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26/7/17 
Relação entre direito e sociedade;
Direito Material e Direito Processual;
Conflitos e Insatisfações;
Conceitos Elementares da Teoria Geral do Processo;
Lide, Jurisdição, Processo e Direito Processual;
Lide e Processo Penal.
Latente de estar envolvido em um conflito, em razão da divergência de ideias, objetivos, interesses.
Aristóteles
	Ser humano = Ser social/Animal político
Ser tendente a viver em grupo, pois é na vida associativa que ele adquire os elementos necessários para sobreviver e se desenvolver social, política e culturalmente.
		A sociedade é necessidade natural do homem.
Viver em sociedade é viver em um risco constante de estar em um conflito, pela divergência de ideias, objetivos, interesses e da escassez de recursos.
Embora comum, o conflito deve ser evitado e eliminado, pois é um elemento desagregador da sociedade.
Mecanismos de Controle Social: são instrumentos de imposição de modelos culturais, ideais, coletivos e valores: 
- religião;
- regras morais;
- costumes;
- Direito/Normas Jurídicas: Função ordenadora (conduta harmônica)
 Critérios e Instrumentos (processo) de solução
 + eficaz devido à coercibilidade
 O Direito exerce perante a sociedade uma função ordenadora= é a sociedade, organizando a cooperação entre as pessoas e solucionando os conflitos que entre elas surgirem.
	É o conjunto de normas jurídicas (criadas e impostas pelo Estado) que regula a vida 
 em sociedade, o comportamento das pessoas. Seu objetivo é manter a convivência harmônica em sociedade e propiciar a máxima realização dos valores humanos. Estabelece limites aos quais todos indistintamente devem se submeter com o objetivo de manter a ordem.
Função Ordenadora
É a função de coordenação dos diferentes interesses que se manifestam na sociedade, organizando a cooperação entre as pessoas e compondo os conflitos que entre elas surgirem
Três Poderes do Estado
Legislativo
Função legislativa (criar normas) e fiscalizatório
Congresso Nacional 
Câmara dos Deputados
Senado Federal
Executivo
Função administrativa
Presidente da República
Judiciário
Função jurisdicional
De solucionar conflitos na sociedade e garantir o respeito à Lei
	Norma Jurídica Material
	Norma Jurídica Processual
	Prevenir conflitos
	Reprimir/Solucionar conflitos
	Regula o comportamento das pessoas em sociedade, estabelecendo qual dos interesses e em que medida deve prevalecer.
	Regula o processo enquanto instrumento utilizado pelo Estado na figura do juiz para solucionar os conflitos surgidos e impor a vontade do Direito Material ao caso concreto.
	Direito Penal, Direito Civil, Direito Trabalhista, Direito Empresarial, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Ambiental, Direito Previdenciário, Direito do Consumidor.
	Processo Civil, Processo do Trabalho, Processo Penal, Processo Tributário.
	Sentença= Direito Material
	Se o processual ocorrer é porque alguém não cumpriu o material.
Direito Constitucional
Está acima tanto das Normas Jurídicas Materiais quanto das Processuais
Por que os conflitos surgem? Qualquer conflito dá origem a um processo?
	Ser Humano (dependente)
Necessidade= é a carência de alguma coisa. Relação de dependência do ser humano para com algum ente ou elemento.
Dois móveis= prazer e dor/ sentimentos (ROCCO)
	Interesse = é a posição favorável à satisfação de uma necessidade com determinado bem da vida. 
	Bem da Vida = pode ser corpóreo ou incorpóreo. É todo ente ou elemento capaz de suprir uma necessidade humana. Utilidade= aptidão do ente ou elemento para suprir uma necessidade humana.
O interesse pode ser:
Individual (única pessoa) ou coletivo (grupo de pessoas);
Imediato (a situação se presta diretamente a suprir a necessidade, ex.: a compra de pão de queijo) ou mediato (a situação se presta indiretamente a suprir a necessidade, ex.: trabalho);
Primário (o bem em si é apto a suprir a necessidade, ex.: pão de queijo) ou Secundário (o bem em si é apenas elemento de troca para se alcançar o bem apto a suprir a necessidade, ex.: dinheiro).
02.08.2017
A sociedade e a tutela jurídica
Conceitos elementares da Teoria Geral do Processo (Carnelutti): capítulo 1 de Carreira Alvim;
Lidelitígio, jurisdição, processo e direito processual;
Jurisdição contenciosa e voluntária;
A aplicação do conceito de lide ao processo penal.
 Interesse	
Necessidade	Juízo de Valor		Utilidade
Relação de dependência	É a posição favorável à satisfação É a aptidão do ente
do ser humano para com de uma necessidade com ou elemento para satisfazer
algum ente ou elemento. determinado bem da vida. uma necessidade humana.
Individual ou coletivo corpóreo ou incorpóreo
Imediato ou mediato
Primário ou secundário
Conflito de interesses (Carnelutti)
Pode ser:
Subjetivo: é aquele interno a uma pessoa e que se resolve com a escolha. Não é importante para o direito.
Intersubjetivo: é aquele entre dois ou mais pessoas. Gera risco de uma solução violenta. É importante para o Direito material (prevenir) e processual (eliminar= vira processo).
Razão de ordem quantitativa: ocorre quando não há bens da vida suficientes para suprir as necessidades de todos. Escassez de Recursos.
Razão de ordem qualitativa: ocorre quando o bem da vida buscado por uma pessoa gera para outra um sacrifício. Ex.: música alta de madrugada.
Inicialmente os conflitos intersubjetivos de interesses se diluem na sociedade. Porém, quando isso não ocorre, passa a existir entre os sujeitos um choque de forças caracterizados por uma pretensão resistida.
	
	Estado
(juiz)
	
	Pretensão
Autor
Processo. Petição inicial
	Lide ou Litígio
Conflito intersubjetivo de interesses caracterizado por uma pretensão resistida
	Resistência
Réu
	Intenção de subordinação do interesse alheio ao próprio. É algo que alguém quer, não que alguém tem. É uma manifestação de vontade, e não uma superioridade dela. É alheia ao direito e à razão. Pode ser fundada ou infudada.
	
	É a não adaptação à situação de subordinação do interesse próprio ao alheio. Pode ser fundada ou infundada.
É a regra geral;
É a função do Estado de solucionar conflitos na sociedade através da aplicação da “vontade” do direito material ao caso concreto.
É aquela na qual não há conflito para ser solucionada, mas a intervenção do Estado juiz para declarar o direito indispensável por exigência da própria lei;
Requerente: não há lide.
Pode ser:
Subjetivo
É aquele interno a uma pessoa e que se resolve com a escolha. Não é importante para o direito
Intersubjetivo
É aquele conflito entre 2 ou mais pessoas. Gera o risco de uma solução violenta. É importante para o direito
Direito
Material
Prevenir
Processual
Eliminar
Surge por 2 razões:
Razão de ordem quantitativa
Escassez de recursos
Ocorre quando não há bens da vida suficientes para suprir as necessidades de todos
Razão de ordem qualitativa
Ocorre quando o bem da vida buscado por uma pessoa, gera para outro um sacrifício
É o instrumento pelo qual o Estado exerce a sua jurisdição;
É uma espécie de procedimento (conjunto organizado de atos de formação sucessiva voltados a uma mesma finalidade comum).
Divergência: 
Parte da doutrina= há processo tanto na jurisdição contenciosa quanto na voluntária porque ele é o instrumento de realização da jurisdição.
Outra parte da doutrina (Fazzalari)= processo é o procedimento desenvolvido à luz do contraditório. Só há processo na jurisdição contenciosa (autor-réu). Na jurisdição voluntária, não há processo, há mero procedimento.
Fazzalari - Processo éo procedimento organizado à luz do contraditório (autor-réu). Só há processo na jurisdição contenciosa. Na jurisdição voluntária, há um mero procedimento.
O processo é iniciado pelo legítimo interessado (Autor)
É o conjunto de atos processuais e de poderes/direitos, faculdades, deveres, sujeições e ônus, exercido pelos sujeitos processuais em prol de uma finalidade comum.
A jurisdição é inerte, isto é, o juiz só pode exercê-la se ele for provocado pelo autor.
Para Carnelutti, existe sim lide no processo penal
Calamandrei
Não há como aplicar o conceito de lide/litígio ao processo penal, porque neste não é necessário que haja resistência do réu. Ou seja, mesmo que o réu não ofereça resistência, o processo penal é indispensável, porque a liberdade do réu é um direito indisponível. 
Carnelutti
Concorda com Calamandrei e muda o seu posicionamento. Passa a defender que não há lide no processo penal, mas há apenas uma controvérsia penal (dúvida sobre ponto relevante)
No processo penal, o juiz apenas soluciona uma controvérsia/dúvida, e não um conflito
No processo penal, a jurisdição é mista
Leone
Resgata o conceito de lide para o processo penal, mudando a estrutura conceito
Lide/Litígio
2 conceitos
Processo Civil/Trabalhista
Conflito intersubjetivo de interesses caracterizado por uma pretensão resistida
Processo penal
É o conflito intersubjetivo de interesses indisponíveis.
Problema
Traz 2 conceitos para um único instituto
Não há frontalmente um conflito de interesses, porque a “liberdade” é tanto interesse do acusado como do Ministério Público
A Sociedade e a Tutela Jurídica
Aplicação do conceito de “Lide” ao processo penal
Trilogia Estrutural do Processo
Direito Processual, Ciência do Processo e Teoria Geral do Processo
Distinções entre as 3 linguagens jurídicas
Conceitos Jurídicos Fundamentais Processuais x Conceitos Jurídicos Positivos Processuais
Lide/Litígio
Leone
Processo Civil/Trabalhista
Processo Penal
Lide
Conflito intersubjetivo de interesses indisponíveis
Ministério Público
Interesse de que o réu seja punido
Interesse de proteger a liberdade do inocente
Réu
Interesse de Liberdade
Jaeger
Defende o abandono total do conceito de “lide”.
Defende que tanto no processo penal, como no civil e trabalhista, o juiz busca solucionar uma controvérsia
Luciano Leite
O conceito de “Lide” criado por Carnelutti só se aplica aos processos civis/trabalhistas.
No processo penal, o juiz não soluciona uma lide, ele soluciona um conflito de direitos indisponíveis (Direito de Punir x Direito de Liberdade)
Esse conflito é criado artificialmente pela lei para propiciar que o processo penal seja uma “processo de partes”, isto é, com autor-réu, com contraditório
Logo, se no processo penal, o juiz soluciona um conflito, a jurisdição penal é contenciosa.
Ministério Público
Jus Puniendi
Acusação/Réu
Direito de Liberdade
Trilogia Estrutural do Processual
Jurisdição
Estado/Juiz
Inerte
Significa que o Estado/Juiz só pode exercer jurisdição se ele for provocado pelo legítimo interessado
Jurisdição
Função de solucionar conflitos
Autor
Direito de Ação
Direito do Autor de provocar o Estado/Juiz para que esse exerça jurisdição e solucione conflito
Protocola petição inicial
Réu
Direito Processual
É o conjunto de normas processuais que regula o processo, isto é, o exercício conjugado pelo Estado/Juiz, do Direito de Ação pelo Autor e do Direito de Defesa do réu.
Ciência do Processo
Também é chamada de Ciência do Direito Processual ou Dogmática do Processo
É um ramo da ciência jurídica
Busca estudar o fenômeno jurídico (“NJ”), em todas as suas manifestações e onde e quando ele ocorra
Busca estruturar o fenômeno jurídico processual (“NJ” processual), onde e quando ele ocorra
Didier
É aquele que cuida de estudar, dogmaticamente, o Direito Positivo/Processual; apresentando fundamentos, formulando diretrizes e fornecendo subsídios para a adequada compreensão e aplicação de suas normas
Obs: A ciência jurídica e a ciência do processo, partem de conceitos básicos (dogmas), que as auxiliam na análise, compreensão e interpretação do Direito Positivo
Teoria Geral do Processo
É o ramo da filosofia do processo; que é ramo da filosofia jurídica
Estuda as circunstâncias que circundam o fenômeno jurídico. Não busca respostas, se preocupa apenas com as possibilidades do conhecimento.
Tem preocupação epistemológica
Busca fornecer ao cientista processual as bases conceituais/dogmas, necessárias para ele compreender o Direito Processual
Didier
É o conjunto de enunciados doutrinários, não normativos, com preocupação epistemológica, isto é, de fornecer às ciências do processo o repertório conceitual básico para a adequada compreensão e aplicação do Direito Positivo
Dogmas = Conceitos Jurídicos Fundamentais (Lógicos-Jurídicos) Processuais
15.8.2017
Direito Processual, Ciência do Processo e Teoria Geral do Processo
Teoria Geral do Processo: disciplina jurídica que cuida da elaboração, organização e articulação dos conceitos jurídicos fundamentais ou lógico-jurídicos processuais.
	Conceitos Jurídicos Fundamentais ou Lógico-Jurídico
	Conceitos Jurídicos Positivos
	São conceitos doutrinários elaborados pela Filosofia do Direito e que servem de base para a compreensão do fenômeno jurídico (norma jurídica), onde e quando ela aconteça.
	São conceitos abstraídos de determinado ordenamento jurídico e, portanto, só a ele aplicável.
	Apriorístico: servem de base para a criação de outros conceitos.
	Não são universais. 
	Tem a pretensão de validez universal.
	Aplicam-se a determinado ordenamento jurídico em determinado tempo e lugar.
	Aplicam-se a qualquer ordenamento jurídico porque são alheios a uma realidade jurídica determinada. São frutos da análise jurídica. 
	São contingentes históricos (variam em cada país e cada época).
	São provisórios, podem ser substituídos.
	São a posteriori, isto é, criados com base nos conceitos jurídicos fundamentais.
	Possuem duas funções:
servem de base para a construção dos conceitos jurídicos-positivos;
Auxiliam o operador do direito na compreensão, interpretação e aplicação do fenômeno jurídico (norma jurídica) onde e quando ele ocorra.
	Ex.: recurso extraordinário, apelação, tutela de evidência, medida cautelar, ação de execução.
	Conceitos Jurídicos Fundamentais Processuais ou Lógico-Jurídico
	Conceitos Jurídicos Positivos Processuais
	São conceitos doutrinários elaborados pela Filosofia do Direito (TGP) e que servem de base para a compreensão do fenômeno jurídico (norma jurídica processual), onde e quando ela aconteça.
	São conceitos abstraídos de determinado ordenamento jurídico e, portanto, só a ele aplicável.
	Apriorístico: servem de base para a criação de outros conceitos.
	Não são universais. 
	Tem a pretensão de validez universal.
	Aplicam-se a determinado ordenamento jurídico em determinado tempo e lugar.
	Aplicam-se a qualquer ordenamento jurídico processual porque são alheios a uma realidade jurídica determinada. São frutos da análise jurídica. 
	São contingentes históricos (variam em cada país e cada época).
	São provisórios, podem ser substituídos.
	São a posteriori, isto é, criados com base nos conceitos jurídicos fundamentais.
	Possuem duas funções:
servem de base para a construção dos conceitos jurídicos-positivos processuais;
Auxiliam o operador do direito na compreensão, interpretação e aplicação do fenômeno jurídico (ato processual) onde e quando ele ocorra.
	Ex.: recurso extraordinário, apelação, tutela de evidência, medida cautelar, ação de execução.
Direito Processual: conjunto de normas processuais= tem por objetivo regular o processo.
Ciência do Processo: estuda o direito processual. Busca abstrair a partir dos conceitos jurídicos fundamentaisprocessuais e da análise de determinado direito processual os conceitos jurídicos-positivos processuais.
Conceitos Básicos (doutrina)= Dogmas (TGP): são chamados de conceitos jurídicos fundamentais ou lógico-jurídicos processuais.
TGP: ramo da filosofia jurídica. Conceitos criados pelos doutrinadores= epistemologia. Cria conceitos jurídicos fundamentais processuais.
Conceito jurídico fundamental processual primário
Instrumento que o Estado utiliza;
Porque é formado por um conjunto organizado de atos que se sucedem e são dirigidos a um fim comum;
Porque envolve vários poderes, direitos, faculdades, deveres, sujeições e ônus exercidos pelos sujeitos processuais (autor, réu, juiz).
um ato jurídico complexo;
uma relação jurídica complexa;
é um meio de criação de norma jurídica.
MARINONI
Norma: preceito geral e abstrato editado pelo legislador.
Norma jurídica: CF88 + norma + caso concreto = regular o caso concreto.
16.8.2017
Jurisdição
Da autotutela à jurisdição: Evolução histórica dos meios de solução de conflitos
Sociedades Primitivas - Fases
Autodefesa
Solução do conflito pelo uso da força. Imposição do mais forte sobre o mais fraco.
2 Características
Ausência de juiz (alheio às partes)
Exposição do mais forte sobre o mais fraco
Autocomposição
É a solução do conflito pelas próprias partes de maneira amigável; através do acordo.
3 práticas
Desistência
É a renúncia à pretensão
Submissão
É a renúncia à resistência
Transação
Concessões recíprocas
É um meio imparcial de solução do conflito, no qual os litigantes conferem a um terceiro particular alheio ao conflito, o poder de solucioná-lo.
Árbitro: ancião, sacerdote.
Sociedade Romana
Fase da ordo judiciorum privatorum (754 aC a 209 dC)
Período das Legis Actiones (754 aC a 149 aC)
Monarquia (754 aC a 509 aC) – REX
 República (509 aC a 149 aC) – PRETOR E IUDEX
Período Per Formula (149 aC a 209 dC)
LEX AEBUTIA (149 aC a 126 aC)
LEX JULIA PRIVATORUM (17 aC)
Fase da Cognitio Extra Ordinem (209 dC)
305 dC: Morte de Deocleciano
476 dC: Retrocesso
1.100 a 1.271 dC (GLOSADORES) e 1.271 a 1.400 dC (PÓS-GLOSADORES).
Roma
Aristóteles – Séc. III aC
Surgimento da sociedade romana: 754 aC
Tucci, Cruz e Azevedo: Roma, desde o seu nascimento, proibiu a autotutela, pelo menos na fase de solução do conflito. Sempre admitiu a autocomposição (resolução de maneira amigável).
Fase da Ordo Judiciorum Privatorium
Dois períodos:
Período da Legis Actiones – Ações da Lei
Direito Romano Arcaico: Lei das XII Tábuas (450 aC).
Monarquia: O rei (rex) era o detentor único da potestas pública, concentrando os poderes políticos, sociais, jurídicos e religiosos. O rei tinha o poder de solucionar os conflitos, com o auxílio dos sacerdotes. (754 aC até 509 aC).
República (1509 aC até 149 aC)
Magistrado/ Pretor (Representante do Estado Romano)
Iudex= árbitro
Processo Romano: ordo judiciorum privatorum – Solene e Verbal
In Iure= perante o pretor/magistrado
As partes em conflito compareciam perante o pretor e lavravam a litis contestatio (compromisso de aceitar a decisão do árbitro) e indicava a lei aplicável ao caso.
Apud Judicacem: perante o iudex/árbitro
As partes escolhiam o árbitro/iudex
O árbitro era um particular, a quem cabia solucionar o conflito, de acordo com a lei indicada pelo pretor.
2.2. Período Per Formula/Formulário/Direito Romano Clássico (a partir de 149 aC)
In Iure
O árbitro passa a ser escolhido pelo pretor
Processo Romano= + simplificado/parcialmente escrito
Em 209 aC- Fase da Cognitio Extra Ordinem: o pretor passa a ter o poder de solucionar o conflito= o pretor passa a ser o iudex. A figura do árbitro é extinta. O Estado Romano passa a exercer “jurisdição”.
305 dC- morte de Deocleciano: Justiça Privada
 consolidação da jurisdição – Justiça Pública
22.08.2017
A jurisdição como função estatal pacificadora e seus escopos norteadores 
Quais são os escoposobjetivos do Estado ao exercer jurisdição através do processo?
Escopos sociais
pacificação da sociedade (Para Ada Pelegrine este é o principal escopo);
educar os cidadãos.
Escopo político
proteger o “valor” liberdade.
Escopo jurídico
- garantir a aplicação prática/efetividade do direito material ao caso concreto. (Para Marinoni este é o principal escopo).
Meios alternativos de solução de conflitos: existem paralelamente ao processo. Existem por causa dos aspectos negativos do processo (tempo, dinheiro).
Características
Ruptura com o formalismo processual. Simplificação do procedimento;
Celeridade (rapidez);
Baixa de custos (mediação e conciliação). A arbitragem que é cara;
Delegalização: desvinculação ao direito material, já que a solução pode ser baseada na equidade (costumes, princípios gerais...).
Meios:
Conciliação: é aquela na qual as próprias partes solucionam o conflito através do acordo. Solução parcial: dada pelas próprias partes. É uma espécie de Autocomposição (as próprias partes resolvem o conflito). Foi prevista na Constituição Imperial (1824). No início do Século XX, foi estimulada no Brasil pelo trabalho dos juízes de paz e promotores de justiça.
Pode ser extraprocessual (fora do processo, busca evitar o processo, ex.: câmaras privadas de conciliação, Câmara do PROCON, comissões de conciliação nos sindicatos) ou endoprocessual (dentro do processo, na Audiência de Conciliação).
Exige a figura do conciliador: aproximador das partes, não tem poder decisório, pode usar técnicas aproximativas (para aproximar as partes) e técnicas avaliativas (avaliar o conflito e sugerir uma solução). Deve ter passado por um curso de capacitação (curso de conciliação) promovido por instituição de ensino credenciado no MEC e seguindo as diretrizes do CNJ. Precisa promover a sua inscrição no Cadastro Nacional do CNJ e no TJ da localidade em que vai atuar. 
O conciliador judicial será preferencialmente bacharel em Direito, com registro no CNJ e no TJ e pode ser concursado ou não, mas sempre tem processo seletivo. 
	O conciliador extrajudicial deve ter registro obrigatório no CNJ e, se tiver registro no TJ, o acordo por ele lavrado valerá como título executivo extrajudicial.
mediação
arbitragem
Na sociedade contemporânea o processo é o principal meio de solução de conflitos. 
A jurisdição é exercida através do processo. A jurisdição é a função do Estado de solucionar conflitos através da aplicação do direito material.
Coercibilidade + Imparcialidade
Tem uma forma (maneira de acontecer) legal: estabelecida na lei processual. A forma é necessária para preservar a “segurança jurídica” e a “imparcialidade do juiz”. Aspectos negativos da forma: trâmite formal, demanda “tempo”, demanda alto custo, decisão vinculada ao direito material.
	23.8.2017
Meios alternativos de solução de conflitos na atualidade
Conciliação: só cabe, como regra, quando o conflito versar sobre direito disponível (geralmente são direitos patrimoniais) ou sobre direito indisponível transigível. O acordo só é válido se homologado pelo juiz.
Obs.: De regra, não cabe conciliação no processo penal. Exceção: Lei 9.099 95: Juizados Especiais Criminais= julgam infrações penais de menor potencial ofensivo. Ex.: jogo do bicho, danificar o automóvel do namorado, constrangimento ilegal. O delegado faz um Termo Circunstanciado e encaminha para o juizado especial. A audiência de conciliação é perante um juiz e um membro do Ministério Público. Aqui não há pena privativa de liberdade. Só pode ocorrer uma vez a cada quatro anos. Se houver acordo não é reincidência. Pena máxima: 2 anos.
Composição do Dano= entre vítima e ofensor
Transação Penal= entre MP e ofensor
Duração da sessão (privada) ou audiência (pública) de conciliação: 15 a 30 minutos.
É apropriada quando o vínculo entre as partesnão for se procrastinar no tempo. (Indicada quando não há vínculo entre as partes. Se o vínculo permanecer, deve haver mediação).
Mediação
- É aquela por meio da qual as próprias partes solucionam o conflito através do acordo.
- Espécie de autocomposição.
- Vínculos empresariais e familiares.
- Pode ser extraprocessual extrajudicial ou endoprocessual judicial:
Extrajudicial: é feita fora do processo por câmaras privadas de mediação. Busca evitar o processo. Ex.: mantidas por associações empresariais, conselho tutelar.
Endoprocessual: Audiência de Mediação. Vara Cível e Vara de Família
- Existe a figura do mediador: é um aproximador das partes. Não tem poder decisório. Só pode usar técnicas aproximativas para aproximar as partes. Não pode usar técnicas avaliativas. Não pode sugerir uma solução (obs.: o conciliador pode sugerir).
- o mediador judicial e extrajudicial (art. 9) precisam ter curso de capacitação, inscrição no Cadastro Nacional do CNJ e no TJ. Não precisam ser bacharéis em Direito. O mediador judicial precisa ter curso superior e ter 2 anos de formado.
- Lei 13.140 de 2015;
- Sessão Audiência de mediação: duração de 1 hora;
- Mediação é apropriada quando o vínculo entre as partes for se procrastinar no tempo. Ex.: vínculo familiar, empresarial.
Obs.: Cláusula de Mediação (art. 21 e seguintes, Lei 13.140 de 2015): é uma cláusula estipulada pelas partes dentro do contrato entre elas celebrado, prevendo uma tentativa inicial de mediação caso venha a surgir algum conflito. Por essa cláusula, a parte interessada convidará a outra para participar de uma sessão de mediação e se esta não comparecer se submeterá à sanção prevista no contrato. Se o contrato não estipular sanção, esta corresponderá à assunção de 50% das custas processuais e honorários de sucumbência pelo que não compareceu ainda que este venha a ser o vencedor do futuro processo.
Só cabe quando o conflito versar sobre direito disponível ou indisponível intransigível;
Não cabe no processo penal.
Arbitragem (Lei 9.307 de 1996)
Só cabe quando o conflito versar sobre direito patrimonial disponível e quando as partes forem plenamente capazes.
É um meio escolhido pelas partes, no qual elas conferem a um terceiro particular (árbitro) o poder de solucionar o conflito.
Árbitro: pode ser árbitro qualquer “pessoa capaz” e da confiança das partes. É um juiz “de fato e de direito”, ou seja, ele tem poder decisório e sua decisão tem o mesmo valor de uma decisão judicial.
SENTENÇA ARBITRAL: é um título executivo judicial (poderá ser executada perante o Poder Judiciário).
O árbitro não tem poder coercitivo, razão pela qual sua decisão só poderá ser executada pelo judiciário. 
Observação:
Autodefesa
Indispensabilidade da jurisdição
29.8.2017
Meios alternativos de solução de conflitos na atualidade
3.cont.: Arbitragem- Lei n. 9307/96: é o meio pelo qual os litigantes atribuem um terceiro particular (árbitro) o poder de solucionar o conflito. É escolhido pelas partes. É um meio de solução imparcial. Só cabe quando o conflito versar sobre direitos patrimoniais disponíveis. Não cabe se houver interesses de menores envolvidos: as partes devem ser plenamente capazes. As partes não precisam estar representadas por advogados.
Obs: Controle Jurisdicional Indispensável
Como se dá a escolha pela arbitragem?
Se dá por um contrato, por meio da Convenção de Arbitragem=
Cláusula Compromissória: é a cláusula necessariamente escrita inserida no contrato celebrado entre as partes e que prevê a utilização da arbitragem para solucionar eventual conflito que venha a surgir entre as partes. Obs: contrato de adesão: art. 4, $ 2, da Lei 9307/96. Implica renúncia da ação.
Compromisso Arbitral: é o documento através do qual as partes escolhem um ou mais árbitros, escolhem a forma do procedimento arbitral, se o julgamento será de direito ou de equidade (se vai se basear em leis ou costumes), e determinam o prazo para o árbitro proferir sua decisão. Pode ser:
Extrajudicial: instrumento particular assinado por duas testemunhas ou por escritura pública (cartório).
Judicial: por termo nos autos (juiz)
*Início do procedimento arbitral:
Aceitação do árbitro em atuar na causa
Quem pode ser árbitro? Qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. (art. 13)
Quais são os poderes do árbitro? Atua como se juiz fosse. O árbitro é um juiz de fato e de direito (art. 18), isto é, tem pleno poder decisório e sua decisão tem o mesmo valor de uma sentença judicial. Logo, o árbitro precisa ser imparcial. (art. 17). A sentença arbitral não precisa ser homologada pelo Poder Judiciário. Não cabe recurso da sentença arbitral porque o Poder Judiciário não pode alterar o seu conteúdo. 
sentença arbitral:
pode ser anulada pelo Judiciário se proferida com violação à Lei 9307/96 (ação anulatória). (O Judiciário pode fazer o controle de legalidade: pode anular a sentença no caso de decisão ilegal.) art. 33
é título executivo judicial, isto é, poderá ser executada perante o Judiciário.
Obs: o árbitro não tem poder coercitivo. Logo: medidas coercitivas devem ser solicitadas para o Judiciário. Sempre que o árbitro precisar de atos coercitivos, os solicitará ao Judiciário através da carta arbitral.(art 21, 22, 22C)
Deverá ser proferida no prazo estipulado pelas partes, em caso de omissão destas, o prazo será de 6 meses (art. 23);
Escrita (art. 24);
Relatório, Fundamentação, Dispositivo (veredicto): art. 26;
Art. 27: custas
Art. 29
Art. 31: efeitos da sentença judiciária= título executivo
Art 22B: cautelar requerida diretamente para o árbitro
O árbitro pode:
Ouvir as partes;
Ouvir testemunhas;
Determinar a produção de provas;
Decidir, no curso da arbitragem, medidas urgentes/cautelares.
Há casos nos quais a jurisdição é o único meio de solução de conflitos (direitos indisponíveis):
Como regra: não cabe meio alternativo no processo penal;
Lei exige a intervenção do juiz: jurisdição voluntária.
30/08/2017
Processo e Direito Processual
Acesso à justiça (análise sociológica do processo)
Direito de acesso à justiça: acesso ao Poder Judiciário
Defensoria Pública;
Gratuidade de justiça;
Acesso a uma ordem jurídica justa;
Acesso a uma decisão justa= é aquela capaz de dar a quem de direito tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tem o direito de obter (Ada Pelegrini)
Estado Contemporâneo: Estado de bem-estar social. Welfare State = busca do bem comum= pacificação social com justiça.
Processo: meio de acesso à Justiça. Requer:
Universalidade da jurisdição (acesso de todos ao Poder Judiciário);
Devido Processo Legal (processo precisa cumprir as garantias e procedimentos previstos em lei);
Contraditório e Ampla Defesa;
Participação em diálogo (partes-juiz).
Desafios: efetividade do processo como meio de acesso à justiça
acesso de todos ao judiciário
aperfeiçoar o modo de ser do processo (simplificação, celeridade/processo digital, custos)
Alcance da justiça na decisão
Efetividade do processo enquanto meio de acesso à justiça
Instrumentalidade do processo
É o instrumento para o exercício da jurisdição e para aplicação/efetivação do direito material.
Aspecto positivo: o processo deve figurar como instrumento que une a ordem jurídica material ao sistema processual e à realidade das pessoas e das coisas.
Aspecto negativo: o processo não pode ser elevado à condição de fonte criadora de direitos. O processo não é um fim em si mesmo e serve para garantir a efetivação de direitos que preexistem a ele.
Atualmente no Brasil:
	Direito Material
	
	Direito Processual
	É aquele que regula a cooperação entre as pessoas na sociedade e estabelece qual dos interesses e em que medida deve prevalecer.
	
X
	Regula o processo, isto é, o modo processual do Estado de solucionar conflitos na sociedade.
	Regula os bens e utilidades da vida (Ada Pelegrini)
	São ramos diferentes e autônomos entre si
	Regulao exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-Juiz, do direito de ação pelo autor e do direito de defesa pelo réu (Ada Pelegrini).
	
	
Autonomia do Direito Processual
	Regula a posição dos sujeitos processuais (autor, réu e juiz), a forma de proceder de cada ato destes, sem nada dizer sobre o bem da vida, objeto do interesse primário das partes, que é regido pelo Direito Material.
	
	
	Do ponto de vista da sua função jurídica, o Direito Processual figura como instrumento propiciador da efetivação do Direito Material.
Autonomia do Direito Processual
Objeto Próprio= processo;
Leis próprias;
Doutrina própria;
Método próprioç
O processo existe ainda que se constate que não há Direito Material para ser protegido.
Teoria Dualista (Chiovenda) - Processo voltado à “atuação da vontade concreta da lei”
Teoria unitária (Carnelutti) – Processo voltado à “justa composição da lide”
5/9/2017
Processo e Direito Processual
Autonomia do Direito Processual
Final do séc. XIX/início do séc. XX
Contexto: Revolução Francesa: Poder Legislativo = Assembleia Legislativa
Poder Judiciário: ao juiz cabia apenas aplicar a “NJ” sem sequer interpretá-la
	Teoria Dualista (Chiovenda)
	
	Teoria Unitária (Carnelutti)
	O Direito Processual como meio para realização da vontade do Direito Material
	
	“O processo busca a justa composição da lide”
	O ordenamento jurídico divide-se nitidamente em : 
normas materiais ou substantivas: regula o comportamento das pessoas em sociedade. Toda vez que um fato se enquadra em uma norma geral e abstrata ela se torna concreta (subsunção) = fato jurídico. E são normas gerais e abstratas que se tornam concretas com a subsunção, sugindo a partir daí direitos e obrigações subjetivos.
Subsunção: é o enquadramento do fato da vida à hipótese abstrata contida na norma, e que gera a concretização desta e a produção de efeitos jurídicos.
normas processuais: regula o processo enquanto meio solucionador de conflitos na sociedade. O processo busca a aplicação da “vontade” do direito material. O processo não participa da criação de direitos subjetivos. Ele busca reconhecer e tutelar direitos e obrigações subjetivos, que preexistem a ele.
ambas são distintas e autônomas entre si
	
X
	- A sentença concretiza a norma jurídica material abstrata e propicia o surgimento de direitos e obrigações subjetivos.
- A sentença é uma norma jurídica.
- Não há uma distinção nítida entre direito material e direito processual. Isso porque sempre que houver uma lide ou litígio a norma material não conseguirá se concretizar sozinha, dependendo da sentença do juiz emitida no processo para complementar os comandos de lei, surgindo a partir daí direitos e obrigações subjetivos. (a maioria da dourina brasileira não adota sua teoria).
- A sentença é uma norma individual (Kelsen) porque traz um preceito, um dever-ser que deve ser cumprido pelas partes. Só se aplica a pessoas daquele processo.
- Como norma individual, a sentença deve sempre cumprir os parâmetros da norma geral (que é a norma material editada pelo legislador).
- Logo: A atividade do juiz é declarativa porque ele declara a norma geral e é criativa porque ele cria a norma individual (sentença).
	Não cria direitos, apenas garante a efetividade, a realização desses direitos.
A atividade do juiz é meramente declarativa, isto é, cabe ao juiz apenas aplicar o direito material sem sequer poder interpretá-lo.
	
	Marinoni e Fred Didier acreditam que sentença é uma norma, embora não acreditem que o processo cria direitos. 
Didier: a decisão de um Tribunal com efeito vinculante não é individual (precedente vinculante = é geral e abstrata).
Marinoni: norma individual
	
	
	
	A sentença apenas aplica o Direito Material e é algo externo ao ordenamento jurídico (Parte da doutrina adota e parte não adota).
	
	
6/9/2017
Fases de evolução metodológica do Direito Processual
Fase sincretista, praxista, imanentista ou procedimentalista (falta de autonomia do Direito Processual):
perdurou até o séc. XIX;
o Direito Processual era considerado um setor do Direito Material, sem autonomia;
o processo era tido como mero procedimento voltado à realização de direitos materiais;
Teoria Imanentista (Savigny): O Direito de Ação era o próprio Direito Material. Todo direito subjetivo guarda dentro dele o direito de ação: ex.: super-homem. O direito de ação é o próprio direito de ação violado. Direito Material = Direito de Ação. Crítica: o fato de uma pessoa alegar não quer dizer que ela tem o direito, o direito de ação não quer dizer que é um direito material transformado. 
Fase autonomista, conceitual ou processualista:
Início do séc. XIX;
É marcada por grandes construções científicas sobre a natureza do Direito de Ação e do processo;
Alemanha/Áustria: Muther, Windscheid, Wach, Degenkolb, Liebman, Bulow (Pressupostos Processuais);
O Direito Processual ganha autonomia em relação ao Direito Material;
O Direito de Ação passa a ser entendido como sendo o direito a uma resposta do Poder Judiciário (solução do conflito), que poderia ser favorável ou desfavorável ao autor e que existia independentemente da efetiva constatação do Direito Material;
Não se falava ainda em “solução justa”, mas tão somente em solução do conflito: visão introspectiva do Direito Processual, isto é, pelo estudo de seus institutos, conceitos e categorias, sem maiores preocupações com os aspectos deontológicos do processo (impacto que o processo gera na sociedade).
Fase instrumentalista:
Séc. XX (déc. 60);
Marcada por uma visão externa/crítica sobre o processo: com a chegada de Liebman ao Brasil e com as ideias trazidas pelos seus estudos realizados na Europa, iniciou-se a pensar um novo modelo de processo para o Brasil;
Análise do impacto que o processo gera na sociedade;
Percepção do processo como instrumento de acesso à justiça;
Escola Paulista: Cândido Rangel Dinamarco – escopos sociais (paz social e educação do povo), políticos (afirmação da autoridade) e jurídicos (busca da vontade concreta) do processo;
Marcada por 3 ondas renovatórias:
ampliar a assistência jurídica gratuita aos mais necessitados;
proteção dos direitos difusos e coletivos (Direito Ambiental e Direito do Consumidor);
aperfeiçoamento do modo de ser do processo, com simplificação, celeridade, medidas de urgência, processo digital.
Para os doutrinadores da Escola Paulista (doutrina majoritária), o Brasil, com a CF/88, está no neoinstrumentalismo: a Constituição passa a ser o centro gravitacional do sistema processual e o processo passa a ser o instrumento de realização dos direitos fundamentais. 
Para uma doutrina minoritária, estamos em outra fase:
- fase do formalismo-valorativo (Escola Gaúcha): Carlos Alberto Oliveira e Daniel Mitidiero
CF/88= representou uma quebra de paradigma, finalizando a fase instrumentalista e dando início a uma nova fase. A partir da CF/88, o processo passa a ser norteado por 2 valores constitucionais fundamentais (segurança jurídica e a efetividade). A CF/88 passa a ser o centro do sistema processual. 
fase do neoprocessualismo (Escola Baiana): *Diddier= CF/88 passa a ser o centro do sistema processual. Neoconstitucionalismo: processo como instrumento realizador de direitos e valores fundamentais constitucionais. Todos esses valores têm a mesma hierarquia, a mesma importância. 
fase do neoinstitucionalismo (Escola Mineira): Rosemiro Pereira = A CF/88 também passa a ser o centro do sistema processual e faz do processo um instrumento para a realização da cidadania. Teoria do Discurso (Habermas): todos os direitos fundamentais colidem em um direito fundamental que é a cidadania (valor que soma todos os direitos fundamentais).
12/09/2017
Norma Processual
Objeto de Regulação: Processo= é o modo processual do Estado de solucionar conflitos.
Fonte do Direito Processual: é tudo aquilo que gera ou revela uma norma jurídica processual.Materiais: são os fatores sociais, políticos e econômicos que geram a necessidade de edição da norma processual.
Formais: são reveladoras das normas jurídicas processuais.
Tradição jurídica do Civil Law: deve-se utilizar da “lei”.
Imediatas: Lei (primeira a ser buscada) + Precedente Vinculante
Mediatas: analogia, costumes, princípios gerais do Direito (não estão contidos na lei/ Direito Romano: - dar a cada um o que é seu= equidade; não lesionar outrem; viver honestamente), doutrina, jurisprudência 
Abstratas
A CLT contém normas materiais e processuais, por isso são genéricas.
Concretas
CPC, CPP contêm exclusivamente conteúdo processual.
Natureza Jurídica: Norma Jurídica processual tem natureza jurídica de Direito Público (o Estado atua com Poder de Império)
Espécies
Norma Processual de Organização Judiciária: é aquela que regula a criação e estruturação dos órgãos do Poder Judiciário e seus auxiliares. Ex.: CF (art. 98), regimentos internos.
Norma Processual em sentido estrito: é aquela que regula os poderes, direitos, faculdades, deveres, sujeições e ônus dos sujeitos processuais
Norma Procedimental: regula a forma pela qual os atos processuais deverão ser praticados.
Aplicação no espaço – Princípio da Territorialidade
Sentença: norma material: herdeiros, quinhão
- Dentro do território brasileiro se aplica a norma processual brasileira (lex fori), sem prejuízo da aplicação de disposições processuais específicas previstas em tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja parte (art. 13/CPC).
Aplicação no tempo (Direito Intertemporal)
Art. 6o LINDB – tem eficácia imediata e geral, respeitados a coisa julgada, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito.
a lei “processual” nova em vigor não se aplica a processos já acobertados pela coisa julgada, porque ela não retroage. Norma “material” pode retroagir: abolitio criminis, lei posterior mais benéfica.
A lei processual nova em vigor se aplica aos processos iniciados sob a vigência da lei antiga e ainda em curso? Sim. Sistema do Isolamento dos Atos Processuais: Brasil (art. 2o CPP e 14 CPC)= a lei processual nova em vigor incide imediatamente sobre os processos em curso, regulando os novos atos a serem praticados a partir dessa vigência, e sem prejuízo da vigência da lei antiga e que continuarão por ela regidos.
13/09/2017
Sistema da Unidade Processual: se o processo se iniciou sob a vigência da lei antiga, ele continua por ela regido. A lei processual nova só se aplicará a processos iniciados após a sua entrada em vigor.
Sistema das Fases Processuais: determina que a lei processual nova em vigor só incide sobre as fases processuais que se iniciarem após a sua entrada em vigor, não incidindo sobre as fases iniciadas sob a vigência da lei antiga, que continuarão por ela regidas.
DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
Normas= regras + princípios
Princípio: espécie de norma jurídica que estabelece uma finalidade/Estado de coisas a ser alcançado a partir de determinado comportamento. São mandados de otimização, cujo conteúdo é maleável, isto é, será realizado de acordo com as possibilidades jurídicas e fáticas.
Princípios Constitucionais do Processo
Princípio do Devido Processo Legal (CF, art. 5o, LIV) (Due Processo f Law): garante que ninguém será privado de seus direitos sem antes se ter um Devido Processo Legal. (Direito ao Processo). Traz o direito a um processo. Devido: processo justo/equitativo/garantias mínimas/procedimento pré-estabelecido em lei. Evita o abuso de autoridade, Garante a segurança jurídica.
2 dimensões
Procedural Due Process (Devido Processo Legal Procedimental): Determina que o processo deverá ser estruturado de acordo com as garantias processuais mínimas, do contraditório, da ampla defesa, da imparcialidade do juiz, do juiz natural, da isonomia, da publicidade, da efetividade, da adequação, da boa-fé e da cooperação. Garante a observância da Regularidade Formal. Significa a observância da regularidade formal: significa que o processo tem um rito/procedimento pré-estabelecido em lei e que deve ser seguido. Busca garantir previsibilidade do que ocorrerá no processo e evitar surpresas violadoras dos direitos das partes.
Substantive Due Process (Devido Processo Legal Substantivo ou Material): mecanismo de controle de conteúdo das decisões judiciais. 1o = se dirige ao legislador, figurando como limite da atuação deste= determina que o legislador deverá elaborar as leis de acordo com os critérios da justiça, razoabilidade e proporcionalidade. 2o = se dirige ao juiz (julgador): determinando que o juiz antes de aplicar uma lei deverá sopesar a sua compatibilidade com a Constituição Federal e deverá interpretar a lei de modo a conferir a máxima eficácia aos direitos fundamentais
Princípios da Impacialidade do Juiz e do Juiz Natural
Princípio da Igualdade
Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa
19/09/2017
DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
Princípios norteadores do sistema processual
2) Princípio da Imparcialidade do Juiz e do Juiz Natural
Sujeitos Processuais: autor, réu e juiz.
Partes: autor e réu: quem integra o contraditório 
O juiz não pode ter interesse no objeto do conflito nem razões para privilegiar quaisquer das partes. Ele deve se manter acima e equidistante das partes. Não estar impedido nem suspeito para o processo. 
Juiz Natural: toda pessoa tem o direito de ser julgada por um órgão investido de jurisdição pré-constituído, competente e imparcial. Juiz togado ou um tribunal. Só quem investe de jurisdição é a Constituição Federal. Pré-constituído: já existente na lei antes do fato. Proibe-se no Brasil os Tribunais de Exceção: Ad Hoc que são criados após o fato para julgar uma pessoa em especial: proibição absoluta, nem mesmo em tempos de guerra pode haver. Competente: uma ordem pré-fixada de competências, o que evita a discricionariedade. Imparcial: Não pode ser suspeito e nem impedido. Art. 5o, XXXVII e LIII, CF.
Princípio da Igualdade: determina que no processo as partes devem ter as mesmas oportunidades de fazer alegações, produzir provas e influenciar no convencimento do juiz.
Igualdade Processual: é entre autor e réu: o juiz está acima.
Isonomia: que justifica o tratamento processual diferenciado em determinados casos. Processo Criminal= “favor rei”, in dubio pro reu: o interesse do réu goza de prevalente proteção em face da pretensão punitiva do Estado. Processo Civil/trabalhista: prioridade de tramitação para o idoso, curador especial para o réu revel citado por edital ou por hora certa, curador para o incapaz.
Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa: são princípios diferentes, mas interconectados. 
Contraditório: 2 garantias para as partes (autor e réu): 
garantia de informação: direito do réu de saber que está sendo processado. Traz o direito de ambas as partes de tomarem conhecimento dos atos praticados no processo.
Obs! Atos de comunicação processual:
Citação: é dirigida ao réu e informa para ele a existência de um processo em desfavor, garantindo-lhe a oportunidade de defesa.
Intimação: busca informar um ato ou convocar para comparecer em audiência e pode ser dirigida a qualquer das partes ou a outros sujeitos processuais (MP, testemunha e perito).
Notificação: citação= Justiça do Trabalho: reclamado é notificado, Mandado de Segurança: impetrado é notificado.
Direito de Reação: Direito de ambas as partes de contraditar/impugnar aquilo o que foi alegado pela outra. Direito de defesa do réu. Revelia: réu não oferece defesa= efeito: processo civil/trabalhista: direito disponível, gera presunção relativa da veracidade dos fatos alegados pelo autor na petição inicial. processo penal: direito indisponível, o juiz nomeia um defensor dativo para o réu. 
Ampla Defesa: garante a ambas as partes o amplo acesso aos meios de prova.
Princípio da Ação, Demanda ou Inércia Processual
Princípio do Impulso Oficial
20/09/2017
Direito Processual Constitucional
PrincípiosNorteadores do Sistema Processual
Ação, Demanda ou Inércia Processual: estabelece que, de regra, o juiz só pode exercer jurisdição se for provocado pelo legítimo interessado. Processo Acusatório (no inquisitório o juiz provocava). O juiz julga nos limites do que foi pedido.
Exceções: 
Se não houver iniciativa no processo de inventário, o juiz pode iniciar o processo. 
O TRT pode iniciar de ofício uma ação coletiva (dissídio coletivo) no caso de greve.
 HC em processo criminal pode de ofício liberar a pessoa.
Impulso Oficial: é aquele pelo qual cabe ao juiz e não às partes impulsionar o procedimento de fase em fase até exaurir a função jurisdicional.
Publicidade (CF art. 93, IX): regra= o processo é público. 
acesso do público às audiências;
consulta dos autos processuais por qualquer pessoa
Exceção: processos em segredo de justiça (Vara de Família, Vara da Infância e Juventude, Vara Criminal, nos crimes contra liberdade sexual, pode-se requerer em alguns processos: quem tem acesso são as partes e o advogado).
Duplo Grau de Jurisdição: garante ao sucumbente o direito de recorrer da decisão.
O Supremo Tribunal Federal acolheu a orientação que atribui natureza constitucional às convenções internacionais de direitos humanos celebrados pelo Brasil (ou aos quais o nosso País aderiu) entre a promulgação da Constituição de 1988 e a superveniência da EC n° 45/2004 no HC 90.450, DJe 025, publicação 06.02.3009, conforme voto do Min. Celso de Mello, que reconheceu que nesta situação “referidos tratados assumem caráter materialmente constitucional, porque essa qualificada hierarquia jurídica lhes é transmitida por efeito de sua inclusão no bloco de constitucionalidade, que é “a somatória daquilo que se adiciona à Constituição escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados””.
Exceção: Embargos de Declaração (o próprio juiz da causa julga os EDs).
Efetividade (Direito Fundamental à Tutela Executiva)- maior incidência possível: aquele que venceu o processo tem o direito de pedir em juízo que seja executada a sentença (apreensão de bens, etc.). Garante ao titular do direito reconhecido no processo o acesso aos meios de execução forçada para a ampla, pronta e integral satisfação do seu direito. Garantia mínima do Devido Processo Legal. Processo Devido = Processo Efetivo.
3 regras:
interpretar as normas que regulam os meios executivos de modo a lhes garantir a máxima efetividade possível;
deixar de aplicar restrição a meio executório que não se coadune com a CF. 
O juiz tem o dever de aplicar todo os meios executórios constitucionais necessários para a satisfação do direito.
Carnelutti: processo da efetividade = maior coincidência possível: o processo deve buscar garantir ao titular do direito o bem da vida que ele teria, se ele não precisasse do processo. 
Adequação
2 momentos:
Pré-jurídico ou legislativo
Dirige-se ao legislador e estabelece que este ao criar leis procedimentais deverá construir o procedimento do processo de acordo com a natureza e as peculiaridades da situação jurídica material a ser apreciada. Adequação da técnica processual à realidade do direito material.
3 critérios a serem observados pelo legislador:
Subjetivo: quem são as partes?
Teleológico: qual é a finalidade e os valores que norteiam o processo?
Objetivo: qual é direito material envolvido? Como ele se apresenta? Se há situação de urgência?
Jurídico ou Processual (Princípio da Adaptabilidade ou Elasticidade)
Estabelece que cabe ao juiz, no processo, adequar o procedimento às peculiaridades do caso concreto, corrigindo eventuais falhas violadoras de direitos fundamentais.
 
Boa-fé processual: todos os sujeitos processuais (autor, réu e juiz) devem agir de acordo com um padrão objetivo de conduta, proba, honesta, leal, esclarecedora (Boa-fé Objetiva).
Impede:
o abuso das posições processuais;
falsificação de provas;
venire contra factum proprio: é a vedação contra o comportamento contraditório.
Duração Razoável do Processo celeridade 
Garante o direito a um processo sem dilações indevidas.
Duração do Processo:
Complexidade da causa;
Comportamento do réu e de seus advogados;
Atuação do órgão jurisdicional.
Cooperação
Dirigida ao juiz
Assumir uma postura cooperativa no processo. 3 deveres do juiz:
esclarecimento: dever de esclarecer dúvidas das partes.
consulta: ouvir as partes antes de decidir. 
prevenção: prevenir nulidades no processo.
Instrumentalidade
O Direito Processual figura como um instrumento propiciador da realização prática do direito material.
Teoria Circular: direito processual e direito material são interconectados, mas independentes entre si. O direito material é renovado no processo. O direito processual realiza o direito material por meio do processo.
Princípios, Didier (ciência do processo, TGP e )
A sociedade e a Tutela Jurídica
Direito
Carnelutti
Bem da Vida
Ser Humano
Jurisdição Contenciosa
Jurisdição Voluntária
Processo
Processo Jurisdicional
Arbitragem
Arbitragem Obrigatória
Processo

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