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Universidade Federal de Goiás Escola de agronomia Engenharia de Alimentos Microbiologia de Alimentos Professor (a): Iolanda Aparecida Nunes Contagem de mesófilos, psicrófilos e termófilos em alimentos Catharina Pinheiro Guimarães Fernanda Nayara Loubach de Paula Thais da Silva Arruda Outubro 2017 Introdução Os microrganismos indicadores são grupos de microrganismos que, quando presentes em números elevados nos alimentos, poderão causar a deterioração ou a redução da vida de prateleira. Essas contagens fornecem informações gerais sobre as condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento. As contagens de bactérias viáveis baseiam-se no número de bactérias que se desenvolvem em placas com meios de cultura nos quais foram inoculadas quantidades previamente conhecidas do alimento diluído e, posteriormente, incubadas sob determinadas condições ambientais. Portanto, só serão contadas bactérias com capacidades de crescer nessas condições. O método de contagem em placas é um método geral, que pode ser utilizado para contagem de grandes grupos microbianos, como aeróbios mesófilos, aeróbios psicrpófilos, termófilos, bolores e leveduras, variando-se do tipo de meio, a temperatura e o tempo de incubação. Na metodologia da contagem as amostras são homogeneizadas, diluídas em série, em diluente apropriado, plaqueadas com ou sobre um meio ágar apropriado e incubadas, após o que todas as colônias visíveis são contadas; o procedimento baseia-se na premissa de que cada célula microbiana presente em uma amostra irá formar uma colônia separada e visível. A relação da contagem é feita entre o número de unidades formadoras de colônias (UFC), que podem tanto ser células individuais como agrupamentos característicos de certos microrganismos, por mililitro ou gramas de amostra. Contagem em Placas de Bactérias Aeróbias Mesófilas é uma contagem comumente empregada para indicar a qualidade dos alimentos. Alguns micro- organismos deste grupo são utilizados para a verificação da qualidade do alimento e do ambiente em que estes são produzidos. A contagem total de aeróbios mesofilos em placas e um dos métodos mais utilizados como indicador geral de qualidade higienico-sanitaria dos ambientes e é um parâmetro de importância pois, além de indicar a qualidade sanitária, pode também indicar que há a possibilidade de crescimento de patógenos, já que a maioria das bactérias patogênicas de origem alimentar são mesófilas. Mesmo que os patógenos estejam ausentes e que não tenham ocorrido alterações nas condições organolépticas do alimento, um número elevado de microrganismo indica que o alimento é insalubre. Contagem de Bactérias Psicrotróficas e Termófilas são as contagens que avaliam o grau de deterioração de alimentos refrigerados ou daqueles submetidos a tratamento térmico. Segundo a ICMSF (International Commission on Microbiological Specifications for Foods), microrganismos indicadores podem ser agrupados em: microrganismos que não oferecem riscos à saúde (mesófilos, psicrófilos, termófilos, bolores e leveduras) e microrganismos que oferecem um risco baixo ou indireto à saúde (coliformes totais, coliformes fecais enterococos, enterobactérias totais, Escherichia coli). Nesse relatório, serão tratados os microrganismos que não oferecem riscos à saúde. Materiais Amostra de carcaça de frango congelada Tubos de ensaio Placas de Petri Pipeta eletrônica Ponteira com filtro Água peptonada tamponada a 1% Saco de stomacher Agitador Vortex Stomacher Ágar PCA Contador de Côlonias Metodologia O primeiro passo para a realização do experimento é fazer a identificação dos três (3) tubos que serão usados e das nove (9) placas de Petri. Os tubos são identificados pela diluição feita (10-1,10-2 e 10-3) e é dividido 3 placas para mesófilos, 3 placas para psicrófilos e 3 para termófilos, sendo cada uma respectivamente identificada com o nome da amostra,data,turma e diluição.Logo após essa etapa, o saco de stomacher que contém 25 gramas da amostra da carcaça de frango congelada é aberto,com todo o cuidado e precaução para que não haja contaminação, e é vertido 225 mL de água peptonada tamponada a 1%.Por fim, essa mistura é levada para o homogeneizador de laboratório Stomacher e deixada por sessenta (60) segundos. Dessa mistura de amostra e água peptonada tamponada a 1% se retira um (1) mL com a pipeta eletrônica e transfere para o tubo de diluição 10-2, o qual já contém nove (9) mL de água peptonada. Sendo este tubo agora homogeneizado no agitador Vortex. Agora, é transferido um (1) ml do tubo 10-2 com a pipeta eletrônica para o tubo de diluição 10-3, sendo também homogeneizado no agitador Vortex. Todas as placas identificadas como 10-3 foram separadas, obtendo-se uma placa de mesófilos 10-3, uma placa de psicrófilos 10-3 e uma de termófilos 10-3 e em cada uma delas se adicionou um (1) mL da solução do tubo 10-3. Adicionou- se logo após, Ágar PCA. Homogeneizou a mistura em cada uma das placas com 22 movimentos em formato de oito e esperou solidificar. O procedimento foi o mesmo para placas identificadas como 10-2, nesse caso o volume de 1 mL transferido para a placa é advindo do tubo de diluição 10-2. Adiciounou-se Ágar PCA, em torno de 15 a 18 mL, e esperou solidificar.Para as 3 placas identificadas como 10-1 o procedimento foi idêntico aos anteriores. As placas de mesófilos foram incubadas (em estufa e com placa invertida) a uma temperatura de 36 ± 1oC por 48 horas. As placas de psicrófilos foram incubadas (em estufa e com a placa invertida) a uma temperatura de 25 oC por 24 horas e as placas de termófilos foram incubadas (em estufa e com a placa invertida) a uma temperatura de 55 ± 1oC por 48 horas em câmara úmida.E por fim, é feito a contagem das placas no Contador de Colônias. Resultados A partir do experimento realizado, obteve-se os seguintes resultados: Mesófilos Diluição Resultado (UFC/g) 10-1 colônias acima do intervalo estabelecido 10-2 4∙103 10-3 sem colônias na placa Termófilos Diluição Resultado (UFC/g) 10-1 sem colônias na placa 10-2 4,6∙103 10-3 colônias abaixo do intervalo estabelecido Psicrófilos Diluição Resultado (UFC/g) 10-1 colônias abaixo do intervalo estabelecido 10-2 1,2∙104 10-3 colônias acima do intervalo estabelecido ∗ Intervalo estabelecido: 25 – 250 UFC/g Conclusão A análise microbiológica é fundamental para se conhecer as condições de higiene em que o alimento foi processado, os riscos que os alimentos podem oferecer à saúde do consumidor e se o alimento terá ou não a vida útil pretendida. Alguns alimentos não contem padrões estabelecidos para contagem microbiana total, mas sabe-se que alimentos destinados ao consumo humano com populações microbianas da ordem de 106 UFC/g devem ser considerados no mínimo suspeitos e podem indicar que o alimento é insalubre, pois aumenta a possibilidade de estarem presentes deteriorantes e/ou patógenos, podem ocorrer descaracterizações organolépticas, perdas do valor nutricional e da atratividade do alimento. Contagens elevadas de microrganismos mesófilos aeróbios indicam se a limpeza, a desinfecção e o controle da temperatura durante os processos de tratamento industrial, transporte e armazenamento foram realizados de forma adequada; também permite obter informação sobre a alteração incipiente dos alimentos, sua provável vida útil, a falta de controle no descongelamento dos alimentos ou desvios na temperatura de refrigeração, podem indicar uso de matéria-prima contaminada, também podem indicar que houveram condições para patógenos mesófilos crescerem. Contagens elevados de microrganismos psicrófilos e termófilos servem como base para a avaliação do grau de deterioração de alimentos refrigerados ou daqueles submetidos a tratamento térmico. A contagem feita em laboratório obteve o valor de 4∙103 UFC/g para microrganismos mesófilos, 1,2∙104 UFC/g para psicrófilos e 4,6∙103 UFC/g para termófilos, todos valores podem ser considerados satisfatórios para a avaliação das condições gerais da carcaça de frango. Referências CARDOSO, A. L. S. P.; TESSARI, E. N. C.; CASTRO, A. G. M.; KANASHIRO, A. M. I. Pesquisa de Salmonella spp coliformes totais, coliformes fecais, mesófilos, em carcaças e produtos derivados de frango. Arquivos do Instituto Biológico, Sao Paulo, v.67, n. 1, p. 25-30, 2000 SILVA, M. C. Avaliação da qualidade microbiológica de alimentos com a utilização de metodologias convencionais e do sistema SimPlate. São Paulo. Dissertação (Mestrado)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, 2012.
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