar o lixo, adicionar mais 
serragem para que as proporções sejam as mesmas, e mexer essa mistura 
para que ela fique arejada. 
 
Lembre-se de mexer o lixo com a serragem a cada dois ou três dias, 
pois os fungos e bactérias que promovem a decomposição dos alimentos 
precisam de oxigênio e, ao mexer o lixo, o oxigênio entra na mistura. O 
oxigênio também vai ajudar a evitar o mau cheiro causado pela 
decomposição. 
 
 
Na primeira vez que você fizer essa mistura, coloque um pouco de 
terra ou de produto pronto de uma composteira mais antiga. A terra ou o 
produto pronto são ricos em fungos e bactérias que causam a 
decomposição, acelerando a nova compostagem. 
 
O produto da compostagem fica pronto entre 45 e 60 dias e é escuro, 
leve e não possui mau cheiro. 
 
 
 
35 
Depois desse período, você pode adicionar minhocas para que o 
produto da compostagem tenha melhor qualidade como adubo. As minhocas 
se alimentam do lixo e produzem o húmus, terra escura rica em nutrientes 
para plantações. O húmus fica pronto em aproximadamente dois meses. 
 
É preciso estar atento à umidade da composteira, já que as minhocas 
gostam de ambientes úmidos, ou seja,nem secos nem encharcados. Por 
isso, se chover, cubra sua composteira ou retire o excesso de água. Deixá-la 
sob o sol pode ajudar a secar. 
 
Esse exemplo de composteira é mais adequado para espaços 
pequenos e sem quintal como apartamentos. Mas também existem as 
composteiras maiores que podem ser confeccionadas com tijolos ou 
tambores plásticos. Também é possível adquirir uma composteira pronta em 
lojas de produtos agrícolas. 
 
Veja mais duas formas de construir sua composteira, mais adequadas 
a quintais: 
 
 
 
 
36 
 
 
As composteiras podem produzir um chorume, mas esse chorume 
não é prejudicial ao solo. Ele pode ser usado como fertilizante para plantas 
quando diluído em água. 
 
Aqueles alimentos que não vão para a composteira também podem 
ser aproveitados de outras maneiras. 
 
O óleo de cozinha pode ser usado para fazer sabão, por exemplo, 
mas se preferir descartá-lo não o faça na pia, pois o óleo pode contaminar 
muitos litros de água. Procure em sua cidade um serviço de coleta de óleo 
de cozinha. 
 
A casca do abacaxi, uma fruta cítrica, não deve ir para a composteira, 
mas pode ser usado para fazer geleia, por exemplo. As cascas de laranja e 
limão podem virar aquelas lasquinhas açucaradas e serem consumidas 
como sobremesa ou até com chá. 
 
 
 
37 
O artesanato também pode ser uma boa opção para alguns resíduos 
alimentares, principalmente as cascas. Com as cascas da laranja, é possível 
fazer velas e outros acessórios. Veja: 
 
 
 
Embora as cascas de ovo possam ir para a composteira, é possível 
fazer artesanato com elas. As cascas podem ser pintadas por inteiro ou 
serem quebradas para decorar quadros, porta-retratos, caixas de madeira, 
entre outras peças. Veja: 
 
 
 
 
38 
Existem inúmeras possibilidades de aproveitar as partes dos 
alimentos que não podem ir para a composteira. No caso dos artesanatos, 
você pode oferecer como presente ou mesmo vendê-los. Por isso, só jogue 
no lixo aquilo que de fato não puder aproveitar, assim, a quantidade de lixo 
nos aterros sanitários será menor e todos sairão ganhando. 
 
 
2.3 – Horta em casa 
 
Com uma horta em casa as vantagens são várias. Você sabe a 
procedência dos alimentos e que neles não foi pulverizado nenhum 
agrotóxico e acaba economizando seu dinheiro. Além disso, o húmus 
conseguido com sua composteira terá grande utilidade em sua horta caseira. 
 
Mesmo as pessoas que moram em casas pequenas ou em 
apartamentos podem ter sua própria horta, só será necessário adaptá-las ao 
tamanho do espaço. 
 
Se você tem interesse em montar sua horta em casa, nem que seja 
para plantar alguns poucos temperos, veja o que é necessário: 
 
- O primeiro passo é verificar se o clima de sua região é adequado 
para as plantas que deseja cultivar. Há plantas que só crescem em climas 
frios e outras que se adaptam melhor a climas quentes. 
 
- Depois veja qual espaço de sua casa pode receber sua horta 
considerando o alcance da luz solar, se há o acesso de animais domésticos 
que possam comer sua plantação, se é possível regar, entre outras 
considerações. 
 
- Escolha as espécies que se adequam à sua horta, e se existe a 
possibilidade de plantar mais de uma espécie no mesmo vaso, pois há 
algumas espécies que não devem ser plantadas com outras. 
 
 
 
39 
Se sua horta for dentro de casa, escolha um espaço que tenha luz 
solar. Suas plantas ficarão dentro de vasos que devem ter furos na parte de 
baixo. Escolhidos o local e o vaso, siga essas instruções: 
 
- Coloque primeiro brita ou pó de brita, que são pequenas pedrinhas, 
no fundo do vaso chegando a cobrir cerca de um terço. Elas vão ajudar a 
drenar o excesso de água. 
 
- Em seguida misture terra ao húmus resultante de sua compostagem. 
Caso não tenha o húmus pronto, pode acrescentar apenas o composto 
orgânico. A mistura deve ser feita com duas porções de terra para uma de 
húmus ou composto orgânico. Encha o restante do vaso. 
 
- Espalhe um pouco de areia e plante as mudas de acordo com as 
instruções de cada espécie. A areia ajuda a terra a ficar mais permeável. 
 
 
As hortas pequenas não comportam hortaliças maiores nem legumes, 
por isso prefira temperos como coentro, salsa, hortelã, manjericão, entre 
outros. 
 
Para hortas de médio porte, normalmente plantadas em pequenos 
quintais, você pode optar por vasos maiores ou, se houver terra, no próprio 
solo. Siga essas instruções para plantar um canteiro no quintal: 
 
- Deixe a terra bem fofa e úmida, mexendo com uma pá ou um arado. 
 
- Acrescente um pouco de húmus ou composto orgânico a essa terra. 
 
- A altura do canteiro deve ser de aproximadamente vinte centímetros 
em relação ao chão. Para isso, você pode fazer um cercadinho e colocar a 
terra dentro. 
 
40 
- O espaço entre uma planta e outra deve ser compatível com seu 
tamanho, plantas maiores como alface, por exemplo, devem ter uma 
distância de mais ou menos 30 centímetros. 
 
- As mudas devem estar posicionadas em forma de triângulo para 
evitar que sejam carregadas com fortes chuvas. 
 
- Ao plantar, misture as sementes com um pouco de areia e arrume a 
terra para que fique bem uniforme. 
 
- Até que nasçam as primeiras plantas, sua horta deve ser regada 
todos os dias de preferência pela manhã. Se o tempo estiver muito quente, 
regue duas vezes. 
 
 
Para hortas em grandes quintais, onde é possível plantar qualquer 
espécie de hortaliça, siga essas instruções: 
 
- Escolha um local onde haja o alcance da luz solar e com pouco 
movimento. Se você tiver animais domésticos que possam comer ou 
pisotear sua horta, faça um cercado. 
 
- O local da plantação deve estar livre de capim, ervas daninhas, 
pedras e outras sujeiras. 
 
- Deixe a terra bem fofa e úmida, mexendo com uma pá ou um arado. 
 
- Misture o húmus ou o composto orgânico. Uma camada de quatro 
centímetros é suficiente para misturar a terra. 
 
 
41 
- Verifique qual a distância que uma espécie deve ter de outra e se 
podem ser plantadas lado a lado. 
 
- Faça pequenos buracos com uma distância de 30 centímetros entre 
um e outro e plante as sementes com um pouco de areia. 
 
- Regue sua horta todos os dias de preferência pela manhã. Se o 
tempo estiver muito quente, regue duas vezes. 
 
Em hortas maiores é possível crescerem ervas daninhas entre suas 
plantas e é preciso retirá-las pois elas podem consumir a água e os 
nutrientes de suas plantas. Use algum pesticida, de preferência natural, para 
proteger sua horta de pragas e insetos. 
 
 
Veja agora um calendário de plantio para que você semeie suas 
hortaliças na época certa: 
 
 
 
42 
Calendário de plantio 
 
 
 
 
 
2.4 – Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, é uma lei que 
modifica algumas práticas na coleta e tratamento dos resíduos sólidos no 
Brasil. 
 
Essa lei já vinha sendo discutida no Congresso Nacional desde 1989 
e só após 21 anos ela foi sancionada durante o mandato do então 
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 02 de agosto de 2010. 
 
43 
A lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a nº 12.305 e dispõe 
sobre o tratamento que cada tipo de resíduo deve receber, com exceção do 
lixo radioativo. 
 
A lei faz distinção entre resíduos e rejeitos, sendo que o primeiro é 
aquele lixo que pode ser reciclado ou reaproveitado e o último é o lixo que 
não pode ser reciclado nem aproveitado. 
 
A PNRS tem entre seus objetivos: 
 
- Promover a não-geração, a redução, a reutilização e o tratamento do 
lixo produzido. Para isso, conta-se com o auxílio dos fabricantes de produtos 
e da sociedade. 
 
- Incentivar a reciclagem no país para quematérias primas sejam 
economizadas, além de água e energia empregadas na fabricação de alguns 
produtos. 
 
- Instaurar ações de educação ambiental para que os cidadãos 
tenham conhecimento sobre tratamento de lixo e preservação ambiental. 
 
- Aumentar as ofertas e qualidade de emprego dos catadores de 
materiais recicláveis. 
 
A lei é bastante ampla e trata, além das citadas, de outras ações que 
visam melhorar a qualidade do meio ambiente por meio da redução e 
tratamento dos resíduos sólidos. 
 
Um ponto importante da PNRS é a chamada logística reversa, que 
pretende que os fabricantes de pilhas, baterias, produtos eletrônicos, entre 
outros, providenciem uma rede de coleta de seus aparelhos velhos para que 
não sejam descartados no lixo comum, já que podem conter materiais 
contaminantes. 
 
Com essa lei, os lixões estarão extintos dando lugar aos aterros, mais 
adequados ao tratamento dos resíduos. A responsabilidade de recolher os 
resíduos é do município. 
 
Sobre os resíduos orgânicos, categoria que fazem parte os restos de 
alimentos, a lei afirma que os responsáveis pela coleta do lixo podem 
implantar alguns programas, entre eles o sistema de compostagem de lixo 
orgânico, como aponta o item V do artigo 36. Veja o texto: 
 
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo 
ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos 
sólidos, observado, se houver, o plano municipal de 
gestão integrada de resíduos sólidos: 
 
 
44 
V - implantar sistema de compostagem para resíduos 
sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos 
e sociais formas de utilização do composto produzido; 
 
A lei ainda prevê que os consumidores, ou seja, as pessoas comuns 
devem fazer sua parte em relação à coleta seletiva e à devolução de 
produtos antigos a seus fabricantes. 
 
Com a instauração dessa Política o Poder Público, as empresas, o 
comércio, as indústrias, os cidadãos e todos aqueles que geram resíduos 
têm responsabilidade com a preservação do meio ambiente. 
 
Leitura Complementar 
 
 
Cidade sueca gera energia através de desperdício de comida 
 
 
(Imagem: metaefficient.com) 
 
A cidade de Linköping, na Suécia, se tornou um exemplo de inovação no 
que diz respeito à produção de energia limpa associada à gestão de 
resíduos alimentares. Lá, os restos de comida, provenientes de residências 
e restaurantes, são transformados em energia e fertilizantes. 
 
As sobras de comida, que outrora iriam para o lixo, são transformadas em 
biogás e também contribuem com a agricultura local. Este projeto foi 
implantado em 2001, pela prefeitura de Linköping, e o resultado foi uma 
redução considerável na quantidade de resíduos, que antes eram 
incinerados, e hoje são transformados em combustível limpo, usado no 
transporte público da cidade e em biofertilizantes destinados à agricultura. 
 
 
45 
O combustível, feito de maneira mais ecologicamente correta do que os 
fósseis e menos poluente também, é destinado principalmente para o setor 
de transporte público. Através dessa tecnologia foi possível aumentar a 
produção do biofertilizante para uma média de três mil toneladas anuais. 
Para instaurar o projeto, o primeiro passo foi a instalação de uma máquina 
que tritura os resíduos, juntamente com um tanque de armazenamento. 
 
O sistema sueco pode ser facilmente desenvolvido e aplicado em outros 
grandes centros urbanos do mundo, para aproveitar a comida que 
normalmente é descartada e enviada para lixões ou aterros sanitários. De 
acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo desperdiça 
milhões de toneladas de alimentos todos os anos. Somente no Brasil, 
segundo dados do IBGE, mais de 60% de tudo o que é plantado acaba 
tendo como destinos os lixões em consequência do desperdício e da falta do 
consumo consciente. 
 
 
 
46 
3.1 – A importância das partes não convencionais dos alimentos 
 
Como vimos anteriormente, é por meio da alimentação que tiramos 
dos alimentos os nutrientes para nossa sobrevivência. A alimentação é 
também responsável por manter nossa boa saúde, e quando feita de forma 
saudável, pode evitar uma série de doenças. 
 
Também vimos que o desperdício de alimentos ainda é muito grande 
e que há milhões de pessoas passando fome em todo o mundo. Pensar em 
um desenvolvimento sustentável em relação à alimentação é planejá-la hoje 
para que não faltem alimentos futuramente. 
 
Para fazer nossa parte em evitar o desperdício, podemos aproveitar 
dos alimentos suas partes não convencionais, ou seja, aquelas que não 
costumamos comer, embora sejam ricas em diversos nutrientes. 
 
Jogar fora algumas partes dos alimentos é um ato cultural, afinal, nem 
todos sabem que muitos alimentos podem ser aproveitados integralmente e 
acabam jogando no lixo ricas fontes de nutrientes por falta de conhecimento. 
 
Quando um alimento é aproveitado em sua totalidade, além de nos 
alimentarmos melhor também estamos reduzindo a quantidade de lixo 
orgânico produzido e evitando assim o desperdício. 
 
Veja algumas partes não convencionais de alimentos que podem ser 
consumidas: 
 
Folhas 
 Beterraba 
 Nabo 
 Couve-flor 
 Cenoura 
 Abóbora 
Entre outras. 
Talos 
 Couve-flor 
 Brócolis 
 Salsa 
 Beterraba 
Entre outros. 
Sementes 
 Abóbora 
 Jaca 
 Melão 
Entre outras. 
 
Além das citadas no quadro, ainda podem ser aproveitadas a nata do 
leite, o tutano do boi, algumas partes do frango como pés e pescoço, a parte 
que fica entre a fruta e a casca da melancia e do maracujá, entre outras. 
 
 
 
47 
Temos o hábito de jogar essas partes no lixo, mas elas podem e 
devem ser aproveitadas para diversas finalidades. Com a utilização das 
partes não convencionais dos alimentos podemos ter uma dieta mais 
variada, já que aumentam as possibilidades de receitas. Ao utilizarmos o 
alimento integralmente podemos com ele preparar refogados, saladas, 
sobremesas, entre outros pratos. 
 
Veja uma tabela com o valor nutricional de algumas partes não 
convencionais de alimentos: 
 
Percentual de Nutrientes contidos em partes não convencionais 
dos alimentos em relação à parte convencional: 
 
 
 
 
Observe que o número de nutrientes presentes nas partes que 
costumam ser desprezadas é muito maior do que o contido nas partes que 
são aproveitadas. 
 
Com isso, é possível ter uma alimentação mais saudável, além de 
economizar dinheiro e produzir menos lixo orgânico, responsável por 
contaminar o solo e os lençóis freáticos. 
 
 
3.2 Aproveitando integralmente os alimentos 
 
Um ser humano que busca uma boa saúde deve se alimentar bem, já 
que os alimentos são nossa principal fonte de energia, além de prevenirem 
algumas doenças. 
 
 
 
48 
Quando não se sabe do valor nutritivo que possui um talo ou uma 
folha, por exemplo, ela acaba sendo jogada no lixo e com ela, sendo 
desprezadas grandes quantidades de nutrientes, além de gerar lixo 
desnecessariamente. 
 
Dessa forma, o consumidor perde saúde e dinheiro, já que jogou fora 
algo que poderia ser aproveitado de forma satisfatória. 
 
Como vimos, o desperdício é um sério problema no mundo, além de 
haver milhões de pessoas sem acesso a uma alimentação adequada. O 
problema da fome poderia ser amenizado, quem sabe até sanado, se não 
houvesse tanto desperdício de alimentos. 
 
Com isso, é necessário adquirir novos hábitos alimentares, pois todos 
somos responsáveis por esse quadro alarmante. Entre esses novos hábitos 
está o aproveitamento integral de alimentos, ou seja, aproveitar os alimentos 
ao máximo e jogar no lixo o mínimo possível. 
 
E é muito simples fazer isso, basta, antes de jogarmos algum alimento 
nolixo, pensar se é possível reutilizá-lo. Por exemplo, se em seu almoço foi 
servido macarrão e sobrou uma quantidade considerável, faça uma salada 
de macarrão acrescentando salsa, presunto, tomate, maionese ou outros 
ingredientes de sua preferência. 
 
O pão é um alimento que normalmente sobra muito, entretanto é 
muito versátil. Se o pão está amanhecido, é possível fazer um pudim ou uma 
rabanada. Se endurecer, é possível fazer farinha de rosca ou torradas. Se 
quiser, antes de assar, acrescente manteigas aromatizadas ou queijo para 
que fiquem mais saborosas. 
 
Vejamos agora algumas dicas que podem ajudar a aproveitar os 
alimentos de forma integral evitando, assim, o desperdício: 
 
- Os talos de algumas hortaliças como couve, beterraba, salsa, agrião, 
entre outros, são ricos em fibras, nutriente que auxilia no bom funcionamento 
de nosso intestino. Por isso, podem ser usados em pratos como patês, 
refogados, sopas, tortas, e muitos outros. 
 
- O talo do agrião também é rico em vitamina C que ajuda o 
organismo a melhorar seu sistema imunológico. Ele pode ser usado em 
refogados, sucos, molhos, e em outras receitas. 
 
- Quando vamos à feira ou ao mercado, normalmente compramos as 
cenouras já sem as folhas. Se encontrar para vender as cenouras ainda com 
folhas, dê preferência a essas, pois são muito ricas em vitamina A, 
substância importante para o crescimento, para a visão, para a pele e 
cabelos. Use as folhas em sucos, temperos, saladas, entre outros pratos. 
 
 
 
49 
- Quando cozinhar as batatas, não jogue fora a água, use-a para 
cozinhar seu arroz, ou para substituir o leite na receita do purê 
acrescentando leite em pó. No processo de cozimento, algumas vitaminas 
se dissolvem na água e elas podem ser aproveitadas. 
 
- Ao cozinhar beterraba, use a água do cozimento para preparar 
gelatinas de coloração vermelha. A água vai conferir mais cor à sobremesa 
além de torná-la mais nutritiva. 
 
- Para servir como lanche, entrada ou aperitivo você pode fritar as 
cascas de alimentos como batata, beterraba, cenoura ou outras. Depois 
você pode temperar com sal, orégano, pimenta ou outros temperos. 
 
- A parte da melancia que fica entre a casca e a parte vermelha pode 
ser usada em doces, como cocadas, compotas, geleias, entre outros. Ela 
também pode ser preparada em pratos salgados como refogados 
acrescentando outros temperos. 
 
- Cascas de frutas que iriam para o lixo como as da goiaba, da maçã 
e do abacaxi, por exemplo, podem, depois de bem lavadas, serem batidas 
no liquidificador e substituir uma parte do leite usado em receitas de bolos, 
deixando-os com um sabor característico. 
 
Outras partes dos alimentos também podem ser reaproveitadas em 
receitas ou para outras finalidades. Mais adiante veremos algumas 
sugestões de receitas para que você aproveite melhor seus alimentos 
beneficiando sua saúde e o meio ambiente. 
 
 
3.3 – Higiene e manipulação de alimentos 
 
A higiene pode ser considerada um conjunto de atitudes que nos leva 
a boas condições de saúde e ao bem-estar. Tudo a nossa volta contém 
fungos e bactérias que podem fazer mal a nossa saúde e, por isso, manter 
certos cuidados, especialmente com aquilo que comemos, pode evitar 
alguns transtornos. 
 
A higiene dos alimentos tem por objetivo protegê-los contra a 
multiplicação de micro-organismos nocivos a nossa saúde e também destruir 
os que já estão presentes em alguns alimentos antes de serem consumidos. 
 
Ao manipular seus alimentos, você deve observar suas condições, ou 
seja, se estão dentro do prazo de validade ou se não apresentam início de 
apodrecimento e também a condição de higiene do local da manipulação, 
geralmente a cozinha. 
 
Caso contrário, é possível que os alimentos causem uma DTA, 
Doença Transmitida por Alimentos. Os principais sintomas de uma DTA são 
dores na barriga, diarreias, vômitos, em alguns casos febre e dores de 
cabeça. 
 
 
50 
Esses sintomas são menos perigosos para os adultos saudáveis, 
desaparecendo em alguns dias sem maiores problemas, entretanto em 
crianças, gestantes e idosos, que têm a imunidade mais sensível, é possível 
que haja sequelas e até mesmo a morte se não forem tratados a tempo. 
 
Os alimentos que causam as DTAs são aqueles contaminados por 
alguma substância tóxica ou algum micro-organismo nocivo à nossa saúde. 
A contaminação, ou seja, o contato desses itens com os alimentos ocorre 
durante a manipulação e o preparo dos alimentos. 
 
Por isso, tanto em restaurantes, lanchonetes, padarias, indústrias 
alimentícias quanto dentro de nossa casa é necessário tomar uma série de 
cuidados para evitar que os alimentos se contaminem, prejudicando a saúde 
das pessoas. 
 
No caso dos micro-organismos, que são pequenos seres vivos não 
visíveis a olho nu, eles podem ser vírus, bactérias ou fungos. A maioria das 
Doenças Transmitidas por Alimentos são causadas por bactérias. 
 
Quando encontram boas condições de sobrevivência, como umidade, 
nutrientes e temperatura, os micro-organismos se multiplicam rapidamente, 
de forma que uma bactéria consiga se transformar em 130.000 em seis 
horas, de acordo com informações da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, a Anvisa. 
 
A temperatura mais propícia para a proliferação de micro-organismos 
é entre 5ºC e 60ºC. Por isso é importante deixar os alimentos na geladeira, 
ou bem quentes. 
 
Abaixo de 5ºC, os micro-organismos têm sua atividade diminuída, 
fazendo com que os alimentos demorem mais tempo para estragar. Mas 
quando em contato com altas temperaturas, acima de 60ºC, eles são mortos 
e não vão oferecer riscos à saúde. Veja a ilustração: 
 
 
 
51 
 
 
 
Essa regra vale para os alimentos perecíveis, que são aqueles que 
possuem maior umidade e por isso estragam com mais facilidade. Os 
alimentos secos como farinhas, grãos, entre outros, os não perecíveis, 
podem permanecer na temperatura ambiente. 
 
Não compre alimentos cujas embalagens estejam amassadas, 
estufadas, enferrujadas, abertas ou com outro defeito, pois assim os micro-
organismos podem entrar e contaminar os alimentos. 
 
A embalagem estufada pode indicar que o alimento foi contaminado 
por bactérias que produzem algum tipo de gás. Veja também o prazo de 
validade dos alimentos e não compre alimentos vencidos. 
 
O local onde os alimentos serão preparados também deve ser limpo e 
desinfetado. A sujeira e a umidade são ambientes favoráveis à 
contaminação dos alimentos, pois é nessas condições que os micro-
organismos se multiplicam. 
 
Por isso, assim que terminar de usar a cozinha ou o local do preparo 
dos alimentos, limpe e desinfete. Antes de usar, também faça uma limpeza. 
É importante também se atentar se há no ambiente entradas de umidade 
como goteiras, infiltrações, mofos, entre outras. 
 
 
52 
Lave os alimentos para retirar a terra, pois na terra há muitas 
bactérias. Para se ter uma ideia, uma colher de chá de terra contém cerca 
de 1 milhão de bactérias, de acordo com a Anvisa. 
 
Outro cuidado a ser tomado em relação à higiene é a possível entrada 
de ratos, baratas e moscas no ambiente, já que eles transmitem doenças. 
Eles são atraídos pelo cheiro dos alimentos em decomposição nos lixos ou 
sobre pias e mesas. Tenha cuidado em colocar telas nas janelas e 
armazenar seu lixo de forma adequada. 
 
Quando estiver preparando seus alimentos tenha cuidado para não 
tossir, espirrar, assoviar ou falar em cima deles, pois nas mucosas como 
nariz, boca e ouvidos se encontra um grande número de micro-organismos. 
 
Antes de manusear seus alimentos, lave bem suas mãos. A mão suja 
de uma pessoa contém milhares de micro-organismos, pois encosta-se a 
diversas superfícies. 
 
Por isso, lave bem suas mãos sempre que for ao

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