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Direito Penal I - Anotações - Christian Laufer

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Direito Penal I – Prof. Christian Laufer
Dia 07/03/2018
Conceito formal de crime – Conduta prevista em lei que é punida com reclusão ou detenção.
Conceito material de crime – não basta que seja meramente prevista em lei, mas para que o Estado criminalize a conduta é necessário que ataque bem jurídico ou o coloque em perigo. 
“O princípio do bem jurídico oferece limites ao poder punitivo estatal, pois impede que se estabeleçam delitos e penas que não tenham em sua estrutura de base a proteção a um bem jurídico” (BUSATO)
- Onde não houver um bem jurídico protegido, o Estado pode se fazer valer de toda e qualquer sanção para aquela conduta, porém sem o Direito Penal, e sim através de outras áreas do Direito.
- Uma sanção tão grave como limitar ou colocar em perigo a Liberdade do indivíduo, que seria um dos bens jurídicos mais caros, apenas uma conduta de igual hierarquia poderia receber essa pena.
*Observações
1. O Direito Penal oferece, apenas uma proteção adicional ao bem jurídico, pois ele já está protegido por outro. Deste modo, é utilizado para desestimular a pessoa de praticar a conduta criminosa, pois receberia a sanção mais grave do ordenamento jurídico.
2. A ordem tributária do país é importante para a sociedade, por esse motivo é protegido pelo Direito Penal, pois é algo que atinge a todos os indivíduos da sociedade, assim como a subsistência do sistema social.
Bem jurídico: delimitação (C. Roxin)
Não basta apenas a descrição da finalidade da lei para fundamentar, na verdade ela não é nem utilizada como fundamento, pois não descrevem nada sobre o bem jurídico e o por que ele deve ser protegido.
A partir disso a Europa, nos pós 2ª guerra mundial, deixaram de criminalizar diversas condutas individuais, em que não faziam o mínimo sentido o Estado se intervir, pois tal conduta não colocava em perigo a subsistência do sistema social.
A violação da dignidade humana ou da “natureza do homem” não basta para a punição. O delito precisa causar danos a outrem. Deste modo, não faz sentido proibir condutas que dizem respeito ao próprio bem jurídico da pessoa.
Ex: se você pegar carona com alguém que você possui a total consciência de que ela está alterada, ela não poderia responder por qualquer crime que viria a acontecer. – A princípio quem ajuda a o titular a atacar seu próprio bem jurídico não poderia ser punido, pois houve consentimento entre o titular do bem jurídico e de quem irá agredi-lo. 
...
O que Roxin quis dizer é que não podemos criminalizar bens jurídicos de abstração impalpável.
A principal consequência do princípio (de proteção) de bens jurídicos, foi descriminalizar todas condutas que sejam meramente imorais aos olhos de quaisquer pessoas. 
Graus de agressão ao bem jurídico
Delitos de lesão: agridem o bem jurídico de forma visível e evidente. (ex: furto, roubo, estelionato..) – O tipo penal exige a efetiva agressão do bem jurídico. 
Delitos de perigo: basta colocar em perigo ou ser capaz de gerar perigo determinado bem jurídico, ou seja, de forma presumida ou concreta. 
Dia 08/03/2018
 Delito passa a ser uma conduta que agride ou coloca em risco determinado bem jurídico.
Delito de perigo abstrato – criminaliza a mera prática de uma conduta sem que se verifique no caso concreto se a conduta passou perto de causar algum dano ao bem jurídico.
Delito de perigo concreto – criminaliza a prática de uma conduta em que “quase” é gerado um dano a um bem jurídico alheio, ou seja, o dano não é efetivado, porém passa muito perto de agredi-lo. Ex: Dirigir em velocidade alta perto de escolas, hospital..., porém, se não estiver no período de aula, não houve uma quase agressão ao bem jurídico, pois não tinha alunos no período em que o fato aconteceu.
PRINCÍPIOS
Princípio da Legalidade – Deriva não do Direito Penal em si, mas nasce para todas as áreas do Direito Público com a Revolução Francesa com o Iluminismo. Deste modo, a vontade do governante fica de lado, imperando a vontade da Lei acima de tudo, fazendo com que o próprio Estado tenha que se submeter as próprias Leis que criou. 
Possui a ideia de substituição do governo dos homens pelo governo das leis (Estado de Direito).
O Direito Penal Subjetivo só pode entrar em cena quando o Direito Penal Objetivo permitir. 
“Nullum crimen nulla poena sine lege” – Não há pena sem prévia previsão legal.
Requisitos da Lei Penal
Lei Escrita (Lex Scripta) – no Brasil isso ganha mais importância a partir da Constituição, pois é uma Lei Federal. (Art. 22, I, CF). Leis gerais e escritas, acima de tudo disponíveis para todos, afastando princípios e morais de toda e qualquer criminalização acerca de condutas. Apenas à lei escrita se atribui a capacidade de criminalizar condutas. 
Lei Prévia (Lex Praevia) – Serve como instrumento de controle temporal das leis. A regra principiológica determina que as leis penais devem atingir apenas fatos posteriores a sua vigência.
Porém, a lei mais branda retroage, ou seja, leis que descriminalizam condutas fazem com que pessoas presas por terem praticado tais atos, as pessoas que respondiam por esse crime. 
Lei certa (Lex Certa) que passa ao cidadão a certeza de qual conduta é criminosa e qual não é, ou seja, a partir da leitura deve ser retirado uma proibição ou imposição de condutas a serem praticadas ou não. – Serve para o legislador da lei, que está obrigado a fazer leis taxativas, claras, utilizando expressões que descrevam facilmente a conduta criminosa. 
Lei Estrita (Lex Stricta) – Diz ao aplicador da Lei (juiz) que no momento de fazer a aplicação, deve-se antes fazer uma leitura estrita da Lei, jamais fazendo uma leitura ampla (extensiva) ou analogia que seja maléfica para o Réu, pois se não haveria problemas contra a Legalidade – 
*todos os princípios de legalidade acima valem para todas as fases da criminalização. Num primeiro momento apenas a lei pode dizer o que é crime, que serão expostos no Código Penal
Princípio da legalidade, culpabilidade e ofensividade. 
Dia 21/03/2018 AULA IMPORTANTÍSSIMA
Princípio da culpabilidade
- A RESPONSABILIDADE PENAL É SEMPRE SUBJETIVA E SEMPRE PESSOAL, OU SEJA, É SEMPRE DEPENDENTE DA VERIFICAÇÃO DE DOLO OU CULPA.
- Nunca a responsabilidade penal pode ser objetiva, ou seja, jamais alguém pode ser responsabilizado criminalmente por posição.
- Apenas a pratica de fato doloso pode ser imputado uma pena criminal.
- O princípio de culpabilidade nos diz que posso ser responsabilizado penalmente caso pratique fato doloso ou culposo, e a lei possibilidade a pena do ato.
- Pelo fato de ser dono ou sócio de empresa, ele jamais será responsabilizado na esfera penal, apenas poderá responder se tiver praticado ato doloso ou culposo que tenha contribuído para o fato produzido.
- É o princípio da culpabilidade que faz com que o a responsabilidade penal seja atribuída ao fato e não a pessoa, ou seja, apenas a quem praticou e não a quem pertencia tal posição ou tal doutrina. 
- O direito penal não segue pessoas, pune apenas fatos dolosos e culposos
1. Responsabilidade pelo fato
2. individualização da pena 
Dia 22/03/2018
Princípio da presunção de inocência – até o transito e julgado do processo que ele pode ser punido, pois até esse momento ele é considerado inocente.
Princípio da intervenção mínima, ou “ultima ratio”
- Tradução: ultima razão no controle social; última instância para o controle social.
- O Direito Penal deve ser o último instrumento para se utilizar, deve ser reservado apenas para os casos mais intolerantes, devido à gravidade da sanção atribuída, que fere um dos principais bem jurídico humano que seria sua liberdade. 
- Fragmentariedade: O Direito Penal deve defender somente os bens jurídicos mais indispensáveis para a pacífica e livre convivência em sociedade. 
Nem todos os assuntos de interesse jurídico merecem a atenção do Direito Penal, mesmo que ostentem status constitucional.
- Subsidiariedade: O Direito Penal só pode ser aplicado quando se esgotarem todos os outros meios de coerção social. Se, para a proteção do bemjurídico, forem suficientes medidas civis ou administrativas, essas é que devem ser empregadas. 
Dia 28/03/2018
Princípio da Ofensividade ou lesividade
Diferenciação entre princípio de proteção de Bens Jurídicos e Princípio de Lesividade – Um define “o que” proteger, o outro define “como” proteger.
Funções do Princípio de Lesividade
Função político-criminal ao legislador.
Função interpretativa ao intérprete (juiz) 
Quando o Legislador identifica esse bem jurídico, de acordo com o princípio da ofensividade, apenas poderia ser tipificada condutas de delitos de lesão e delitos de perigo concreto.
Delito de Perigo Concreto – Neste tipo penal a consumação se dá com o resultado, exige uma comprovação de que realmente houve perigo de risco e de que houve uma lesão ao bem jurídico.
Delito de Perigo Abstrato – É o perigo que já é considerado pela lei (de maneira presumida) por simplesmente praticar conduta típica. Trata-se de presunção legal absoluta de perigo, independentemente de instrução probatória. 
Quando o legislador tipifica condutas assim, ele demonstra que possui motivos estatísticos que demonstram que proibindo tal conduta o bem jurídico seria protegido. Então ele criminaliza apenas a conduta e não se houve o efetivo dano.
Consequências da aplicação do Princípio da Lesividade
Irrelevância de “condutas internas” não exteriorizadas, ou seja, apenas pode ser atribuído pena à condutas que são exteriorizadas, o mero pensar ou seguir tal ideologia não pode ser configurado como crime.
Impunidade de ações que configurem “crimes impossíveis” apesar do desvalor de ação. – Apenas podemos tipificar atos que sejam contra bens jurídicos possíveis, deste modo, não podemos atribuir crime ao ato de atirar em uma pessoa já morta, pois não há o bem jurídico vida presente no caso concreto.
Atipicidade de atos meramente preparatórios, pois não carregam consigo a lesão a qualquer bem jurídico.
Dia 29/03/2018
Dia 04/04/2018
Princípio da Proporcionalidade
Princípio da Humanidade
Pelo fato de serem humanos, não há como tratar de maneira diferente alguém livre de alguém que cometeu algum crime e está cumprindo pena, pois a única diferença é esta, a pena. Deste modo, compreendemos que a dignidade de um é igual ao outro. 
Princípio da Insignificância
A tipicidade possui caráter:
Formal: como mera formalidade, pois cabe perfeitamente no tipo estipulado pelo legislador. 
Material: Quando a lesão ao bem jurídico é ínfima, há a possibilidade de se dizer que embora formalmente típica a conduta, ela não é material, pois não há lesão significante para a imposição de pena.
Princípio da insignificância não serve para qualquer tipo penal, sua aplicação não torna a conduta lícita para todos os outros ramos do direito. Trata-se apenas como insignificante em face ao direito penal. 
Dia 05/04/2018
Aspectos Históricos do Direito Penal
O Direito Penal surgiu com o princípio de legalidade, a partir do pós iluminismo, onde tal princípio surgiu para limitar o Estado, e criar o Estado de Direito. Onde o Estado faz a lei e se compromete a cumprir elas. 
Surgiu uma nova forma de pensar sobre o Estado, limitando seus poderes a partir da criação dos diversos ramos do Direito. 
O Iluminismo trouxe várias ideias, entre elas: 1. Racionalizacao do estado; 2. Acabar com o privilégio de classes; 3. Igualdade Formal.
No pré iluminismo o sistema era totalmente caótico, onde as normas eram todas misturadas. Além disso, enxergavam o Direito penal como uma punição ao pecado.

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