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resumo de anatonia

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A neuroanatomia significa o estudo do sistema nervoso (SN). Ele tem o nome de sistema porque é formado por um tecido fundamental que é o tecido nervoso, o qual por sua vez, é composto de células nervosas designadas de neurônios, que são a unidade anatômica e funcional desse sistema. O SN permite ao organismo a possibilidade de sentir o meio ambiente, a capacidade de nutrir-se, de movimentar-se, e no homem, é o SN que preside as distintas ações psíquicas. Por meio da conquista, da integração e da resposta aos diferentes estímulos, o SN possibilita de maneira breve manter o equilíbrio interno, ou seja, a homeostase. Ainda que os órgãos endócrinos também participem nesse trabalho, os adeques realizados por hormônios secretados pelas glândulas endócrinas são mais brandos que os executados pelo SN, o qual usa os impulsos elétricos.
O SN é um todo. Sua divisão em partes tem um significado tão somente didático, pois as diversas partes estão intensamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional. O SN dividido em partes, leva-se em conta o critério anatômico, o critério funcional, e o critério embriológico. Há ainda uma divisão quanto à segmentação.
Esta divisão, que é uma das mais apreciadas, é composta pelo sistema nervoso central; SNC, e o sistema nervoso periférico; SNP. O SNC é aquele que se situa dentro do esqueleto axial, ou seja, a cavidade craniana e o canal vertebral, constituída pela superposição dos forames vertebrais; e o SNP é aquele que se situa fora deste esqueleto. Em geral, concebe-se que o SNC possui duas partes principais, o encéfalo e a medula espinal. O encéfalo e a medula espinal formam o neuroeixo. O encéfalo é dividido nas seguintes partes: o cérebro, o tronco encefálico, e o cerebelo. O termo cérebro designa o par de hemisférios cerebrais e o diencéfalo. O tronco encefálico abrange o mesencéfalo, a ponte, e o bulbo ou a medula oblonga. No homem, a relação entre o tronco encefálico e o cérebro pode ser rudemente confrontada à que há entre o tronco e a copa de uma árvore.
O mesencéfalo é a parte estreita do encéfalo que conecta o cérebro na ponte e no cerebelo. A cavidade estreita do mesencéfalo designa-se aqueduto do mesencéfalo, que interliga o terceiro ventrículo e o quarto ventrículo. O mesencéfalo abrange muitos núcleos e feixes de fibras nervosas ascendentes e descendentes.
O bulbo apresenta uma forma cônica conecta-se com a ponte, superiormente; e a medula espinal, inferiormente. Abrange muitas quantidades de neurônios, designadas de núcleos, e serve de via para as fibras nervosas ascendentes e as fibras nervosas descendentes.
A ponte situa-se sobre a face anterior do cerebelo, inferior ao mesencéfalo, e superior ao bulbo. A ponte deriva o seu nome do amplo número de fibras transversais sobre sua face anterior, que conectam os dois hemisférios cerebelares. Também abrange muitos núcleos, fibras nervosas ascendentes, e fibras nervosas descendentes.
O cerebelo é a formação nervosa volumosa, localizada atrás do bulbo e da ponte, adentrando na constituição do teto do quarto ventrículo. O bulbo, a ponte, e o cerebelo rodeiam uma cavidade preenchida com líquido cerebrospinal, o quarto ventrículo. Este se conecta superiormente com o terceiro ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo; inferiormente, continua-se com o canal central da medula espinal. Comunica-se com o espaço subaracnóideo por meio de três aberturas na parte inferior do teto. É por meio dessas aberturas que o líquido cerebrospinal dentro do SNC atinge o espaço subaracnóideo.
O cérebro, a maior parte do encéfalo, compõe-se de dois hemisférios, que são conectados por uma massa de substância branca, designada corpo caloso. Cada hemisfério cerebral expande-se do osso frontal ao osso occipital no crânio, superiormente a fossa anterior do crânio e a fossa média do crânio; posteriormente, o cérebro permanece acima do tentório do cerebelo. Os hemisférios cerebrais são separados por uma fenda profunda, a fissura longitudinal, dentro da qual se projeta a foice cerebral.
O diencéfalo está quase totalmente escondido da superfície do encéfalo. Inclui o tálamo, dorsalmente, e o hipotálamo, ventralmente. O tálamo é uma massa ovoide ampla de substância cinzenta, que se localiza de cada lado do terceiro ventrículo. A extremidade anterior do tálamo constitui o limite posterior do forame interventricular, a abertura entre os ventrículos laterais, e o terceiro ventrículo. O hipotálamo compõem a parte inferior da parede lateral e o assoalho do terceiro ventrículo.
A medula espinal localiza-se dentro do canal vertebral, na coluna vertebral, e é envolvida por três meninges, a dura-máter, a aracnoide-máter, e a pia-máter. A medula espinal é aproximadamente cilíndrica, e inicia superiormente no forame magno do crânio, onde é contínua com o bulbo. Acaba inferiormente na região lombar. Abaixo, a medula espinal afila-se no cone medular, a partir do ápice do qual um prolongamento da pia-máter, o filamento terminal, desce para aderir ao dorso do cóccix.
O SNP abrange os nervos cranianos e os nervos espinais, os gânglios e as terminações nervosas. Portanto, são vias que transportam os estímulos ao SNC, ou que carregam até os órgãos efetuadores as ordens procedidas da parte central.
Os trinta e um pares de nervos espinais estão aderidos por meio das raízes anteriores ou motoras, e as raízes posteriores ou sensitivas. Cada raiz adere à medula por uma sequência de radículas, as quais abraçam toda a extensão do segmento medular correspondente. Cada raiz nervosa posterior possui um gânglio da raiz posterior, cujas células dão origem às fibras nervosas periféricas e centrais.
Os doze pares de nervos cranianos estão conectados com o encéfalo, sendo que os dois primeiros pares de nervos cranianos, o nervo olfatório e o nervo óptico apresentam origens encefálicas no cérebro. Os demais pares de nervos cranianos possuem origens encefálicas no tronco encefálico.
Ainda que os nervos fiquem circundados por bainhas fibrosas em seu caminho por meio de diversas partes do corpo, eles são relativamente desprotegidos e frequentemente lesionados por traumatismos.
Do ponto de vista funcional pode-se dividir o SN em sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso visceral (SNV). O SNS é também designado SN da vida de relação, ou seja, aquele que relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do SNS encaminha aos centros nervosos gerados em receptores periféricos, comunicando a estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente do SNS conduz aos músculos estriados esqueléticos, o comando dos centros nervosos, derivando movimentos que levam a um maior relacionamento ou integração com o meio externo.
O SNV, ou da vida vegetativa, relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais, e é muito interessante para a integração da atividade das vísceras no sentido da homeostase. De tal modo, como o SNS, caracteriza-se no SNV uma parte aferente e outra parte eferente. O componente aferente leva os impulsos nervosos oriundos em receptores das vísceras, os visceroceptores a áreas específicas do SNC. O componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos até as estruturas viscerais acabando, pois em glândulas, no músculo liso, ou no músculo estriado cardíaco. Por definição, designa-se sistema nervoso autônomo (SNA) tão somente o componente eferente do sistema nervoso visceral, sendo que o SNA divide-se em simpático e parassimpático.
Pode-se dividir o SN em sistema nervoso segmentar e sistema nervoso suprassegmentar. A segmentação no SN é demonstrada pela conexão com os nervos. Refere-se, pois, ao sistema nervoso segmentar todo o SNP, mais aquelas partes do SNC que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo dizem respeito ao sistema nervoso suprassegmentar. O nervo olfatório e o nervo óptico se ligam ao cérebro, mas não são considerados nervos típicos. De tal modo, nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar, a substânciacinzenta situa-se por fora da substância branca e forma uma camada fina, o córtex, que reveste toda a superfície do órgão. Já nos órgãos do sistema nervoso segmentar não há córtex, e a substância cinzenta pode situar-se por dentro da branca, como acontece na medula espinal. O sistema nervoso segmentar aportou na evolução antes do suprassegmentar e, funcionalmente, pode se dizer que lhe é subordinado. De tal modo, as comunicações entre o sistema nervoso suprassegmentar e os órgãos periféricos, os receptores e os efetuadores, se realizam por meio do sistema nervoso segmentar.
Funções do sistema nervoso
(1) Orientação do corpo em relação ao ambiente interno e ao ambiente externo;
(2) Coordenação e controle das atividades do corpo;
(3) Assimilação de experiências necessárias para memória, o aprendizado, e a inteligência;
(4) Programação do comportamento instintivo, claramente mais relevante em outros vertebrados do que em humanos.
Estas quatro funções dependem da capacidade do SN em monitorar as mudanças, ou os estímulos, do interior e do exterior do corpo; em decodificar as modificações em um processo designado integração; e em executar respostas, ativando os músculos ou as glândulas. Deste modo, proferindo em termos gerais, o SN tem funções sensitivas, de integração, e motoras, todas as quais trabalham conjuntamente para manter a homeostasia do corpo.
 sistema ventricular
O encéfalo possui cavidades. O fluido que preenche as “cavernas” e canais dentro do encéfalo compõe o sistema ventricular. O fluido que percorre este sistema é o líquido cerebrospinal, o mesmo fluido do espaço subaracnóideo. O líquido cerebrospinal é formado por um tecido especial, os plexos corióideos, localizados nos ventrículos encefálicos. O líquido cerebrospinal escorre dos ventrículos pareados do cérebro para uma sequência de ventrículos não pareados interconectadas no centro do tronco encefálico. O líquido cerebrospinal sai do sistema ventricular, e adentra no espaço subaracnóideo por meio de pequenos orifícios ou aberturas, perto do local onde o cerebelo fixa-se no tronco encefálico. No espaço subaracnóideo, o líquido cerebrospinal é absorvido pelos vasos de sangue por meio de estruturas anatômicas especiais, designadas de granulações aracnoides ou granulações de Pacchioni.
 EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
O desenvolvimento pré-natal da espécie humana ocorre durante 266 dias, correspondendo o período de 38 semanas. Na clínica médica, o período da gestação é calculado a partir do primeiro dia da última menstruação, ou seja, pós-menstruação. Dessa maneira, os 266 dias relativos ao período de desenvolvimento pré-natal adicionam-se 14 dias, totalizando 280 dias, ou 40 semanas de gestação. Uma vez que o tempo entre a menstruação e a ovulação com a concepção subsequente é modificável, pois nem sempre obedecem aos 14 dias, diferentes meios podem ser utilizados para estimar a data do nascimento, quando o dia da concepção é desconhecido.
A determinação do tempo de desenvolvimento pré-natal é realizada a partir do instante da fertilização, ou seja, pós-concepção. Assim, o desenvolvimento pré-natal pode ser dividido em três períodos. O primeiro período designado desenvolvimento precoce, que corresponde às primeiras semanas de desenvolvimento, entre a 1ª e a 3ª semana de desenvolvimento. O segundo período, designado período embrionário, que envolve a 4ª até a 8ª semana de desenvolvimento. O terceiro período, designado como período fetal abrange a 9ª até a 38ª semana de desenvolvimento pré-natal.
O sistema genital masculino e o sistema genital feminino apresentam por fim efetuar a perpetuação da espécie. Compreende os órgãos produtores de gametas, as gônadas, e as vias condutoras dessas células sexuais. A perpetuação incide na competência que os seres vivos têm para gerar outros seres da mesma espécie e com as mesmas características dos seus progenitores.
Os órgãos sexuais do homem e da mulher consistem em gônadas, nos ductos e nas glândulas acessórias, e nas estruturas reprodutivas externas conhecidas usualmente como genitália. As gônadas (gonos: semente) são os órgãos que produzem os gametas (gamein: acasalar-se), ou seja, as células reprodutivas, os ovócitos nas mulheres e os espermatozoides nos homens. As células reprodutivas se unem para formar um novo indivíduo. As gônadas do homem são os testículos, enquanto que as gônadas na mulher são os ovários. Os testículos e os ovários repartem algumas semelhanças, como deve ser pretendido em órgãos que possuem a mesma origem embrionária. Ambos produzem os hormônios e os gametas, ainda que os gametas em si e a duração da sua produção sejam bastante desiguais.
A duração da produção dos gametas, ou gametogênese, é muito diferente em indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino. As mulheres nascem com todos os ovócitos que vão ter durante a sua vida reprodutiva. Durante o período de vida reprodutiva, os ovócitos amadurecem, e são liberados, expulsos dos ovários uma vez a cada mês, durante aproximadamente os 40 anos de idade. Então os ciclos reprodutivos femininos cessam em uma fase designada de menopausa. Os homens, ao contrário, produzem os espermatozoides ininterruptamente desde que atingem a maturidade sexual. A produção de espermatozoides e de testosterona declina com a idade, porém não cessa da mesma maneira, como ocorre com os ciclos femininos.
Os espermatozoides e os ovócitos também são muito diferentes. Os ovócitos consistem em uma das maiores células do corpo humano, não são móveis e devem ser conduzidos ao longo das vias sexuais por meio de correntes produzidas por contrações da musculatura lisa ou pelo batimento dos cílios. Os espermatozoides, por outro lado, são bastante pequenos, e as únicas células flageladas do corpo humano, altamente móveis, sendo aptos de nadar, subindo pelo sistema genital feminino na procura pelo ovócito com o objetivo de fertilizá-lo.
Para que a fecundação aconteça, o espermatozoide inicialmente deve adentrar a corona radiata, camadas de células que rodeiam o ovócito, e depois a zona pelúcida, uma camada transparente de glicoproteína localizada entre a corona radiata e a membrana celular do ovócito.
A partir do instante em que alcançam o ovócito, diversos espermatozoides passam a corona radiata, porém apenas um fertiliza o ovócito. Entretanto, um grande número deles conserva-se na vizinhança do ovócito para que isso aconteça. Crê-se que tal fato se deva à necessidade das enzimas presentes no acrossomo de cada espermatozoide, abrangendo a hialuronidase e as proteases. Após contatar com a corona radiata, o acrossomo do espermatozoide capacitado se abre e libera suas enzimas. A hialuronidase desfaz a zona pelúcida e a substância que conserva conectadas as células da corona radiata, consentindo desta maneira a entrada do espermatozoide ao ovócito.
O capuz do acrossomo tem no seu interior glicoproteínas e enzimas lisossomais respeitáveis na fertilização, que são usadas para quebrar as membranas do ovócito. A vesícula acrossômica pode ser ponderada um lisossoma alterado. As enzimas digerem proteínas e açúcares complexos. O espermatozoide, ao alcançar as vizinhanças do ovócito, sofre a designada reação acrossômica, isto é, a membrana celular do espermatozoide vesiculam-se e desfazem-se, possibilitando o desprendimento das enzimas acrossomais. Essa reação culmina com a liberação de enzimas indispensáveis para a penetração na zona pelúcida, que contêm a acrosina e substâncias análogas à tripsina.
A parede do útero é formada por três camadas, o endométrio; o miométrio e o perimétrio. Desde a puberdade até a menopausa, o endométrio, sob o controle hormonal dos ovários, passa por alterações em ciclos de aproximadamente de 28 dias. Durante esse ciclo menstrual, o endométrio passa por três estágios, o folicular, ou fase proliferativa, o secretório, ou fase progestacional, e a fase menstrual. No período da implantação, a mucosa do útero está na fase secretória durante a qual as glândulas e as artérias tornam-se espiraladas e o tecido intumescido.Isso possibilita o reconhecimento de três camadas no endométrio, a camada compacta ou superficial; a camada esponjosa ou intermediária e a camada basal ou delgada. Normalmente, o blastocisto humano se implanta no endométrio da parede posterior ou na anterior do corpo do útero, onde se põe entre as aberturas das glândulas.
Após a fecundação, inicia a divisão mitótica deste núcleo e a clivagem da célula ou segmentação que dão origem à etapa bicelulada, que é o começo do desenvolvimento embrionário do indivíduo. Esse processo tem princípio cerca de 30 horas após a fecundação. Estas duas primeiras células, designadas como blastômeros, blasto = broto ou embrião; méros = partes, logo sofrem divisão, e o processo de clivagem ou segmentação prosseguem até que se tenha constituído um grupo de células filhas.
Em torno de 40 e 50 horas depois da fecundação, o embrião é formado por quatro blastômeros. Estes prosseguem se dividindo, e constitui uma estrutura multicelular com aparência de uma amora, o que lhe deu o nome de mórula. Durante a segmentação, o ovo não eleva de tamanho. A mórula tem o mesmo tamanho que o ovo unicelulado. Crê se que são precisos possivelmente, dois ou três dias para que se originem cinco ou seis clivagens e, enquanto isso ocorre, o ovo passa por meio da tuba uterina. A mórula está envolta pela zona pelúcida, e é constituída por uma massa celular externa, em torno de uma massa celular interna.
A partir do estágio de oito blastômeros, eles se juntam fortemente entre si, levando a um fenômeno de compactação do embrião que, no entanto, é maciço. A adesividade celular desempenha um importante papel na segmentação. Quando penetra na cavidade uterina, a mórula com 12 a 16 blastômeros tem 72 horas de evolução a partir da fecundação.
Uma vez que a mórula se depara dentro do útero, suas células periféricas segregam líquido, o que leva a formação de uma cavidade em seu interior. Este estágio embrionário é designado blástula ou blastocisto. Esta estrutura é formada por uma camada de células periféricas que abrangem o trofoblasto, tropho = desenvolver ou nutrir, massa celular externa; e um maciço celular interno, o nó ou botão embrionário, massa celular interna ou embrioblasto; e uma cavidade, o blastocele, com líquido no seu interior, a cavitação. Calcula-se que no 4º dia a partir da fecundação o blastocisto conta com cerca de 60 células.
No 7º ou 8º dia após a fecundação, a zona pelúcida já esvaeceu e o blastocisto entra em contato com a mucosa da tuba uterina ou endométrio, a ela aderindo. O trofoblasto abre o seu caminho no endométrio digerindo o tecido uterino e do 8º ao 10º dia modifica-se em uma massa espessa, invasora, mergulhada na mucosa com uma fina parede do blastocisto, perfazendo saliência na cavidade uterina.
Células especializadas do trofoblasto produzem projeções em forma de dedos, designadas sinciciotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto origina-se de uma porção específica do trofoblasto, designada citotrofoblasto, situado próximo ao embrioblasto. O blastocisto ampara-se contra o aborto, secretando um hormônio que indiretamente impede a menstruação. Até mesmo antes do início da implantação, o sinciciotrofoblasto secreta gonadotrofina coriônica humana, a hCG. Esse hormônio é análogo ao hormônio luteinizante em seus efeitos e, portanto, está capaz a conservar o corpo lúteo além do tempo que, caso oposto, deveria regredir.
Cerca de seis a nove dias após a fecundação, a hCG pode ser detectada no sangue da mulher gestante. Na urina, o hormônio pode ser detectado somente 14 dias pós-fecundação. A hCG também semelha ser responsável pelas sensações de vômito, a êmese da gestação, durante os estágios iniciais da gestação.
A secreção de estrógenos e de progesterona é conservada, e a menstruação normalmente é suspensa. A hCG cai em torno da 10ª semana da gestação. De fato, esse hormônio só é imprescindível durante as primeiras cinco e seis semanas de gestação porque a própria placenta se torna uma glândula ativa secretora de esteroides nesse momento.
Segunda semana do desenvolvimento
A partir do oitavo dia após a fecundação o blastocisto adentrou no estroma do endométrio. O trofoblasto se distinguiu em uma camada interna, que prolifera ativamente, o citotrofoblasto, e uma camada externa, o sinciciotrofoblasto. A partir do sinciciotrofoblasto, no fim da 2ª semana, começa-se a circulação uteroplacentária primitiva. Enquanto isso, o citotrofoblasto constitui colunas celulares que adentram no sincício e são abrangidas por ele. Estas colunas formam as vilosidades primárias.  Já, a massa celular interna, ou embrioblasto constitui o disco embrionário bilaminar, que consiste em epiblasto e hipoblasto. As células orientadas em direção à cavidade do blastocisto compõem uma camada de células achatadas, o hipoblasto, enquanto que as células vizinhas do trofoblasto se diferenciam em um epitélio prismático, o epiblasto.
As células do ectoderma se prosseguem com os amnioblastos, e unidos, rodeiam uma nova cavidade, a cavidade amniótica. As células do endoderma são contínuas com a membrana exocelômica, e unidas, abrangem o saco vitelino primitivo.
Formação dos discos embrionários
No 12º dia o embrião está totalmente implantado e a abertura do endométrio já foi recoberta pelo epitélio uterino. O trofoblasto compôs uma massa esponjosa que desfez as paredes de alguns vasos do endométrio, e os cordões de suas células permanecem assim banhados no sangue materno. O trofoblasto prossegue então a crescer velozmente, associando-se mais tarde com o mesoderma para constituir o cório e a membrana extraembrionária que abriga o embrião. Determina contato com o sangue materno para absorção de oxigênio, de substâncias nutritivas, e para a eliminação de resíduos metabólicos.
Durante a designada reação decidual do endométrio, os leucócitos que incutem o seu estroma produzem interleucina-2, que impede o desconhecimento do embrião por parte do organismo materno, que pode chegar a julgá-lo um corpo estranho. Os mecanismos imunológicos mediante os quais a mãe não conhece o embrião não são, no entanto, bem conhecidos. Os abortos espontâneos são de todas as formas, de uma grande frequência, em torno de 50%; a maioria dos quais acontece dentro das três primeiras semanas de gestação. Comumente correspondem a grandes anomalias do embrião.
Quando o blastocisto completa a implantação durante a 2ª semana de desenvolvimento, o embrioblasto sofre acentuada diferenciação. Um espaço análogo a uma fenda, designada cavidade amniótica compõem-se entre o embrioblasto e o trofoblasto. O embrioblasto esmaga-se e constitui-se o disco embrionário, que consiste em duas camadas, o ectoderma superior, que está mais próximo da cavidade amniótica e o endoderma inferior, que margeia a cavidade blastocística.
O saco vitelino primário constitui-se, por meio do revestimento da cavidade do blastocisto, com células do hipoblasto, o saco vitelino secundário forma-se pela constrição da parte não embrionária do saco vitelino primário.
O desenvolvimento dos espaços intercelulares entre o epiblasto e o citotrofoblasto compõe a cavidade amniótica primária, que é cheia por líquido, e seu revestimento, com células migratórias do epiblasto, o amnioblasto, deriva na formação da cavidade amniótica secundária.
O mesoderma extraembrionário origina-se do hipoblasto, abrange o saco vitelino primário e a cavidade amniótica secundária. A formação de fendas neste local deriva no celoma extraembrionário.
O mesoderma extraembrionário divide-se em mesoderma extraembrionário, parietal e visceral.  A parte do mesoderma extraembrionário que constitui contato internamente no citotrofoblasto, o mesoderma extraembrionário parietal compõem, junto com o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto, o cório, que dá origem à parte fetal da placenta. Portanto, o celoma extraembrionário é também designado de cavidade coriônica. O mesoderma extraembrionário visceral recobre o saco vitelino secundário, sendo substituído, em seguida, pelo mesoderma intra-embrionário.
Formação dodisco embrionário trilaminar
Pouco tempo depois, uma terceira camada, designada mesoderma constitui-se entre o ectoderma e o endoderma. Essas três camadas formam as camadas germinativas primárias. Portanto, a gastrulação consiste em um conjunto de movimentos celulares que guiarão à formação das três camadas germinativas, ou folhetos germinativos, primárias do embrião, o ectoderma ou disco embrionário externo, situado dorsalmente; o mesoderma ou disco embrionário central; e o endoderma ou disco embrionário interno, situado ventralmente. Uma vez constituídas, ao final da 2ª semana, remata-se o período pré-embrionário e principia o período embrionário.
As camadas germinativas primárias são de maneira especiais importantes, porque todas as células e os tecidos do corpo humano são procedidos delas. As células do endoderma geram o revestimento do trato gastrointestinal, os órgãos digestivos, o trato respiratório e os pulmões, a bexiga urinária e a uretra. Células do mesoderma geram o esqueleto, os músculos, o sangue, os órgãos genitais, a derme da pele e o tecido conjuntivo. As células do ectoderma geram a camada externa da pele, a epiderme, incluindo os pelos, as unhas e as glândulas da pele, as partes dos órgãos sensoriais e do SN.
Formação do ssistema nervoso
Quando o embrião humano está com 1,5 milímetros de comprimento, e aproximadamente 18 dias de vida, o ectoderma na face dorsal do embrião entre o nó primitivo e a membrana bucofaríngea torna-se encorpado para compor a placa neural. A placa neural, que é piriforme e mais larga cranialmente, desenvolve um sulco neural longitudinal, que em seguida exibe uma invaginação para o interior do embrião, compondo o sulco neural, cujas extremidades terminam se juntando, e se sobressaindo do ectoderma para formar um tubo que se situa no interior do mesoderma, designado tubo neural. Nesse momento de junção logo abaixo do ectoderma compõem-se dois prolongamentos laterais, as cristas neurais.
O desenvolvimento do tubo neural, o qual é precursor do cérebro e da medula espinal determina um processo designado neurulação. O tubo neural dá origem a elementos do SNC, enquanto a crista neural dá origem a elementos SNP, além de elementos não pertencentes ao SN. Portanto, os elementos procedidos da crista neural são os seguintes: os gânglios sensitivos, os gânglios do sistema nervoso autônomo (SNA) a medula da glândula suprarrenal, os paragânglios, os melanócitos, as células de Schwann, os anfícitos, as células C da tireoide, e os odontoblastos. Contudo, pesquisas mais atualizada confirmaram que algumas estruturas tidas como oriundas do ectoderma na realidade se originam da crista neural, como a dura-máter, a aracnóide-máter e algumas partes do crânio.
A extremidade anterior do tubo neural se desenvolve mais que a parte posterior e compõem uma dilatação, designada vesícula encefálica ou arquencéfalo. Então, o começo do SNC. Esta parte anterior, dilatada vai compor o encéfalo, e a parte posterior que não se diferencia tanto, vai compor a medula espinal.
A vesícula encefálica, prosseguindo o seu desenvolvimento se divide em três vesículas primordiais, designadas respectivamente, prosencéfalo, a anterior; mesencéfalo, a média; e rombencéfalo, a posterior, esta última é contínua com o tubo neural restante, a medula espinal.
Na fase seguinte, o prosencéfalo se divide outra vez, constituindo duas novas vesículas, o telencéfalo, a mais anterior e o diencéfalo, a segunda. A segunda vesícula primitiva, e que agora passou a ser a terceira persiste inalterada e prossegue sendo o mesencéfalo.
A última vesícula o rombencéfalo se diferencia outra vez, constituindo duas novas vesículas, o metencéfalo que vai formar a ponte e o cerebelo; e o mielencéfalo que vai constituir o bulbo.     
Correlações anatomoclínicas
Anomalias congênitas
Na realidade qualquer parte do SN pode despontar defeitos do desenvolvimento, e estes geram uma enorme variedade de sinais e sintomas clínicos. A espinha bífida, a hidrocefalia e a anencefalia acontecem, cada uma, seis vezes por 1000 nascimentos e, dessa maneira, são as anomalias congênitas mais frequentes.
Espinha bífida
Na espinha bífida, os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras adjacentes não se formam. O distúrbio é mais frequente na região torácica inferior, na região lombar e na região sacral. Embaixo desse defeito, as meninges e a medula espinal podem ou não ser afetadas em graus variáveis. O distúrbio provém de uma falha do mesênquima, que cresce entre o tubo neural e o ectoderma superficial, constituindo os arcos vertebrais na região atingida. Há diversos tipos de espinha bífida.
A espinha bífida oculta apresenta os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras, geralmente na região lombar, estão ausentes, e o canal vertebral continua aberto posteriormente. A medula espinal e as raízes nervosas habituam ser normais. O defeito é coberto pelos músculos pós-vertebrais e não é vista na superfície. Pode existir um pequeno tufo de pelos, ou um tumor adiposo sobre o defeito. A maioria das ocorrências é assintomática e diagnosticada por casualidade, quando se observa uma radiografia da coluna vertebral.
Na meningocele, as meninges projetam-se por meio do defeito nos arcos vertebrais, constituindo uma tumefação cística embaixo da pele e, tendo líquido cerebrospinal, que se comunica com o espaço subaracnóideo. A medula espinal e os nervos espinais, em geral são normais.
Na meningomielocele, a medula espinal normal, ou cauda equina, encontra-se dentro do saco meníngeo, que se projeta por meio do defeito nos arcos vertebrais. A medula espinal ou as raízes nervosas são fixadas à parede interna do saco meníngeo.
Na mielocele, o tubo neural não fecha na região do defeito. Uma área oval em “carne viva” é localizada na superfície; concebe o sulco neural, cujos lábios estão fundidos. O canal central solta líquido cerebrospinal límpido sobre a superfície.
A siringomielocele é considerada um distúrbio raro. Uma meningomielocele está presente e, ao mesmo tempo, o canal central da medula espinal ao nível do defeito ósseo está alargado.
A espinha bífida oculta é o defeito mais frequente. O segundo defeito mais corriqueiro é mielocele, e muitos bebês afetados nascem mortos. Se a criança nascer viva, a morte por infecção da medula espinal pode acontecer dentro de alguns dias.
A maioria dos casos de espinha bífida oculta não exige tratamento. A meningocele deve ser retirada cirurgicamente nos primeiros dias após o nascimento. Os recém-nascidos com meningomielocele também devem ser tratados cirurgicamente. O saco meníngeo é aberto, e a medula espinal ou os nervos são liberados e atenciosamente colocados no canal vertebral. As meninges são suturadas sobre a medula espinal e os músculos pós-vertebrais aproximados.
Em benefício na assistência clínica e na assistência cirúrgica, muitos recém-nascidos com formas intensas de espinha bífida continuam a viver hoje em dia. Infelizmente, essas crianças possivelmente terão deficiências perpétuas e problemas psicossociais. Os déficits neurológicos podem proceder em deformação dos membros e da coluna vertebral, em disfunção vesical, disfunção intestinal e disfunção sexual.
Hidrocefalia
A hidrocefalia é uma elevação anormal no volume de líquido cerebrospinal dentro do crânio. Pode estar agregada a espinha bífida e a meningocele. A hidrocefalia isolada pode ser gerada por estenose do aqueduto do mesencéfalo ou, mais rotineiramente, pelo canal único normal ser trocado por muitos túbulos pequeninos impróprios. Outro fator, que é progressivo, é o crescimento exagerado da neuróglia em torno do aqueduto do mesencéfalo. Um desenvolvimento impróprio ou inexistente do forame interventricular; ou da abertura mediana do quarto ventrículo; ou da abertura lateral do quarto ventrículo, também pode ser responsável.
Nos casos de hidrocefalia com espinha bífida, o fenômeno de Arnold-Chiari pode acontecer. Durante a formação, a extremidade cefálica da medula espinal está ligada porque o encéfalo localiza-seno crânio e, na presença de espinha bífida, a extremidade caudal da medula espinal também pode estar ligada. O desenvolvimento longitudinal da coluna vertebral é mais dinâmico, e maior que o da medula espinal, e isso derivam em tração do bulbo e de parte do cerebelo através do forame magno. O deslocamento para baixo do rombencéfalo interrompe o fluxo de líquido cerebrospinal por meio dos forames no teto do quarto ventrículo.
A hidrocefalia pode acontecer antes do nascimento e, se for adiantada, atrapalhar o parto. Em geral, é constatada durante os primeiros meses de vida em razão do desenvolvimento da cabeça, que pode atingir um tamanho gigantesco. As suturas do crânio são separadas vastamente, e a fontanela anterior está bem aumentada. As veias do couro cabeludo são distendidas, e os olhos se voltam para baixo. A paralisia de nervos cranianos é frequente. Os ventrículos encefálicos ficam intensamente dilatados. Essa extensão dos ventrículos encefálicos acontece, especialmente à custa da substância branca, e os neurônios do córtex cerebral são basicamente poupados. Isso gera na preservação da função cerebral, porém a destruição dos tratos, sobretudo dos tratos corticobulbares e dos tratos corticospinais, ocasiona perda progressiva da função motora.
Se o distúrbio for diagnosticado por ultrassonografia, enquanto o feto está na vida intrauterina, é possível efetuar uma cirurgia pré-natal com a introdução de um cateter dentro dos ventrículos encefálicos, e drenar o líquido cerebrospinal para a cavidade amniótica. Caso o diagnóstico seja demorado até depois do nascimento, um tubo de drenagem munido de válvula unidirecional pode conectar os ventrículos encefálicos à veia jugular interna no pescoço.
Anencefalia
Na anencefalia, as maiores partes do encéfalo e da calvária estão ausentes. A anomalia é originada pela falta de desenvolvimento da extremidade rostral do tubo neural, e em decorrência, sua cavidade continua aberta. No lugar do tecido neural normal, existem canais vasculares de paredes finas idênticas ao plexo corióideo e massas de tecido neural. Ainda que os olhos permaneçam presentes, os nervos ópticos estão ausentes. O distúrbio abrange frequentemente a medula espinal, e o tubo neural continua aberto na região cervical. A anomalia é habitualmente diagnosticada antes do nascimento por meio da ultrassonografia ou radiografias. A maioria dos indivíduos com anencefalia é considerado natimorto, ou seja, vem a óbito logo após o nascimento.
O desenvolvimento e o fechamento do tubo neural são normalmente finalizados dentro de 28 dias. Em termos práticos, isso representa que os defeitos do tubo neural terão acontecido antes que muitas gestantes saibam a respeito da gestação.
Pesquisas clínicas extensas evidenciaram que fatores ambientais e fatores genéticos participam da etiologia dos defeitos do tubo neural. O risco mais elevado dos defeitos neurais nos grupos socioeconômicos inferiores indica que uma nutrição escassa, também pode ser um fator relevante. Pesquisas clínicas atuais evidenciaram que o risco de defeitos do tubo neural recorrentes é expressivamente diminuído entre as gestantes que tomam 4000 miligramas de ácido fólico por dia em comparação com as gestantes que não o recebem. Estudos adicionais demonstraram que uma dose diária dez vezes menor é efetiva na prevenção dos defeitos. Tais achados excitaram muitas pesquisas novas para identificar as origens genéticas e as origens bioquímicas dos defeitos do tubo neural.
Células-tronco embrionárias
Estudos demonstraram o tratamento de pacientes com doença de Parkinson grave por transplante de precursores de neurônios dopaminérgicos em fragmentos do mesencéfalo isolados de fetos humanos, entre a 7ª e a 8ª semanas após a concepção. Os resultados apontaram que os transplantes geraram alguma benevolência clínica nos pacientes mais jovens, mas não nos mais senis.
As células-tronco embrionárias são oriundas da massa celular interna do blastocisto ou embrioblasto, a fase na qual o embrião em formação é implantado no útero.
As células-tronco embrionárias têm a característica singular de ser apta de formar todos os tipos celulares adultos, abrangendo os do SN. O transplante próspero de células-tronco embrionárias foi atingido em modelos da doença de Parkinson em animais, nas doenças do neurônio motor e no traumatismo da medula espinal.
Formação do ssistema nervoso
Quando o embrião humano está com 1,5 milímetros de comprimento, e aproximadamente 18 dias de vida, o ectoderma na face dorsal do embrião entre o nó primitivo e a membrana bucofaríngea torna-se encorpado para compor a placa neural. A placa neural, que é piriforme e mais larga cranialmente, desenvolve um sulco neural longitudinal, que em seguida exibe uma invaginação para o interior do embrião, compondo o sulco neural, cujas extremidades terminam se juntando, e se sobressaindo do ectoderma para formar um tubo que se situa no interior do mesoderma, designado tubo neural. Nesse momento de junção logo abaixo do ectoderma compõem-se dois prolongamentos laterais, as cristas neurais.
O desenvolvimento do tubo neural, o qual é precursor do cérebro e da medula espinal determina um processo designado neurulação. O tubo neural dá origem a elementos do SNC, enquanto a crista neural dá origem a elementos SNP, além de elementos não pertencentes ao SN. Portanto, os elementos procedidos da crista neural são os seguintes: os gânglios sensitivos, os gânglios do sistema nervoso autônomo (SNA) a medula da glândula suprarrenal, os paragânglios, os melanócitos, as células de Schwann, os anfícitos, as células C da tireoide, e os odontoblastos. Contudo, pesquisas mais atualizada confirmaram que algumas estruturas tidas como oriundas do ectoderma na realidade se originam da crista neural, como a dura-máter, a aracnóide-máter e algumas partes do crânio.
A extremidade anterior do tubo neural se desenvolve mais que a parte posterior e compõem uma dilatação, designada vesícula encefálica ou arquencéfalo. Então, o começo do SNC. Esta parte anterior, dilatada vai compor o encéfalo, e a parte posterior que não se diferencia tanto, vai compor a medula espinal.
A vesícula encefálica, prosseguindo o seu desenvolvimento se divide em três vesículas primordiais, designadas respectivamente, prosencéfalo, a anterior; mesencéfalo, a média; e rombencéfalo, a posterior, esta última é contínua com o tubo neural restante, a medula espinal.
Na fase seguinte, o prosencéfalo se divide outra vez, constituindo duas novas vesículas, o telencéfalo, a mais anterior e o diencéfalo, a segunda. A segunda vesícula primitiva, e que agora passou a ser a terceira persiste inalterada e prossegue sendo o mesencéfalo.
A última vesícula o rombencéfalo se diferencia outra vez, constituindo duas novas vesículas, o metencéfalo que vai formar a ponte e o cerebelo; e o mielencéfalo que vai constituir o bulbo.     
Correlações anatomoclínicas
Anomalias congênitas
Na realidade qualquer parte do SN pode despontar defeitos do desenvolvimento, e estes geram uma enorme variedade de sinais e sintomas clínicos. A espinha bífida, a hidrocefalia e a anencefalia acontecem, cada uma, seis vezes por 1000 nascimentos e, dessa maneira, são as anomalias congênitas mais frequentes.
Espinha bífida
Na espinha bífida, os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras adjacentes não se formam. O distúrbio é mais frequente na região torácica inferior, na região lombar e na região sacral. Embaixo desse defeito, as meninges e a medula espinal podem ou não ser afetadas em graus variáveis. O distúrbio provém de uma falha do mesênquima, que cresce entre o tubo neural e o ectoderma superficial, constituindo os arcos vertebrais na região atingida. Há diversos tipos de espinha bífida.
A espinha bífida oculta apresenta os processos espinhosos e os arcos de uma ou mais vértebras, geralmente na região lombar, estão ausentes, e o canal vertebral continua aberto posteriormente. A medula espinal e as raízes nervosas habituam ser normais. O defeito é coberto pelos músculospós-vertebrais e não é vista na superfície. Pode existir um pequeno tufo de pelos, ou um tumor adiposo sobre o defeito. A maioria das ocorrências é assintomática e diagnosticada por casualidade, quando se observa uma radiografia da coluna vertebral.
Na meningocele, as meninges projetam-se por meio do defeito nos arcos vertebrais, constituindo uma tumefação cística embaixo da pele e, tendo líquido cerebrospinal, que se comunica com o espaço subaracnóideo. A medula espinal e os nervos espinais, em geral são normais.
Na meningomielocele, a medula espinal normal, ou cauda equina, encontra-se dentro do saco meníngeo, que se projeta por meio do defeito nos arcos vertebrais. A medula espinal ou as raízes nervosas são fixadas à parede interna do saco meníngeo.
Na mielocele, o tubo neural não fecha na região do defeito. Uma área oval em “carne viva” é localizada na superfície; concebe o sulco neural, cujos lábios estão fundidos. O canal central solta líquido cerebrospinal límpido sobre a superfície.
A siringomielocele é considerada um distúrbio raro. Uma meningomielocele está presente e, ao mesmo tempo, o canal central da medula espinal ao nível do defeito ósseo está alargado.
A espinha bífida oculta é o defeito mais frequente. O segundo defeito mais corriqueiro é mielocele, e muitos bebês afetados nascem mortos. Se a criança nascer viva, a morte por infecção da medula espinal pode acontecer dentro de alguns dias.
A maioria dos casos de espinha bífida oculta não exige tratamento. A meningocele deve ser retirada cirurgicamente nos primeiros dias após o nascimento. Os recém-nascidos com meningomielocele também devem ser tratados cirurgicamente. O saco meníngeo é aberto, e a medula espinal ou os nervos são liberados e atenciosamente colocados no canal vertebral. As meninges são suturadas sobre a medula espinal e os músculos pós-vertebrais aproximados.
Em benefício na assistência clínica e na assistência cirúrgica, muitos recém-nascidos com formas intensas de espinha bífida continuam a viver hoje em dia. Infelizmente, essas crianças possivelmente terão deficiências perpétuas e problemas psicossociais. Os déficits neurológicos podem proceder em deformação dos membros e da coluna vertebral, em disfunção vesical, disfunção intestinal e disfunção sexual.
Hidrocefalia
A hidrocefalia é uma elevação anormal no volume de líquido cerebrospinal dentro do crânio. Pode estar agregada a espinha bífida e a meningocele. A hidrocefalia isolada pode ser gerada por estenose do aqueduto do mesencéfalo ou, mais rotineiramente, pelo canal único normal ser trocado por muitos túbulos pequeninos impróprios. Outro fator, que é progressivo, é o crescimento exagerado da neuróglia em torno do aqueduto do mesencéfalo. Um desenvolvimento impróprio ou inexistente do forame interventricular; ou da abertura mediana do quarto ventrículo; ou da abertura lateral do quarto ventrículo, também pode ser responsável.
Nos casos de hidrocefalia com espinha bífida, o fenômeno de Arnold-Chiari pode acontecer. Durante a formação, a extremidade cefálica da medula espinal está ligada porque o encéfalo localiza-se no crânio e, na presença de espinha bífida, a extremidade caudal da medula espinal também pode estar ligada. O desenvolvimento longitudinal da coluna vertebral é mais dinâmico, e maior que o da medula espinal, e isso derivam em tração do bulbo e de parte do cerebelo através do forame magno. O deslocamento para baixo do rombencéfalo interrompe o fluxo de líquido cerebrospinal por meio dos forames no teto do quarto ventrículo.
A hidrocefalia pode acontecer antes do nascimento e, se for adiantada, atrapalhar o parto. Em geral, é constatada durante os primeiros meses de vida em razão do desenvolvimento da cabeça, que pode atingir um tamanho gigantesco. As suturas do crânio são separadas vastamente, e a fontanela anterior está bem aumentada. As veias do couro cabeludo são distendidas, e os olhos se voltam para baixo. A paralisia de nervos cranianos é frequente. Os ventrículos encefálicos ficam intensamente dilatados. Essa extensão dos ventrículos encefálicos acontece, especialmente à custa da substância branca, e os neurônios do córtex cerebral são basicamente poupados. Isso gera na preservação da função cerebral, porém a destruição dos tratos, sobretudo dos tratos corticobulbares e dos tratos corticospinais, ocasiona perda progressiva da função motora.
Se o distúrbio for diagnosticado por ultrassonografia, enquanto o feto está na vida intrauterina, é possível efetuar uma cirurgia pré-natal com a introdução de um cateter dentro dos ventrículos encefálicos, e drenar o líquido cerebrospinal para a cavidade amniótica. Caso o diagnóstico seja demorado até depois do nascimento, um tubo de drenagem munido de válvula unidirecional pode conectar os ventrículos encefálicos à veia jugular interna no pescoço.
Anencefalia
Na anencefalia, as maiores partes do encéfalo e da calvária estão ausentes. A anomalia é originada pela falta de desenvolvimento da extremidade rostral do tubo neural, e em decorrência, sua cavidade continua aberta. No lugar do tecido neural normal, existem canais vasculares de paredes finas idênticas ao plexo corióideo e massas de tecido neural. Ainda que os olhos permaneçam presentes, os nervos ópticos estão ausentes. O distúrbio abrange frequentemente a medula espinal, e o tubo neural continua aberto na região cervical. A anomalia é habitualmente diagnosticada antes do nascimento por meio da ultrassonografia ou radiografias. A maioria dos indivíduos com anencefalia é considerado natimorto, ou seja, vem a óbito logo após o nascimento.
O desenvolvimento e o fechamento do tubo neural são normalmente finalizados dentro de 28 dias. Em termos práticos, isso representa que os defeitos do tubo neural terão acontecido antes que muitas gestantes saibam a respeito da gestação.
Pesquisas clínicas extensas evidenciaram que fatores ambientais e fatores genéticos participam da etiologia dos defeitos do tubo neural. O risco mais elevado dos defeitos neurais nos grupos socioeconômicos inferiores indica que uma nutrição escassa, também pode ser um fator relevante. Pesquisas clínicas atuais evidenciaram que o risco de defeitos do tubo neural recorrentes é expressivamente diminuído entre as gestantes que tomam 4000 miligramas de ácido fólico por dia em comparação com as gestantes que não o recebem. Estudos adicionais demonstraram que uma dose diária dez vezes menor é efetiva na prevenção dos defeitos. Tais achados excitaram muitas pesquisas novas para identificar as origens genéticas e as origens bioquímicas dos defeitos do tubo neural.
Células-tronco embrionárias
Estudos demonstraram o tratamento de pacientes com doença de Parkinson grave por transplante de precursores de neurônios dopaminérgicos em fragmentos do mesencéfalo isolados de fetos humanos, entre a 7ª e a 8ª semanas após a concepção. Os resultados apontaram que os transplantes geraram alguma benevolência clínica nos pacientes mais jovens, mas não nos mais senis.
As células-tronco embrionárias são oriundas da massa celular interna do blastocisto ou embrioblasto, a fase na qual o embrião em formação é implantado no útero.
As células-tronco embrionárias têm a característica singular de ser apta de formar todos os tipos celulares adultos, abrangendo os do SN. O transplante próspero de células-tronco embrionárias foi atingido em modelos da doença de Parkinson em animais, nas doenças do neurônio motor e no traumatismo da medula espinal.
 O TECIDO NERVOSO
Conquanto as células sejam as unidades estruturais e as unidades funcionais do corpo humano, as células de um organismo multicelular complexo são tão particularizadas, que não trabalham independentemente. Os tecidos são agrupamentos de células idênticas que exercem papéis específicos. Os diversos tipos de tecidos são determinados durante o começo do desenvolvimento embrionário. Quando o embrião se forma, constituem-se os órgãos a partir de organizações específicas de tecidos. Muitos órgãos adultos, inclusive o coração, o encéfalo e osmúsculos, abrangem as células originais e os tecidos que se compuseram antes do nascimento, mesmo que algumas alterações funcionais aconteçam nos tecidos, quando os hormônios agem sobre eles, ou quando reduz a eficiência com a idade.
Os tecidos do corpo são classificados em quatro tipos fundamentais com base na estrutura e na função: o tecido epitelial, que forra as superfícies do corpo, as cavidades do corpo, os ductos, e forma as glândulas; o tecido conjuntivo que liga, sustenta e protege as partes do corpo; o tecido muscular que se contrai para produzir movimentos; e o tecido nervoso que principia e transmite impulsos nervosos de uma parte do corpo humano para outra.
 tecido nervoso incide tão somente em dois tipos de células: os neurônios e as neuróglias. Os neurônios são as unidades fundamentais do processo da informação, sendo especializados na condução de impulsos nervosos. Os neurônios adequam a maioria das funções exclusivas do SN, como por exemplo, sentir, pensar, lembrar, controlar a atividade muscular e regular as secreções glandulares. A neuróglia (glia=cola) suporta, nutre, protege os neurônios, e mantém a homeostase no líquido intersticial que banha os neurônios. As neuróglias são em torno de cinco vezes mais numerosas que os neurônios, e têm limitada capacidade mitótica.
A atividade mitótica de neurônios se completa durante o desenvolvimento pré-natal. Mas, evidências atuais sugerem que em determinadas condições pode existir limitada atividade mitótica de neurônios em áreas isoladas do mesencéfalo na idade adulta. Em sua maior parte as pessoas nascem com todos os neurônios que eles ou elas são capazes de gerar. Entretanto, os neurônios prosseguem crescendo e se especializando, depois que as pessoas nascem, especialmente nos primeiros anos de vida pós-natal.
Visão geral dos neurônios
O neurônio apresenta: o corpo celular, ou pericário, que é a parte que abrange o núcleo, e todos os seus processos; o axônio; e os dendritos. Os nomes impostos aos neurônios foram indicados em razão do seu tamanho, da sua forma, do seu aspecto, do seu papel funcional ou suposto descobridor, como por exemplo, a célula de Purkinje, do cerebelo. O tamanho e a forma dos corpos celulares são bastante variáveis. O diâmetro do corpo celular pode variar de quatro micrometros, como por exemplo, a célula granular do cerebelo a 125 micrometros, como por exemplo, o neurônio motor da medula espinal.
Os neurônios podem exibir forma piramidal, forma ampuliforme, forma estrelada ou forma granular. Uma peculiaridade adicional desses corpos celulares é o número de organização de seus processos. Alguns neurônios têm poucos dendritos, enquanto outros apresentam numerosas projeções de dendritos. Com exceção de dois tipos celulares, designada célula amácrina, sem axônio, como por exemplo, os neurônios da retina e as células granulares do bulbo olfatório, todos os neurônios têm pelo menos um axônio e um ou mais dendritos.
Organelas e Componentes            
O corpo celular
O corpo celular é uma estrutura aproximadamente esférica na parte central do neurônio. O corpo celular de um neurônio típico tem aproximadamente 20 micrometros de diâmetro. O fluido aquoso no interior da célula, designado de citosol, é uma solução salgada, rica em potássio e separada do meio externo pela membrana do neurônio. Dentro do corpo celular, uma enorme quantidade de estruturas membranosas é coletivamente designada de organelas.
O corpo celular de um neurônio abrange as mesmas organelas presentes nas demais células animais. As mais relevantes são: o núcleo, o retículo endoplasmático rugoso, o retículo endoplasmático liso, o aparelho de Golgi, as mitocôndrias, os lisossomas, os peroxissomas, o citoesqueleto. Todos os componentes presentes no interior da membrana do neurônio, abrangendo as organelas, porém excluindo o núcleo, são designados coletivamente como citoplasma.
Membrana do neurônio
A membrana do neurônio serve como uma barreira para demarcar internamente o citoplasma, e excluir certas substâncias presentes no meio que banha os neurônios. A membrana do neurônio apresenta cinco nanômetros de espessura, e está carregada de proteínas. Uma relevante peculiaridade dos neurônios é que a composição proteica da membrana do neurônio varia dependendo da região da célula: do corpo celular, dos dendritos, ou do axônio.
Núcleo
Tipicamente o núcleo é amplo e vesiculado com um proeminente nucléolo, no qual o elemento sexual pode ser nitidamente aparente. O núcleo é demarcado no citoplasma por uma camada dupla de membrana unitária, designada de envelope nuclear. Essa membrana unitária é perfurada por poros nucleares, por meio dos quais volumosas macromoléculas sintetizadas passam para o citoplasma. O núcleo contém o DNA na forma de genes que, junto com algumas proteínas, abrangem os 46 cromossomos do ser humano.
O nucléolo proeminente no interior do núcleo de um neurônio é uma máquina elaboradora de ribossomos, composta grandemente por RNA e proteína, juntamente com algum DNA. O nucléolo é bem desenvolvido nas células, como por exemplo, os neurônios, que são ativos na síntese de proteína.
Retículo endoplasmático rugoso e liso
Próximo ao núcleo localiza-se um acúmulo de estruturas membranosas pontilhadas por pequenas unidades densas e globulares, designadas de ribossomos, que medem aproximadamente 25 nanômetros de diâmetro. As pilhas são designadas de retículo endoplasmático rugoso. Esses conjuntos de estruturas e os ribossomos se manifestam ao microscópio óptico como manchas basófilas difundidas pelo citoplasma, designados corpúsculos de Nissl.
Lesões do neurônio ou irritação gerada por estímulos espaçados ocasionam diminuição ou desaparecimento dos corpúsculos de Nissl, ou cromatólise, acompanhada por deslocamento do núcleo para a periferia. Estímulos moderados podem ocasionar a elevação da quantidade de RNA.
A quantidade de retículo endoplasmático rugoso varia conforme o tipo e o estado funcional dos neurônios, sendo mais numerosos, nos maiores, especialmente nos neurônios motores. Do mesmo modo, o retículo endoplasmático rugoso é mais numeroso nos neurônios do que na neuróglia, ou em outras células não neuronais. O retículo endoplasmático rugoso é o maior sítio de síntese proteica nos neurônios.
O restante do citosol do corpo celular do neurônio está farto de pilhas de organelas membranosas que se assemelham ao retículo endoplasmático rugoso, mas sem os ribossomos, tanto que uma destas estruturas é designada retículo endoplasmático liso. O retículo endoplasmático liso é o local em que os triglicerídeos, o colesterol e os esteroides são sintetizados.
Aparelho de Golgi
Originalmente deparado em neurônios, é um sistema excessivamente desenvolvido em vesículas achatadas e pequenas vesículas agranulares ovais e/ou esféricas. Admite-se que o aparelho de Golgi, seja a região da célula que acolhe os produtos da síntese de substância dos corpúsculos de Nissl para possibilitar atividade sintética adicional. A área de Golgi é considerada o local onde os carboidratos são ligados às proteínas na síntese de glicoproteínas. As pequenas vesículas oriundas dessa organela podem ser a fonte de vesículas sinápticas com o seu conteúdo, localizadas nas terminações axônicas.
Mitocôndrias
Outra organela muito numerosa é a mitocôndria. Nos neurônios, estas organelas medem aproximadamente um micrometro de comprimento. Localiza-se em pequenas quantidades nos dendritos e nos axônios, são um pouco mais numerosas no corpo celular, e estão presentes em grande quantidade no telodendro, onde contêm mediadores químicos, relacionados com a transposição dos impulsos nervosos célula a célula.
Além do mais, as mitocôndrias agem como usinas elétricas das células. É a fundamental fonte de energia para cada célula. A energia, a água e o dióxido de carbono são os produtos da respiração celular e da atividade enzimática, especialmente de carboidratos e, em menor grau de aminoácidos e gorduras. A energia liberada da oxidação dos alimentos é convertida para energia ligadaa fosfato, como a adenosina trifosfato. A energia ligada à adenosina trifosfato é vital para inúmeros processos celulares. Os neurônios, distintamente da maioria das células, não tem capacidade para conter glicogênio como fonte de energia. Em consequência, dependem da glicose e do oxigênio circulantes para conseguir energia. A glicose é a substância usada por sistemas enzimáticos mitocondriais de neurônios para a geração aeróbica de adenosina trifosfato, pois os neurônios não usam a gordura como substrato para o processo de geração anaeróbica de adenosina trifosfato. Isso esclarece porque perdemos a consciência se a irrigação de sangue para o cérebro for obstruída por um pequeno período.
Lisossomas            
Os lisossomas são as vesículas ligadas à membrana que agem como um sistema digestório intracelular. Abrangem uma abundância de enzimas hidrolíticas que digerem e degradam substâncias, que se formam dentro e fora do neurônio. As enzimas hidrolíticas e a membrana dos lisossomas são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e, a seguir, transferidas para o aparelho de Golgi para que sejam mais processadas. Depois de sair do aparelho de Golgi, esses produtos são transportados pelas vesículas para os lisossomas. O material digerido abrange muitos componentes celulares, como por exemplo, os receptores e as membranas, alguns dos quais podem ser reciclados.
Peroxissomas
Os peroxissomas são organelas que funcionam para desintoxicar, junto com a enzima catalase, hidrolisando o peróxido de hidrogênio e, assim, protegendo o neurônio dessa substância química.
Citoesqueleto
Cada neurônio abrange inúmeras organelas fibrilares designadas: neurotúbulos ou microtúbulos, com aproximadamente 20 a 25 nanômetros de diâmetro; neurofilamentos ou microfilamentos, com cerca de dez nanômetros de diâmetro; microfilamentos de actina, com oito nanômetros de diâmetro. Comparando a membrana do neurônio com a tenda de um circo, a qual está apoiada por amarras internas, estas estruturas são o citoesqueleto, e são elas que dão o desenho típico dos neurônios. Todavia, o citoesqueleto não é estático. Pelo contrário, os componentes do citoesqueleto são regulados de uma maneira muito dinâmica e estão em constante movimento.
Dendritos
Dendritos (G.) déndron (=árvore).
Em geral, são curtos, de alguns micrômetros a alguns milímetros de comprimento, ramificados, à maneira de galhos de uma árvore. Podem oferecer os mesmos componentes citoplasmáticos do corpo celular. No entanto, não existe aparelho de Golgi, corpúsculos de Nissl estão presentes, exceto nos dendritos mais finos. Neurofilamentos de dez nanômetros e microtúbulos de 24 nanômetros são também encontrados, porém em menor número do que os axônios. Os dendritos são especializados em acolher estímulos, traduzindo-os em mudanças de potencial de repouso das membranas. Tais modificações compreendem a entrada e a saída de certos íons e podem expressar-se por pequena despolarização ou hiperpolarização. Os dendritos têm “espinhas” que servem como ponto de contatos sinápticos.
Axônios
Axônios (G.) áxon (=eixo).
A grande maioria dos neurônios apresenta um axônio longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal, em uma região designada de cone de implantação. O cone de implantação atua como o segmento inicial do axônio propriamente dito.
O axônio possui comprimento muito variável, dependendo do tipo de neurônio, podendo ter, na espécie humana, de alguns milímetros a mais de um metro.
Os axônios podem ser mielínicos ou amielínicos. Em ambos, os casos, contudo, são embainhados por células de suporte: as células de Schwann no SNP, e os oligodendrócitos no SNC. A bainha de mielina é descontínua nas extremidades distais de cada célula, as células de Schwann ou dos oligodendrócitos, compreendida no processo de embainhamento. A área descontínua entre as células é designada como nodo de Ranvier, e forma o local de canais de sódio dependente de voltagem, e outras modificações iônicas abrangidas na condução do impulso nervoso. As bainhas de mielina atuam como isolantes elétricos. A mielina é um composto lipoprotéico, formada de um número variável de firmes películas da membrana do neurônio em torno dos axônios.
Duas marcantes propriedades diferenciam o axônio do corpo celular: não apresenta retículo endoplasmático rugoso e os ribossomos livres, quando presentes, são raros; a composição proteica da membrana do axônio é fundamentalmente diferente daquela presente na membrana do corpo celular. Estas desigualdades funcionais se refletem nas dessemelhanças funcionais, pois, se inexistem ribossomos, não há síntese proteica no axônio. Isto significa que toda proteína presente no axônio teve de ser sintetizada no corpo celular. E são estas proteínas diferentes que estão presentes na membrana do axônio, possibilitando que ele funcione como um “fio de telégrafo”, o qual envia informações à longa distância.
Cada neurônio apresenta tão somente um axônio, mas cada axônio normalmente apresenta vários ramos designados colaterais. Um axônio e seus colaterais acabam por ramos finos separados entre si, designados telodendro. A extremidade distal de cada telodendro se expande no interior de pequenas estruturas em forma de bulbo, designadas de terminação axônicas. Nas terminações axônicas são armazenadas substâncias químicas, designadas de neurotransmissores. As moléculas dos neurotransmissores liberadas pelas terminações axônicas constituem o meio de comunicação em uma sinapse.
Alguns neurônios, entretanto, especializam-se em secreção. Seus axônios terminam próximos a capilares sanguíneos que captam o produto de secreção liberado, em geral um polipeptídio. Os neurônios desse tipo são designados de neurossecretores, e ocorre na região do cérebro, designada de hipotálamo.
No SNC, há certa segregação dos corpos celulares dos neurônios e dos seus prolongamentos. Isso faz com que sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinal duas porções distintas, designadas de substância branca e de substância cinzenta. A substância cinzenta é assim designada porque mostra essa coloração quando observada macroscopicamente. É formada, sobretudo por corpos celulares dos neurônios e células da glia, contendo também prolongamentos de neurônios. A substância branca não contém corpos celulares de neurônios, sendo constituída por prolongamentos de neurônios, e por células da neuróglia. Seu nome origina-se da presença de grande quantidade de um material esbranquiçado, a mielina, que envolve os prolongamentos dos neurônios, os axônios.
Classificação dos neurônios
Os neurônios têm a propriedade de responder a alteração do meio em que se encontram, com modificações da diferença de potencial elétrico que existe entre as superfícies externa e interna da membrana do neurônio, e designado de potencial de membrana. As células que exibem essa propriedade são: os neurônios, as fibras musculares e de algumas glândulas, são ditas excitáveis. Os neurônios que reagem prontamente aos estímulos, e a modificação do potencial elétrico podem restringir-se ao local do estímulo ou propagar-se ao restante da célula, por meio da membrana do neurônio. Essa propagação constitui o que se designa de impulso nervoso, cuja função é transmitir informações a outros neurônios, aos músculos ou as glândulas. Os impulsos nervosos oriundos no corpo celular do neurônio propagam-se por meio do axônio, enquanto os dendritos transmitem os impulsos em direção ao corpo celular.
Os axônios e os dendritos em conjunto são designados neuritos. Eles formam o neurópilo.
Os neurônios podem ser classificados de acordo com a sua forma e a sua função. Dependendo do número de neuritos, distinguem-se: os neurônios multipolares, com muitos dendritos se estendem a partir de todo o corpo do neurônio. Os neurônios multipolares são encontrados, dentre outros locais, no corno anterior da medula espinal, nas células de Purkinje no córtex do cerebelo, e nas células piramidais no córtex do telencéfalo.
Outro tipo de neurônio classificado quantoà forma são os neurônios bipolares, que possuem um dendrito e um axônio, e estão presentes na retina, no epitélio olfatório, em gânglios dos nervos cranianos, e na orelha interna. Já os neurônios pseudounipolares, são os que apresentam um axônio dendrítico e desenvolve-se durante o período fetal, de um neurônio bipolar. Os neurônios pseudounipolares encontram-se no gânglio espinal e nos gânglios sensitivos do nervo trigêmeo, do nervo facial, do nervo glossofaríngeo, e do nervo vago. Por fim, os neurônios unipolares, que aparecem raramente em vertebrados. São encontrados, principalmente durante a embriogênese.
De acordo com sua função, os neurônios são classificados em: neurônios sensitivos, que conduzem impulsos aferentes para o SNC e no interior deste; e os neurônios eferentes, que conduzem impulsos do SNC para o órgão efetor periférico.
Outro tipo de neurônio classificado quanto à função é o neurônio de projeção, que transmitem estímulos por distâncias longas e intermediárias. Trata-se de neurônios multipolares, também designados de neurônios Golgi-I, que possuem um longo axônio. O neurônio motor primário é um neurônio de projeção.
Já os interneurônios servem a conexões locais. Estes neurônios Golgi-II multipolares possuem axônios curtos. Por fim, as células neuroendócrinas, que são neurônios com a capacidade de síntese e de secreção de hormônios.
Sinapses
As sinapses são pontos de transmissão descontínua de estímulos de um neurônio para outro, ou para um órgão efetuador. Nas sinapses, as membranas dos dois neurônios ficam separadas por um espaço de 20 nanômetros, a fenda sináptica, embora estejam firmemente aderidas entre si, em alguns casos, verificou-se a existência de filamentos densos formando uma ponte entre elas. No local da sinapse, as membranas são designadas de pós-sináptica, ou seja, do dendrito, do corpo celular, axônio ou célula efetuadora e pré-sináptica, do telodendro.
Portanto, as sinapses foram classificadas por suas associações estruturais como: axo-axônica, axônio com axônio; axo-dendrítica, axônio com dendrito; axossomática, axônio com corpo celular; dendro-dendrítica, dendrito com dendrito; e a neuromuscular, axônio com fibra muscular.
Quanto à forma e ao modo de funcionamento, reconhecem-se dois tipos de sinapses: as sinapses elétricas e as sinapses químicas.
Sinapses elétricas
Possuem nos locais de contato junções comunicantes, as gap junctions. Estas junções possibilitam a passagem de íons de uma célula para outra, promovendo, assim, uma conexão elétrica e a transmissão de impulsos. As sinapses elétricas são raras nos mamíferos, sendo mais encontradas nos vertebrados inferiores e nos invertebrados.
Sinapses químicas
A grande maioria das sinapses interneuronais, e todas as sinapses neuroefetuadoras são sinapses químicas, ou seja, a comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substâncias químicas, designadas neurotransmissores.
As sinapses químicas são classificadas de acordo com variados critérios: de acordo com o efeito excitatório, despolarizante; ou o efeito inibitório, hiperpolarizante. Distinguem-se: as sinapses excitatórias, são frequentemente sinapses assimétricas, devido às condensações irregulares da membrana no lado pós-sináptico; as sinapses inibitórias, são sinapses simétricas, possuem condensações regulares.
De acordo com o transmissor distinguem-se as sinapses colinérgicas, a acetilcolina; as adrenérgicas, a adrenalina e a noradrenalina; as peptidérgicas, os neuropeptídios; as GABAérgicas, as gamma-amino butyric acid; e as glicinérgicas. As sinapses colinérgicas e as sinapses adrenérgicas são as sinapses “clássicas”, mas representam somente 15% de todas as sinapses.
Além disso, distinguem-se as sinapses neuromusculares. A sinapse neuromuscular, também designada de junção neuromuscular, de junção mioneural, ou de placa neural é uma sinapse entre uma terminação axônica motora e a parte subjacente da fibra muscular.
Neuromoduladores nas sinapses químicas
É importante ressaltar que em diversas sinapses, certas outras substâncias que não os essenciais neurotransmissores, são expelidos pela membrana pré-sináptica na fenda sináptica. Tais substâncias são aptas de modular e alterar o papel do neurônio pós-sináptico, e são designados de neuromoduladores.
Ação dos neuromoduladores
Os neuromoduladores podem conviver com o neurotransmissor essencial em uma mesma sinapse. Geralmente, porém nem sempre, os neuromoduladores são encontrados em vesículas pré-sinápticas distintas. À medida que à liberação na fenda sináptica, os neurotransmissores essenciais apresentam resultado instantâneo na membrana pós-sináptica, os neuromoduladores à liberação na fenda não apresentam resultado direto na membrana pós-sináptica. Em vista disso, os neuromediadores elevam, estendem, bloqueiam ou limitam o resultado do neurotransmissor essencial na membrana pós-sináptica. Os neuromoduladores agem por meio de um sistema de segundo mensageiro, na maior parte dos casos, através de um transdutor molecular, como por exemplo, a uma proteína G, e modificam a resposta do receptor ao neurotransmissor. Em determinada região do SN, diversos neurônios aferentes distintos podem desprender vários neuromoduladores que atingem o neurônio pós-sináptico. Essa disposição pode ocasionar uma enorme abundância de respostas, conforme a participação dos neurônios aferentes.
Neuróglias no SNC e no SNP
Tanto no SNC como no SNP, os neurônios relacionam-se com células coletivamente designadas de neuróglia, de glia ou de gliócitos. São as células mais frequentes do tecido nervoso, podendo a proporção entre neurônios e neuróglias variar de 1:10 a 1:50. Em comparação aos neurônios, à neuróglia não produz, nem conduz impulsos nervosos, e pode multiplicar-se e dividir-se no SN maduro.
Neuróglia do SNC
No SNC, a neuróglia compreende: os astrócitos, os oligodendrócitos, a micróglia e um tipo de glia com disposição epitelial, as células ependimárias.
Astrócitos
(G.) astron (=estrela); (G.) kytos (=vaso oco).
Suas características são: semelhante a uma estrela; neuróglias mais numerosas no encéfalo; maior neuróglia, aproximadamente 40 micrometros; há dois tipos, os astrócitos protoplasmáticos, localizados na substância cinzenta, e os astrócitos fibrosos, encontrados na substância branca; os astrócitos protoplasmáticos apresentam prolongamentos mais espessos, curtos que se ramificam profusamente; os astrócitos fibrosos são finos, longos, e ramificam-se relativamente pouco; e os astrócitos fibrosos apresentam expansões designadas como pés vasculares, que se apoiam em capilares sanguíneos.
Entre as funções dos astrócitos encontra-se: a manutenção da constância no meio interno do SNC, por meio da ingestão de metabólitos neuronais; a participação na estrutura da barreira hematoencefálica; a fagocitose de células mortas; a cicatrização no SNC, como por exemplo, após infarto cerebral, em caso de esclerose múltipla; a formação e o intercâmbio do glutamato; e a sustentação e o isolamento de neurônios.
Oligodendrócitos
(G.) oligo (=pouco); (G.) dendron (=árvore); (G.) glia (=cola).
Suas características são: aproximadamente 30 micrometros; menores que os astrócitos, possuindo poucos prolongamentos, que também podem formar pés vasculares.
Entre as funções dos oligodendrócitos encontra-se: a produção das bainhas de mielina que servem de isolantes elétricos para os neurônios do SNC. Um único oligodendrócito contribui para a formação da mielina de vários axônios.
Micróglia
(G.) mikros (=pequeno); (G.) glia (=cola).
Diferentemente de outros neurônios e outras neuróglias, é de origem mesodérmica, e aparece precocemente durante o desenvolvimento do SNC. Apresentam 15 a 20 micrometros. São células pequenas e alongadas que possuem poucos prolongamentos.
Entre as funções das micróglias encontra-se: a apresentação de antígenos; a fagocitose; a mobilidade ameboide; e as secreções de citocinas e de fatores de crescimento.
Células ependimárias
(G.) ependyma (=roupa de cima).
Suas característicassão: células cuboides ou prismáticas que forram, como epitélio de revestimento simples, as paredes dos ventrículos encefálicos, do aqueduto do mesencéfalo e do canal da medula espinal; e nos ventrículos encefálicos, um tipo de célula ependimária modificada recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares sanguíneos, que se projetam da pia-máter, constituindo os plexos corióideos, responsáveis pela formação do líquido cerebrospinal.
Entre as funções das células ependimárias encontra-se: a regulação das trocas entre o líquido cerebrospinal dentro dos ventrículos encefálicos, e no canal da medula espinal através de movimentos ciliares; a sugestão de que as células ependimárias também apresentariam um papel absortivo, crê-se que as células ependimárias carregam substâncias químicas do líquido cerebrospinal para a hipófise; o desempenho na administração da produção de hormônios pelo lobo anterior da hipófise.
Neuróglia no SNP
A neuróglia periférica compreende as células satélites, ou anfícitos; e as células de Schwann, oriundas da crista neural. Assim, as células satélites envolvem corpos celulares dos neurônios, dos gânglios sensitivos, e do SNA; as células de Schwann circundam os axônios, formando os seus envoltórios, quais sejam, a bainha de mielina e o neurilema. Cada célula de Schwann mieliniza apenas um único axônio.
Correlações anatomoclínicas
A plasticidade neuronal pode ser definida como sendo a capacidade cerebral de alterar funcionalmente e morfologicamente as estruturas em resposta a experiências, as drogas, os hormônios e as lesões. Habilidades para aprender, recordar, e esquecer também ocorre em decorrência destas alterações, cuja função é de caráter adaptativo dos organismos. Os mecanismos pelos quais ocorrem os fenômenos de plasticidade podem incluir modificações sinápticas do receptor, da membrana e as neuroquímicas.
As modificações sinápticas neuroquímicas, também designadas de fatores neurotróficos, possuem um papel-chave nos fenômenos de plasticidade, sendo caracterizadas como uma classe de moléculas que agem para dar apoio ao crescimento e à diferenciação nos neurônios em desenvolvimento. Os fatores neurotróficos são produzidos em grandes quantidades no cérebro, tanto pelos neurônios quanto pela neuróglia, e podem afetar os neurônios, regulando seu crescimento e proporcionando um padrão adequado das conexões entre as células neurais.
Existem cinco tipos de neuroplasticidade: a regeneração, a plasticidade axônica, a dendrítica, a somática e a sináptica. Quando o SN sofre uma lesão estrutural ou funcional, este experimenta mudanças no intuito de restaurar estas lesões. Hoje em dia, sabe-se que a plasticidade neural, sob a forma de regeneração, ocorre principalmente no SNP, tendo em vista que a plasticidade neural é facilitada por um ambiente favorável composto por mielina que, por sua vez, é produzida pelas células de Schwann, o qual orienta o crescimento axonal.
Outra situação está relacionada com as correlações anatomoclínicas é a raiva, que é uma virose do SNC. A transmissão ocorre pela mordida de um animal contaminado. O vírus encontra-se na saliva do animal contaminado e, após a mordida, prossegue para o SNC mediante do transporte dos axônios em nervos sensitivos e em nervos motores. O período de incubação está correlatado com a extensão do nervo periférico comprometido. Quanto mais distante o nervo periférico, maior será o tempo do período de incubação. No herpes simples e no herpes-zoster, também doenças virais, comprometem o transporte dos axônios para alastrar-se a distintas partes do corpo humano. Crê-se que o transporte dos axônios também compartilhe da proliferação do vírus da poliomielite, do canal alimentar para as células motoras das colunas anteriores da substância cinzenta da medula espinal e do tronco encefálico.
Não se deve deslembrar que o SN é formado de vários tipos distintos de tecidos. Portanto, os tumores atingem o SN. No SNC existem os neurônios, as neuróglias, os vasos de sangue e as meninges, e no SNP existe o tecido conjuntivo. O neuroblastoma acontece em união à glândula suprarrenal; é excessivamente maligno, e afetam indivíduos do nascimento ao início da puberdade. O ganglioneuroma acontece na medula da glândula suprarrenal, ou nos gânglios simpáticos; é benigno, e afetam tanto as crianças como os adultos. O feocromocitoma acontece na medula da glândula suprarrenal; usualmente é benigno, e gera hipertensão arterial, pois libera a noradrenalina e a adrenalina.
Os tumores da neuróglia correspondem por 40% a 50% dos tumores intracranianos. São designados de gliomas. Os tumores de astrócitos são os mais frequentemente achados, e abrangem os astrocitomas e os glioblastomas. À exceção dos ependimomas, os tumores da neuróglia são profundamente invasivos. Isso explana o impedimento em conseguir excisão cirúrgica completa, e a enorme probabilidade de repetição após cirurgia. Outro aspecto é que à medida que impregnam, esses tumores o cometem sem intervir no papel dos neurônios vizinhos. De modo consequente, o tumor com constância é muito maior do que os sintomas e os sinais físicos indicam.
Como o SNC apresenta números crescentes de neurotransmissores descobertos, o local do seu sítio de ação aumentou a probabilidade de que determinadas doenças sejam alteradas pela administração de drogas específicas. Na coreia de Huntington, como por exemplo, existe privação de neurônios que usam GABAérgicas e acetilcolina como transmissores. As GABAérgicas são inábeis de cruzar a barreira hematoencefálica, porém a fisostigmina, um inibidor da colinesterase, a cruza, e a sua utilização ofereceu alguma evolução do distúrbio.
Outro exemplo é o glutamato, que tem dado enorme atenção em virtude ao seu envolvimento potencial na patogênese das lesões neuronais ocasionadas por hipóxia-anoxia, ou em algumas doenças neurodegenerativas progressivas, como por exemplo, a esclerose lateral amiotrófica, onde ocorre um acúmulo de glutamato no corpo do neurônio o que motiva a sua degeneração.
Algumas doenças neurovegetativas caracterizam-se pela envoltura relativamente seletiva de um grupo de neurônios. Na doença de Alzheimer, as bases histológica e fisiopatológica se fundamentam na depleção de acetilcolina, pela diminuição da atividade da enzima colina-acetiltransferase, e dos receptores nicotínicos de acetilcolina. Outros neurotransmissores estão envolvidos, tanto na gênese quanto na apresentação clínica da doença de Alzheimer, dentre eles se sobressaem a serotonina, a noradrenalina e a dopamina.
Na doença de Parkinson, os neurônios dopaminérgicos do encéfalo degeneram vagarosamente, e acabam morrendo. A base orgânica da doença de Parkinson é a perda neuronal de células dopaminérgicas da substância negra ao corpo estriado. Essas aferências utilizam o neurotransmissor, a dopamina, que normalmente promove a alça motora diretas, ativando células no putame.
Em relação ao edema cerebral, que é um distúrbio clínico muito frequente que pode incidir traumatismos cranianos, infecções cerebrais, ou tumores. O edema cerebral pode ser definido como aumento anormal do conteúdo de água dos tecidos do SNC. Têm três formas de edema cerebral: o vasogênico, o citotóxico e o intersticial.
O edema vasogênico é o modo mais frequente, e sucede do acúmulo de líquido tecidual no espaço extracelular posteriormente à lesão das paredes dos capilares vasculares, ou da formação de novos capilares sem a barreira hematoencefálica inteiramente organizada.
O edema citotóxico emana do acúmulo de líquido dentro das células do tecido nervoso, dos neurônios e das neuróglias, procedendo em tumefação celular. O fator pode ser tóxico ou metabólico, e determina deficiência do mecanismo de bomba de ATP-sódio da membrana celular.
O edema intersticial acontece na hidrocefalia obstrutiva, quando o aumento da pressão de líquido cerebrospinal força o líquido além do sistema ventricular, e por dentro do espaço extracelular.
Dois elementos anatômicos devem ser incessantemente notados no edema cerebral: o volume do

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