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FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO TEORIAS ADMINISTRATIVAS Foco em Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas e Teoria Neoclássica 2018 GIULIA AMARAL – 1° PERÍODO ETEP FACULDADES 17/04/2018 TEORIAS ADMINISTRATIVAS As Teorias de Administração são práticas de gestão empresarial que foram desenvolvidas segundo as necessidades de cada época, com o intuito de solucionar determinados problemas administrativos. Muitas caíram em desuso por motivos diversos, mas todas continuam aplicáveis hoje em dia, dependendo do estado que se encontra uma organização, vejamos a linha do tempo das teorias: 1903 1909 1916 1932 1947 1951 1953 1954 1957 1962 1972 TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Henry Fayol foi o fundador da Teoria Clássica, formou-se em Engenharia de Minas e desenvolveu sua carreira em uma empresa metalúrgica. A sua principal obra é o livro “Administração Geral e Industrial” publicado em 1916. As abordagens clássicas na Administração surgiram principalmente, ao advento da Revolução Industrial. Com ela, as empresas passaram por um processo de rápido e desorganizado crescimento, sendo necessária, portanto, uma atividade que abordasse as questões empresariais de maneira mais científica e menos improvisada, como era feito até então. A Teoria Clássica teve como foco principal a preocupação com a estrutura das organizações e não as tarefas, criar normas e regras de administração baseadas em princípios, padronizar as funções da Administração das empresas. Segundo Fayol, toda empresa apresenta seis funções, são elas: 1. Funções Técnicas: Relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa. Te o ri a C ie n ti fi ca Te o ri a B u ro cr ac ia Te o ri a C lá ss ic a Te o ri a d as R e la çõ es H u m an as Te o ri a Es tr u tu ra lis ta Te o ri a d o s Si st e m as A b o rd ag em S o ci o té cn ic a Te o ri a N eo cl á ss ic a Te o ri a C o m p o rt am en ta l D e se n vo lv im en to O rg an iz ac io n a l Te o ri a d a C o n ti n gê n ci a Novas Abordagens (era da informação) 1990 2. Funções Comerciais: Relacionadas com a compra, venda e troca. 3. Funções Financeiras: Relacionadas com a procura e gestão de capitais. 4. Funções de segurança: Relacionadas com a proteção preservação dos bens e das pessoas. 5. Funções de contabilidade: Relacionadas com controles, inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. 6. Funções Administrativas: Relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. A visão de Fayol sobre as funções básicas da empresa está ultrapassada. Hoje estas funções recebem o nome de Áreas da Administração, onde: As funções Administrativas recebem o nome de Administração Geral. As funções técnicas recebem o nome de área de produção, manufatura ou operações. As funções administrativas (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar) são consideradas funções universais da Administração. Elas estão presentes no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Para os autores Clássicos, não basta enunciar os elementos da administração, que servem de base para as funções do Administrador, é preciso definir as normas as quais estas funções devem ser aplicadas. O Administrador deve seguir normas ou regras de comportamento, principios que permitem realizar funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Os princípios são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar. Fayol então desenvolveu os Princípios Gerais da Administração, de acordo com sua visão: 1. Divisão do trabalho: As tarefas devem ser divididas e os funcionários devem se especializar em um número limitado de tarefas. A especialização das tarefas e das pessoas aumenta a eficiência. 2. Autoridade e Responsabilidade: Enquanto autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência; a responsabilidade é uma consequência natural da autoridade. 3. Disciplina: É essencial para que a organização funcione bem e depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. 4. Unidade de Comando: Cada pessoa deve receber ordens de apenas um único superior. È o principio da autoridade única. 5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição . 8. Centralização: Refere-se á concentração da autoridade no topo da hierarquia da empresa . 9. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio de comando. 10. Ordem: Um lugar adequado para cada coisa e cada coisa em seu lugar. È a ordem material humana. 11. Equidade: Reconhecimento imparcial do direito de cada um, justiça para alcançar a lealdade do pessoal. 12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. 14. Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização e devem ser incentivadas para impedir desavenças e dissidências. Para a Teoria Clássica, os aspectos organizacionais são analisados de cima para baixo (da direção para execução) e do todo para as partes (da síntese para análise). PRESIDENTE DIRETOR GERENTE CHEFE SUPERIOR TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS George Elton Mayo: cientista social australiano chefiou uma experiência numa fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. A alta necessidade de se humanizar e democratizar a gestão nas frentes de trabalho das indústrias aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e sociologia, entre outros – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez nascer a Teoria das Relações Humanas. Os objetivos da Teoria: 1. Deslocar a ênfase na estrutura e nas tarefas para a ênfase nas pessoas. 2. Mostrar a influência de fatores psicologicos e sociológicos sobre o ser humano. 3. Nova concepção do Ser Humano como o Homem Social. 4. Corrigir a desumanização do trabalho com a aplicação dos metodos ciêntificos. A Experiência de Hawthorne A Fábrica da Western Electric Company que fica em Chicago nos EUA, produzia equipamentos e componentes telefônicos, para a época, já tinha uma política de pessoal que valorizava o bem estar dos funcionários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. Os objetivos iniciais eram verificar os efeitos das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. 1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne: Conhecer o efeito da variação das condições fisicas de trabalho sobre o rendimento do trabalhador2. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne: Sala de Experiência de Montagem de Relés - oferta de pequenos beneficios 3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne: Programa de Entrevistas 4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne: Sala de Observações de Montagem de Terminais, criação de grupos sociais independendentes Conclusões e resultados da experiência: O nível de produção é resultante da integração Social: Quanto maior a integração social, maior é a disposição para o trabalho. Comportamento Social dos empregados: O comportamento do individuo se apoia totalmente no grupo. Recompensas e Sansões Sociais: Empregados que produzem acima ou abaixo da norma do grupo, perdem o respeito e a consideração dos colegas. Grupos informais: definem regras e comportamentos, objetivos, crenças e expectativas. Relações Humanas: As pessoas mesmo com diferentes personalidades procuram se ajustar aos demais, querem ser compreendidas, aceitas e participar de interesses do grupo. Importância do conteúdo do cargo: O conteúdo e a natureza da tarefa influencia o moral do trabalhador. Ênfase nos aspectos emocionais: Os aspectos emocionais não-planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial. Com isso, surgiu o conceito de Homem Social, onde se percebeu que as pessoas não são motivadas por estímulos salariais e econômicos, mas por recompensas sociais e simbólicas. Depois da Experiência de Hawthorne, Elton Mayo defende: 1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal. 2. O operário não reage como individuo isolado mas como membro de um grupo social. 3. A tarefa básica da Gestão é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo o pessoal. 4. A pessoa é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida", de receber adequada comunicação 5. A fábrica surgirá como uma nova unidade social que proporcionará um novo lar, um local de compreensão e de segurança emocional para os indivíduos Estas motivações, segundo a Teoria das Relações Humanas, determinam que ao longo da vida de uma pessoa ela evolui por três níveis ou estágios: 1. Necessidades fisiológicas: Necessidades vitais ou vegetativas relacionadas com a sobrevivência do indivíduo, inatas e instintivas, comuns aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica. 2. Necessidades psicológicas: Exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no decorrer da vida. São raramente satisfeitas na sua plenitude e com o passar do tempo vão desenvolvendo-se e sofisticando-se (segurança íntima, autoconfiança, afeição). 3. Necessidades de auto realização: São produto da educação e da cultura. São a síntese de todas as outras necessidades, é o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, contínuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado. Com isso, é necessário que a organização consiga oferecer meios para que o funcionário tenha essas motivações atendidas para que ele produza mais. TEORIA NEOCLÁSSICA Tendo como principal referência Peter Drucker a Teoria Neoclássica da Administração é o nome dado a um conjunto de teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada das abordagens clássica e científica da administração. Surgiu da necessidade de utilizar os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica; Eliminou os exageros e distorções típicos do pioneirismo; Sintetizou outros conceitos válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas mais recentes; possui ênfase nos objetivos e resultados da organização, além de criar a ideia de que a Administração é uma técnica social. A Teoria Neoclássica enfatiza as funções do administrador: planejamento, organização, direção e controle, em conjunto, elas formam o Processo Administrativo, devendo ser aplicados pelos Administradores nas Organizações. O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente os objetivos e como alcançá-los. O estabelecimento dos objetivos é o primeiro passo do planejamento. Há uma hierarquia de objetivos para conciliar os objetivos simultâneos em uma organização, cobrindo objetivos organizacionais, políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas. A organização é a função administrativa que consiste no agrupamento das atividades necessárias para realizar o planejado. A direção é a função administrativa que orienta e guia o comportamento das pessoas na direção dos objetivos a serem alcançados. É uma atividade de comunicação, motivação e liderança e refere-se a pessoas. O controle é a função administrativa que busca assegurar se o planejado, organizado e dirigido cumpriu os objetivos pretendidos. De acordo com a teoria, a organização consiste em um conjunto de posições funcionais e hierárquicas orientados para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. Ou seja, para ela, as organizações existem para alcançar objetivos e atingir resultados e que não vivem por si próprias, pois precisam de membros para alcançar as metas estabelecidas. A administração consiste em orientar, dirigir, e controlar os esforços dos membros da organização para o objetivo em comum, e por ser uma atividade essencial a todo esforço humano coletivo, a administração é vista como uma técnica social. Princípios Básicos da Organização 1. Divisão do trabalho: A maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas que o constituem. 2. Especialização: Cada órgão ou cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas. 3. Hierarquia: Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em camadas ou níveis de autoridade. Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de autoridade do administrador. Ao mesmo tempo em que diminui a necessidade de conhecimento técnico- operacional. 4. Amplitude administrativa: refere-se ao número de funcionários que um administrador consegue dirigir com eficiência e eficácia. Quando o Administrador tem muitos subordinados, sua amplitude de comando é grande e ampla, centralizando o poder, ele possui mais autoridade e por consequência mais responsabilidade. Quando sua amplitude é média, a organização possui poucos níveis hierárquicos, e, portanto um poder mais descentralizado, delegando responsabilidades para os demais colaboradores.
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