Buscar

APOSTILA I - SERVIDORES PÚBLICOS

Prévia do material em texto

1 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO II – JUR 3212 
APOSTILA 1 – SERVIDORES PÚBLICOS 
PROFª PAMORA F. CORDEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Direito Administrativo II 
Ponto I – SERVIDORES PÚBLICOS 
1) CONSIDERAÇÕES GERAIS – 
“Servidores Públicos” são uma espécie do gênero “Agentes Públicos”, expressão atualmente utilizada para 
designar o amplo conjunto de pessoas responsáveis pela manifestação da vontade estatal e pelo 
desempenho de suas diversas atividades e funções. 
Como bem menciona CARVALHO FILHO1, “a expressão agentes públicos tem sentido amplo. Significa o 
conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado”. 
DI PIETRO2 ensina que “Agente Público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas 
jurídicas da Administração Indireta”. 
Essa função, por sua vez, pode ser remunerada ou gratuita; definitiva ou temporária; com ou sem vínculo 
formal como o Estado, como se verifica no conceito legal conferido a matéria pela Lei nº 8.249/923, em seu 
art. 2º que assim dispõe: 
“Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no artigo anterior4**”. 
**ou seja: são agentes públicos em caráter genérico todos os que compõem a Administração direta 
e indireta de todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (nas três esferas e 
nos três poderes) 
São agentes públicos, ou agentes do Estado, portanto, desde as mais altas autoridades da República, 
como os chefes do Executivo e os membros do legislativo e do Judiciário, até os servidores públicos que 
exercem funções subalternas. 
2 – CLASSIFICAÇÃO - 
 
Os agentes públicos (gênero) podem ser agrupados em categorias (espécies) e, dentro desse contexto, 
podemos encontrar várias classificações doutrinárias. 
Dentre elas adotamos de maneira simultânea e adaptada para melhor didática e compreensão os 
posicionamento dos professores Maria Sylvia, José dos Santos e Rafael Carvalho5, da seguinte forma: 
 
 
1 José dos Santos, Manual de Direito Administrativo, 26ª ed. Editora Atlas, São Paulo 2013, pág. 589 
2 Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 22ª ed., Editora Atlas, São Paulo 2009, pág. 510 
3 Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras 
providências. 
4 Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração 
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, 
de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na 
forma desta lei. 
5 Curso de Direito Administrativo. Editora Método, São Paulo, 2013. 
3 
 
Agentes Públicos de direito a – Agentes Políticos 
b – Servidores Públicos 
b.1 – Estatutários 
b.2 – Trabalhistas 
b.3 – Temporários 
c – Militares ** 
d – Particulares em colaboração com o serviço 
público 
Agentes Públicos de fato f – putativos 6 
g - necessários7 
 
** Antes da EC 18/98 os militares recebiam a denominação de servidores militares, tendo sido a expressão 
“servidor” retirada do texto constitucional por virtude da referida emenda. Por essa razão a profª Maria Sylvia 
entende que houve a inclusão de uma nova categoria no gênero “agente público”. No entanto, não existe 
distinção entre os servidores civis e militares, a não ser pelo regime jurídico parcialmente diverso. 
 
a – AGENTES POLÍTICOS 
Em primeiro lugar, deve ser ressaltado que o conceito de agente político não é uniforme na doutrina. 
Nesse contexto, temos um posicionamento mais amplo, adotado por Hely Lopes Meirelles8, que aponta 
como critério para essa definição o exercício dos encargos e poderes previstos na Carta Maior quando afirma 
que: “agentes políticos são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, 
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de 
atribuições constitucionais”. 
Assim sendo, adotando-se como elemento para se definir a categoria de agente político como sendo 
aqueles que tem funções demarcadas na Constituição Federal, estão incluídos nesta espécie de agentes 
aqueles que ocupam os órgãos independentes ou de cúpula, como os chefes do executivo federal, estadual e 
municipal (Presidente, Governadores e Prefeitos), os membros das casas legislativas (Senadores, Deputados e 
Vereadores), os membros dos Ministério Público, Magistrados e os membros dos Tribunais de Contas. 
No entanto, esse não é o entendimento da doutrina majoritária que adota um posicionamento mais 
restrito na medida em que utiliza como critério para classificar os agentes como políticos não só pelo fato de 
serem mencionados na Carta Maior ou, ainda terem suas atribuições alí definidas, mas sim, por exercerem 
efetivamente função política, de governo, de comando e administração. 
Nesse sentido, Celso Antônio Bandeira de Melo, José dos Santos Carvalho Filho, Maria Sylvia Zanella di 
Pietro entre outros. 
Portanto, nessa classificação mais restritiva, exclui-se desta categoria de agentes os membros da 
magistratura, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, vez que, embora sejam categorias com 
caracterísitcas diferenciadas previstas na CF/88 e possam ser vistos como servidores públicos especiais, NÃO 
PARTICIPAM DIRETAMENTE DAS DECISÕES GOVERNAMENTAIS E NÃO SÃO OS RESPONSÁVEIS POR “TRAÇAR 
OS DESTINOS DO PAÍS9”. 
 
6 Agentes que praticam uma atividades pública com aparência de legitimidade (presunção de legitimidade). No 
entanto, sua investidura não ocorreu dentro do procedimento legal exigido. Ex: um servidor que pratica vários 
atos de administração, tendo sido investido sem aprovação em concurso público (MOREIRA NETO, apud 
CARVALHO FILHO, José dos Santos, 27ª ed., Editora Atlas, pág. 599. 
7 Agentes que excepcionalmente praticam atos e/ou executam atividades em colaboração com o Poder Público 
como se fossem agentes de direito. Ex: em situações de calamidade ou emergência. 
8 Direito Administrativo Brasileiro. Malheiros Editores. 
9 9 José dos Santos, Manual de Direito Administrativo, 26ª ed. Editora Atlas, São Paulo 2013, pág. 591 
4 
 
 PONTOS QUE IDENTIFICAM OS AGENTES POLÍTICOS 
Vín 
Vínculo com Estado -> natureza política e não profissional 
Acesso ao cargo político  ocorre por meio de ELEIÇÃO (chefes do executivo e membros 
legislativo)/por NOMEAÇÃO  por agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex: 
secretários estaduais) 
Responsáveis pela formulação das decisões políticas ou de governo 
Função transitória 
Competência tirada da própria constituição 
Não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral 
Normalmente são investidos em seus cargos por nomeação, eleição ou designação 
Seus direitos e devers não advém de contrato firmado com o Poder Público, mas descendem 
diretamente da Constituição e das Leis. 
Não são hierarquizados (com excecão dosauxiliares dos chefes dos executivo), sujeitando-se, 
tão somente, às regras constitucionais. 
 
 
 
 
 “Os agentes políticos possuem certas prerrogativas, hauridas diretamente da constituição, que os distinguem 
dos demais agentes públicos. Essas prerrogativas não são privilégios pessoais, mas sim garantias necessárias 
para o regular exercício de suas relevantes funções. Sem tais prerrogativas, os agentes políticos não teriam 
liberdade para a tomada de suas decisões governamentais, em face do temor de serem responsabilizados 
segundo as regras comuns da culpa civil, aplicáveis aos demais agentes públicos.”10 
 
Por fim, é importante mencionar que o conceito legal de agente público citado na fl. 1 (Lei 8.429/92 – 
que tipifica e sanciona os atos de improbridade adminstrativa, de que trata o art. 37, §4º da CF/88) não se 
aplica a todos os agentes políticos. Isso porque, de acordo com decisão proferida pelo eg. STF (Rcl 2138/DF) a 
referida norma não é aplicável àqueles agentes polítivos sujeitos ao “regime de crime de responsabilidade”, 
que são os especificados na Lei 1.079/1950 – norma que define os crimes de responsabilidade e regula o 
respectivo processo de julgamento). 
Veja-se nesse sentido o que dispõe o art. 2º da citada Lei, in verbis: 
Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do 
cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado 
Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República. 
 
b – SERVIDORES PÚBLICOS 
No atual posicionamento doutrinário, os servidores públicos integram uma categoria de agentes 
públicos que presta serviços ao Estado e que tem como características o vínculo profissional e o desempenho 
da função pública de forma remunerada e não eventual. 
De acordo com DI PIETRO: “São as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da 
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos11”. 
 
 
10 Direito Administrativo Descomplicado. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. 17ª ed. Editora Método, São 
Paulo, 2009, pág. 125. 
11 Direito Administrativo, 22ª ed., Editora Atlas, São Paulo, 2009, pág. 512 
5 
 
Esta é, sem dúvida, a mais numerosa categoria entre todos aqueles que servem ao Estado. Constituem, 
assim, a grande massa de seus agentes profissionais e estáveis. 
 
● A categoria de Servidores Públicos, por sua vez, pode ser dividida em: b.1) SERVIDORES 
ESTATUTÁRIOS; b.2) EMPREGADOS PÚBLICOS; b.3) SERVIDORES TEMPORÁRIOS. 
 
REGIMES JURÍDICOS 
 
● As peculiaridades das categorias funcionais dos servidores públicos (dentro de suas divisões – servidores 
estatutários/empregados públicos e servidores temporários) variam exatamente em função do regime jurídico 
que incide sobre as respectivas relações de trabalho. 
 
- Regime Jurídico – é o conjunto de regras que regulam determinada relação jurídica. 
 
- O REGIME JURÍDICO dos servidores civis consubstancia (consolida) os preceitos legais sobre a 
acessibilidade de cargos públicos, a investidura em cargo efetivo (por concurso público) e em comissão, as 
nomeações para funções de confiança, os deveres e direitos dos servidores; a promoção e os respectivos critérios, 
o sistema remuneratório (subsídios ou remuneração, envolvendo os vencimentos, com as especificações das 
vantagens de ordem pecuniária, os salários e as reposições pecuniárias), as penalidades e sua aplicação, o 
processo administrativo, e a aposentadoria. 
****Todas as categorias são regidas por seus Regimes Jurídicos Funcionais próprios= conjunto de regras de 
direito que regulam determinada relação jurídica. 
 
b.1) Servidores (públicos) Estatutários – Regime Estatutário 
- são os servidores sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de cargos públicos. 
- subordinam-se a regime estatutário estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e 
modificável unilateralmente (com autorização legal e modificável pela Administração Pública), desde que 
respeitados os direitos já adquiridos pelo servidor12. 
- não há possibilidade de modificação das normas vigentes por meio de contrato, ainda que com a 
concordância da Administração e do Servidor, porque se trata de normas de ordem pública, cogentes, não 
derrogáveis pelas partes. 
- além da inexistência de contrato entre o Poder Público e o servidor estatuário, outra característica deste 
regime o distingue dos demais, a pluralidade normativa estatutos funcionais são multiplos cada pessoa 
da federação, desde que adote o regime estatutário para os seus servidores, precisa ter a sua lei estatutária 
para que possa identificar a disciplina da relação jurídica funcional entre as partes. 
 
●Esse conjunto normativo se encontra no Estatuto funcional da pessoa jurídica (como vimos os entes 
federados tem autonomia para organizar seu funcionalismo, com respectivos direitos, encargos e vantages). 
 
●As regras estatutárias básicas devem estar contidas em lei, há outras regras, entretanto, mais de caráter 
organizacional que podem estar previstas em atos administrativos (decretos, portarias, circulares). 
 Litígios entre o Estado e os Servidores estatutários são dirimidos/resolvidos perante a justiça comum (JF no 
caso dos servidores federais/ Justiça Estadual, em se tratando de servidores estaduais e municipais (neste caso 
a competência interna será estabelecida no respectivo código de organização judiciária) 
 
b.2) Servidores (Públicos) trabalhistas – empregados públicos – regime trabalhista. 
 
- são contratados sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego público. 
 
12 Ex. Lei 8.112/90 Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais e Lei 10.460/88 Estatuto dos Funcionários Civis do Estado de Goiás e de suas autarquias. 
6 
 
- não podem os Estados e Municípios derrogar (revogar parcialmente) outras normas da legislação trabalhista, 
já que não tem competência para legislar sobre Direito do Trabalho, competência esta reservada 
privativamente à União (art. 22, I, da CF/88). 
- O regime trabalhista é aquele constituído das normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e seus 
empregados/ou seja/seus servidores trabalhistas. 
- A relação jurídica, neste caso é de natureza contratual e, assim sendo, aplica-se o regime pertinente às 
relações jurídicas entre empregadores e empregados no campo privado. 
- Tal regime encontra-se na Consolidação das Leis de Trabalho – CLT (Decreto n° 5.452/43). 
* ainda que sujeitos à CLT, submetem-se a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para a 
investidura, acumulação de cargos, vencimentos, entre outras previstas no Capítulo VII, do Título III, da 
Constituição (Da administração pública – arts. 37 a 43).-CONCURSO PÚBLICO, ISONOMIA, RESPONSABILIDADE 
CIVIL, IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. 
- na esfera federal, o regime de emprego público da Administração Direta, autárquica e fundacional está 
disciplinado pela Lei n. 9.962/0013. 
 as características deste regime se antagonizam as do regime estatutário. 
- primeiro porque caracteriza-se pelo princípio da unidade normativa  porque o conjunto integral das 
normas reguladoras se encontra em um único diploma legal – CLT 
 Assim, quantas sejam as pessoas que adotem esse regime, todas elas deverão guiar-se pelas regras desse 
único diploma legal – CLT. 
 
 A outra característica diz respeito a natureza da relação jurídica entre o Estado e o servidor trabalhista 
porque, diferentemente do regime estatutário,que não tem natureza contratual, neste caso existe contrato 
entre as partes. 
 
 Na hipótese de litígios entre servidores trabalhistas/empregados públicos e a União, Estados, DF e 
Municípios, o foro competente para solucioná-los é o do Justiça do Trabalho, ex vi do art. 114, I da CF/88 (EC 
45/04) 
 
b.3) Servidores (Públicos) temporários. 
 
- são os servidores contratados para exercer funções de caráter temporário, mediante regime jurídico especial 
a ser disciplinado em lei de cada unidade da federação. 
- a previsão legal para a contratação deste servidores está localizada no inciso IX do art. 37 da CF/88 que assim 
dispõe: 
 “(...) IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público14” 
e na Lei 8.745, de 9 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. 
 
 Neste caso a lei que estabelece a contratação e o regime – é a norma de eficácia limitada. Como assim? 
 
 
 
 
13 Disciplina o regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e 
fundacional, e dá outras providências. 
 
 14 Além da Lei 8.745/93 existe a Lei nº 13.196/97  contratação por tempo determinado para atender necessidade 
temporária das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista nos termos da CLT. 
 
Como esse contrato temporário traduz interesse para 
algumas pessoas e desinteresse para outras pessoas 
federativas – a Lei reguladora deverá ser da pessoa federativa 
que pretender a inclusão dessa categoria de servidores. 
 
 
7 
 
EX: Lei 13.664/200015 (Art. 92, inc. X, CEG) 
Natureza jurídica do contrato de trabalho – contrato administrativo de natureza funcional. 
 a Lei que instituiu o regime pode incluir algumas normas que mais se aproximem do regime estatutário –, 
mas a natureza é contratual. 
 Considera-se (inclusive entendimento do STJ) que esse tipo de contratação não revela qualquer vínculo 
trabalhista disciplinado pela CLT, pois da JF a competência para dirimir questões de pagamento de verba 
quando for ré a União Federal. Nos Estado que adotarem semelhante regime, portanto, a competência será 
dos juízos fazendários, os mesmos que normalmente processam e julgam litígios de servidores estatutários. 
 
Jurisprudência STJ sobre o tema: 
 
Processo 
CC 96608 / PB 
CONFLITO DE COMPETENCIA 
2008/0130014-4 
Relator(a) 
Ministro CASTRO MEIRA (1125) 
Órgão Julgador 
CE - CORTE ESPECIAL 
Data do Julgamento 
18/12/2009 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 18/02/2010 
Ementa 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ACIDENTE DE TRABALHO. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS PROPOSTA PELOS PAIS DE 
TRABALHADOR FALECIDO. EXTINÇÃO DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SUCESSÃO 
PELA UNIÃO. ART. 109, I, DA CF/88. 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 
 
1. Conflito submetido à Corte Especial por deliberação unânime da Primeira Seção, 
em acolhimento da Questão de Ordem suscitada pelo Sr. Min. Teori Zavascki. 
2. A presença na lide da Funasa, fundação pública federal, não interfere na fixação do 
juízo competente, pois as ações de acidente de trabalho, lato sensu, foram 
expressamente excluídas da competência federal, nos termos do art. 109, I, da 
Constituição da República. 
3. A competência para julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais 
decorrentes de acidente de trabalho quando envolverem servidor e ente público será 
da Justiça comum, Estadual ou Federal, conforme o caso. Entendimento consolidado 
em decorrência do julgamento da ADI-MC 3.395/DF, que excluiu da expressão 
"relação de trabalho" as ações decorrentes do regime estatutário. 
4. O art. 37, inciso IX, da Constituição Federal autoriza que a lei estabeleça "os casos 
de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público" da Administração. 
5. O servidor temporário, contratado à luz do disposto no artigo 37, inciso IX, da 
Constituição da República, não assume vínculo trabalhista, o que determina a 
competência da Justiça Comum. Precedentes. 
6. O Supremo firmou a tese de que o ajuizamento da ação pelos herdeiros em nada 
altera a competência da Justiça do Trabalho para as ações de indenização por danos 
 
15 Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público, nos termos do art. 92, inciso X, da Constituição do Estado de Goiás, e 
dá outras providências. 
8 
 
morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho (CC 7545/SC - Informativo 
549/STF), orientação referendada por esta Corte ao julgar o CC 101.977/SP, quando 
se cancelou a Súmula 366/STJ. 
7. Contudo, essa orientação não se aplica ao caso dos autos, por tratar-se de servidor 
sob vínculo estatutário (contrato temporário de trabalho, embasado no art. 37, inciso 
IX, da CRFB/88), aplicando-se a ADI-MC 3.395/DF. 
8. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 
Vara de Itaporanga/PB, ora suscitado. 
 
 
As contratações temporárias, como bem esclarece o inc. IX, art. 37, foram previstas 
para atender necessidade temporária – transitória ou não permanente, ou seja, aquele 
que se sabe ter um fim próximo. 
Ex: a restauração do sistema viário e dos serviços de comunicação destruídos em uma 
inundação; a continuidade dos serviços de magistério em razão do afastamento súbito 
e prolongado do professor titular, a vacinação emergencial da população em razão de 
um surto epidêmico. 
 
 
 
 
 
D) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO. 
 
 
Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração, 
sob títulos diversos: 
- Tais agentes são particulares que executam certas funções especiais qualificadas como públicas, de interesse 
público, que justificam seu vínculo jurídico com o Estado. São também chamados por parte da doutrina de 
“agentes honoríficos” 
Como bem menciona o profº CARVALHO FILHO16, muitos desses agentes “exercem um verdadeiro munus 
público”, pois estão sujeitos a certas obrigações (encargos) em favor da coletividade a que pertencem, sendo 
suas funções transitórias. 
Esses agentes em geral não recebem remuneração, como é o caso dos mesários, jurados, membros de juntas 
apuratórias em eleições, comissários de menores voluntários, mas, em compensação podem receber 
benefícios, como a anotação em suas apostilias funcionais ou a “concessão de um período de descanso 
remunerado após o cumprimento da tarefa”. Esses agentes colaboradores passam a integrar essa categoria de 
agente público através de REQUISIÇÃO, NOMEAÇÃO OU DESIGNAÇÃO. 
São também agentes colaboradores particulares aqueles que rebecem delegação do Poder Público para a 
prestação de serviços públicos, como os concessionários e permissionários e os titulares de ofícios de notas e 
de registros não oficializados (art. 236, CF/88)17. 
Nesse último caso, vale dizer que o regime jurídico a que se sujeitam os titulares de registro e oficios de notas 
é distinto dos demais, pois contemplado em lei específica - como bem determinado nos parágrafos do citado 
artigo 236 – de nº 8.935/94. 
Assim, apesar da função pública exercida por esses agentes particulares não ocupantes de cargo público, sua 
atuação é controlada pelo Poder Judiciário e para que passem a exerce-la devem ser aprovados em concurso 
 
16 Idem, pág. 591 
17 Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráterprivado, por delegação do Poder Público. 
Lembrete: a necessidade além de temporária, tem 
que ser de EXCEPCiONAL interesse público. 
9 
 
público. O fundamento para a o regime híbrido aplicado a essa categoria (público/privado) ocorre em virtude 
do regime especial das funções exercidas em carater de definitividade. 
Esses agentes não tem vínculo empregatício com a Administração Pública e a remuneração que recebem não 
é paga pelos cofres públicos, mas pelos terceiros usuários do serviço. 
 COMPETÊNCIA ORGANIZACIONAL 
 
●A competência para organizar o serviço público é da unidade federativa/entidade estatal a que pertence o 
respectivo serviço. 
●Sobre essa matéria, ou seja, no tocante a organização do serviço público as competências são estanques e 
incomunicáveis. Assim, as normas estatutárias federais não se aplicam aos servidores estaduais ou municipais, 
nem as do Estado-membro se estendem aos servidores do Municípios. 
●Cada entidade estatal é autônoma para organizar seus serviços e compor seu pessoal. 
●AUTONOMIA DOS ESTADOS FEDERADOS, MUNICÍPIOS E DF PARA ORGANIZAR SEU 
FUNCIONALISMO(ESTABELECER DIREITOS, ENCARGOS, VANTAGENS, REGIME DE TRABALHO, PAGAMENTO) 
ARTS. 25, 30 E 32 DA CF/88. 
●Dessa forma, atendidos os princípios constitucionais e os preceitos das leis nacionais de caráter 
complementar, a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios instituirão seus regimes jurídicos, 
segundo suas conveniências administrativas e a força de seus erários.(CF/88, arts.39 e 169). 
● A competência da União para organizar seu serviço público só encontra limites na CF/88 e não enseja conflito 
de normas, porque suas leis orgânicas jamais poderão colidir, nesse campo, com a legislação dos Estado, DF e 
dos Municípios. 
● Vale dizer que a legislação federal, fora os casos expressamente previstos no texto constitucional, só atinge 
os servidores estaduais, do DF e dos municípios quando TEM NATUREZA DE LEI NACIONAL. Exs: as que dispõe 
sobre crimes funcionais (CP, arts. 312 a 327; CPP, arts. 513 a 518); inviolabilidade no exercício da função pública 
(CP, art. 142,III); perda da função pública e interdição de direitos (CP, art. 92, I, e 47, I); sanções específicas, 
seqüestro e perdimento de bens, pela pratica de atos de improbidade administrativa (Lei 8.429/92); Programa 
de Formação de Patrimônio do Servidor Público – PASEP (Lei complementar 8, de 3.12.70). 
●Essa legislação federal e as demais que tenham a mesma natureza de leis nacionais são aplicáveis à todas as 
entidades estatais – União, Estados, DF e Municípios, obrigatoriamente, sem que se possa falar em quebra de 
suas respectivas autonomias administrativas, porque tais leis nacionais são HIERARQUICAMENTE SUPERIORES, 
POR FORCA DA PRÓPRIA CF. 
 
 INSTITUTOS BÁSICOS: 
 
● O funcionalismo público é organizado em cargos, classes, carreiras, quadros, empregos e funções. 
 
- CARGO –cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias 
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em 
lei ou diploma a ela equivalente18. 
 
- Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na organização administrativa do 
Estado. Deve ser criado por lei, com número certo e pago pelos cofres da pessoa governamental criadora. 
 
●Existem três espécies de CARGOS PÚBLICOS no direito brasileiro: 
1- EM COMISSÃO 
2 -EFETIVO 
3 VITALÍCIO 
 
 
18 José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 21ª, ed. Lúmen Júris, Rio de Janeiro, 2009, 
pág. 581. 
10 
 
1 EM COMISSÃO - Esse é o cargo de provimento em caráter transitório. Os servidores nomeados nessa 
condição não adquirem estabilidade. 
● Refere-se aos chamados cargos em comissão ou de confiança (cargos de chefia, assessoramento ou 
pertencentes a quadro transitório), cuja nomeação ou destituição ad nutum é feita a critério da autoridade 
nomeante. 
 
2- EFETIVO - é o cargo de nomeação que se reveste de permanência, precedida de concurso público e 
destinado a adquirir estabilidade(relativa) nos termos do art. 41, caput, ou seja, após três anos de efetivo 
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público só podem 
perder o cargo se houver sentença judicial ou processo administrativo em que lhes seja facultada a ampla 
defesa e o contraditório e, agora também, como alteração introduzida pela EC 19/98, em virtude de avaliação 
negativa de desempenho (incisos I, II e III do art. 41). + art. 169, §4º. 
●é normalmente utilizado para a grande massa dos servidores públicos civis administrativos que 
correspondem a parte mais numerosa, profissional e permanente dos agentes público. 
 
3- VITALÍCIO - Corresponde ao cargo cujo provimento é feito em caráter definitivo, precedido ou não de 
concurso público em alguns casos, que oferece maiores garantias aos seus ocupantes. O titular de cargo de 
provimento vitalício, uma vez cumprido o estágio probatório de dois anos, só pode ser demitido em razão de 
sentença judicial transitada em julgado (Constituição Federal, art. 95, I). O provimento vitalício que se 
destinava aos cargos de Magistrados e Ministros dos Tribunais de Contas, foi estendido pela Constituição aos 
membros do Ministério Público (Constituição Federal, art. 128, I, "a"). Os conselheiros dos Tribunais de Contas 
estaduais e municipais, os Ministros do Tribunal de Contas da União, bem como os Ministros dos Tribunais 
Superiores do Poder Judiciário e os Desembargadores nos Estados, são nomeados em caráter VITALÍCIO sem 
a precedência do concursos público. 
 
* DA CRIAÇÃO, TANSFORMAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS PÚBLICOS. 
 
● na criação de cargos, formam-se novos cargos na estrutura funcional, na extinção, eliminam-se os cargos e 
na transformação extingue-se e cria-se simultaneamente cargos, ou seja, um cargo desaparece para dar lugar 
a outro. 
● o cargo público deve ser criado por lei 
 
a regra geral de criação, transformação e extinção de cargos públicos está disposta no art. 48, X da CF/88 
que determina: 
 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o 
especificado nos arts. 49,51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente 
sobre: 
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o 
art. 84,VI, b; 
 
 o art. 84, da CF/88 por sua vez dispõe sobre as competências privativas do Presidente da República, e, 
especificamente em seu inc. IV, b, autoriza o mesmo, mediante decreto extinguir funções ou cargos públicos 
vagos. 
 
 
 o art. 61, §1°, inc. II, alínea “a”, por sua vez, determina que é da iniciativa PRIVATIVA do Presidente da 
República a criação de cargos, funções ou empregos da administração direta e autárquica ou aumento de sua 
remuneração. 
 
 Os Estados (art. 25, § 1°), e Municípios (art. 29) e também o DF (art. 32 e § 1° , seguindo os preceitos já 
perfilados na competência organizacional, e organizando, portanto, suas estruturas administrativas – 
11 
 
observadas, como dito anteriormente os princípios constitucionais, reproduzem a exigência para criação e 
extinção de cargo. 
 
●Nesse sentido, a melhor doutrina informa que o processo legislativo será desencadeado por um ato 
(iniciativa) que dará início a uma série de outros atos, que resultarão no provimento legislativo respectivo. 
Para a criação e extinção de cargos, empregos ou funções na Administração direta e autárquica (não 
abrangendo, portanto, as empresas públicas, sociedades de economia mista e as fundações privadas do Poder 
Público) a iniciativa do processo legislativo é deferida como mencionado ao Presidente, hipótese que é 
reproduzidasimetricamente no âmbito estadual e nas leis orgânicas municipais. 
●Essa iniciativa se concretiza pelo envio, pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo, de mensagem e 
projeto de lei, que poderá ser emendado pelo parlamento, sendo, entretanto, vedado nesse poder de emenda 
o aumento de despesa prevista (art. 63/ CF/88). 
● Cumpre ressaltar que compete à Câmara dos Deputados (art. 51, inc. IV, CF/88), ao Senado Federal (art. 52, 
XIII19), aos Tribunais em Geral, inclusive de contas (art. 96, II, b) e ao Ministério Público (art. 127, §2°) e às 
Assembleias Legislativas dos Estados e Distrito Federal a iniciativa da criação e extinção de seus cargos e de 
seus auxiliares. 
 
 
● A extinção de cargos públicos deve acontecer, também, fundamentada em lei, pelo princípio do 
paralelismo das formas, segundo o qual, caso a lei não determine de maneira diversa, deve ser observada a 
mesma forma, o mesmo procedimento, e a intervenção da mesma autoridade ou de autoridade de nível 
hierárquico pelo menos equivalente, para o desfazimento ou modificação do ato jurídico. 
 
 
 
 
● O ato inferior deixaria vigente o ato de hierarquia superior, mas, na área federal, a Constituição atribui ao 
Presidente da República competência para extinguir cargos públicos federais, na forma da lei e, no caso de 
cargos vagos, mediante decreto20, ressalvas estas que inexistiam no ordenamento constitucional anterior. 
 
● A EC 32/01 alterou o art. 8421, inc. VI, b da CF/88 para permitir a extinção de CARGOS VAGOS por decreto 
exarado pelo Chefe do Executivo. 
 
- EMPREGO – admissão que ocorre através de vínculo empregatício com a AP sob regime celetista, 
normalmente para entes da AI. (empresas públicas, sociedades de economia mistas e fundações) 
 
 
19 arts. 51 e 52 – referem-se aos casos em que dispensa a sanção do Presidente, uma vez que os arts em questão autorizam a Câmara e 
o Senado a dispor sobre sua organização e sobre a criação transformação e extinção de seus cargos. E , ressalte-se, quando se trata de 
organização funcional destes órgãos, esta não depende de lei, como nos demais casos. Como resultado seus cargos são criados, 
transformados e extintos por resolução. 
 
20 EC 31/2001 que alterou o art. 84 da CF/88 conferiu ao Presidente da República e aos demais Chefes de Executivo, competência 
para dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração, desde que não haja aumento de despesa, nem 
criação ou extinção de órgãos públicos. 
Logicamente, embora se admita o decreto para a organização e funcionamento da administração, com a vedação de aumento de 
despesa impede a criação de novos cargos por decreto vez que isso certamente resultaria no aumento vedado. 
 
21 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
● Lei REVOGA Lei ou ato inferior, DECRETO revoga decreto ou ato inferior, mas 
não a lei, e só emenda constitucional derroga dispositivos constitucionais que 
possam ser alterados. 
 
12 
 
- FUNÇÃO – na melhor doutrina tem-se 22 como conceito residual, ou seja, o que resta após a conceituação de 
cargo e emprego, função é o conjunto de atribuições a que não corresponde um cargo ou emprego. 
- tem caráter transitório e excepcional 
- Atualmente, sob a égide da CF/88 são duas as hipóteses em que se aplica essa nomenclatura: 
1) a função exercida por servidores contratados temporariamente com base no art. 37, inc. IX da CF/88, para 
o qual não se exige necessariamente concurso público, porque muitas vezes a própria urgência da contratação 
é incompatível com a demora do procedimento; 
2) a função de natureza permanente, corresponde a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade 
para a qual o legislador não crie o cargo respectivo. São as chamadas funções de confiança, de livre provimento 
e exoneração. 
 
- São as previstas no art. 37, inc. V da CF/88 que assim determina: 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em 
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
- Nos casos de função, portanto, não existe a exigência de concurso público. Isso porque, quem as exerce ou é 
contratado temporariamente para atender às necessidades emergentes da Administração, ou são ocupantes 
de funções de confiança, para as quais não se exige concurso público. 
 
- Existe ainda uma categoria de indivíduos ocupantes de função pública que não consta dos livros, mas que 
existem e tem representando centenas de pessoas prestando serviços terceirizados à Administração Pública. 
São prestadores de serviços vinculados a empresas que ganham licitações para prestar serviços de limpeza e 
conservação etc, mas que por exigência da AP passam a contratar auxiliares administrativos, telefonistas etc.. 
 
- QUADRO – quadro funcional é o conjunto de carreiras, cargos isolados23 e funções públicas remuneradas 
integrantes de uma mesma pessoa federativa ou de seus órgãos24. O quadro pode ser permanente ou 
provisório, mas sempre estagnado, não admitindo promoção ou acesso de um para outro. 
 
- CARREIRA – é o conjunto de classes funcionais em que seus integrantes vão percorrendo os diversos 
patamares de que se constitui a progressão funcional25. 
- série de classes, ou seja, mais de uma classe, com atividades idênticas ou correlatas, disposição hierárquica 
escalonada, elevando-se os funcionários da classe inferior à superior, normalmente por concurso de promoção, 
e adentrando-se a classe, no primeiro provimento, nos graus iniciais da escala hierárquica; por outro lado 
aumentam-se as responsabilidades e a remuneração, conforme a progressão funciona26l. 
- para que realmente exista uma carreira há de existir há possibilidade do servidor ascender, gradativamente, 
na escala hierárquica. Caso isso não ocorra, estaremos diante dos casos de classes singulares, que são 
integradas por cargos isolados, e, nas quais, evidentemente, não existe possibilidade de ascensão. 
- São exemplos de carreira: Promotores de Justiça, Juízes, Procuradores do Estado e Fiscais de Renda. 
 
 
22 Direito Administrativo, 22ª ed., Editora Atlas, São Paulo, 2009, pág. 517 
23 São cargos únicos em determinada categoria de servidores públicos, o que não permite a progressão funcional. A criação de 
cargos isolados deve ser considerada excepcional, pois é da natureza da organização administrativa o escalonamento 
hierarquico dos agentes oucpantes de cargos. OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. Ed. Método. 
São Paulo: 2013, pág. 633 
24 Hely Lopes Meirelles apud José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 21ª, ed. Lúmen Júris, Rio de 
Janeiro, 2009, pág. 580 
25 José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 21ª, ed. Lúmen Júris, Rio de Janeiro, 2009, pág. 580 
 
26 Edmir Netto de Araújo. Curso de Direito Administrativo, 4ª ed., Editora Saraiva, São Paulo, 2009, pág. 274. 
13 
 
- CLASSE – as classes são compostas de conjunto de cargos que tenham a mesma denominação, atribuições e 
remuneração e constituem degraus de acesso na carreira. 
- instrumento importante para a concessão de benefícios e promoções funcionais, pois uniformiza funções e 
vencimentos. 
Na lição da doutrina majoritária – “é o agrupamento de cargos da mesma profissão, e com idênticas 
atribuições, responsabilidadese vencimentos27”. 
- Por exemplo: Lei Gestores 
 
- “Caso determinado grupo de funcionários ocupem cargos públicos idênticos ou muito semelhantes, para os 
quais se exige formação idêntica ou similar, e que coincidam direitos, deveres, responsabilidades e vencimentos 
básicos, estamos diante do que se costuma denominar, na linguagem técnica, com classe28”. 
 
- VACÂNCIA29 – é o fato administrativo-funcional que indica que determinado cargo público não está provido, 
ou, em outras palavras, está sem titular. 
 
VACÂNCIA - 30 
  A PEDIDO 
 - 1 – EXONERAÇÃO  EX- OFFICIO 
 
I – COM EXTINÇAO DE VÍNCULO - 2 – REMISSÃO 
 
 - 3 – MORTE 
 
 - 4 – APOSENTADORIA 
 
 - 5 – POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL 
 
II – SEM EXTINÇÃO DE VÍNCULO 1 – PROMOÇÃO 
 2 – READAPTAÇÃO 
 
CONCEITO – A SITUAÇÃO NORMAL DO CARGO PÚBLICO É O SEU PREENCHIMENTO, COM O SEU TITULAR EM 
EFETIVO EXERCÍCIO, ATENDENDO AO PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS. 
QUANDO ESTE CARGO, POR ALGUMA RAZÃO, DEIXA DE TER TITULAR, OCORRE SUA VACÂNCIA. 
A PALAVRA SIGNIFICA JURIDICAMENTE SIMPLESMENTE A VAGA OU O ESTADO DE VAGO. 
 
COM EXTINÇÃO DO VÍNCULO 
 
EXONERAÇÃO – É O DESLIGAMENTO DO SERVIDOR DO QUADRO DE PESSOAL DA ENTIDADE A QUE SE 
VINCULA, SEM CARATÉR PUNITIVO. PODE SER A PEDIDO OU POR DELIBERAÇÃO (EX OFFICIO) DA ENTIDADE A 
QUE ESTAVA VINCULADO. 
 
27 Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed., Editora Malheiros, São Paulo, 2004, pág. 397. 
28 Edmir Netto de Araújo. Curso de Direito Administrativo, 4ª ed., Editora Saraiva, São Paulo, 2009, pág. 273. 
29 ●LEI 8.112/90 
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: 
 I - exoneração; 
 II - demissão; 
 III - promoção; 
 IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.9729) 
 V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 VI - readaptação; 
 VII - aposentadoria; 
 VIII - posse em outro cargo inacumulável; 
 IX - falecimento. 
 
30 De Plácido e Silva. Vocabulário Jurídico, 23ª ed. 1454 
14 
 
 
 A EXONERAÇÃO EX OFFICIO SOMENTE PODE OCORRER SE O SERVIDOR TITULARIZAVA CARGO DE 
PROVIMENTO EM COMISSÃO OU SE ERA OCUPANTE DE CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO ANTES DE OCORRER 
A ESTABILIDADE (HIPÓTESE EM QUE SE EXIGE A APURAÇÃO, EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DA 
INADEQUAÇÃO DO SERVIDOR NA EXECUÇÃO DA ATIVIDADE PÚBLICA). HÁ EXTINÇAO DO VÍNCULO, MAS NÃO 
A EXTINÇÃO DO CARGO, QUE AGUARDARÁ NOVO TITULAR. 
 
DEMISSÃO – É O DESLIGAMENTO DO SERVIDOR DO QUADRO DE PESSOAL DA ENTIDADE A QUE SE VINCULAVA, 
COMO MEDIDA PUNITIVA É, PORTANTO, SANÇÃO, COMO DISPOSTO NO ART. 127 DA LEI 8.112/90 
 Aplicável nos casos de crimes contra a Administração Pública, abandono de cargo, inassiduidade habitual, 
improbidade administrativa, aplicação irregular de dinheiro público, corrupção, acumulação ilegal de cargos 
etc. 
FALECIMENTO - A MORTE DO SERVIDOR PÕE FIM AO VINCULO QUE O MESMO MANTINHA COM A ENTIDADE 
A QUE SE LIGAVA, CORRENDO ASSIM A VACÂNCIA. 
APOSENTADORIA – É A PASSAGEM DO SERVIDOR DA ATIVIDADE PARA A INATIVIDADE, VAGANDO ASSIM O 
RESPECTIVO CARGO. 
POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL 
 É espécie de vacância, na medida em que pela nova posse acontece a vaga do cargo anteriormente ocupado, 
pois significa a renúncia do cargo precedente que, por isso, fica vago. Há rompimento do vínculo até então 
existente entre a AP e o Servidor sem a extinção do cargo. 
- O servidor, no caso, passa a ocupar outro cargo em razão do novo vínculo que se constituiu 
SEM EXTINÇÃO DO VÍNCULO  são formas de vacância e, também, de investidura e serão abordadas quando 
falarmos sobre formas de provimento 
 
- LOTAÇÃO – A lotação de cargos define os locais, as repartições onde os servidores respectivos devem exercer 
suas atividades. 
 
● DEFINIÇÕES CONTIDAS NA LEI 8.112/9031 
 
● DEFINIÇÕES CONTIDAS NA LEI 10.460/8832 
 
31 Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e 
das fundações públicas federais. 
 Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. 
 Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser 
cometidas a um servidor. 
 Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento 
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
hierarquicamente, de acordo com a complexidade ou dificuldade das atribuições e o nível de responsabilidade, constituindo a linha 
natural de promoção do funcionário; 
V - categoria funcional é o conjunto de cargos não hierarquizados segundo a estrutura organizacional, integrantes dos campos de 
atuação operacional, adiministrativo e manutenção do serviço público estadual. 
 
 
32 Art. 4º - Para os efeitos desta lei serão observadas as seguintes definições: 
I - cargo é o posto de trabalho, instituído na organização do funcionalismo, caracterizado por deveres e responsabilidades, com 
criação e jornada de trabalho estabelecidas em lei, denominação própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos; 
15 
 
DIREITO DE ACESSO 
● A redação original do inc. I do art. 37 da CF/88 assegurava o direito de acesso aos cargos, empregos e funções 
públicas apenas aos brasileiros que preenchessem as condições estabelecidas em lei, o que abrangia os 
brasileiros natos e naturalizados (art. 12, incs. I e II da CF/88), já que a CF/88 não faz distinção, a não ser aquela 
prevista no § 3°33 do inc. II do art. 12 da Carta Maior quanto aos cargos privativos de brasileiros natos. 
● Com a nova redação conferida ao inc. I do art. 37 pela Emenda Constitucional n° 19/98, o direito de acesso 
foi estendido também aos estrangeiros, “na forma da lei”. 
Veja-se o teor do citado artigo após a citada modificação: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
● Por outro lado, a hipótese de contratação de estrangeiro para ocupar função pública nos termos do art. 37, 
IX da CF/88 sempre foi possível. Tanto que a Lei 8.745/93 que dispõe sobre a contratação de servidor 
temporário inclui, entre os casos ali previstos a contratação de professor estrangeiro e pesquisador visitante. 
● É importante ressaltar que a admissão de estrangeiros para exercer cargo, emprego ou função pública estava 
prevista na CF/88 antes da emenda constitucional 19/98 em virtude da emenda constitucional 11/96 que 
alterou o disposto no art. 207, §§ 1° e 2° da Carta Maior, para autorizar a admissão pelas universidades, e 
instituições de pesquisa científicae tecnológica, de professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma 
da lei. 
●A Lei que regulamente esses dispositivos no âmbito federal é a de n° 9.515/97 – que dispõe sobre a admissão 
de professores, técnicos e cientistas estrangeiros pelas universidades e instituições de pesquisa científica e 
tecnológica federais, sendo que a referida norma introduziu na Lei 8.112/90, especificamente em seu art. 5°, 
o §3°, estabelecendo que “As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão 
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os 
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)” 
● Essa lei somente se aplica à esfera federal, cabendo aos Estados e Municípios editar suas próprias normas a 
esse respeito, pois a matéria relativa a servidores públicos não é reservada à competência 
 
- Regime Jurídico Único e a Extinção da Obrigatoriedade pela EC 19/1998. 
 
II - função é a atribuição ou o conjunto de atribuições específicas que devem ser executadas por um funcionário na estrutura 
organizacional, fornecendo elementos para a caracterização, descrição, classificação e avaliação do cargo; 
III - classe é o agrupamento de cargos de mesmos vencimentos e responsabilidades, para os quais sejam exigidos os mesmos requisitos 
gerais de instrução e experiência para o provimento;IV - série de classes é o conjunto de classes do mesmo grau profissional, dispostas 
33 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) 
 
16 
 
 
 
 
 O caput do art. 39 da CF/88, originalmente estabelecia a obrigatoriedade de adoção, por parte de cada ente 
da federação, de um só regime jurídico aplicável a todos os servidores integrantes da Administração Direta, 
autárquica e fundacional e, também, tornava obrigatória a instituição de planos de carreira para esses 
servidores. 
 
 Assim, antes da EC 19/98 cada entidade federada, ou seja, cada município, estado-membro, o Distrito 
Federal e a União tinha, teoricamente, a liberdade de estabelecer o regime jurídico a que estariam submetidos 
os agentes públicos de suas Administrações Diretas, autárquicas e fundações públicas, desde que esse regime 
jurídico fosse unificado para todos os servidores desses órgãos e entidades de cada pessoa política. (ex: Lei 
8.112/90) 
 
A referida Emenda Constitucional SUPRIMIU a OBRIGATORIEDADE de um regime jurídico único para todos 
os servidores – Assim, até recentemente o regime podia ser estatutário34, celetista (o da CLT) e o administrativo 
especial. 
 Em consequência, em razão de suas autonomias políticas, a União, os Estado, o Distrito Federal e os 
Municípios podiam, após a EC 19/98, estabelecer regime jurídico não contratual para os titulares de cargo 
público, sempre através de lei geral ou de leis específicas para determinadas categorias profissionais, as quais 
consubstanciam o chamado regime estatutário regular, geral ou peculiar. Poderiam, ainda, adotar parte de 
seus servidores o regime da CLT. Por fim, devem adotar um de natureza administrativa especial, na forma da 
lei de cada pessoa política, prevista pelo art. 37, IX, da CF/88, para a contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. 
 
 No entanto, a modificação introduzida pela EC 19/98 no caput do art. 39 da CF/88 teve sua eficácia 
suspensa, pelo Supremo Tribunal Federal, a partir da AGOSTO de 2007, sob o fundamento de 
inconstitucionalidade formal (na tramitação da emenda, a Câmara dos Deputados não observou o processo 
legislativo estabelecido no art. 60, §2°, da CF/88, especificamente quanto ao caput do art. 39, que não foi 
submetido a aprovação de dois turnos). 
 
 Por esta razão, no julgamento da ADI 2.135/DF, em 02.08.2007, o STF deferiu medida cautelar para 
suspender a eficácia do art. 39, caput, da Constituição Federal, com a redação dada pela EC 19/98. A decisão 
teve efeitos ex nunc, ou seja, daquele momento para frente, sem efeitos retroativos, isto é toda a legislação 
editada durante a vigência do art. 39, caput, com a redação dada pela EC 19/98, continua válida. 
 
 Evidentemente, portanto, que com a referida suspensão, voltou a vigorar a redação original do art. 39 da 
CF, que exige sejam admitidos sob UM ÚNICO REGIME JURÍDICO os agentes públicos da Agentes da 
Administração Direta, autárquica e fundações públicas de cada um dos entes federados. 
 Condições de ingresso. Concurso Público 
 
 
34 ** Vale ressaltar que firmou-se entendimento doutrinário e jurisprudencial de que a liberdade de escolha de regime não era 
totalmente aleatória. Isso porque pela própria natureza das atividades típicas de Estado (atividades-fim) para as pessoas que as 
exercem (fundamental a estabilidade dos agentes) deve ser adotado o regime estatutário. 
 
Finalidade = estabelecer regime uniforme p/ as 
pessoas de Direito Público 
17 
 
** O Ingresso no quadro de pessoal da Administração Pública direta, autárquica ou fundacional pública é 
direito de brasileiros e estrangeiros, como visto no item 1.5, conforme assegurado no art. 37; inc. I35 da 
CF/88, desde que preencham os requisitos indicados em lei ou resolução. 
** Como visto nem todos os brasileiros e estrangeiros podem ou devem integrar esse quadro, haja vista a 
condição de preenchimento dos requisitos exigidos em lei. 
**Além disso devem ser observados na escolha daqueles que exercerão cargo público, os princípios da 
isonomia e da impessoalidade. 
** Confere-se com isso às Administrações autorização para prescrever em lei as exigências quanto a 
capacidade física, moral, técnica, científica e profissional que entenderem convenientes, como condições de 
eficiência, moralidade e aperfeiçoamento do serviço público. 
***Ressalva: É vedado a Lei específica local dispensar as condições estabelecidas em lei nacional para a 
investidura em cargos públicos, como por exemplo, as exigidas pelas leis eleitorais e do serviço militar, ou 
para o exercício de determinadas profissões (CF, art. 22, XVI). 
***As duas leis, ou seja, tanto a local, quanto a nacional deverão respeitar e resguardar as garantias 
asseguradas no art. 5°, da CF/88, que veda distinções baseadas em sexo, idade, raça, trabalho, credo religioso 
e convicções políticas. 
 
** A escolha, portanto, para apontar os mais capazes e habilitados a manter a relação jurídica desejada pelo 
Estado, e com o Estado dentro, obviamente, das exigências legais pertinentes, ou seja, daqueles mais 
indicados para prover cargos e/ou empregos públicos, observado o princípio da isonomia, é feita por 
concurso público  exigência constitucional insculpida no art. 37, II36 da CF/88, 
 
 O concurso público é, portanto, o instrumento/procedimento pratico-jurídico posto à disposição da 
Administração Pública direta e indireta de qualquer nível de governo, para a seleção do futuro melhor 
servidor, necessário à execução de serviços sobre sua responsabilidade. 
 
 
 O entendimento doutrinário é de que o concurso público é o meio técnico posto à disposição da 
Administração para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço público e, ao mesmo 
tempo, atender ao princípio da isonomia, uma vez que propicia igual oportunidade de acesso aos cargos 
e empregos públicos a todos os que atendam aos requisitos estabelecidos de forma geral e abstrataem 
lei 
 
Dispensa de Concurso Público 
 No entanto não deve ser esquecido que para os cargos em Comissão previstos no art. 37, II da CF/88 é 
dispensado o concurso público, sendo os respectivos cargos a serem preenchidos nos “casos, condições e 
percentuais mínimos” previstos em Lei. 
 Nesse contexto deve ser ressaltado também o disposto na Súmula Vinculante n° 13 do STF que impõe 
restrição ao nepotismo nos seguintes termos: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
 
35 Dispõe o referido artigo que: 
Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros , na forma da lei; 
 
36 ARt. 37 – 
(...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração; 
 
18 
 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo 
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública Direta e Indireta em 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal” – (violação do princípio da moralidade 
administrativa previsto no art. 37, I da CF/88). 
 
Além dos cargos em comissão, a própria Carta Magna estabelece outras exceções de investidura em cargo 
público sem concurso público no caso das nomeações dos membros dos Tribunais: Art. 73, §1°37, 9438, 10139, 
104, parágrafo único, II40, 10741, 111-A42, 119, II43, 120, III44 e 12345 
 
 O outro caso de dispensa é o das CONTRATAÇÕES TEMPORÁRIAS previstas no inciso IX do art. 37 da CF/88 
e regulamentados por lei própria. 
* relembrando-se que neste caso trata-se NECESSIDADE TRANSITÓRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE 
PÚBLICO. (Ver situações enumeradas pela Lei 8.745/93). 
 
 Com relação as funções de confiança, também não se justifica o concurso público, exigindo a CF/88, no 
art. 37, V, que sejam exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo e que se limitem 
às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Essa exigência, que decorre de alteração introduzida 
 
37 Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal 
e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. 
§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: 
 
38 Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios 
será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico 
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes 
 
39 Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco 
e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada 
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
 
40 Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros 
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada 
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e 
Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94 
 
41 Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na 
respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco 
anos, sendo: 
 
42 Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais 
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria 
absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
43 Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: 
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, 
indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
44 Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade 
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 
45 Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, 
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-
generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco 
dentre civis. 
 
19 
 
pela EC 19/98, impede que pessoas estranhas aos quadros do funcionalismo sejam admitidas para funções 
de confiança 
Quanto a Forma do Concurso Público 
 A CF/88 não estabeleceu para o concurso público forma ou procedimentos determinados. 
 A EC 19/98 alterou o art. 37, II, pra afirmar que os concursos poderão apresentar diferentes formas, desde 
que previstas em lei, de acordo com a natureza e complexidade do cargo. 
 O concurso terá sempre que ser de provas e provas e títulos/ A Lei não pode estabelecer para o 
provimento efetivo de cargos ou empregos públicos processos seletivos com base somente em entrevistas, 
análise curricular, testes psicotécnicos. 
No caso do exame psicotécnico _ critério subjetivo - , o e. STF já decidiu sobre a possibilidade de que eles 
sejam exigidos em concurso público, desde que haja previsão legal (não apenas em edital). 
Somam-se a essa exigência outros pressupostos para que o exame psicotécnico seja exigido em concurso 
público. 
** estabelecimento de critérios objetivos de reconhecido caráter científico para a avaliação dos candidatos 
** possibilidade de recurso. 
Veja-se o teor da Súmula 686 do e. STF: 
SÚMULA Nº 686 
 SÓ POR LEI SE PODE SUJEITAR A EXAME PSICOTÉCNICO A HABILITAÇÃO DE CANDIDATO A CARGO PÚBLICO. 
Prazo de Validade 
 O inciso III do art. 37 da CF/88 dispõe que “o prazo de validade do concurso será de até dois anos, 
prorrogável uma vez, por igual período”. 
** como visto o prazo de validadeÉ ATÉ DOIS ANOS, e pode ser prorrogado uma única vez por igual período. 
Significa que, por exemplo, se o edital estabelecia em noves meses contados da homologação, o prazo inicial 
de validade do concurso, a prorrogação pela Administração, se ocorrer, somente poderá ser feita por mais 
nove meses, totalizando 18 meses. 
 Entende-se por prazo de validade do concurso público, o período durante o qual a Administração poderá 
nomear ou contratar os aprovados para o provimento ou preenchimento do cargo ou emprego público a 
que se destinava o concurso. 
 *O prazo deve sempre constar expressamente do edital e/ou da lei sob pena de ser improrrogável. 
 o desrespeito ao prazo de validade do concurso implicará na nulidade do ato e na punição da autoridade 
responsável nos termos da lei.(§ 2° do art. 37 da CF/88) 
** Isso quer dizer que o ato de nomeação, no caso de cargos públicos, ou a celebração do contrato de 
trabalho, no caso de empregos públicos podem ser anulados. 
20 
 
 o prazo de validade é contado a partir da homologação do concurso (entende-se por homologação o ato 
administrativo mediante o qual a autoridade competente certifica que o procedimento do concurso foi 
válido e regularmente concluído. 
Reserva de Vaga para portadores de deficiência 
A CF/88 exige no inc. VIII do art. 37 que seja definido em lei percentual de cargos e empregos públicos a 
serem preenchidos por pessoas portadoras de deficiências, estabelecendo ainda os critérios de sua 
admissão. 
A Lei que regulamenta o citado dispositivo constitucional é a de nº 7.853/99 que dispõe sobre o apoio às 
pessoas portadoras de deficiência e sua integração social, tendo sido a citada norma regulamentada pelo 
Decreto nº 3.298/99. 
O artigo 37 daquele regulamento garante a toda pessoa portadora de deficiência, quer seja ela auditiva, 
visual, mental ou múltipla, o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas 
atribuições sejam compatíveis com suas dificuldades. Para tanto, deverá ser reservado 5% (cinco por cento) 
do total de vagas previstas para os referidos concursos públicos. 
Além da referida norma também a Lei 8.112/90 assegura aos portadores de deficiência o direito de se 
inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
deficiência de que sejam portadoras, reservando-se até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas para 
serem preenchidas por essas pessoas. 
No âmbito federal, portanto, o percentual de vagas destinadas para portadores de deficiência parte de 5% 
e vai até 20%. 
Prioridade na Nomeação 
INC. IV, ART. 37, CF/88 – apenas estabelece prioridade para a nomeação de candidatos aprovados em um 
concurso anterior ainda dentro do prazo de validade sobre os aprovados no novo concurso para o mesmo 
cargo ou emprego, mas não proíbe a realização/abertura de outro concurso para determinado cargo ou 
emprego enquanto ainda esteja dentro do prazo de validade um concurso anterior realizado pela mesma 
administração. 
 a Lei 8.112/90 restringe em seu §2°, art. 12 (não se abrirá novo concurso enquanto houve candidato 
aprovado em concurso anterior ao prazo de validade não expirado. 
 Investidura 
 
LEI 8.112/90 
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
 I - a nacionalidade brasileira; 
 II - o gozo dos direitos políticos; 
 III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
 IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
 V - a idade mínima de dezoito anos; 
 VI - aptidão física e mental. 
 § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. 
21 
 
 § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas 
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 
 § 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com 
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela 
Lei nº 9.515, de 20.11.97) 
 Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. 
 Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. 
 Art. 8o São formas de provimento de cargo público: 
 I - nomeação; 
 II - promoção; 
 III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 V - readaptação; 
 VI - reversão; 
 VII - aproveitamento; 
 VIII - reintegração; 
 IX - recondução. 
 Após o concurso segue-se a NOMEAÇÃO do candidato aprovado, sendo a nomeação o ato de provimento 
de cargo que se completa com a posse e o exercício. 
Conceito nomeação46 – única forma de provimento originário compatível com a CF/88 e pode dar-se em 
caráter efetivo ou em comissão, para cargos de confiança, esta última, repita-se, não exigindo concurso 
público. 
A nomeação em caráter efetivo depende de prévia aprovação em concurso público compatível com a 
natureza e a complexidade do cargo a ser preenchido 
De acordo com a lição de José dos Santos Carvalho Filho47 a investidura retrata uma operação complexa, 
constituída de atos do Estado e do interessado, para permitir o legítimo provimento do cargo público, sendo 
a POSSE O ATO DE INVESTIDURA PELO QUAL FICAM ATRIBUÍDOS AO SERVIDOR AS PRERROGATIVAS, OS 
DIREITOS E DEVERES DO CARGO ou do mandato. É o momento em que o servidor assume o compromisso 
do fiel cumprimento dos deveres e atribuições 
 
Como visto no art. 7° da Lei 8.112/90 a investidura ocorre com a posse. Ou seja o ato de posse que completa 
a investidura, sendo, portanto a conditio iuris para o exercício da função pública. 
 
 sem a posse o provimento não se completa, nem pode haver exercício da função pública 
 
** A NOMEAÇÃO É ATO ADMINISTRATIVO UNILATERAL - QUE NÃO GERA, POR SI SÓ, QUALQUER 
OBRIGAÇÃO PARA O SERVIDOR, MAS SIM O DIREITO SUBJETIVO PARA QUE ELE FORMALIZE SEU VÍNCULO 
COM A ADMINISTRAÇÃO, POR MEIO DA POSSE 
** A POSSE É ATO JURÍDICO BILATERAL, EM QUE O SERVIDOR É INVESTIDO EM ATRIBUIÇÕES E 
RESPONSABILIDADES INERENTES AO CARGO. O nomeado somente se torna servidor com a posse. 
 
 
46 Art. 9°, Lei 8.112/90 – 
Art. 9o A nomeação far-se-á: 
 I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; 
 II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, 
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela 
remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 
47 Direito Administrativo, 21ª ed. Editora lúmen Júris,Rio de Janeiro, 2009, pág. 589 
22 
 
O art. 1348 da Lei 8.112/90 define a forma em que ocorre a posse e o prazo para que venha a ocorrer, nos 
seguintes termos: 
 
** Nos termos do §3° do art. 13, a posse poderá dar-se mediante procuração específica 
** Nos termos do §5° do art. 13, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu 
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.O art. 1549 da Lei 8.112/90 define o que é exercício e o prazo para que o servidor empossado em cargo 
público, entre em exercício. 
 
Formas de Provimento50 
 
 
 
48 “Art. 13 – A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, 
ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
§1°- A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. 
§2°- Em se tratando de servidor, que esteja na data da publicação do ato de provimento, em uma das licenças prevista abaixo, o prazo 
será contado do término do impedimento: 
I – por motivo de doença em pessoa da família; 
Etc. 
 
49 Art. 15 – Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. 
§1° - É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. 
§2°- O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de co§1°nfiança, se não entrar 
em exercício nos prazo previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18 
 
50 Esquema retirado do Livro Lei nº 8.112/90 esquematizada. CARVALHO, Janaína e BRAGA, Renato. 2ª ed., Editora Ferreira, 
Rio de Janeiro, 2008, pág. 19 
23 
 
 
DICAS: 
 
 
 
 
 
 
PROMOÇÃO – 
 
“É o progresso funcional em que o servidor é deslocado de cargo de classe inferior para outro cargo de classe 
superior dentro da mesma carreira (ex: magistrado de primeira instância é promovido para o cargo de 
desembargador)”51 
 
READAPTAÇÃO – 
neste caso o servidor passa a ocupar cargo diferente daquele que ocupava em virtude de limitação sofrida 
em sua capacidade mental ou física. Assim sendo, há uma mudança de cargo visando a compatibilização de 
suas atuais condições para o exercício da função pública com o cargo a ser por ele ocupado. 
Ex: motorista acometido de disfunções motoras ou problemas de visão que passa a ocupar (é readaptado) 
cargo administrativo 
 
REVERSÃO52 
 
É o retorno à atividade de servidor aposentado quando assim o solicitar (a pedido53), ou quando 
determinado o retorno pela entidade a que se ligava (ex-officio), dado que insubsistentes (decisão viciada) 
os motivos da aposentação (ilegalidade na concessão da aposentadoria ou por não mais subsistirem 
(desaparecerem) os motivos determinantes de sua aposentadoria. Neste último caso, há a constatação por 
junta médica (laudo) da inexistência das razões da aposentadoria por invalidez). 
 
REINTEGRAÇÃO – 
 
 É A FORMA DE PROVIMENTO DERIVADO EXPRESSAMENTE PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO (ART. 41, §2°). 
 
51 Curso de Direito Administrativo. Rafael Carvalho Rezende Oliveira. Editora Método. São Paulo:2013, pág. 637 
52 ART 25 DA LEI 8.112/90 
 
53 Essa opção prevista na Lei 8.112/90 é considerada inconstitucional pela doutrina majoritária, vez que atenta contra a regra 
constitucional do concurso público. A aposentadoria extingue a relação estatutária e acarreta a vacância do respectivo cargo. 
 
24 
 
 Ocorre quando o servidor estável, anteriormente demitido, tem a decisão administrativa ou judicial que 
determinou sua demissão invalidada. 
 O irregularmente demitido retornará, então, ao cargo de origem, com ressarcimento de todas as 
vantagens a que teria feito jus durante o período de seu afastamento ilegal, inclusive às promoções por 
antiguidade que teria obtido nesse ínterim. 
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, até se adequado 
aproveitamento. 
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, 
sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (nesse caso 
com remuneração proporcional). Se não estável deverá ser exonerado 
 
APROVEITAMENTO – 
 
 É A FORMA DE PROVIMENTO DERIVADO EXPRESSAMENTE PREVISTA PELA CONSTITUIÇÃO (ART. 41, § 3°) 
Trata-se do retorno do servidor colocado em disponibilidade ( portanto estável) a cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado (o qual foi extinto ou declarado desnecessário). 
 
RECONDUÇÃO54 – 
 
 é o retorno de servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, podendo decorrer de: 
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; ou 
b) reintegração do anterior ocupante 
 
 No entendimento jurisprudencial firmado pelo e. STF é possível ao servidor estável aprovado 
para outro cargo, dentro do período de estágio probatório, optar pelo retorno ao antigo cargo, se assim o 
desejar. 
 Em virtude desse entendimento a AP federal terminou por editar a Súmula Administrativa 
AGU 16, de 19.06.2002, de observância obrigatória por toda Administração Federal, cujo teor é o seguinte: 
 
“O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de habilitação em concurso público, 
poderá desistir do estágio probatório a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990, a ser reconduzido no cargo inacumulável de que foi exonerado, a pedido. Não se 
interporá recurso da decisão judicial que reconhecer esse direito. 
 
ACUMULAÇÃO 
 A regra é a titularização por alguém de um só cargo 
 A mesma pessoa em tese não pode ocupar 2 cargos 
 A CF/88 estabelece a regra da proibição de exercício simultâneo, remunerado, de cargos, funções e 
empregos públicos (art. 37, incs. XVI e XVII) 
 O preceito abrange os agentes da administração direta e das autarquias, fundações, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas direta e indiretamente pelo poder público (art. 
37, XVII com a redação dada pela EC/98. Porém o mesmo dispositivo que fixa a regra abre exceções para os 
seguintes casos: 
a) dois casos de professor; 
b) um cargo de professor e outro técnico ou científico ( o cargo técnico e o cargo científico exigem habilitação 
específica para seu provimento) 
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (aliena c, 
redação dada pela EC34/01) 
 Tais exceções significam acumulações legais, configurando direito de quem se encontra aí enquadrado. 
 A CF/88 condiciona a acumulação a compatibilidade de horários. 
 
54 art. 29 da Lei 8.112/90 
25 
 
 A CF/88 prevê ainda duas outras hipóteses de acumulação legal. ** O cargo de Juiz e um cargo de 
Magistério (art. 95, § único, I), um cargo no MP e um cargo ou função de Magistério (art. 128, § 5°, II, d) 
 
DIREITOS E DEVERES 
 
 Os direitos dos servidores públicos estão consagrados em grande parte na CF/88 (arts. 37 a 41). 
 Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam do Estatuto do Servidor que cada unidade da 
federação tem competência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o escolhido para reger as 
relações de emprego. Em qualquer hipótese deverão ser observadas as normas da CF/88 
 Dentre os direitos, incluem-se os concernentes a férias, licenças (licença-gestante; licença ao funcionário 
acidentado ou acometido de doença profissional e auxílio funeral), vencimento e demais vantagens 
pecuniárias, assistência, direito de petição, disponibilidade e aposentadoria. 
 Além disso, forma estendidos aos servidores públicos alguns dos direitos e garantias dos trabalhadores em 
geral, nos termos da art. 39, §3º, da CF/88, que remete ao disposto no art. 7° , incs. IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, 
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX. 
 Outro direito que merece destaque é o da irredutibilidade de vencimentos prevista no art. 37, inc. XV da

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes