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Redação Instrumental Aula 1

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Plano de Aula: REDAÇÃO INSTRUMENTAL 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130 
Título 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Tipologias textuais e a distinção entre o texto narrativo e o argumentativo. 
 
Objetivos 
· - Conhecer o plano de ensino da disciplina e os planos de aula. 
· - Reconhecer a importância da disciplina para a atividade jurídica em geral. 
· - Identificar os tipos textuais. 
· - Diferenciar o texto narrativo do argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Apresentação do plano de ensino e dos planos de aulas. 
2. Tipologias textuais 
2.1. Características do texto narrativo 
2.2. Características do texto do argumentativo 
Aplicação Prática Teórica 
 
 
 NADA DE DESCULPAS E MÃOS À OBRA ! 
 
 Observe o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças 
estruturais entre a construção de um texto narrativo e argumentativo: 
 
 NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO 
Objetivo Expor os fatos relevantes 
do caso concreto a ser 
solucionado no Judiciário. 
Defender uma tese 
compatível com o 
interesse da parte que 
o advogado representa 
para sustentação do 
pedido que se pretende 
ter acolhido pelo 
judiciário. 
Importância 
do fato 
 
Cada fato representa uma 
informação que compõe a 
situação fática a ser 
conhecida pelo judiciário. 
O fato narrado é 
interpretado à luz do 
ordenamento jurídico e 
transformado em 
elemento de persuasão 
que é o raciocínio; para 
sustentação da defesa 
da tese pretendida 
(Descritivo-Valorativo-
Normativo). 
Tempo verbal utilizado 
 
 Para os fatos que se 
iniciaram no passado e que 
perduram até o momento 
da narração. O futuro não é 
utilizado porque fatos 
futuros são incertos, 
hipotéticos. 
Presente atemporal. 
Pretérito Perfeito: só 
deve ser usado para 
retomar os fatos 
(provas/indícios) 
relevantes da narrativa 
jurídica, com os quais 
se defenderá a tese. 
Pessoa do discurso Utiliza-se da 3ª pessoa do 
singular, por marcar a 
imparcialidade do 
advogado, passando, 
assim, maior veracidade 
aos fatos narrados 
Utiliza-se da 3ª pessoa 
do singular em busca 
de maior persuasão e 
veracidade para os 
argumentos formulados 
Organização Os fatos são narrados e 
descritos em 
ordem Pretéritos (perfeito, 
imperfeito, mais-que-
perfeito), porque todos os 
fatos narrados já 
ocorreram. O presente é 
usado somente cronológica, 
isto é, na mesma ordem em 
que aconteceram no mundo 
natural (= 
relógio/calendário) 
Os argumentos são 
organizados em uma 
linha de raciocínio 
lógica, coerente e 
coesa em busca da 
persuasão do auditório. 
É de grande relevância 
a consistência do 
raciocínio e a evidência 
das provas. 
Elementos 
constitutivos 
O quê? (fato gerador do 
conflito/pedido);quem? 
(partes processuais); onde? 
(local do fato); quando? 
(momento do fato- dia. Mês, 
 
da narrativa 
 
ano); como? (modo como 
os fatos ocorreram); por 
quê? (nexo de causalidade/ 
razão/motivo/consequência) 
Estrutura da 
argumentação 
 
 O fato gerador do 
conflito (nexo causal), 
apresentação explícita 
da tese a ser 
defendida, construção 
de argumentos fortes 
ou consistentes, a partir 
dos fatos relevantes 
selecionados, para 
sustentação da tese a 
ser apresentada, 
seleção dos tipos de 
argumentos para 
defesa da tese de 
forma persuasiva. 
Natureza do texto 
 
A narrativa possui função 
informativa, mas é também 
entendida como um 
excelente recurso 
persuasivo a serviço da 
argumentação. 
A argumentação tem 
função persuasiva por 
excelência. 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação 
Instrumental. 2016, p.) 
Questão 1 
 Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, 
justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. 
Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado 
acima. 
Fragmento 1 
 Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em 
linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um 
córrego com água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente 
a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu 
durante a noite - clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes 
prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre 
outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter 
jurisdição de urgência. 
 Apesar da evidente ilegalidade em todo o procedimento licitatório e atos 
subsequentes, como já mencionado acima, o direito positivo brasileiro indica 
que é possível a ocorrência de imoralidade sem necessariamente a existência 
de ilegalidade, uma vez que a própria Constituição Federal de 1988, ao 
estabelecer os princípios aplicáveis à Administração Pública, previu como 
princípios autônomos a legalidade e a moralidade. Em outras palavras, a 
afronta à moralidade que deve permear os atos da Administração pode, por si 
só, causar a lesividade que autoriza o manejo da ação popular, com ou sem 
repercussão patrimonial e, no caso, mesmo que acolhida a duvidosa licitação, 
esta não legitima o contrato, pois prevalecem os princípios da administração 
pública. 
Fragmento 2 
 
 O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à 
sua subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por 
privações. 
 O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente 
como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 
(hum mil e quinhentos reais) mensais. 
Fragmento 3 
 Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente 
insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e 
atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito 
familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor 
constrangimento, expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, 
maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua 
própria assertiva em Inicial ? ?roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 ? 
fl. 146).? 
 
Fragmento 4 
 O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de 
pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou 
que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da 
empresa de sua mãe, "Chique- Chique", supostamente concorrente, no mesmo 
endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de 
autorização prévia e utiliza-se de toda a estrutura de maneira completamente 
ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo 
de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a 
estrutura e credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua 
empresa em Brasília. 
Fragmento 5 
 Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios 
para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-
mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e 
do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar 
e demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi 
chamada de "ladra" pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que 
novas desavenças familiares poderiam ocorrer, em razão de determinadas 
posturas do Autor, como a que se instauroucom a propositura da presente 
ação. 
 
Fragmento 6 
 Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho 
ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência 
direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou-lhe prejuízos, 
porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela 
requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já 
adquiridos e não utilizados.

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