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DISLIPIDEMIAS_2 2014

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Dieta x dislipidemia
Maria Cecília Assunção - 2014
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Tipos de gorduras nos alimentos
Colesterol
Ácidos graxos
Saturados
Insaturados
Monoinsaturados – ômega 9
Poliinsaturados –ômega 6 e ômega 3
Trans
2
Encontrado apenas em alimentos de origem animal
Maioria dos indivíduos absorve metade do que consome
Ingestão produz menos efeito sobre a colesterolemia do que os AGS – 
não há limite de absorção de AGS
Fontes: vísceras, leite integral e derivados, embutidos, frios, pele de aves, frutos do mar, gema de ovo, carne vermelha
Colesterol alimentar 
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Tipo de carne/tipo de preparo 
x colesterol
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular 
Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 
dois grupos: 
cadeia média (entre 8 e 12 átomos de carbono na cadeia) 
Após a absorção intestinal, os de cadeia média são transferidos para a circulação sanguínea. São transportados ligados à albumina, pela veia porta, diretamente para o fígado, onde são metabolizados, não sendo responsáveis pelo aumento do colesterol sérico. 
cadeia longa (acima de 14 átomos de carbono). 
 Ácidos graxos saturados
 Ácidos graxos saturados
Saturados de cadeia longa
Principais: 
láurico: coco
mirístico (14:0), encontrado no leite e seus derivados; 
palmítico (16:0), cujas principais fontes são a gordura animal e o óleo de palma; 
Mais abundante na alimentação
esteárico (18:0), presente na gordura do cacau. 
6
De maneira geral, a gordura saturada (C12:0 - láurico, C14:0 -mirístico e C16:0 -palmítico) eleva a concentração plasmática de colesterol, especialmente o C14:0, enquanto o C18:0 é neutro em seus efeitos sobre o colesterol. 
Mecanismos propostos para essa alteração
redução dos receptores de LDL hepáticos; 
maior atividade da ACAT (acilcolesteril-aciltransferase), aumentando a esterificação do colesterol das lipoproteínas contendo apo B17;
aumento na quantidade de colesterol esterificado transportado nas LDL, devido à conformação química retilínea dos ácidos graxos saturados18 
 Ácidos graxos saturados
Elevam a colesterolemia por reduzirem os receptores celulares inibindo a remoção plasmática das partículas de LDL
Permitem maior entrada de colesterol nas partículas de LDL
Ácidos graxos saturados x dislipidemias
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Óleo de coco x dislipidemia
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular 
Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 
Ácidos graxos insaturados
AG insaturados
Monoinsaturados
Série ômega 9 – oleico
Poliinsaturados
Série ômega 6 – linoleico (essencial e precursor dos demais poli) e araquidônico
Série ômega 3 – 
Alfalinolênico (ALA) (fonte vegetal) 
eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) (fonte marinha)
ômega 6 x ômega 3
Ômega 6 (w6)
Importante metabólito de algumas moléculas pró-inflamatórias
ácido araquidônico
Ômega 3 (w3)
Efeitos anti-inflamatórios
EQUILÍBRIO NA DIETA= w6/w3= 5
Ácidos graxos insaturados x dislipidemias
Cad. Atenção Básica – Obesidade n. 12, 2006
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> Monoinsaturados < temperatura saturação
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Ácidos graxos trans x dislipidemia
Naturalmente presentes na gordura da carne e leite de animais ruminantes; 
Formados na fritura dos alimentos e na desodorização óleos vegetais – quantidades mínimas
Indústria: sintetizados na hidrogenação óleos vegetais
Ác. graxo elaídico: isômero do ác. graxo oléico
Ponto de fusão: oléico: 13 graus C / elaídico: 44 graus C
Produto com 
maior tempo de prateleira
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 Alta ingestão: risco para doença arterial coronariana 
  lipoproteína de baixa densidade (LDL) como os ácidos graxos saturados 
  lipoproteína de alta densidade (HDL) 
 Os ácidos graxos trans competem com os ácidos graxos essenciais inibindo as enzimas envolvidas na síntese dos ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa. 
Quantidades adequadas de ácidos graxos essenciais na dieta minimizam este efeito.
O efeito negativo dos trans na razão LDL/HDL é maior que o da gordura saturada.
 (MENSINK, KATAN, 1990; ENIG, 1996; GURR, 1990; LICHTENSTEIN, 1993)
AG trans x saúde
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Frituras
Temperatura elevada: 180 – 200 0 C em recipientes abertos
Termo-oxidação e rancificação (alteração do sabor)
principal causa de deterioração dos óleos: altera sabor, cor, textura, aroma e forma substâncias tóxicas - hidroperóxidos – formam radicais livres
Aquecimento intermitente: maior deterioração e formação de RL
Adição de óleo fresco ao óleo de fritura: acelera sua decomposição
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Cuidado - frituras
Super aquecimento dos óleos
Saturados: mais estáveis
Mononsaturados
Óleos (azeite)oliva e canola: saturam a temperaturas muito baixas 
Cuidado no aquecimento!!!!!!!!!!!
2003 – Brasil: Resolução RDC nº 360 
Declaração dos AGT na rotulagem nutricional dos alimentos
AG trans x legislação
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Zero trans ?
 São considerados como zero trans os alimentos que apresentarem teor de gorduras trans menor ou igual a 0,2g/porção.
OMS
Limite máximo deve ser inferior a 1% do total de calorias ingerido diariamente:
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AGT x Dieta
 Brasil
Ausência de estimativas consensuais sobre ingestão
Teores pouco conhecidos para a maioria dos alimentos
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Biscoito recheado: 3 unidades
2g gordura trans
Chocolate com wafer: 3 unidades 
 3,6g gordura trans
Donut grande
4g gordura trans
Fonte: FDA - 2006
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Batata frita de fast-food: 1 pacote grande
6g gordura trans
Torta de maça de fast-food: 1 unidade
4,5g gordura trans
3 colheres de sopa de margarina: 30g
3,9g gordura trans
Fonte: FDA - 2006
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Creme para recheio: 1 colher sopa
4g gordura trans
1 fatia de bolo (50/60g)
4,8g gordura trans
Salgadinho de pacote: 1 pacote médio
3g gordura trans
Fonte: FDA - 2006
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1 prato de arroz, feijão, bife e salada (400g)
NÍVEIS INSIGNIFICANTES- ISENTO
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Alternativas para redução gordura trans
Interesterificação:
 química
 enzimática
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Interesterificação
Processo químico de modificação de óleos e gorduras em que os ácidos graxos permanecem inalterados, mas são redistribuídos aleatoriamente nas moléculas glicerídicas, criando novas estruturas
	
31
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Com a finalidade de garantir características organolépticas semelhantes às proporcionadas pelas gorduras trans, a indústria optou pelas gorduras interesterificadas como uma alternativa plausível, em razão de conferirem textura e sabor desejáveis. 
Embora as gorduras interesterificadas sejam isentas de trans, observa-se aumento na quantidade de ácidos graxos saturados, além da modificação na distribuição de ácidos graxos nas posições 1, 2 e 3 da molécula de glicerol, cujas alterações podem induzir aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. 
Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular 
Outros nutrientes e alimentos
x
dislipidemias
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Fibras
Solúveis: pectina (frutas) e gomas (aveia, cevada e leguminosas
reduz tempo trânsito GI e auxiliam eliminação colesterol
Insolúveis: celulose (trigo), hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças) 
não atuam sobre colesterolemia mas  saciedade e  ingestão calórica-gorduras
Quantidades altas às vezes não são toleradas
Flatulência e diarréias
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Fitosteróis
Encontrados nos vegetais
Quantidades adequadas alcançam as necessidades diárias – 200 a 400 mg
Função= colesterol
 absorção do colesterol alimentar (competição) e  LDL
3 a 4 g/dia – suplementos
Suco de laranja, iogurtes para beber, margarinas e barras de cereais suplementados
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Soja
Como substituição da proteína animal  CT
25 g/dia de proteína de soja
Queijo de soja (tofu), leite de soja, molho de soja (shoyo), concentrado protéico de soja, feijão de soja
Isoflavonas (fitoestrógeno)
Efeito antioxidante, na formação do trombo, diminuição lipídios plasmáticos
Prevenção da aterosclerose
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Antioxidantes
Flavonóides: verduras, frutas, grãos, sementes, castanhas, condimentos,
vinhos (tinto) suco de uvas e chás
Estudos: relação inversa entre consumo e CC p/ ação na inibição da oxidação LDL e redução agregação plaquetária
Vitaminas
Incorporação à partícula de LDL, tornando-a menos oxidativa
C, E e carotenóides: aumentam resistência da LDL à oxidação
Suplementação? 
Estudos não consistentes. Fonte deve ser a alimentação
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Álcool
Quantidades moderadas: aumento do HDL, redução fibrinogênio e agregação plaquetária
Eleva TG séricos pelo estímulo de produção de VLDL pelo fígado
Aumento de pressão arterial
Pesar risco x benefícios
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Exercício físico
 TG e  HDL
3- 6 x semana, 30 – 60 minutos, aeróbicos
Tabagismo
Fator de risco independente para aterosclerose
Geralmente associado a outros FR
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Hipertrigliceridemia
Aumento da ingestão de CH na dieta (> 60% das calorias totais) pode elevar TG plasmáticos
Evitar consumo de alimentos ricos em açúcares simples (doces, CH refinados), além de evitar uma dieta rica em gordura
Hipertrigliceridemia
Tratamento farmacológico
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Indicação: 
efeito insatisfatório das modificações do estilo de vida
prioridade/urgência clínica
Classes de fármacos
Estatinas 
Seqüestradores de ácidos biliares-resinas de troca
Fibratos
Ácido nicotínico
Ácidos graxos ômega 3
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Estatinas
Inibição HMG-CoA redutase: enzima chave na sintese do colesterol
 menor síntese colesterol intracelular
 captação de LDL, VLDL, IDL pelo fígado para repor o colesterol intracelular
 VLDL, LDL e TG
 HDL
Exs: sinvastatina, lovastatina, pravastatina, fluvastatina, atorvastatina, rosuvastatina
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Mecanismo ação estatinas
Colesterol
46
Seqüestradores ácidos biliares
= Resinas de troca (colestiramina)
 absorção sais biliares e colesterol
número de receptores de LDL e a síntese de colesterol
Uso em crianças e mulheres em período reprodutivo
Efeitos colaterais:
constipação, empachamento, náuseas e meteorismo
 absorção vit. lipossolúveis
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Ácido nicotínico
Reduz ação da lipase tecidual nos adipócitos: menor liberação de AG para o sangue
Reduz a síntese de TG pelos hepatócitos
Efeitos colaterais:
hiperglicemia, hiperuricemia e alteração trânsito intestinal
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Fibratos
Indicados tto da hipertrigliceridemia endógena
 produção e da ação da LLP
 HDL
Diabéticos: melhora tolerância à glicose
Efeito colateral + comum: litíase biliar
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Ômega 3
Reduzem síntese hepática de TG e podem aumentar o HDL 
Altas doses (4 a 10 g/dia)
Pode aumentar LDL
1g/dia: redução de eventos cardiovasculares em 10%
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Referências bibliográficas
VI Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
 Arq. Bras. Cardiol volume 88, suplemento I, abril 2007. 
Dieta, nutrição e prevenção de doenças crônicas. OMS, 2003. 
inglês e espanhol
http://www.who.int/hpr/NPH/docs/who_fao_expert_report.pdf 
 http://www.who.int/mediacentre/releases/2003/pr20/es/
Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Obesidade. N.12, 2006. 
Consenso Brasileiro sobre dislipidemias da SBC http://publicacoes.cardiol.br/consenso/1994/6301/63010014.pdfSantos R.D., Gagliardi 
A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R., Lottenberg A.M. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40
NECP/ATP III www. nhlbi.nih.gov/guidelines/cholesterol/atp3xsum.pdf
Reda SY, Carneiro PIB. Óleos e gorduras: aplicações e implicações. Revista Analytica. 2007, (27): 60-67.
Scherr C, Ribeiro JP. Gorduras em laticínios, ovos, margarinas e óleos: implicações para a aterosclerose. Arq. Bras Card 2010; 95(1): 55-60.
American Association of Clinical Endocrinologists. Guidelines for management of dislypidemia and prevention of atherosclerosis. Endocrine Practice vol 18 (suppl 1) march/april 2012 1 
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