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197 Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde v. XII, Nº. 2, Ano 2008 Daniela Filócomo Bernardi Faculdades Anhanguera de Campinas unidade III danifilocomo@hotmail.com Mariana de Almeida Santos Reis Faculdades Anhanguera de Campinas unidade III marianaasreis@gmail.com Natália Bermejo Lopes Faculdades Anhanguera de Campinas unidade III natalia.bermejo@bol.com.br O TRATAMENTO DA SARCOPENIA ATRAVÉS DO EXERCÍCIO DE FORÇA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS: REVISÃO DE LITERATURA RESUMO O envelhecimento populacional é notável na década atual. Estima- se que até 2020 tenhamos no Brasil, uma população de aproxima- damente 32 milhões de idosos. Ao envelhecer passa-se a ter um declínio nos sistemas fisiológicos. A perda de força e massa mus- cular associada ao envelhecimento é definida como sarcopenia e é multifatorial. Procura-se evidenciar a relevância do Treinamento de Força para minimizar os efeitos da sarcopenia e de risco de quedas. As quedas apresentam grande incidência e têm como con- seqüências, ferimentos, traumas, sentimentos de medo, inativida- de, invalidez e até morte. A sarcopenia é indicada como um dos fatores que predispõe o idoso a quedas. Vários autores propõem o treino de força como alternativa adequada a prevenção desses a- cidentes. Existem divergências para aplicação dos exercícios, po- rém a maioria preconiza o uso de altas intensidades a longo prazo. Conclui-se que o treinamento de força para idosos é fundamental e que interfere de forma preventiva nos fatores causais das que- das. Palavras-Chave: Sarcopenia, força, quedas, idosos. ABSTRACT Population aging is remarkable in the current decade. In Brazil this situation is no different. It is estimated that by 2020 have a population of 32 million elderly. In aging, their physiological sys- tems decline. The loss of strength and muscle mass associated with aging is defined as sarcopenia and has multifactorial origin. Determine the importance of the training of force to reduce the effects of sarcopenia as a risk factor for falls. Among the casualties among the elderly, which happens more so falls and have the con- sequences, injury, trauma, feelings of fear, inactivity, disability and even death. The sarcopenia is indicated as one of the prime factors that predisposes to the elderly falls, several authors pro- posed the training of force as an appropriate alternative to prevent such accidents because it brings benefits such as increase in mus- cle strength and trophism. There are differences of protocols for application of the exercises, but most advocates the use of high intensity in the long term. It is concluded that the training of strength for elderly is crucial in maintaining muscle strength and trophism and interferes in order preventive factors in the falls. Keywords: Sarcopenia, strenght training, falls, elderly. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP. 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 28/7/2008 Avaliado em: 25/9/2008 Publicação: 12 de dezembro de 2008 O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 198 1. INTRODUÇÃO O processo irreversível do envelhecimento é inexorável a todos os indivíduos, porém pode variar de indivíduo para indivíduo, ao considerar-se que vários fatores podem in- terferir de maneira direta ou indireta sobre este processo. As habilidades e capacidades funcionais de cada indivíduo independem, na maioria das vezes, de sua idade cronológica. Atualmente, discute-se muito a respeito de envelhecer com saúde, pois, quando isto não acontece, os prejuízos relacionados ao processo trazem consequências que afetam diretamente a independência e qualidade de vida do idoso e de seus familiares (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001). Os acidentes, como por exemplo as quedas, são episódios que podem ocorrer em todas as fases da vida, mas tornam-se mais comuns durante o envelhecimento. A causa das quedas em idosos engloba vários fatores. Desde situações ambientais de ris- co a doenças, uso de medicamentos, estilo de vida, déficits dos sistemas fisiológicos, sedentarismo, dentre outros (ESTEFANI, 2007). Embora as causas das quedas entre os idosos, tenha origem multifatorial, al- guns se fazem relevantes, uma vez que contribuem diretamente para maior incidência destes episódios. O declínio dos sistemas fisiológicos é uma conseqüência do envelhecimento, a perda gradativa de força e massa muscular comum a esta fase é definida como sarco- penia. Autores associam a sarcopenia ao grande número de acidentes de quedas com idosos. De acordo com os dados do IBGE, até o ano de 2020 o Brasil terá 13% da popu- lação composta por idosos, podendo atingir 20% até 20020 (DIAS JÚNIOR; COSTA; LACERDA, 2006). As doenças comuns ao envelhecer trarão consigo impactos sócio- econômicos e aumento dos custos com saúde. Considerando então o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida do idoso, acompanhadas de qualida- de, observa-se a necessidade de estudos que foquem ações preventivas a fim de mini- mizar a incidência de quedas (VERAS, 2003). Como hipótese, admite-se que a realização de exercícios físicos, através do treinamento de força em idosos traz como consequência a maior independência e au- tonomia para que estes realizem suas atividades de vida diária sem os riscos de sofre- rem quedas Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 199 O objetivo deste estudo foi evidenciar a relevância do Treinamento de Força para minimizar os efeitos da sarcopenia como fator de risco de quedas em idosos, uma vez que essa modalidade permite hipertrofia e aumento de força e muscular. Como trata -se de uma revisão literária, este estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica sistematizado, mediante análise de artigos, pesquisa em livros e textos re- lacionados com o tema proposto, utilizando como base de dados, BIREME (Medline e LILACS), SciELO, e Biblioteca Central da UNICAMP. Desenvolvimento O idoso, que para os países em desenvolvimento, é considerado todo indiví- duo com idade superior a 60 anos (OMS, 2002), compõe no Brasil, nas últimas quatro décadas, uma população de crescimento exponencial, segundo numerosos estudos demográficos e epidemiológicos. Esta transição demográfica vem acompanhada de i- números eventos biológicos, psíquicos e sociais, característicos do processo de envelhe- cimento (PAPALÉO NETTO, 2007). O envelhecer pode ser definido como a incapacidade do indivíduo, em man- ter o equilíbrio homeostásico de seu corpo, sob condições de sobrecarga funcional (Ja- cob Filho, 2006), gerando deficiência de um ou mais sistemas, que podem evoluir para uma situação de incapacidade, com comprometimento da função. O envelhecimento fi- siológico, ou senescência é um processo que envolve declínios fisiológicos, sociais e psíquicos e que muitas vezes gera alterações significativas que irão influenciar direta- mente na qualidade de vida do idoso (DIOGO; CEOLIM; CINTRA, 2000). Neste perío- do observa-se maior prevalência de doenças crônicas, comorbidades e acidentes (GUCCIONE, 2002). Dentre os acidentes mais comuns ao idoso, o de maior incidência é a queda (ESTEFANI, 2007), que embora possa ocorrer em todas as épocasda vida, é durante a fase do envelhecimento que acontece com maior frequência, criando assim a necessi- dade de prevenção das mesmas (SIQUEIRA, 2007). Compreende-se queda como uma situação em que a posição do indivíduo passa do nível superior (anterior) para um inferior, alterando de maneira brusca seu posicionamento inicial, independente de sua vontade. A causa da queda advém da perda do equilíbrio postural e, muitas vezes, pode estar associada à incapacidade dos mecanismos nervosos e músculo- esqueléticos responsáveis pelo controle da postura (CUNHA; GUIMARÃES apud FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA JR., 2004). O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 200 A ocorrência de quedas como o mais comum dos eventos incapacitantes, apre- senta alta incidência em indivíduos idosos. Descreve-se que cerca de 30% dos indiví- duos com mais de 65 anos já caíram no mínimo uma vez por ano e metade destes cor- rem risco de apresentar recorrência dos episódios (GUIMARÃES; FARINATTI, 2005; MAZO; COLABORADORES, 2007). Segundo citado por Gonçalves (2006), dados obtidos de um estudo que inves- tigou o problema de quedas em idosos e sua relação com taxas de mortalidade e inter- nações, pode-se verificar que as quedas ocupam o terceiro lugar nas taxas de mortali- dade causadas por agentes externos e, em relação à morbidade, as quedas ocupam o primeiro lugar entre as causas de internações em idosos, totalizando 56,1% das interna- ções em hospitais. Sobretudo, deve-se ainda considerar as conseqüências desses eventos, pois um episódio de queda leva muitas vezes o idoso a sentir medo da ocorrência novos episó- dios, o que resulta em diminuição na realização das atividades do dia a dia, podendo levar a vítima a um ambiente mais limitado, produzindo decréscimo das aptidões mo- toras, maior dependência de terceiros, isolamento e sintomas de ansiedade e depressão (FABRÍCIO; RODRIGUES, 2006). O efeito das quedas para a população idosa , na maioria das vezes, tem como consequência traumas, fraturas e ferimentos, prejuízo à saúde, hospitalização e morte (PERRACINI; RAMOS, 2002). Questões de ordem socioeconômica acompanham as conseqüências das que- das, devido a 25% das internações hospitalares, corresponderem a idosos, agregando a isto o alto custo na manutenção deste evento, uma vez que o gasto com a internação de um indivíduo idoso chega a ser quatro vezes mais caro quando comparado a um indi- víduo jovem (PÍTON, 2004; DIAS JÚNIOR; COSTA; LACERDA, 2006) A etiologia das quedas em idosos é multifatorial, envolvendo fatores extrínse- cos ou ambientais, e fatores intrínsecos, do próprio idoso (GUCCIONE, 2002; ESTEFANI, 2007). Os fatores ambientais ou extrínsecos causadores de quedas, são os obstáculos presentes no ambiente, como pisos sem proteção antiderrapante, tapetes, baixa ou ne- nhuma iluminação nos percursos mais utilizado pelo idoso, móveis e objetos interrom- pendo o circuito e escadas (GONÇALVES, 2006). Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 201 Dentre os fatores intrínsecos incluem-se o declínio dos sistemas fisiológicos do idoso, como visual, músculo esquelético, sensório motor e cognitivo pela idade avan- çada, problemas de mobilidade, sedentarismo e uso de medicamentos (SIQUEIRA e Colaboradores, 2007). As doenças associadas ao envelhecimento complementam o arsenal dos fato- res intrínsecos que predispõem o idoso à queda, sendo as mais comuns, doenças cardi- ovasculares, neurológicas, endocrinológicas, osteomusculares, geniturinárias, psiquiá- tricas e sensoriais, bem como os meios adotados no tratamento das mesmas (GUIMA- RÃES; FARINATTI, 2005). Compreendendo que as quedas têm origem em diversos fatores, esse estudo propõe-se a analisar a diminuição da força muscular como um dos fatores principais para a ocorrência de quedas. O envelhecer prevê a redução de massa muscular, em torno de 5% a cada dé- cada de vida, a partir dos quarenta anos. Após os sessenta e cinco anos, este declínio pode acentuar-se consideravelmente, atingindo principalmente os membros inferiores. Ao final da vida, um indivíduo pode somar a perda de até 40% de sua massa muscular em relação a quando era jovem (SILVA e Colaboradores, 2006). A perda de massa magra e força muscular, associada ao envelhecimento é de- finida como sarcopenia, uma vez que o processo da senescência envolve o declínio em vários sistemas fisiológicos, especificamente no sistema músculo esquelético (ORSATTI e Colaboradores, 2006). Essa alteração comum ao envelhecimento, traz decréscimos, que podem afetar a habilidade do indivíduo para responder a situações em que seja necessário recuperar o equilíbrio, pois diminui a capacidade de desenvolver torques rápidos nas articulações (REBELATTO; MORELLI, 2004), além de trazer lentidão de respostas efetoras, diminuição da capacidade funcional, alterações de marcha, menor resistência à fadiga e perda de amplitude de movimento; não sendo difícil relacioná-las ao maior risco de quedas para essa população (ISHIZUKA, 2003). Estudos demonstram que a sarcopenia tem prevalência de 22,6% em mulheres e 26,8% em homens, até os sessenta e cinco anos de idade e após os oitenta, estes valo- res alteram-se para 31,0% e 52,9%, respectivamente (LANUZZI; SUCICH apud MAIOR, 2004). A etiologia da sarcopenia, não é ainda totalmente conhecida, porém alguns dos fatores causais já são apontados e discutidos pela literatura, como o sedentarismo e O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 202 as alterações do processo metabólico por decréscimo na produção ou ação endócrina de hormônios do crescimento (GH) e sexuais – estrogênios e androgênios (ORSATTI e Colaboradores, 2006). Outros autores relacionam ainda a sarcopenia, a distúrbios da inervação, causados pela degeneração de motoneurônios, ao aumento na produção de mediadores inflamatórios e diminuição da ingestão protéico-calórica, comum no indi- víduo idoso (SILVA e Colaboradores, 2006). 2. CAUSAS DA SARCOPENIA a) Sedentarismo Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001) definem aptidão física como uma característica individual nata ou adquirida determinada por fatores biomecânicos como força e resis- tência muscular, capacidade aeróbica, composição corporal e flexibilidade. Na maioria dos casos, o envelhecimento traz um declínio progressivo das ap- tidões físicas do idoso e como conseqüência a diminuição da realização das atividades diárias, predispondo o idoso ao sedentarismo. No Brasil, o sedentarismo apresenta ní- veis elevados, principalmente entre os idosos, trazendo conseqüências negativas à saú- de do indivíduo bem como aumento dos gastos por parte do sistema de saúde (SIQUEIRA e Colaboradores, 2008). Ao limitar-se fisicamente o idoso terá consequentemente aceleração do proces- so de perda de fibras musculares por diminuição dos estímulos cerebrais aos grandes grupos de músculos (ALVES e Colaboradores, 2004; MAIOR, 2004). Silva e Colabora- dores (2006) descrevem a inatividade física como sendo fator importante na diminuição de massa muscular e diminuição das aptidões físicas e corroboram com os estudos de Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000), que relatam que aptidão física de idosos a- tivos sofre alterações no envelhecimento, porém quando comparadosa idosos sedentá- rios esses apresentam menor declínio de suas funções motoras e massa muscular. A inatividade gera no idoso diminuição de sua auto confiança e medo em exe- cutar tarefas do dia a dia, e isso faz com que ele se torne a cada dia mais inativo e por- tanto tenha decréscimo de sua capacidade funcional (PERRACINI; RAMOS, 2002). O sedentarismo que instala-se no indivíduo à medida que os anos passam e contribuem de forma importante para acelerar o decréscimo dos sistemas fisiológicos, Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 203 aumentando a perda de sua capacidade funcional e consequentemente perda de massa muscular pela inatividade (SILVA e Colaboradores, 2006) b) Degeneração dos motoneurônios Os motoneurônios que trazem as informações cerebrais a todos os músculos do corpo, inervam todos os tipos de fibras musculares, sendo em maior quantidade as do tipo II de contração rápida. O conjunto de fibras inervadas por um mesmo motoneurônio constitui uma unidade motora (GUYTON; HALL, 2006). Com o envelhecimento ocorre uma perda do número de motoneurônios me- dulares e encefálicos, que gera quebra de contato entre o motoneurônio e o músculo, ocorrendo portanto a denervação de fibras musculares, e como consequência final, a degeneração destas fibras resultando em atrofia muscular. Além da atrofia, outras im- plicações são geradas, como a diminuição da força muscular e da velocidade da contra- ção, uma vez que as unidades motoras recrutam agora com um número menor de mo- toneurônios um menor número de fibras musculares. (ZHONG; CHEN; THOMPSON, 2007). A diminuição lenta e progressiva da massa muscular resulta em substituição do tecido muscular por colágeno e gordura, levando a uma alteração da composição corporal do idoso (PITON, 2004). Devido a este processo, fibras de contração rápida (ti- po II, anaeróbias) são perdidas em maior quantidade, resultando em contrações mus- culares menos eficientes do ponto de vista funcional, tanto em velocidade como em qualidade de contração (ZHONG; CHEN; THOMPSON, 2007). c) Alterações de processos metabólicos Os hormônios sexuais têm papel anabolizante e estruturador sobre o sistema muscular, tanto em mulheres quanto em homens. Nas mulheres a ação anabólica dos estrogênios é determinante na manutenção da massa magra uma vez que tem ação conversora da testosterona nos tecidos (SILVA e Colaboradores, 2006). Moreira e colaboradores (2005) realizaram um estudo histomorfométrico do músculo esquelético em ratos fêmeas submetidos a supressão endócrina de estrogênios através da castração, quando identificaram nestes sarcopenia e redução do número de miofibrilas do músculo esquelético. Nos homens, a produção de hormônios sexuais masculinos ou androgênicos tem seu pico produtivo na puberdade, dentre estes o principal é a testosterona que in- O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 204 duz ao aumento da massa muscular (GUYTON; HALL, 2006). Após os cinqüenta anos a produção dos hormônios sexuais sofre decréscimo entre 0,4% e 0,85% por ano, po- dendo chegar a 65% de seu valores normais em indivíduos jovens quando comparado a um indivíduo de setenta e cinco anos, caracterizando um quadro de hipoandroge- nismo e contribui consideravelmente para o aparecimento de diversos sintomas físicos e emocionais (BONACCORSI, 2001). A carência dos hormônios sexuais masculinos compreende uma gama de alterações como diminuição na qualidade da vida sexual, diminuição de massa óssea e diminuição da massa e força muscular (PASQUALOTTO e Colaboradores, 2004). Pode-se verificar que durante o processo de envelhecimento, a diminuição da massa muscular também está associada a um declínio das atividades anabólicas em de- trimento das catabólicas devido principalmente à produção diminuída de hormônios sexuais, tendo como conseqüência uma diminuição em torno de 15% do metabolismo basal dos idosos, uma vez que o tecido muscular requer grande quantidade de energia na manutenção de suas funções (SILVA e Colaboradores, 2006). O hormônio do crescimento ou GH é um hormônio hipofisário produzido em grande quantidade a partir do nascimento, tendo seu pico de produção na puberdade. Possui diversos efeitos, dentre eles promover a utilização de gorduras como fonte de energia, além de ser um anabólico protéico, com a função de aumentar a massa magra corporal (GUYTON; HALL, 2006). Depois dos 20 anos de idade a secreção de GH diminui cerca de 14% a cada dez anos. Sua amplitude dos pulsos é consideravelmente reduzida, ocorrendo conco- mitantemente diminuição na liberação de GH induzido pelo sono (BRONSTEIN, 2003) Estudos sugerem que a diminuição na produção do GH, que acompanha o envelhecimento, induz à diminuição da síntese protéica, da massa muscular e da massa óssea, gerando ainda consequências sobre aspectos emocionas e cognitivos (HUAYLLAS, 2001; THORNER; NASS, 2007). Bronstein (2003) evidencia a necessidade do sono, muitas vezes diminuído no envelhecimento e, principalmente, exercícios físicos como fatores fisiológicos contribu- intes na produção de GH. Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 205 3. PREVENÇÃO EM SAÚDE Prevenir em Saúde é ação bem mais abrangente do que somente evitar que algo acon- teça. A Prevenção envolve desde o promover e proteger a saúde dos cidadãos, preve- nindo riscos e agravos, até o tratar indivíduos com disfunções e reabilitá-los (ROUQUAYROL; FILHO, 1999). Conhecer os fatores que predispõe o idoso às quedas parece de grande rele- vância, uma vez que compreendem os alvos de ações preventivas que possam impedir que esses acidentes ocorram pela primeira vez. No Brasil, não existem protocolos de avaliação específicos para a prevenção dos fatores de risco em quedas de idosos, que considerem os fatores intrínsecos associ- ados, porém existem estudos que sugerem a utilização de instrumentos de avaliação importados e validados no Brasil (ALVES; MOTA; COSTA e Colaboradores, 2004; SOUZA; MAGALHÃES; TEIXEIRA-SALMELA, 2006). Estudos que avaliam os fatores de risco, associados a quedas em idosos, utili- zam comumente questionários que incluem questões referentes a eventos de quedas pregressos, nível de atividade física, e atividades cotidianas (capacidade de assistir te- levisão, caminhar, tomar banho, sentar, deitar, levantar, subir e descer escadas inde- pendentemente), uso de órteses, insônia e enfermidades associadas, bem como a reali- zação de testes de amplitude de movimentos, grau de força muscular ou preensão ma- nual (ISHIZUKA; MUTARELLI; YAMAGUCHI e Colaboradores, 2005; REBELATTO; CASTRO; CHAN, 2007). Um estudo realizou a adaptação do Human Activity Profile – HAP (Perfil de Atividade Humana) para o Brasil com a proposta de facilitar a avaliação do nível fun- cional e de atividade física em idosos com saúde ou com algum grau de disfunção a- través da avaliação da capacidade do idoso em realizar atividades como caminhar, le- vantar, sentar-se sozinho, permanecer em pé por mais de cinco minutos, vestir-se sozi- nho, cozinhar suas próprias refeições (SOUZA; MAGALHÃES; TEIXEIRA-SALMELA, 2006). Traçar um programa eficaz depende, portanto, desta completa avaliação, que capte itens bem verdadeiros da realidade de cada idoso, para que, a posteriori, opro- fissional possa traçar programas aplicáveis a cada caso clínico, com efeito específico sobre a prevenção de quedas. O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 206 Neste estudo evidencia-se que a sarcopenia vem a ser um dos fatores intrínse- cos determinantes na ocorrência destes eventos entre os idosos (SILVA e Colaborado- res, 2006). Desse modo, a manutenção da força muscular, principalmente de membros inferiores, é um elemento primordial no controle do equilíbrio e consequentemente prevenção de quedas (COUTO, 2006) Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001), descrevem a prática de exercícios fí- sicos, tanto aeróbico quanto de resistência somados aos de equilíbrio e flexibilidade como fundamental no combate ao sedentarismo da população idosa, porém ao eviden- ciarem o problema de quedas, apontam o emprego de exercícios de resistência como sendo a modalidade principal para ganho de força e massa muscular. Suetta e Colaboradores (2007) ressaltam a importância dos exercícios de força para reversão da atrofia muscular, aumento de força e melhora da aptidão funcional em idosos com sarcopenia e corroboram com as informações de Silva e Colaboradores (2006) que o método mais eficaz para se conseguir a prevenção e reversão do quadro de sarcopenia são os exercícios realizados com resistência. Cadore, Brentano e Kruel (2005) atribuem às atividades que utilizam como so- brecarga o peso corporal, ou com grande produção de força muscular, efeitos anabóli- cos musculares causados pelos estrogênios, quando comparados a atividades de outras características como caminhada ou hidroginástica. Os estudos de Jovine e Colaboradores 2006 corroboram as informações antes apresentadas, pois apresentam que exercícios com uso de resistência são eficazes no aumento do estímulo à força muscular e a formação óssea, interferindo diretamente nos fatores de risco relacionados com quedas seguidas de fratura em mulheres no está- gio de vida após a menopausa. Portanto, o uso de técnicas para realizar um treinamento de força que objetive ganho de força muscular e hipertrofia, complementados por benefícios como melhora da saúde geral e condicionamento físico (GENTIL e Colaboradores, 2006). Estefani (2007) defende o treinamento de força como parte das ações que fo- quem a prevenção de quedas, permitindo ao idoso ponderar, em tempo, perdas de e- quilíbrio momentâneo, evitando desfechos acidentais. Na mesma obra há citações de que o aumento da força muscular é determinante na manutenção do equilíbrio e por- tanto na prevenção de quedas, permitindo aos idosos reverterem situações inusitadas de desequilíbrio. Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 207 O treino de força muscular, utiliza-se de exercícios com uso de resistência, seja ela manual ou mecânica que associados a contração concêntrica e excêntrica, promo- vem hipertrofia e podem ser realizados de maneira que se considerem a combinação de variáveis, como o número de repetições, séries, sobrecarga, seqüência e intervalos entre as séries e os exercícios. Os benefícios no ganho de força muscular em idosos podem ser verificados, após a aplicação de diferentes combinações das variáveis do treinamen- to (SILVA; FARINATTI, 2007). Os estudos que aplicam diversos protocolos de treinamento de força a fim de investigar seu efeito sobre o ganho de força muscular em idosos descrevem-nos de maneira variada. Mulheres idosas e sedentárias foram submetidas a um estudo que investigou o efeito de um programa de resistência progressiva durante um ano sobre a força mus- cular dinâmica e a densidade mineral óssea. As mesmas realizaram exercícios de força três vezes por semana, por 52 semanas consecutivas. O circuito de era composto por exercícios para os grandes grupos musculares como quadríceps, gastrocnêmios e bí- ceps) em três séries de oito repetições com intensidade de 75% de 1RM. Após a finali- zação do estudo demonstrou-se um aumento significativo, em torno de 19% a 53% da força muscular nestas mulheres (RHODES e Colaboradores, 2000). Em estudo realizado com homens de sessenta e seis anos, relatado por Kir- kendall e Garret (1998), o treinamento com pesos a 80% de 1RM (repetição máxima) por doze semanas demonstrou haver ganhos significativos de força muscular nestes indivíduos, semelhantes ao ganho de jovens que realizaram o mesmo treinamento. Os mesmos autores ressaltam ainda a importância do treinamento de força ser realizado a longo prazo (períodos superiores a 12 semanas) e com intensidade alta para que pos- sam revelar efeitos não somente na reversão da atrofia mas também da força muscular. Contrapondo-se às evidências de Kirkendall e Garret, Vincent e Colaborado- res (2002) descrevem que em testes realizados com indivíduos idosos realizando exer- cícios de força de alta intensidade (80% de 1RM) com oito repetições e baixa intensida- de (50% de 1RM) com treze repetições, não houve diferença no aumento de força e re- sistência muscular, quando comparados os dois grupos. A necessidade de se haver progressão quanto a intensidade do treinamento de resistência, no que se refere à sobrecarga é indiscutível, em estudo demonstrado por Marin e Colaboradores (2003), a realização por dez semanas, de exercícios localizados com caneleiras de 1 kg de peso por mulheres com idade acima de 50 anos participantes O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 208 de um programa de ginástica resultou em maior ganho de força muscular para a mes- ma quando comparadas as mulheres que realizaram os mesmos exercícios, porém sem sobrecarga. Considerando-se que a maioria dos artigos que realizaram estudos para análi- se do ganho de força muscular em idosos baseiam-se no uso de alta intensidade de treinamento, parece clara a necessidade de se definir paramêtros de treinamento com carga acima de 75% de 1RM para ganho efetivo de força e massa muscular durante o envelhecimento (SILVA; FARINATTI, 2007) Todos os estudos citados demonstram a necessidade da realização de um trei- namento contínuo e progressivo para o ganho de força muscular em indivíduos idosos, embasando estas evidências com protocolos entre dez e doze semanas de duração. Po- rém, estudos de Raso, Matsudo e Matsudo (2001) determinam que estes treinamentos não sofram interrupção a fim de se manter os ganhos em força e massa muscular. Os autores, após submeterem um grupo de mulheres idosas a um treinamento de resistên- cia com pesos livres, estudaram a ação sobre os músculos após a interrupção do pro- grama de exercícios. Os resultados descreveram diminuição da força muscular nas mu- lheres estudadas após a 8ª semana sem a realização de exercícios de resistência. Raso (2003) revisou setenta e três artigos que discutiam programas de exercí- cios com pesos para idosos e determinou as seguintes variáveis como sendo as mais adequadas na implementação de um programa específico para treino de força muscu- lar nessa população. a) Período de adaptação: Geralmente é a primeira semana de treinamento, período necessário para que o indivíduo possa adaptar-se e conhecer melhor os aparelhos ou instrumentos utilizados no treinamento. Utiliza-se de uma a três sé- ries de oito a quinze repetições, com sobrecarga semelhante a 50% de 1RM.b) Exercícios de aquecimento: Compreende período que prepara o corpo para realização da série de resistência. Utiliza-se com freqüência exercícios aeróbicos a 50% da FCM ou série de alongamentos. Alguns estudos sugerem a utilização de exercícios de força em uma série de 5 a 12 repetições com até 50% de 1RM de intensidade. Daniela Filócomo Bernardi, Mariana de Almeida Santos Reis, Natália Bermejo Lopes Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 209 c) Séries e repetições: Os dados obtidos foram bastante variados, entre uma e seis séries de três a trinta repetições. O autor sugere o protocolo publicado pelo Co- légio Americano de Medicina do Esporte que propõe o uso de uma a três séries, com oito a doze repetições, para iniciantes, como sendo mais apropriado. d) Intervalo entre as séries: Considerando-se ainda os parâmetros do Colégio Americano de Medi- cina do Esporte, preconiza-se para aumento de força, potência ou hi- pertrofia, intervalos entre 60 e 120 segundos de repouso após a realiza- ção de cada série de exercícios. e) Número de exercícios: Na análise dos estudos a média encontrada foi uma seqüência de cinco exercícios, considerando-se a utilização de exercícios para os principais grupos musculares que envolvam grandes números de articulações, como sendo os mais recomendados. f) Freqüência e duração: O autor considera a freqüência semanal como sendo músculo depen- dente e, portanto, preconiza a freqüência de treinamento de três vezes por semana, tanto para membros superiores como inferiores. Silva e Farinatti (2007) realizaram revisão semelhante à de Raso, analisando 22 estudos que investigaram diferentes protocolos de treinamento de força para idosos as- sociados a diferentes variáveis de treinamento (número de séries, freqüência semanal, intensidade, intervalos e ordem dos exercícios). Concluíram por fim, em relação à in- tensidade do treino, dados que corroboram com maior parte dos autores citados até en- tão nesse estudo. Cargas altas são as mais efetivas para ganho de força nessa faixa etá- ria. Considerando também as outras variáveis em questão, definiu-se que inúmeras as- sociações das variáveis de treinamento surtem efeito positivo para o ganho de força em idosos, porém ressaltam a necessidade de estudos mais específicos que associem diver- sas variáveis de treinamento para idosos. Embora haja vasta literatura referente aos assuntos propostos, os artigos anali- sados referem-se a treinamento de força para idosos e não consideram especificamente o efeito do treinamento de força na prevenção de quedas, sendo considerados portanto, os protocolos analisados pelos autores deste presente estudo, como os mais coerentes com o propósito de se prevenir quedas através do emprego de exercícios de força em idosos, uma vez que, definiu-se a perda de força muscular como fator determinante dos acidentes de queda. O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde • v. XII, Nº. 2, Ano 2008 • p. 197-213 210 4. CONCLUSÃO Através desta revisão, pode-se concluir que o treinamento de força para idosos é fun- damental na manutenção da força e trofismo muscular. De acordo com a literatura re- vista, preconiza-se como sendo efetivo para o ganho de força o uso de alta intensidade (em torno de 80% de 1RM). Deste modo o treinamento de força interfere positivamente sobre os fatores causais das quedas. REFERÊNCIAS ALVES, R. V.; MOTA, J.; COSTA, M. C. e Colaboradores. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo. v. 10, n. 1, jan./fev. 2004. p. 31-37. BONACCORSI, A. C. Andropausa: insuficiência androgênica parcial do homem idoso. Uma revisão. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. São Paulo. v. 45, n. 2, abr. 2001. p. 123-133. BRONSTEIN, M. D. Reposição de GH na "somatopausa": solução ou problema ? Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. São Paulo. v. 47, n. 4, ago. 2003. p. 323-330. CADORE, E. L.; BRENTANO, M. A.; KRUEL, L. F. M. Efeitos da atividade física na densidade mineral óssea e na remodelação do tecido ósseo. 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Natália Bermejo Lopes Especialista. Docente da Faculdades Anhan- guera de Campinas, unidade III.
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