Buscar

info 888 stf resumido

Prévia do material em texto

Informativo 888-STF (11/01/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 888-STF (RESUMIDO) 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PODER EXECUTIVO 
Imunidade do art. 51, I, e art. 86 da CF/88 não se estende para codenunciados 
que não sejam Presidente da República, Vice ou Ministro de Estado 
 
Importante!!! 
A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não se estende para os 
codenunciados que não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da República, Vice-
Presidente da República e Ministro de Estado. 
A finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não 
é extensível a codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções. 
STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, 
julgados em 14 e 19/12/2017 (Info 888). 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
PRECATÓRIOS 
É possível aplicar o regime de precatórios às empresas públicas 
e sociedades de economia mista? 
 
As empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de 
execução via precatório. 
STF. 1ª Turma. RE 851711 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/12/2017 (Info 888). 
 
Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito 
privado (execução comum). 
No entanto, é possível sim aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e 
sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com a 
iniciativa privada. 
Assim, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de economia 
mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 
STF. 1ª Turma. RE 627242 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, 
julgado em 02/05/2017. 
STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858). 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 888-STF (11/01/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
RECLAMAÇÃO 
Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF 
que decidiu pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93 
 
Atenção! Advocacia Pública 
Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é 
constitucional. 
Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, 
§ 1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente reclamações no STF, que era 
obrigado a recebê-las, considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª instância, que viola 
o que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe reclamação. 
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é 
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à 
sistemática da repercussão geral. 
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC 
16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema, 
deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16). 
Qual a desvantagem disso para o Poder Público: 
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe 
reclamação mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento 
de instâncias. 
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a 
sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias 
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar 
reclamação discutindo esse tema. 
É inviável reclamação com fundamento em afronta ao julgado da ADC 16. 
STF. 1ª Turma. Rcl 27789 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/10/2017 (Info 882). 
STF. 1ª Turma. Rcl 28623 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/12/2017 (Info 888). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
AÇÃO PENAL 
Empate no julgamento de ação penal 
 
Verificado empate no julgamento de ação penal, deve prevalecer a decisão mais favorável ao réu. 
Esse mesmo entendimento deve ser aplicado em caso de empate no julgamento dos embargos 
de declaração opostos contra o acórdão que julgou a ação penal. Terminando o julgamento 
dos embargos empatado, aplica-se a decisão mais favorável ao réu. 
STF. Plenário. AP 565 ED-ED/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 
14/12/2017 (Info 888). 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 888-STF (11/01/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
 
HABEAS CORPUS 
É cabível habeas corpus para questionar a imposição de medidas cautelares diversas da prisão 
 
Importante!!! 
O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal 
diversas da prisão. 
STF. 2ª Turma. HC 147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 18/12/2017 
(Info 888). 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
 
EXTRADIÇÃO 
Se a vítima do sequestro não foi encontrada, o prazo prescricional não começou a correr 
 
O crime de sequestro, por ser permanente, não prescreve enquanto não for encontrada a 
pessoa ou o corpo. 
Assim, se o Estado requerer a extradição de determinado indivíduo pelo crime de sequestro, 
se a vítima ou o corpo nunca foi encontrado, não terá começado a correr o prazo prescricional. 
STF. 1ª Turma. Ext 1270/DF, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 12/12/2017 (Info 888).

Outros materiais