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Unidade IV ECONOMIA E MERCADO Prof. Maurício Manzalli Temas da unidade Inflação: tipos e políticas. Considerações acerca de crescimento e desenvolvimento. Desenvolvimentismo no pensamento político brasileiro. Breve história da economia brasileira recente. Inflação O que vem a ser inflação? Caracteriza-se pelo generalizado e persistente crescimento nos níveis de preços, ou seja, ocorre inflação em um período em que um elevado volume de mercadorias têm seus preços majorados e sequencialmente, de forma que dia a dia, mês a mês os preços sobem sem que, necessariamente, seus custos de produção tenham apresentado também elevação. Inflação Tipos de inflação: Inflação de demanda. Inflação de oferta. Inflação inercial. Regime de metas para inflação Compreende uma mudança de postura dos governos e, principalmente, da autoridade monetária quanto à adoção da política monetária que passa a ser pautada pela busca de estabilidade de preços bem como pela transparência de todo o processo no sentido de buscar maior credibilidade por parte da autoridade monetária junto à sociedade. Regime de metas para inflação Regime de metas para inflação: pressupostos O primeiro relacionado a não mais operacionalidade apresentada pelo monetarismo de Friedman e à crença de que políticas monetárias ativas são fortes o bastante para impactar variáveis reais da economia como aquele teórico acreditava. A realidade econômica de agora revela efeitos inócuos quando do uso de políticas monetárias expansionistas, pois os agentes formam suas expectativas e não mais são ingênuos como antes. Regime de metas para inflação Regime de metas para inflação: pressupostos O segundo compreende que a política monetária é ineficaz para afetar variáveis reais da economia devido aos agentes econômicos formarem suas expectativas com bases racionais, além de existir uma inconsistência temporal da política monetária e o que se convenciona chamar de viés inflacionário. Planos de estabilização da década de 1980 Plano Cruzado Identificação da inércia inflacionária. Mecanismos de indexação e correção monetária de preços e salários, taxa de câmbio e ativos financeiros. Opção pelo choque heterodoxo. Reforma monetária e congelamento. Desindexação da economia. Índice de preços e cadernetas de poupança. Política salarial. Resultado: inflação de 14% ao mês para quase zero. Planos de estabilização da década de 1980 Plano Cruzado Reação da economia: Visão populista. Superaquecimento da economia. Descontrole inflacionário. Motivos do fracasso do Plano: Concepção e condução. Política salarial e congelamento longo. Políticas monetária e fiscal brandas. Economia informal não congelada. Piora na situação fiscal do governo. Planos de estabilização da década de 1980 Plano Bresser Plano heterodoxo de emergência. Concebido como plano híbrido: medidas ortodoxas e heterodoxas: Congelamento de salários e preços. Uso do Índice de Preços ao Consumidor – IPC. Câmbio desvalorizado. Congelamento de aluguéis. Contratos financeiros pós-fixados. Criação da URP – Unidade Referencial de Preços para correção de salários. Planos de estabilização da década de 1980 Plano Verão Ministro Maílson da Nóbrega. Inicialmente, rejeição ao choque heterodoxo. Estabelecimento de metas para estabilização modesta. Manutenção da inflação abaixo de 20% ao mês. Pressão inflacionária em função de: reajustes nos combustíveis, na energia elétrica e nos alimentos; deterioração nas contas públicas como resultado da Constituição de 1988. Mais um Plano fracassado: hiperinflação em dezembro de 1988. Interatividade Ocorrerá inflação em um país quando: I. O governo aumentar seus gastos. II. O Banco Central diminui a taxa de recolhimento compulsório. III. A taxa de câmbio for administrada de forma a incentivar exportações. IV. Quando houver escassez de um fator de produção. Está correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) II e III. c) I e III. d) I, II, III e IV. e) IV. RClemente1 Realce Crescimento e desenvolvimento econômico Características de uma economia subdesenvolvida Visão ideológica: mera classificação no tempo das condições sociais e econômicas de um país comparado a outros, mesmo que de estruturas diferentes. Por esse olhar, a caracterização se daria por análises conjunturais. Visão realista: ligada à estrutura econômica e social de uma nação e que permita a classificação como subdesenvolvida. Aos fatos concretos são atribuídos fatores históricos, territoriais e regionalização; acesso aos meios de produção e geração de renda, para citar alguns. Crescimento e desenvolvimento econômico Características de uma economia subdesenvolvida A definição de subdesenvolvimento: crescimento demográfico superior ao econômico. Requer considerar também instabilidade econômica e política. Relacionamento entre os setores de subsistência, de mercado interno e de mercado externo. Crescimento e desenvolvimento econômico Modelo de substituição de importações Conceito elaborado por economistas da Cepal para designar um processo interno de desenvolvimento, estimulado por desequilíbrio externo e que resulta na dinamização, no crescimento e na diversificação do setor industrial. Portanto, é mais que a produção local de bens tradicionalmente importados. Nesse modelo de crescimento e desenvolvimento econômicos, o elemento essencial da economia deixa de ser majoritariamente a produção de bens primários para atender à demanda externa, e passa a ser a atividade industrial em que a produção e a oferta estão voltadas para dentro. Crescimento e desenvolvimento econômico Modelo de substituição de importações Parte significativa de bens de consumo industrializados visa a atender ao mercado interno. Forte dependência de medidas protecionistas por parte do governo, a exemplo de: desvalorização cambial; elevação das tarifas de importações; forte presença do Estado na condução da industrialização; criação, por parte do Estado, de infraestrutura, a exemplo de energia, água, saneamento e estradas como forma de escoamento da produção. Crescimento e desenvolvimento econômico Características do desenvolvimento Há que se considerar o que vem a ser crescimento e desenvolvimento. Crescimento Medida quantitativa. Aumento da renda per capita. Desenvolvimento Medida qualitativa. Implica em conhecer os beneficiários do aumento da renda. Crescimento e desenvolvimento econômico Características do desenvolvimento Para uma economia ingressar no desenvolvimento, requer: Diversificação da produção. Melhoria na pauta de exportações. Empreendedorismo e inovações por parte do empresário. Melhoria no nível de escolaridade da população. Elevação da qualificação profissional. Elevação da taxa de poupança da economia. Estabilidade econômica e política. Crescimento e desenvolvimento econômico Desenvolvimento econômico no Brasil Ideologia econômica que sustenta um projeto de industrialização como forma de superar entraves até então colocados pela economia agroexportadora, bem como aqueles colocados pelo próprio modelo de substituição de importações: economia fechada e baixa produtividade. Pontos importantes do pensamento desenvolvimentista nacionalista: Defesa de intervenção estatal na economia. Políticas econômicas orientadas ao planejamento. Subordinação da política monetária à política de desenvolvimento. Adoção, por parte do Estado,de medidas econômicas de cunho social. Interatividade Os estudos relacionados com a classificação dos países em emergentes e desenvolvidos têm levado em conta, por exemplo, vários aspectos econômicos, financeiros e sociais, sobre o que pode ser dito que: a) A renda per capita é considerada o principal fator de natureza social. b) A renda per capita, nesse caso, é tratada em função de sua conotação estritamente monetária. c) A estabilidade da moeda e as condições de suprimentos de créditos enquadram-se entre importantes indicadores de ordem financeira. d) O tamanho e a composição do PIB dos países são os mais significativos fatores de natureza social nessa classificação. e) Apenas melhorias nos índices de saúde permitem dizer que uma sociedade é emergente. RClemente1 Realce Breve história da economia brasileira Fernando Affonso Collor de Mello Vence eleições de 1989 contra Luiz Inácio Lula da Silva. Declarações, em campanha, de que seguiria o receituário do Consenso de Washington. Suas intenções: Abertura da economia. Desenvolvimento com apoio do capital estrangeiro. Combate à hiperinflação. Privatizações. Redefinição do papel do Estado. Breve história da economia brasileira Plano Brasil Novo Conhecido como Plano Collor I. Ajustamento fiscal. Política tributária. Política de comércio exterior. Política de rendas com congelamento moderado. Reintrodução do cruzeiro como padrão monetário. Principal medida: sequestro de liquidez. Breve história da economia brasileira Plano Collor II Janeiro de 1991. Combate à inflação, via: racionalização dos gastos públicos; cortes de despesas; aceleração do processo de modernização do parque industrial; reforma financeira e eliminação do overnight; utilização da TR – Taxa de Referência (expectativas de inflação futura) como mecanismo de correção. Breve história da economia brasileira Denúncia por crime de responsabilidade. Excesso no uso de marketing político. Instauração da CPI do Caso PC Farias, ex-tesoureiro de campanha. Falta de amparo parlamentar gera crise de ingovernabilidade. Renúncia em dezembro de 1992 como forma de evitar o impeachment. Breve história da economia brasileira De Collor a Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso Renúncia de Collor. Governo de transição: Itamar Franco (1992-1994). O que há de importante? Plebiscito e constituinte. Hiperinflação: 2.851,3% em 1993. Nome forte no Ministério da Economia: Fernando Henrique Cardoso. Lançamento do Programa de Estabilização Econômica ou chamado de Plano Real. Contexto histórico para o Real Primeira fase Ajuste fiscal: PAI – Programa de Ação Imediata. Reorganização das contas públicas como condição necessária à estabilidade. Reforço na queda de gastos e recuperação de receitas via combate à sonegação. Novo relacionamento entre governo federal, estados e municípios. Contexto histórico para o Real Segunda fase Criação de um padrão monetário estável. Retorno às funções da moeda. Surgimento da URV: Unidade Real de Valor. URV como parâmetro para formação de preços. Contexto histórico para o Real Terceira fase Introdução da nova moeda, o Real. Extinção da URV. Nova moeda: lastreada nas reservas internacionais e regime de câmbio fixo. Âncora cambial de paridade valorizada. Adoção de medidas monetárias restritivas. Primeiro mandato FHC – 1995-1998 Eleito em um momento de crise, externa e interna. Pressão inflacionária. Expansão do crédito, inadimplência e socorro a bancos: PROER. Intervenção do Governo na manutenção das condições ao mercado externo gera novo período de credibilidade. Primeiro mandato FHC – 1995-1998 Novo acordo com FMI diante de declarações da forma de seu pagamento. Continuidade do regime cambial, da abertura econômica, das privatizações, do ajuste fiscal e superávits orçamentários. Sociedade não vê com bons olhos as condições do novo acordo e o congresso rejeita a cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos. Novo pessimismo externo em função do interno. Perda de divisas internacionais. Interatividade No final de 1993, Fernando Henrique Cardoso anunciou um processo de estabilização econômica que se estenderia pelos próximos meses. Sobre esse período, indique a alternativa incorreta. a) No Plano Real não houve congelamento de preços e salários. b) No Plano Real foi adotado um gatilho inflacionário para garantir os salários reais. c) O Plano Real contava com superávit primário. d) No Plano Real, a política monetária foi empregada em companhia de altas taxas de juros reais. e) No Plano Real, as altas taxas de juros foram empregadas para combater a demanda excessiva. RClemente1 Realce Segundo mandato FHC – 1999-2002 Primeiras medidas. Troca de presidência do Banco Central: sai Gustavo Franco, entra Armínio Fraga Neto. Elevação da taxa de juros. Estímulos à adoção de regime de metas para inflação. Mudança de âncora estabilizadora: de câmbio para juros. O que rege o segundo mandato? Câmbio flutuante. Metas inflacionárias. Metas para superávits primários. Segundo mandato FHC – 1999-2002 Abandono do câmbio fixo como maior marca. Uso do câmbio flutuante exercido pelas forças de mercado. 1999 – reforma parcial da Previdência: aumento do tempo de contribuição do trabalhador. 2000 – aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal: dentre os limites, gastos com pessoal e estoque de dívida pública para União, Estados e Municípios. Instrumentos de controle da Lei: PPA, LDO, LOA. Panorama político 2001-2002 Desgaste da política econômica do segundo mandato FHC. Crises internacionais e apagão interrompendo trajetória de crescimento. Proximidades das eleições presidenciais em 2002. Lula novamente concorrendo à posição presidencial. Mudança de discurso do candidato da esquerda. Novas interpretações da comunidade internacional acerca dos discursos do presidenciável. O que contribuiu para novo entendimento? Panorama político 2001-2002 Carta de Princípios do PT em 1979. Manifesto em 1980. O Socialismo petista em 1999. A ruptura necessária em 2001. Carta ao povo brasileiro em 2002. Nessas últimas, “apegos neoliberais”. Mesmo assim, certeza ou incerteza? Qual a movimentação dos especuladores? O que esperar de um novo governo? Retorno às declarações anteriores ou manutenção da palavra atual? Primeiro mandato Lula – 2003-2006 Experiência petista na presidência. Principais programas: Fome Zero: Programa Bolsa Família. Política de continuidade com o Plano Real. Principais nomes do governo: Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central). Manutenção do regime de metas para inflação. Manutenção do regime cambial flexível. Manutenção das metas superavitárias. Primeiro mandato Lula – 2003-2006 Resultados alcançados Contas públicas organizadas. Crescimento econômico em trajetória. Controle inflacionário. Queda de câmbio. Renovação do acordo com o FMI: linha de crédito aberta. Oportunidades para a continuidade. Segundo mandato Lula – 2007-2010 Novo mandato iniciado em meio a denúncias de envolvimento em processos de corrupção. Contou com o apoio popular derivado, em parte, do programa Bolsa Família. Período de bons ventos comandado pelo excelente desempenho das economias internacionais. Crescimento das exportações de commodities como fonte de oferta de divisas. 2007: interrupçãodo momento de euforia devido à crise no mercado de títulos imobiliários nos Estados Unidos. Segundo mandato Lula – 2007-2010 Contração da demanda externa se faz perceber na economia doméstica. Pressão cambial e inflacionária novamente. Intervenção do Banco Central com elevação da taxa básica de juros para 8,75% a.a. Adoção de política fiscal expansionista para setores selecionados. Relaxamento das metas fiscais. Segundo o presidente, a crise passaria pelo Brasil como “uma marolinha”. Segundo mandato Lula – 2007-2010 Ainda sobre esse governo, cabe destacar: Plano de Desenvolvimento da Educação: educação básica, alfabetização e educação continuada, ensino profissional e tecnológico, ensino superior. PAC – Programa de Aceleração do Crescimento: investimentos em áreas infraestruturais. PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo: chamado PAC da indústria. Primeiro mandato Dilma – 2011-2014 Continuidade da experiência petista na presidência. Dilma Vana Rousseff. Conhecida da mídia, pois havia sido Ministra de Minas e Energia e Ministra-chefe da Casa Civil do Governo Lula. Promessas de campanha: continuidade com as propostas e as políticas implementadas pelo Governo Lula. PAC. Energia: Programa Luz para Todos. Ampliação do Bolsa Família. Primeiro mandato Dilma – 2011-2014 Equipe econômica: Alexandre Tombini: Banco Central. Guido Mantega: Ministério da Fazenda. Medidas: Metas para inflação. Superávit fiscal. Câmbio flutuante. Objetivos: taxas elevadas de crescimento econômico. Primeiro mandato Dilma – 2011-2014 Principais destaques: Projeto Nacional de Desenvolvimento. Erradicação da pobreza extrema. Melhorias em ciência, tecnologia e inovação. Conhecimento, educação e cultura. Saúde, previdência e assistência. Cidadania. Democracia e segurança pública. Aperfeiçoamento da gestão pública. Interatividade Dilma Roussef assumuiu a presidência do Brasil em janeiro de 2011, sendo a primeira presidente mulher do país. Sobre os primeiros meses de seu governo, indique a alternativa incorreta. a) Existe claramente uma decisão de governo de aumentar os juros nominais da economia em que a mensagem é a de realizar a estabilidade definitiva do Real. b) Uma mudança do governo Dilma foi a adoção de medidas protecionistas para proteger a indústria em função dos crescentes aumentos de seus custos internos em dólares. c) A Presidente Dilma mudou a política cambial, deixando de lado o que se chama de flutuação suja e se fixando na busca de uma taxa de câmbio mais desvalorizada com a utilização de medidas de intervenção como o IOF. d) No governo de Dilma, um dos objetivos da política de aumento da proteção da indústria é claramente o de permitir aumentos salariais superiores ao de nossos concorrentes externos, em que o caso do IPI de carros e caminhões é exemplar. e) Em janeiro de 2011, primeiro mês do governo Dilma, o índice de inflação registrou uma alta maior desde 2005. RClemente1 Realce ATÉ A PRÓXIMA!
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