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Tipos de cimento, permeabilidade e porosidade (Apostila II) Professor: Artur Corval 1 - MINERAIS DIAGENÉTICOS: Durante os processos diagenéticos, a sílica está presente em muitos sedimentos, sob as mais diferentes formas, podendo se formar em qualquer estágio da diagênese. Sob o ponto de vista prático a sílica é considerada insolúvel, em relação aos demais minerais sedimentares. Entretanto, mostra reatividade química em determinadas condições. Em condições de pH abaixo de 9, a 25 o C, o quartzo entra em equilíbrio com a água. Esta situação que pode ser representada por: SiO 2 + 2H 2 O → H 2 SiO 4 Em condições normais, o quartzo em equilíbrio com a água tem a solubilidade de 6-10 ppm. Porém, a sílica amorfa, nas mesmas condições, tem a solubilidade aumentada de 100-140 ppm. Normalmente, com o aumento do pH (alcalino) a solubilidade da sílica aumenta. O aumento da salinidade promove o aumento do pH das águas do mar, e, conseqüentemente, a solubilidade da sílica. Na pedogênese, a sílica possibilita a formação de complexos orgânicos que aumentam a solubilidade da sílica, conforme se pode observar em lâminas de solos. Segundo Surdam et al (1984), durante a geração de hidrocarbonetos, na mesogênese, há a liberação de ácidos orgânicos que formam complexos orgânicos com o Al3+ oriundos de feldspatos, gerando porosidade secundária e, conseqüentemente colocando a sílica em solução. De igual modo, em presença de Fe3+, a sílica também sofre aumento de solubilidade. Tal fato pode ser verificado por meio de feições de corrosão profundas observadas em quartzo. A precipitação de SiO2 está ligada às condições de pH da solução. Assim sendo, em condições ácidas, a sílica precipita. A presença de grãos de quartzo pode nuclear a sílica em solução dando origem a crescimentos secundários. Em soluções supersaturadas em sílica precipitam sílica sob a forma de opala ou de quartzo microcristalino (ou ainda, sílex, calcedônia). 1.1 - FONTES DE SÍLICA: A diagênese silicosa é extremamente comum, principalmente, em quartzo arenitos (arenitos quartzosos). É notável nos arenitos paleozóicos de nossas bacias cratônicas, notadamente os da Formação Furnas, da Bacia do Paraná, a presença de cimentos quartzosos e outros ligados à cimentação silicosa que tornam as rochas extremamente duras e fechadas. Também, na Bolívia, os arenitos quartzosos são extremamente duros e fechados. Logo, o gás é produzido em reservatório fraturado. A diagênese silicosa está ligada às inúmeras fontes que fornecem SiO2 para as águas das bacias. Fontes de SiO2, assim como sua precipitação, podem ocorrer em qualquer estágio diagenético (eo, meso e telogenético). São inúmeras as fontes de sílica possíveis reportadas por diversos autores. Segue uma síntese das principais fontes de sílica: a) Liberação de SiO2 pela dissolução por pressão entre grãos de quartzo e dos siltitos de camadas adjacentes; b) A alteração e substituição de feldspatos e de outros silicatos em condições diagenéticas (eo, meso e telogenético); c) Intemperismo de rochas silicosas e, posterior incorporação dos fragmentos nas águas meteóricas; d) Solubilização de carapaças e de espículas silicosas de protozoários e invertebrados (radiolários, diatomáceas, espongiários) tanto nas águas do mar como em rochas (folhelhos e arenitos); e) Hidratação de rochas e vidros vulcânicos; f) Na substituição de grãos (feldspatos e quartzo) das rochas por carbonatos e sulfatos; g) Na conversão de esmectitas em ilitas durante o soterramento; h) Da liberação da decomposição de complexos orgânicos naturais; i) Da dissolução diagenética de grãos de quartzo e feldspatos durante a história de soterramento de rochas (sem dissolução por pressão); j) De silicatos amorfos acumulados em lamas e areias. 1.2 - TIPOS DE CIMENTOS DE SÍLICA Crescimento sintaxial (overgrowth) é também conhecido por secundário ou sintaxial e consiste no crescimento do quartzo em continuidade cristalina com o grão hospedeiro. Esta feição é mais freqüente em grãos monominerálicos do que em quartzo microcristalino (sílex = chert). Este processo está condicionado a presença de um grão de quartzo que atua como semente (seed) sobre o qual são nucleados os íons de SiO2 em solução. A presença de um grão detrítico, atuando como semente, é essencial para o desenvolvimento de crescimentos secundários. O mesmo ocorre com outros minerais como feldspatos, turmalinas e outros. . QUARTZO MICROCRISTALINO E AMORFO: O quartzo microcristalino (cristais < 15 μm) ocorre sob diferentes formas, principalmente como calcedônia (fibroso), sílex (chert) e opala. Normalmente, a precipitação lenta de SiO2 leva a formação de megaquartzo e a rápida, em soluções supersaturadas de SiO2 gera microquartzo. Nestas condições, havendo espaço disponível (poros e fraturas), ocorre o desenvolvimento do hábito fibroso da calcedônia. A opala constitui uma mistura criptocristalina de cristobalita ou tridimita (polimorfos do quartzo), só detectável por DRX, que confere à mistura o aspecto amorfo. Sob esta forma, pode-se dizer que, freqüentemente, ela é derivada da alteração de vidros vulcânicos ou de carapaças silicosas (radiolários, diatomácaeas e espículas de espongiários). Em soluções com altas salinidades, a sílica coloidal tende a formar opala. Isto é evidente em condições desérticas, onde as águas intersticiais, por evaporação, tornam-se salgadas, aumentando a solubilidade da sílica. Portanto, nestas condições, podem ocorrem arenitos cimentados por opala. Nestas condições, a sílica se deposita na superfície das rochas formando o chamado “verniz do deserto”. Porém, com o tempo e o soterramento, a opala se recristaliza para sílex. Por este motivo, é difícil encontrar-se opala em rochas antigas. . SILCRETE É uma feição de endurecimento, próximo à superfície, em sedimentos, regolitos, saprolitos, solos ou rochas, pela cimentação de sílica, normalmente sílex (chert), em condições áridas. Este tipo de cimentação é formado pelas soluções circulantes. Analogamente, calcretes (caliche), gipscretes, foscretes e ferricrete são formados pela precipitação de carbonatos, sulfatos de cálcio, fosfatos e hiróxidos de ferro, respectivamente, contidos em soluções circulantes. Em condições de alta evaporação, próximo à superfície (em condições áridas e quentes) precipitam os óxidos. Silcretes e seus análogos ocorrem como finos filmes, revestindo grãos e rochas, também sob a forma de camadas, nódulos, ou mesmo, conferindo o hábito colunar e são produtos de processos eogenéticos. Entretanto, em condições telogenéticas, por soerguimento e intemperismo de pacotes rochosos, podem ocorrer as mesmas condições que na eogênese e, conseqüentemente, a formação de silcretes. . FELDSPATO DIAGENÉTICO O feldspato diagenético ocorre em quase todos os tipos de arenitos. Os cimentos de feldspato são os mais comuns, pois os K-feldspatos detríticos são os mais abundantes e encontrados em arenitos continentais e marinhos rasos de todas as idades. Em essência, a diagênese dos feldspatos depende basicamente da composição dos fluidos intraestratais. A fonte de íons necessários à formação de feldspatos autigênicos, tais como K + e Na 2+ das águas intraestratais são originados da alteração de feldspatos, micas e de outros silicatos. O Al 3+ e Si 4+ , também provenientes de alterações de aluminossilicatos e de transformações de minerais de argila, constituem fontes essenciais para a autigênese de feldspatos. A precipitação deste tipo de cimento está intimamente ligada à nucleação em torno de um hospedeiro detrítico. Em sistemas fechados, a precipitação de K+ como cimento torna o meio mais ácido favorecendoa precipitação de caolinita, por exemplo. Os crescimentos secundários de K-feldspatos ocorrem sobre grãos detríticos de ortoclásio, microclina e, ocasionalmente, em plagioclásios. A albita, normalmente, ocorre pura como membro final da série isomorfa dos plagioclásios, ou seja, Na Al Si3O8 como cristais triclínicos tabulares límpidos. De igual modo, ela ocorre como crescimento secundário sobre plagioclásios. A albitização é um processo tipicamente mesogenético. Entretanto, ela está sujeita a dissolução em condições telogenéticas. . CARBONATOS O pH das águas naturais é controlado pelo equilíbrio CO2-água. Assim, o CO2 em contato com a água, é dissolvido até atingir o equilíbrio e a concentração é proporcional à pressão parcial da fase gás. Na fase líquida o CO2, denominado ácido carbônico, pode ser representado por: CO2 + H2O = H2CO3 O H2CO3 (ácido carbônico) tende liberar os íons de hidrogênio e HCO3 na reação representada por: H 2 CO 3 = H + + HCO 3 - Este, por sua vez: HCO 3 - = H + + CO 3 2- Na água, com pH abaixo de 6 (ácido), o CO 2 entra em solução sob a forma de H 2 CO 3 e acima de 7 (alcalino), como HCO 3 - . A temperatura influi na solubilidade do CO2 e, conseqüentemente, no pH. Assim, em baixas temperaturas, aumenta a solubilidade do gás carbônico. Como conseqüência, o pH diminui, tornando a solução mais ácida. Nestas condições, os carbonatos tendem a se solubilizar. Estas condições ocorrem na eodiagênese, onde o sistema é aberto. ZONAS DE OXIDAÇÃO Em alguns sedimentos continentais, a ação de processos microbiológica (aeróbicos) promove a oxidação de matéria orgânica, produzindo HCO3 - , que ao reagir com Ca++ precipita calcita, pobre em Fe++ e Mn++. Sedimentos oxidados são mais comuns em depósitos continentais. Os óxidos de ferro não constituem bons indicadores de condições oxidantes, pois permanecem estáveis mesmo em zonas com baixíssimos teores de oxigênio. Estas zonas se caracterizam pela ausência de matéria orgânica. Entretanto, podem conter materiais carbonizados (restos de vegetais superiores). Desta forma, nestas condições, estes sedimentos permanecem livres da ação redutora de bactérias anaeróbicas antes do efetivo soterramento. Em condições áridas, principalmente em depósitos arenosos, as águas circulantes próximas à superfície evaporam promovendo a deposição de carbonatos que dão a origem aos calcretes. O mesmo ocorre em depósitos litorâneos, que ficam expostos por ocasião de maré baixa, dando origem aos beach rocks. ZONAS DE REDUÇÃO (ANÓXIDAS) Em determinadas condições, a oxidação bacteriana da matéria orgânica pode produzir HCO3- (bicarbonatos), consumindo o O2, tornando, assim, o ambiente anóxido. De igual modo, a redução microbiótica de sulfatos pode oxidar a matéria orgânica dando origem a bicarbonatos. Esta reação pode ser representada por: 2C + SO42- + 2H2O = 2HCO3- + HS- + H+ Em condições marinhas, onde há sedimentos contendo ferro. Esta reação resulta em precipitação de pirita. Desta forma: 15C + 8SO42- + 2Fe2O3 + 15H2O = 15HCO3- + 4FeS + OH- mat. org. hematita pirita Assim, esta reação está condicionada pelas quantidades relativas do Fe (óxidos), do SO42- e, pela matéria orgânica ativa. Por outro lado, o aumento da alcalinidade e da concentração HCO32-, propiciado por ela, incrementa a precipitação de carbonatos. Os minerais carbonáticos não ocorrem naturalmente como fase pura, mas como soluções sólidas, principalmente entre calcita (CaCO3), magnesita (MgCO3) e siderita (FeCO3). A fonte principal dos cátions Ca2+ e Mg2+ são os fragmentos esqueletais. Normalmente estes fragmentos são constituídos de aragonita e calcita magnesiana, formas minerais extremamente instáveis que normalmente tendem a se recristalizar ou se dissolver com o tempo. O Fe2+, Mg2+ e Mn2+ são comumente derivados de óxidos e hidróxidos ou da alteração dos ferromagnesianos. As rochas vulcânicas, por sua natural instabilidade, ao se alterar liberam quantidades apreciáveis de Mn, Fe e Mg e, também constituem apreciável fonte de sílica. Os fluídos hidrotermais derivados das mesmas durante a expansão do fundo oceânico (sea floor spreading) são possíveis fontes de metais que podem ser fixados como carbonatos em condições redutoras. A ação bacteriana em restos de raízes e vegetais associados a solos lateríticos, normalmente ricos em óxidos de Fe e de Mn, gera CO2 e mantém o pH baixo (ácido) fornecendo Mn2+ nas soluções dos poros das rochas, que, por sua vez pode dar a origem a dolomitas. . CALCITA A calcita diagenética, assim como os outros carbonatos, pode se formar em qualquer estágio de diagênese e em quase todos os ambientes deposicionais. Em condições continentais, a calcita está associada a óxidos de ferro. Já, na marinha, em condições anóxidas, ela é precipitada por pirita. Texturalmente, ela ocorre como: 1 - Mosaico, ou seja, espatos anédricos, normalmente preenchendo poros e fraturas; 2 - Poiquilotópica (crystal sandstone) caracterizada por um único cristal de carbonato (espatos) envolvendo vários grãos do arcabouço. Neste tipo, o arcabouço é extremamente frouxo e, em lâmina, tem-se a impressão de que os grãos estão flutuando dentro de grandes cristais indicando que a cimentação ocorreu a baixas profundidades (precoce); 3 - Microespática é comum em ambientes recentes ou subrecentes (Pleistoceno) (calcita formada a temperaturas inferiores a 40°C). Este tipo de cimento é extremamente comum em beach rocks, cuja formação está condicionada a processos de superfície (eogênese). . DOLOMITA CaMg (CO 3 ) 2 e ANQUERITA Ca(Mg,Fe)(CO 3 ) 2 A distinção entre os carbonatos, de um modo geral, é bastante problemática, devido à semelhança das propriedades óticas. A distinção é normalmente feita através de técnicas especiais, tais como: microssonda, espectro de energia dispersiva (EDS) e outros métodos químicos. Porém, o mais prático método de distinção corresponde aos métodos colorimétricos. A dolomita ocorre sempre como resultado de substituição de Ca2+ por Mg2+, chamado de dolomitização. Esta substituição se processa de forma ordenada, ou seja, há a ocorrência de camadas só de Mg, intercaladas regularmente com camadas de Ca. Este processo ocorre em todos os estágios da diagênese, principalmente nos estágios mais precoces (eogênese). Normalmente, a dolomita se apresenta como romboedros euédricos, comumente usado como critério de distinção em relação à calcita. Entretanto, a calcita pode aparecer, da mesma forma, como romboedros euédricos. Também, freqüentemente, a dolomita ocorre como mosaicos e mesmo como espatos poiquilotópicos englobando dois ou mais grãos do arcabouço. A dolomita pode ser encontrada como substituição em intraclastos carbonáticos. Nos cimentos calcíticos de certos arenitos, por vezes, é possível a observação de romboedros dolomitizados em espatos calcíticos. A dolomita ferrosa é a anquerita e se forma durante o soterramento e, em certas bacias elas são consideradas a cimentação carbonática dominante em camadas profundas. De igual modo, já foram encontradas dolomitas ferrosas dissolvidas, devido, muito provavelmente às mudanças da composição das águas durante o soterramento. . SIDERITA FeCO 3 Em condições marinhas a redução bacteriana sulfática é, normalmente, intensa a ponto de inibir a formação da siderita. Assim, em ambientes redutores não marinhos ou deltaicos, com baixa atividade sulfídrica, há a precipitação de siderita quando a razão Fe 2+ /Ca 2+ for elevada. Caso contrário, há a formação de calcita. A siderita (como cimento) pode se formar pelarevitalização de sideritas precoces ou por substituição de Ca2+ e Fe2+. Também, com a entrada de Ca2+ no crescimento de siderita há, às vezes, a passagem sintaxial para calcita ferrosa. Ela foi encontrada como nódulos em pelitos não marinhos ricos em matéria orgânica. A siderita, em lâmina, por vezes se distingue dos outros carbonatos devido a sua coloração parda ou castanha, formando pequenos romboedros agregados a cristais espáticos. Também, ela pode ocorrer como romboedros entre lâminas de biotitas alteradas. 2 - TEXTURA DIAGENÉTICA O conhecimento da textura das feições diagenéticas é muito importante, porque ela influi diretamente nas propriedades petrofísicas (porosidade e permeabilidade) dos reservatórios de hidrocarbonetos. Teoricamente, são reconhecidos dois tipos de porosidade: a primária e a secundária. A porosidade primária é aquela cujo espaço vazio foi herdado por ocasião da deposição; já na secundária, a porosidade foi originada por processos pós-deposicionais, ou seja, diagenéticos. As feições diagenéticas podem se apresentar sob diferentes maneiras, dependendo: a) Dos minerais envolvidos nos processos e da composição dos fluidos circulantes; b) Das condições de pressão e temperatura do ambiente de formação; c) Das condições de pH e EH durante sua formação; d) Das condições climáticas nas fases eo e telogenéticas; e) Da história de soterramento; f) Das condições petrofísicas dos sedimentos clásticos hospedeiros (porosidade e permeabilidade); g) Da fábrica e textura da rocha (granulometria, contatos entre grãos, etc.). Sob o ponto de vista de reservatório, a diagênese pode alterar substancialmente as características petrofísicas de um depósito sedimentar ao transformá-lo em rocha. Assim sendo, a diagênese, normalmente pode: obliterar, parcial ou mesmo totalmente o espaço poroso da rocha. Há casos, entretanto, de que estes processos pós-deposicionais podem aumentar ou mesmo gerar novos poros. A textura herdada pelos minerais diagenéticos é básica para o reconhecimento e para o diagnóstico dos processos envolvidos. As principais feições texturais estão esquematizadas na figura 1. Categorias de cimento são mostradas na figura 2 e 3: Figura 1: Feições texturais esquemáticas dos constituintes diagenéticos. Figura 9 Os cimentos podem ser divididos em duas categorias, em franjas ou oclusivos. Em franjas mostram uma relação regular envolvendo os grãos do arcabouço. Os oclusivos que vão obliterando irregularmente os poros. As áreas específicas das franjas têm uma influência na avaliação das propriedades do reservatório. Mod. De Wilson, 1994. Figura 2: Os cimentos podem ser divididos em duas categorias, em franjas ou oclusivos. Cimento em franjas mostra uma relação regular envolvendo os grãos do arcabouço. Os oclusivos que vão obliterando irregularmente os poros. As áreas específicas das franjas têm uma influência na avaliação das propriedades do reservatório. (Wilson, 1994). Figura 3: Grãos reciclados. Nestes casos, as franjas se preservam irregularmente nas depressões dos grãos do arcabouço (onde são mais espessas) e em seus contatos. Tais tipos são comuna em arenitos eólicos e nos depósitos de plataformas. As franjas desta natureza são menos nos grãos mais grossos. (Modificados de Wilson, 1994). 3 - POROSIDADE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA A porosidade primária ou original é aquela herdada na deposição dos sedimentos. Ela depende basicamente das condições em que foram depositados os sedimentos, ou seja, da energia do ambiente de deposição. Por isto, ela tem forte controle faciológico, o que corresponde a dizer: controle estratigráfico. Já a porosidade secundária é aquela gerada após a deposição do sedimento. O estudo da porosidade secundária é de grande importância no estudo geológico dos reservatórios uma vez que são grandes produtores de óleo e gás, principalmente em rochas fraturadas. Quanto à morfologia, Schmidt & McDonald, 1979, distinguem os seguintes tipos de porosidade: Primária: a) Intergranular: entre os grãos do arcabouço; b) Intragranular: dentro dos grãos do arcabouço, encontrados em fragmentos de rocha em fósseis; c) Intercristalina: remanescente de porosidade primária entre cristais cimentantes. Secundária: a) dissolução de grãos do arcabouço: Freqüentes na remobilização de feldspatos, carbonatos, fósseis e outros grãos pseudomorfizados; b) dissolução de cimentos autigênicos: Este tipo é extremamente comum em cimentação de carbonatos e freqüentes em sulfatos; c) Encolhimento (shrinkage) é relacionado a processos de compactação química. O encolhimento é significante em reservatórios com argila infiltrada. Neste tipo de reservatórios, as argilas infiltradas, normalmente são esmectíticas. As esmectitas ao se transformarem em ilitas durante o soterramento é um bom exemplo; d) Fraturados: este tipo de reservatório constitui uma categoria especial que depende basicamente da história tectônica da bacia. Para este tipo são necessários estudos de evolução estrutural. O reconhecimento textural (Figura 4) e o genético (Figura 5) constituem bases para o diagnóstico da porosidade secundária. Figura 4: Classificação genética da porosidade secundária. Figura 5: Critérios petrográficos para o reconhecimento da porosidade secundária.
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