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A visão das muçulmanas sobre o uso do véu

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A visão das muçulmanas sobre o uso do véu
Uma religião tem, pela sua própria natureza, uma explicação e regras próprias para todos os atos da vida, ou seja, tenta disciplinar as ações do indivíduo como um todo. 
A existência deste conjunto de regras, no entanto, não significa que os muçulmanos não respeitem as regras da República (regras estabelecidas para todos os cidadãos) e muito menos que as desprezem e não as cumpram. 
A liberdade religiosa, vista por alguns como a primeira de entre as liberdades, enfrenta, ainda, nos dias de hoje conflitos ligados, na sua maioria, à exteriorização da fé da pessoa como o caso do uso do véu. 
O véu para as mulheres muçulmanas é, antes de tudo, um ato de obediência  a Deus. Ao usar o véu, ela está obedecendo a um mandamento religioso. As muçulmanas seguem rigorosamente o alcorão (livro sagrado). Vale dizer que a Bíblia também relata o uso do véu (Coríntios 11:1-16): (...)Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu (...). Assim, algumas denominações protestantes e  as   Cristãs usam o véu somente dentro das igrejas. 
Já na República Francesa o caso do uso do véu islâmico gerou muita discussão. A lei Francesa de 2010 proíbe o uso do véu islâmico integral (burca e “niqab”) em espaços públicos. Tal lei está de acordo com o Convênio Europeu de Direitos Humanos, O Tribunal Europeu de Direito Humanos entende a necessidade das autoridades de “identificar os indivíduos para prevenir atentados contra a segurança das pessoas e dos bens, e lutar contra a fraude de identidade.” Por essa razão, os juízes rejeitaram o processo movido por uma jovem, nascida em 1990 e que diz usar burca, que cobre todo o corpo e tem uma tela para os olhos, e o “niqab”, um véu negro da cabeça aos pés, com uma pequena abertura na altura dos olhos. A litigante era contrária a lei, que entrou em vigor em abril de 2011, sob a presidência de Nicolas Sarkozy, argumentando usar essas roupas por  sua fé, sua cultura e suas convicções pessoais. A jovem levantou sua voz, assim como muitas outras pessoas, para condenar os abusos de alguns Estados no tocante às liberdades religiosas com a proibição em lugares públicos do uso da burca (burqa) e do “nigab” (véu que cobre o rosto).
Nota-se, que as violações dos direitos humanos no mundo têm aumentado significativamente apesar do progresso tecnológico alcançado pela humanidade. A decisão das autoridades francesas de restringir o uso da burca e do “nigab” suscitou discussões acaloradas a ponto de levar alguns fanáticos muçulmanos a prometer vingança e boicote dos interesses helvéticos e franceses. Vale transcrever algumas considerações contidas no Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) aprovada pelo Brasil dentro das medidas protetoras dos direitos humanos no sistema global, in verbis:
“Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz ao mundo; considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos da pessoa resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que as pessoas gozem de liberdade de palavra, de crença e de liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum; considerando essencial que os direitos da pessoa sejam protegidos pelo império da lei, para que a pessoa não seja compelida, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão...”
No entanto, os Estados signatários da Carta da ONU são os primeiros a violar sistematicamente os direitos contidos na mesma em nome de um Estado laico e do princípio de igualdade entre os povos. 
A discussão acerca do uso da burca ou do “nigab” não pode ser descartada nem desprezada tanto no âmbito nacional como internacional, pois, aqueles Estados chamados de “nações civilizadas”, enquanto signatários da Carta de São Francisco se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais da pessoa e a observância desses direitos e liberdades. (cf. Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos)
O que se vê, infelizmente, é uma violação desses direitos para com os imigrantes, outras culturas e identidades, bem como para com as liberdades religiosas. Em nada perturba a paz social o uso da burca e do “nigab”ou. Homens com vestimentas tradicionais se utilizaram de bombas presas ao próprio corpo, mochilas, carros e até aviões em atentados. 
A visão das mulheres entrevistas é de que seu direito a liberdade de religião não é absoluto, pois vem sendo atacadas diariamente com ofensas ou restrições como esta apenas por terem optado seguir sua religião no todo.
Lamentavelmente, os muçulmanos que são vinculados ao terrorismo.
Entretanto, o art. 2º da Declaração diz: “Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.”
A proibição da burca não passa de uma política eivada de eurocentrismo, ao mesmo tempo, discriminatória, porém seletiva, por visar as mulheres muçulmanas cuja maioria optou por vontade própria seguir o hábito, esconde também uma política da negação do outro e da imposição de uma visão dominante da maioria contra uma minoria já excluída da convivência social e da organização da “polis”por ser “diferente”. 
Há nítida violação dos dispositivos da Declaração supracitada a fim de impor uma visão reducionista de um Estado democrático e de direito mediante debates sabiamente organizados pelos políticos em busca de afirmação de uma identidade européia.

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