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Direito Civil 3: Classificação e Contratos envolvendo terceiros

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CIVIL 3 –PROVA 1
CONTRATOS:
- Fonte de Obrigações
-Obrigação (cumprimento de uma prestação derivado de um contrato) difere de dever jurídico (votar, pagar impostos por exemplo)
- Acordo de vontades em conformidade da lei, com finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos (patrimoniais).
-Tradição francesa e alemã: privado e paritário
- Função Social do Contrato:
No contrato, as partes estão em posição horizontal, devendo agir com boa-fé objetiva, cooperação, honestidade e lealdade. A função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, pois produz efeitos perante terceiros. A principal consequência jurídica dessa função social é a ineficácia de relações que ofendem a interesses sociais e à dignidade da pessoa humana, viabilizando a igualdade das partes e o equilíbrio contratual.
Deve-se analisar a relação do contrato com o seu contexto social, e não apenas de modo individual, relativo aos contratantes, porque o contrato passou a interferir positiva ou negativamente, também, em relação à coletividade. A função social traz consigo valores da ordem jurídica, social, econômica e moral.
A relação deve compreender os deveres jurídicos gerais e de cunho patrimonial (de dar, fazer e não fazer), bem como devem ser levados em conta os deveres anexos ou colaterais que derivam desse esforço socializante.
Obs: os contratos de adesão costumam possuir a hipossuficiência em um dos polos, nem sempre são igualitários, pois as cláusulas são impostas;
Requisitos de validade dos contratos: capacidade do agente, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita ou não defesa em lei, consentimento recíproco e acordo de vontades.
PRINCÍPIOS QUE REGEM OS CONTRATOS:
AUTONOMIA DA VONTADE ou autonomia privada
Dispõe que as partes são livres para contratar, em regra, sem a interferência do Estado, podendo celebrar contratos nominados ou mesmo inominados criados entre eles.
Obs: em razão do princípio da função social, há certa interferência do Estado nos contratos, podendo-se afirmar que de certo modo, a autonomia privada substituiu a autonomia da vontade, pois a vontade perder o papel relevante que exercia diante do dirigismo contratual.
Ex: esse dirigismo contratual pode ser notado nos contratos de adesão, na medida em que a vontade é mitigada, por tratar-se de um instrumento pré-elaborado sem possibilidade de alteração. Nesses contratos, há a intervenção estatal que disciplina as normas cogentes para proteger a parte vulnerável da relação, conforme arts. 423 e 424, que favorece o aderente nos casos em que há cláusulas ambíguas e contraditórias ou pode até mesmo anular as cláusulas que estipulem renúncia de direito resultante da natureza do negócio. 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS
Todo aquele que contratar ficará vinculado ao acordado.
Esse princípio existe como decorrência da necessidade de garantir maior segurança nos negócios (função social do contrato), que deixaria de existir caso os contratantes fossem livres para descumprir o contrato. A inatingibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente do entendimento que o acordo de vontades faz a lei entre as partes (Pacta Sunt Servanda), não podendo ser alterado nem pelo juiz.
Força vinculante dos contratos: irreversibilidade da palavra
Arts. 389 a 391: Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária e honorários advocatícios. Nas obrigações negativas a inadimplência ocorre no dia do ato executado, a que a parte deveria se abster. E pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Este princípio não é absoluto, por ainda deve obedecer as normas de ordem pública – as partes podem pactuar livremente, mas não podem pactuar contra a norma pública. Além disso, é possível a suavização do cumprimento das obrigações de excessivo rigor através da intervenção judicial (uma forma de manter o equilíbrio contratual)
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
A boa-fé objetiva está no plano da conduta de lealdade das partes, ela deve ser observada como norma de comportamento em todas as relações jurídicas, baseando-se na honestidade e lealdade, e não ocultando informações relevantes sobre o objeto e conteúdo do negócio jurídico.
Venire Contra Factum Proprium : Proibição de que a parte exerça posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente, fundando-se na proteção da confiança.
422- Os contratantes são obrigados a guardar, na conclusão e execução do contrato, o princípio da probidade e boa –fé.
187- Constitui ato ilícito atentar contra a boa-fé, bons costumes, e o fim econômico e social.
A boa-fé objetiva traz deveres relacionados ao cuidado, respeito, lealdade ou probidade, informação, transparência , confiança, equidade e razoabilidade. Podendo flexibilizar os parâmetros contratuais e permitir uma multiplicidade de resultados interpretativos.
Tem função de interpretação (art. 113- os negócios jurídicos são interpretados conforme a boa-fé e os usos do local), de controle (187- abuso de direito, ato ilícito) e de integração (422- integra todas as fases contratuais).
A boa-fé objetiva, como uma cláusula aberta, necessita de interpretação a qual também é buscada nos estudos do direito comparado e nos diversos enunciados do Conselho da Justiça Federal, podendo ser citados os seguintes conceitos:
Supressio: direito não exercido não poderá mais sê-lo
Surrectio: prática continuada gera confiança. Cria-se direito pela continuidade do seu exercício, gerando confiança e expectativa.
Tu Quoque: quem não cumpriu o contrato não pode exigir do outro
Venire contra factum proprium: proibida a quebra injustificada da confiança, expectativa
Obs : A boa-fé pode até mesmo extrapolar o tempo de execução, como por exemplo, na fase pós-contratual, nas hipóteses em que se responsabiliza o credor que, após o pagamento da dívida, não retira o nome do devedor dos órgãos de proteção ao crédito. Ou ainda nas hipóteses de “recall” das montadoras de carros quando convoca os consumidores para a troca de determinadas peças.
Obs2: Em alguns casos, considera-se também a boa-fé subjetiva, que se relaciona ao conhecimento ou ignorância em relação a determinados fatos, ou seja, o estado de consciência, intenção.
Obs3: Teoria dos Atos Próprios: aceitação da confiança para justificar a continuidade do contrato
Obs4: Ninguém pode se aproveitar da sua própria torpeza – não se aproveita a má-fé.
FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS –P2
Princípio contratual de ordem pública pelo qual o contrato deve necessariamente ser interpretado e visualizado de acordo com o contexto da sociedade, afastando o caráter individualista da ordem civilista anterior. Desse modo, é possível limitar a força obrigatória dos contratos nos casos em que a cláusula contratual violar norma de ordem pública; possibilita-se a mitigar o princípio da relatividade dos contratos na medida em que se permite a produção de efeitos de um contrato ao não contratante (ajuizamento de ação de terceiro diretamente contra seguradora, implicando a tutela externa do crédito) além de outros efeitos.
Trata-se de um princípio regulador que afeta tanto a autonomia quanto a obrigatoriedade. Contudo, serão diretrizes genéricas e abstratas, cabendo ao juiz interpretá-las no caso concreto, devido a multiplicidade de opções, e podendo até mesmo agir de ofício.
Consequências- Nulidade, Alteração e Indenização.
A função social visa à proteção da parte vulnerável da relação contratual. Valoriza-se a equidade, a razoabilidade, o bom-senso, afastando-se o enriquecimento sem causa (vedado pelos arts 884 e 886) e a onerosidade excessiva. Trata-se de atender os interesses da pessoa humana.
Efeitos de eficácia interna: proteção da parte vulnerável na relação contratual, vedação da onerosidade excessiva, proteção dos direitos da personalidade no contrato, nulidade das cláusulas antissociais por ilicitude e conservação contratual.
Eficácia externa: possibilidade de o contratogeram efeitos perante terceiros (tutela externa do crédito), assim como é possível que uma conduta de terceiro repercuta no contrato, ou ainda a possibilidade de existir um contrato que seja equilibrado, mas ao mesmo tempo nocivo à sociedade.
RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO
Os efeitos dos contratos só atingem àqueles que manifestam a sua vontade, não atingindo terceiros. Como instituto de direito pessoal, gera efeitos inter partes consagrando a regra “res inter alios”. Contudo, há exceções como na estipulação em favor de terceiro, na promessa de fato de terceiro e na tutela externa do crédito.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
UNILATERAIS/ BILATERAIS/ PLURILATERAIS
Unilaterais: são aqueles em que somente uma das partes assume a obrigação. Como a exemplo do comodato, do mútuo e da doação, e da alienação fiduciária (financiamento de um carro novo por ex). Também chamados de Bilaterais Imperfeitos, pois há obrigação, mas não desde o início, envolvendo as partes. A obrigação só nasce depois da entrega da coisa, e por isso se torna condição de existência. 
Bilaterais ou Sinalagmáticos: são aqueles em que ambas as partes assumem obrigações, por exemplo: compra e venda, troca, locação e etc. Há a oposição de interesses e reciprocidade. Se relaciona à criação de uma prestação e uma contraprestação consequente, e cujas prestações principais tenham nexo de reciprocidade, podendo haver prestações acessórias ou deveres de conduta apenas de um das partes
Ato Coletivo ou Plurilateral : existe a rotatividade da realização da obrigação e a convergência de interesses. Mediante a sua realização, as partes perseguem um fim comum, sendo um ato coletivo. Exemplo: consórcio e sociedade.
Obs: No contrato de fiança, a pessoa que se beneficia da garantia não se obriga com o fiador; a fiança é um contrato entre fiador e beneficiário.
Obs: Contrato Bilateral imperfeito: é o contrato unilateral, que por circunstância acidental, ocorrida no curso da execução, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometera. Pode ocorrer com o depósito ou o comodato quando surgir para o depositante ou comodante a obrigação de indenizar certas despesas realizadas pelo comodatário e depositário. É tratado como contrato unilateral, porque foi um evento que levou à bilateralidade. 
GRATUITOS/ONEROSOS
Gratuitos ou benéficos: apenas uma parte recebe as vantagens ou benefícios do contrato. Ex: doação pura, comodato, reconhecimento de filho.
Oneroso: ambas as partes obtém proveito e sofrem sacrifício patrimonial. Impõem ônus e acarretam vantagens ao mesmo tempo para as duas partes.
Obs: O contrato oneroso é aquele em que ambas as partes possuem ônus e vantagem, logo, é bilateral quanto aos efeitos, visto que é sinalagmático e cria direitos e deveres equivalentes para ambas as partes.
Obs: Unliateral Oneroso??? Podem haver contratos unilaterais quanto aos efeitos e onerosos, como por exemplo da doação modal, quando a doação implica no cumprimento de determinada condição. Assim, o contrato pode não criar obrigações para ambas as partes, mas o fato de impor uma condição ao seu cumprimento o torna oneroso.
Os contratos onerosos podem ser ainda:
COMUTATIVOS: Prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente são equivalentes, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. Ex: compra e venda e contrato de locação.
ALEATÓRIOS: A prestação de uma das partes poderá ser devida ou não, ou devida em quantidade variável a depender do fator sorte. Ou seja, uma das partes terá mais vantagem que a outra, a depender do acaso. Ex: contrato de seguro de carro, quando há roubo e a indenização paga é superior ao valor desembolsado mensalmente. Jogo, aposta, compra e venda de coisa futura.
Aleatório Emptio Spei: compra da esperança - um dos contratantes assume o risco relativo à existência da coisa ou fato, não obstante o preço que será pago integralmente, mesmo que a coisa não venha a existir no futuro, desde que não haja culpa ou dolo da outra parte. Ou seja, mesmo que a coisa não venha a existir, há a obrigação de pagar, como por exemplo, nos contratos de seguro. Em se tratando de contrato de compra e venda que, excepcionalmente, poderá ser aleatório, usa o nome de “venda da esperança”. (Também chamados de Naturalmente aleatórios, pois por sua natureza incorrem risco)
Aleatório Emptio Rei Speratae: compra da coisa esperada – Só haverá a obrigação de pagar se a coisa vier a existir, não importando a quantidade. Ou seja, o risco se reduz à quantidade da coisa comprada, uma vez que um mínimo deve ser apresentado. Em qualquer quantidade, o pagamento deverá ser feito integralmente, desde que não haja culpa ou dolo. Contudo, se não existir nenhuma quantidade da coisa acordada, a alienação não ocorrerá e o preço deve ser restituído. Ex: Compra de safra futura, contrato de compra de toda pesca, um passei de barco em uma praia .( Também chamados de acidentalmente aleatórios, por tratar-se de venda de coisa futura sujeita à risco).
Quanto ao modo de execução ou discussão das partes acerca do conteúdo do contrato
PARITÁRIOS/ DE ADESÃO/ TIPO
PARITÁRIOS: É aquele em que as cláusulas são fixadas livremente pelas partes, após amplo debate entre elas. Há uma fase de negociações preliminares na qual as partes discutem as cláusulas e condições do negócio. Prevalece a autonomia da vontade
DE ADESÃO: Figura negocial pela qual o conteúdo é imposto unilateralmente por uma das partes ou até mesmo por um terceiro, sem haver manifestação de debate ou transigência entre as partes acerca do conteúdo contratual, restando à outra parte apenas a possibilidade de anuir ou não. Há a prevalência da vontade de uma das partes, que elabora todas as cláusulas, enquanto o outro adere ao modelo previamente confeccionado, não podendo modifica-las. Ex: contratos de seguro, consórcio, de transporte, celebrados com as concessionárias de serviços públicos.
Na dúvida, a interpretação deve favorecer o aderente, pois é o outro contratante que determina as cláusulas e tem o dever de ser claro e evitar ambiguidades (interpretação pró aderente). São nulas as cláusulas que estipulem a renúncia de direitos resultantes da natureza do contrato . São direcionados a um número indeterminado de pessoas.
TIPO OU CONTRATO DE MASSA: É apresentado por um dos contratantes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a subscrevê-lo. A desigualdade econômica não é essência, e admite discussão sobre o seu conteúdo, as cláusulas não são impostas, mas apenas pré-redigidas. Os contratos tipo são destinados a pessoas ou grupos específicos. Podem ser acrescentadas cláusulas datilografadas ou manuscritas.
Quanto ao momento em que devem ser cumpridos:
EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E TRATO SUCESSIVO
EXECUÇÃO INTANTÊNEA: São os que se consumam em um só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração. Cumprida a celebração, eles acabam, extingue-se a obrigação. A nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao status quo ante. Ex: compra e venda à vista.
Execução diferida: trata-se do contrato cujo cumprimento ocorrerá no futuro, porém de uma só vez. Ex: compra e venda com pagamento efetuado por meio de um cheque pós-datado. A prestação ocorre a termo, de uma vez.
Trato sucessivo ou execução continuada: trata-se do contrato em que o cumprimento se dá paulatinamente por meio de subvenções periódicas, ou seja, ocorre pagamento em parcelas. Ex: compra e venda com pagamento estipulado em parcelas mensais, trimestrais etc. e contrato de telefonia.
IMPESSOAIS, PESSOAIS OU PERSONALÍSSIMOS OU “INTUITU PERSONAE”
IMPESSOAIS: são os contratos em que se desconsideram as características pessoais do contratante, podendo ser cumprido por qualquer um. Ex: contrato de compra e venda
PESSOAIS, PERSONALÍSSIMOS OU “INTUITU PERSONAE”: são os contratos em que se levam em consideração as características pessoais de um dos contratantes. O obrigado nãopode ser substituído por outrem, pois essas qualidades tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante. São intransmissíveis aos sucessores e não podem ser objeto de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante, são anuláveis.Ex: contrato de fiança.
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
INDIVIDUAL: as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Não é a singularidade da parte que o identifica
COLETIVOS: perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas. Gera deliberações normativas, que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas. 
Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato
CONSENSUAIS , REAIS
CONSENSUAIS: são aqueles contratos que se perfazem com o simples acordo de vontades, é a regra. Ex: compra e venda, locação, doação
REAIS: São aqueles que não bastam o acordo de vontades para se formares, exigindo também a entrega da coisa. Não se formam sem a tradição da coisa, mas antes pode existir a promessa de contratar. Ex: depósito, comodato, mútuo etc. 
SOLENES/ NÃO SOLENES
SOLENES: Devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. A forma é exigida como condição de validade do negócio, constitui a substância do ato. Não observada, o contrato é nulo. Ex: escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público. A vontade das partes não basta à formação do contrato.
NÃO SOLENES: São os de forma livre, onde basta o consentimento para sua formação. Em regra, os contratos tem forma livre.
Obs: Não dispondo a lei ao contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente.
Obs: As partes podem convencionar que tal contrato só poderá ser celebrado por instrumento público. Nesse caso este será condição de validade, passando o contrato a ser formal.
Obs: Contratos SOLENES exigem escritura pública e FORMAIS exigem forma escrita.
PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
PRINCIPAIS: contratos que subsistem por si próprios independentemente de qualquer outro contrato, tem existência própria. EX: contrato de locação.
ACESSÓRIOS: dependem de outro como premissa indispensável, tem sua existência subordinada à do contrato principal. Tem como função garantir o cumprimento do principal (maioria). Ex: Fiança -> Aluguel/ Compra de Imóvel, Penhora-> Mútuo (empréstimo)
Obs: Nulo o contrato principal, nulo o acessório. A prescrição da obrigação principal acerretará a da acessória, e a mesma regra se aplica à Rescisão.
Obs: Podem estar em um mesmo documento e mesmo assim ser duas contratações diferentes
Obs: As partes podem convencionar a extinção do contrato principal em virtude do desaparecimento do acessório. Ex: nos contratos de locação pode haver uma cláusula resolutória baseada no falecimento, na falência ou na interdição do fiador, salvo se o locatário dentro de certo prazo apresentar outro fiador idôneo a critério do locador.
Obs: Perecimento de garantia??? A coisa dada em garantia se deteriora, influenciando o contrato principal. Contudo, a obrigação não será desfeita se há perecimento de garantia, podendo ser pedido o pagamento antecipado ou a substituição da garantia.
DERIVADOS: Tem por objeto direitos estabelecidos por outros contratos/ o próprio objeto do contrato é transferido sem que a obrigação anterior seja desfeita (difere de cessão). Ocorre nos contratos personalíssimos e de execução instantânea . Eles decorrem dos contratos principais, mas com relação a natureza do direito contido no mesmo. Uma das partes do contrato principal também deve atuar como parte no contrato derivado. (Ex: contrato de subempreitada, que deriva do contrato de empreitada e sublocação, que é o mesmo contrato, mas com pessoas diferentes, transferência de titularidade, o contrato principal resiste)
Obs: Os contratos personalíssimos não podem ser derivados, nem de execução instantânea.
Obs: Há a necessidade do lapso temporal para que possa haver transferência para terceiros.
PRELIMINARES E DEFINITIVOS
PRELIMINARES: aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo, Assim, tem um único objeto. Ex: promessa de compra e venda ( irretratável e irrevogável). O contrato preliminar gera obrigação apenas para uma das partes constituindo promessa unilateral (opção). A parte que recebe a oferta verificará a conveniência de aceitar ou não. Culmina em um contrato definitivo o outro preliminar.
DEFINITIVO: Tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença
NOMINADOS E INOMINADOS
NOMINADOS: Espécies contratuais que têm nome jurídico e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei. (23 contratos no C.C). Todo contrato nominado é típico e vice-e-versa. 
ATÍPICOS: São aqueles que não tem denominação própria, e que resultam de um acordo de vontades. Para que sejam válidos basta o consenso, desde que as partes sejam livres, capazes, e o objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
- A proposta é antecedida pelas conversas, estudos , debates e preparações.
- Fase de pontuação: antes da realização do negocio pretendido , as partes estipulam negociações
- A fase preliminar não obriga os contratantes, não há a responsabilização
Contudo, se o rompimento das negociações se der de forma arbitrária e injustificada, restando prejuízos para a outra parte, que realizou despesas, alterou planos, fez investimentos ou perdeu oportunidades, podendo esta pleitear indenização pelas despesas realizadas na fase pré-contratual.
Se uma das partes comete ato ilícito, agindo de má-fé, terá um dever de reparar que não provém da obrigação contratual, mas advém do ato ilícito, como responsabilidade civil.
É a chamada culpa in contrahendo, que deve ser provada, e sendo possível cogitar indenização baseando-se no princípio da boa-fé objetiva, que é exigido das partes em todas as fases da formação do contrato, do pré ao pós. 
Obs: o rompimento das negociações, mesmo que resulte em pedido indenizatório, não dá ao prejudicado o direito de exigir o cumprimento daquela convenção. 
PROPOSTA
É uma oferta que se faz a outra parte sobre os termos de determinado negócio, visando obter a sua concordância. É um negócio jurídico unilateral e que fez a declaração (policitante ou proponente) estará obrigado a cumprir se a outra parte (policitado ou receptor) resolver aceitar.
Declaração unilateral com interesse de provocar adesão definitiva à contraparte. Trazendo em si os elementos essenciais à realização do negócio, como o preço, a qualidade, a forma de pagamento, prazo de entrega e outros parâmetros.
Vinculante: do ofertado nasce o contrato. Nasce uma confiança que deve ser respeitada dentro dos termos da proposta (forçando o proponente a cumprir ou indenizar). Há a manutenção dos termos do contrato e a expectativa de sua realização.
Há contratos que não se aperfeiçoam pela aceitação da proposta, seja porque necessita, de um ato real de entrega da coisa (contratos reais) seja porque devem ser corporificados por forma específica (formais).
Art 428: Exceções à obrigatoriedade da proposta
Sem prazo e pessoa presente (seja até mesmo por telefone ou meio de comunicação), que não foi imediatamente aceita.
Sem prazo e pessoa ausente, se tiver decorrido tempo suficiente para que a resposta chegasse ao conhecimento do proponente
Pessoa ausente, mas que não foi expedida no prazo
Se a retratação do proponente chega antes ou simultaneamente que a proposta
>> O termo ‘presença’ também se refere à possibilidade de comunicação imediata (sem prazo).O aceite imediato gera vinculação imediata.
>> Para as pessoas que não estão se comunicando de maneira direta e imediata, a obrigação subsiste apenas pelo tempo considerado razoável para comunicação entre as partes (conhecimento da oferta e tempo de aceite / prazo moral), que é determinado de acordo com cada caso específico. Quando esse tempo se exaure sem que haja a manifestação da aceitação, não haverá a vinculação aos termos.
>> Do mesmo modo, a proposta com prazo estabelecido terá obrigatoriedade apenas no parâmetro temporal estabelecido
>> Se a proposta chega ao mesmo tempo que a retratação (desistência) ou antes, é possível escapar da sua obrigatoriedade. Se a proposta chega antes da desistência e tem-se conhecimento dela antes da desistência, então entende-se que HÁ obrigatoriedade na proposta.
O proponente pode atribuir para si o direito de retirar a proposta, desobrigando-se do risco de ter que vincular-se de alguma forma (proposta sujeita à confirmação). E assim, a expectativa de realização não mais vai existir. A aceitação, em si, transforma a proposta em contrato. A exemplo dos bilhetes de cinema, que não serão contratos aleatórios.
A proposta deixa de obrigar o proponente se nela constar expressamente uma cláusula exonerativa. Também não obriga a oferta em razão da natureza de alguns negócios como por exemplo aqueles que são ofertados a um número limitado de pessoas, de acordo com o que há no estoque. E nesses casos, o proponente não poderá mentir quanto à existência do produto. Aplica-se também às ofertas com prazo determinado, que delimita o lapso temporal de validade da oferta, devendo-se seguir a rigor esses termos.
Teoria da Informação: conhecimento anterior ou simultâneo ao teor da informação.
Teoria da Declaração: Considera a hora em que o aceitante redige o seu aceite
Teoria da Expedição: Considera-se o momento da expedição do aceite.
Teoria da Recepção: Considera-se a expedição + recepção do aceite
434: Os contratos entre ausentes são perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto quando a retratação chegar antes da aceitação ou simultaneamente, se o proponente se comprometer a esperar resposta, se a aceitação não chegar no prazo convencionado.
ACEITAÇÃO E CONCLUSÃO
>> A aceitação transforma a proposta em contrato – aceitar significa manifestar a vontade de aderir integralmente à proposta (aderência integral), ou seja, não há a aceitação se há a tentativa de modificar os termos do contrato (contraproposta), uma vez que com a contraproposta, quem antes era ofertado passa a ser ofertante, pois apresenta uma ‘nova’ proposta (inclui ressalvas, restrições ou modificações).
>> Se a declaração de aceitação chega após o prazo, não gera o contrato, o aceitante não poderá mais obrigar o proponente a aplicar os termos daquela proposta.
Via de regra, ela é expressa, mas pode ser tácita, se o negócio for daqueles em que não seja de costume a aceitação expressa, ou quando o proponente a tiver dispensado.
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Art. 435: O foro competente será o lugar da proposta. Reputa-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Isso se não houver estipulação das partes definindo o foro no contrato. Caso contrário, o lugar da celebração do contrato será onde residiu o proponente.
Ruptura com a relatividade contratual
É pacto firmado por duas ou mais partes, pelo qual se estabelece que o beneficiário será um terceiro que não participa diretamente do pactuado, mas que fruirá das vantagens resultantes do ajuste contratual.
Contrato sui generis: a prestação não é em favor de quem participou da avença, mas em favor de terceiros completamente estranhos à relação contratual. Isso colide com o princípio da relatividade dos efeitos do contrato na medida em que seus efeitos vão além das partes envolvidas, afetando terceiros estranhos ao pacto.
Nesse contrato, há três figuras:
ESTIPULANTE – é aquele que participa diretamente do contrato e obtém do promitente a obrigação em favor do beneficiário.
PROMITENTE – é a outra parte contratante, que se obriga a cumprir a obrigação e transmitir o bem ao beneficiário indicado pelo estipulante.
BENEFICIÁRIO – É o terceiro, que não participa diretamente do contrato, sendo apenas o favorecido do pacto firmado. Esse terceiro não precisa ser determinado imediatamente, mas basta que seja determinável, podendo ser futuro, como no caso da prole eventual. Desse modo, não é exigido que este possua capacidade. Ele é parte, mas não tem necessariamente conhecimento disso.
- Os contraentes convencionam vantagem em benefício de terceiro
-O estipulante tem o direito de desobrigar o promitente ou substituir o beneficiário, na forma em que o contrato foi feito.
-O contrato não deve ser mera satisfação de interesses, ele deve ter uma função social.
-Quem pode exigir o cumprimento do contrato?? Neste tipo de contrato, tanto o ESTIPULANTE quanto o BENEFICIÁRIO podem exigir o cumprimento da obrigação. 
- O contrato pode ser alterado a qualquer tempo: durante a vigência do contrato, o estipulante pode alterar o nome de quem será beneficiário, sem necessidade de anuência dele ou do outro contratante. Isso pode ser feito por ato inter vivos ou mesmo post mortem.
-Quem pode exonerar o promitente: O ESTIPULANTE não pode exonerar o PROMITENTE, se deixou o direito de exigir a execução do contrato a cargo do BENEFICIÁRIO.
-O beneficiário não é parte: O beneficiário não intervêm no contrato, ele apenas se beneficia do ajuste de vontade realizado entre o estipulante e promitente.
- Capacidade das partes: Não pode ser exigida a capacidade para o beneficiário, pois ele pode ser qualquer pessoa, independente da sua capacidade civil.
Obs: A maior parte da doutrina entende que a gratuidade é uma das características, pois o benefício deve ser recebido sem qualquer contraprestação e representar vantagem suscetível de atribuição pecuniária. Por exceção, esse contrato pode ser oneroso quando se estipular que o beneficiário deva arcar com algum tipo de encargo.
Ex1 – gratuito: No contrato de seguro de vida, o estipulante firma contrato com seguradora, em que se ele morrer , a indenização deverá ser para ao seu beneficiário, sem que ele tenha que desembolsar nada.
Ex2 – oneroso: Em um divórcio um dos cônjuges promete transferir determinado imóvel para o nome dos filhos, ficando ele com o encargo de quitar os impostos atrasados do imóvel.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Negócio jurídico realizado entre partes no qual uma delas se compromete em obter de terceiro, não participante da avença, sua anuência para o aperfeiçoamento do contrato.
439: Aquele que tiver prometido fato de terceiro, responderá por perdas e danos quando este não executar.
INADIMPLEMENTO:
Há concordância de terceiro: se o terceiro foi notificado e declarou a sua concordância, ele agora se vincula ao devedor na obrigação de fazer e arcará com as consequências do eventual inadimplemento. 
Não há manifestação do terceiro: nesse caso, o intermediário deve arcar com o ônus do inadimplemento e indeniza sozinho todos os prejuízos que o promissário possa ter experimentado (perdas e danos, lucros cessantes e danos morais)
Solidariedade: pode ser estabelecida no contrato a solidariedade entre promitente e terceiro, e ambos serão responsáveis pelo inadimplemento. Ela não se presume, ou seja, para existir precisa estar expressa no contrato.
- É lícito, porque o promitente de vincula a uma obrigação de fazer, isto é, de conseguir o ato de terceiro anuindo a determinado negócio, é uma típica obrigação de fazer.
-Proteção ao Cônjuge: Não se aplicam as regras desse instituto se o terceiro for cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência para que o ato seja praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, recaia sobre os seus bens.
- Obs: aquele que se viu obrigado a indenizar sem ter tido responsabilidade direta sobre o fato, poderá se voltar contra o verdadeirocausador do dano pra ser ressarcido pelo que perdeu, através de uma ação de regresso.
EXEMPLO: 
Empresário musical que se compromete com casa de shows para a apresentação de um artista em determinado dia. (o cantor não participa do acordo). Se o cantor não cumpre o prometido, verifica-se se ele anuiu ao contrato ou não, para dizer com precisão quem será responsável pelas perdas e danos. Se anuiu/ o cantor, se não anuiu/o empresário.
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Contrato pelo qual um dos contratantes pode reservar para si o direito de indicar outra pessoa, posteriormente e no prazo assinalado, para que assuma ,em seu lugar, as obrigações e adquira os direitos dele decorrentes.
-É usado com frequência nos contratos de compra e venda entre outros, mas não pode ser usado em contratos personalíssimos. (qualquer um, menos personalíssimos)
-Cláusula ELECTIO AMICIS- é o nome da cláusula em que o estipulante indica a terceira pessoa para assumir o lugar de adquirente.
-Se não houver prazo contratualmente estabelecido pelas partes para essa substituição, a LEI fixará um PRAZO DE 5 DIAS, contados da conclusão do negócio.
-Para o aperfeiçoamento do contrato, é necessária a aceitação da pessoa nomeada, que deverá ser realizada pela mesma forma como se processou o contrato originário, por exemplo, se a forma for por instrumento público, assim será também a aceitação.
Teoria da condição: é um contrato de natureza dúplice, já que se apresenta, a um só tempo, como contrato em nome próprio sob condição resolutiva e como contrato em nome alheio em condição suspensiva.
-negócio jurídico bilateral que se aperfeiçoa pelo consentimento das partes, cada uma delas reservando-se o direito de vir a indicar uma pessoa que assumirá as obrigações e adquirirá os respectivos direitos, em momento futuro.
- Se desdobra em duas fases: a primeira é provisória, em que o estipulante firma o mesmo com o contratante certo, com a condição de que, numa segunda fase, ele aceite o seu nomeado
- todas as partes devem ser capazes e legitimadas a realizar o negócio.
- Possui 3 agentes:
a) PROMITENTE: aquele que assume o compromisso de reconhecer a pessoa nomeada futuramente como se tivesse feito parte da relação jurídica desde o início.
b) ESTIPULANTE: aquele que estabeleceu a seu favor a cláusula que lhe permite indicar o eleito, ou seja, ele define a pessoa que irá assumir as obrigações e adquirir os direitos respectivos
c) ELEITO (AMICUS, ELECTUS, TERCEIRO)- é a pessoa que é indicada ao promitente enquanto substituto do estipulante, dentro do prazo legal ou acordado, que assume todos os direitos e obrigações decorrentes do contrato desde o momento da celebração. 
-A eficácia do contrato se limita aos contratantes originários se não houver uma pessoa indicada no prazo correto, ou se essa pessoa nomeada se recusar a aceitar. Ou seja, a relação contratual é perfeitamente válida entre os contratantes originários (promitente e estipulante), que suportam os efeitos.
-Se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação, o estipulante será responsabilizado pelas obrigações decorrentes do contrato perante o promitente.
- Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato permanece válido entre os contratantes originários
EXEMPLOS:
Aquisição de quotas condominiais
Razões de intimidade: quando eu quero comprar a casa da inimiga e sei que ela não venderia a mim, eu serei um electo e me manterei em anonimato
Evitar a supervalorização do negócio: eu sou uma Kardashian e quero comprar um imóvel, mas por ter muito direito, sei que esse imóvel seria vendido a mim com um superfaturamento
DIFERENÇAS COM A ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO:
- O agente atua em nome próprio e permanece vinculado todo o tempo ao negócio entabulado, indicando desde o início o beneficiário. Enquanto que no contrato com pessoa a declarar, o agente atua em nome e no interesse de um terceiro a ser indicado futuramente, substituindo-o completamente.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
Diferente dos contratos comutativos, nos contratos aleatórios uma ou ambas as partes não consegue prever com segurança quais os ganhos e perdas do negócio, havendo incerteza quanto ao montante da prestação que depende de uma condição futura e incerta.
Contrato de risco: Bilateral, com os riscos que envolvem o negocio – qualquer uma das partes pode ganhar ou perder, dependendo do evento futuro e incerto
- Os vícios redibitórios e a lesão não se aplicam aos contratos aleatórios
-Exemplos: jogo, aposta, seguro de vida e acidentes etc (naturalmente aleatórios)
ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS
a) VENDA DE COISA FUTURA EMPTIO SPEI (venda da esperança)
Trata-se do risco envolvendo a própria coisa, que pode vir a não existir no momento da conclusão do contrato, como no caso de compra de colheitas futuras, onde o comprador se compromete a pagar o preço ao vendedor mesmo que a colheita não venha a existir, o risco nesse caso diz respeito à possibilidade futura de a coisa vir a existir ou não.
VENDA ALEATÓRIA EMPTIO REI SPERATAE ( venda da coisa esperada)
Se refere ao risco que envolve a quantidade daquilo que foi adquirido, o que faz com que a LEI permita ao comprador recobrar o preço se não houver nenhuma quantidade. Exemplo do pescador ou da Safra
- Não é como nos contratos condicionados, onde o evento futuro condiciona a eficácia do próprio contrato. Aqui, o contrato já nasce perfeito, e o evento futuro e incerto molda apenas a vantagem a ser recebida ou não. Exemplo: Na venda a contento, assim como na venda sujeita à prova, o comprador recebe a coisa comprada na condição de comodatário de sorte que o contrato de compra e venda só se aperfeiçoará quando o comprador manifestar sua aceitação – são contratos realizados sob condição suspensiva de só valer depois de o comprador manifestar sua concordância.
VENDAS ALEATÓRIAS DE COISAS JÁ EXISTENTES E EXPOSTAS A RISCO
Não se trata de coisa futura, mas coisa já existente e sujeita a algum tipo de risco de não existir no momento da tradição. O risco assumido pelo adquirente está em esperar que a coisa exista até o momento da entrega. O vendedor faz jus ao preço mesmo que a coisa já não existisse no momento da assinatura do contrato, desde que ele não soubesse disso. Se o vendedor sabia que a coisa já não existia na celebração do contrato, age com dolo, má-fé, e a venda é anulada. Exemplo: mercadoria que é embarcada na China e logo vendida, assumindo o adquirente o risco de ela chegar ou não ao seu destino no porto de Santos. Ou seja, se eles fazem um contrato de coisa existente mas exposta a risco, e no dia do contrato ela nem existe mais, se o alienante não souber de nada, ele tem sim o direito ao preço integral (se sabia, a venda é anulada).
Obs: Contrato de seguro: Para o segurado ele será comutativo, pois ele sabe com antecedência quanto vai pagar de prêmio e qual será o valor da indenização se a eventualidade ocorrer o sinistro segurado. Já para a seguradora ele será aleatório, pois haverá a incerteza quanto a possibilidade de ocorrência do sinistro no curso da validade do contrato.
Obs: Diferença com o Contrato de VENDA FUTURA: Neste, a eventual inexistência do objeto do contrato faz com que ele fique automaticamente desfeito, a não ser que as partes quisessem concluir o contrato aleatório.
CONTRATO PRELIMINAR
PACTUM DE CONTRAHENDO: Contrato provisório, que tem como objetivo comprometer as partes com a realização de um contrato definitivo. É o tipo de contrato que as partes celebra quando há interesse recíproco, mas que, por algum motivo, justifica-se que seja deixada para depois a contratação definitiva.
-reveste-se das mesmas exigências do contrato definitivo a ser firmado.
-compromete as partes com a celebração de um contrato definitivo. = se o contrato preliminar contém todos os requisitos do contrato principal e nele houver cláusula de não arrependimento, as partes podem exigira contratação definitiva uma da outra.
- Se não há prazo fixado para o contrato principal: uma das partes pode exigir da outra assinando-lhe um prazo considerado razoável.
-Execução compulsória: esgotado o prazo sem que o devedor tenha realizado o contrato principal, o juiz pode, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, ou se preferir o credor, pode desfazer o contrato preliminar e exigir perdas e danos.
-contrato autônomo (tem vida própria em relação ao contrato principal), chamado pré-contrato ou promessa de contrato.
-deverá ter todos os requisitos do contrato a ser celebrado, exceto quanto á forma. (ex: promessa de compra e venda de imóvel VS. Compra e venda de imóvel com escritura pública)
-capacidade, objeto lícito, possível, determinado, determinável, legitimidade das partes para a celebração do contrato definitivo (ex. que não pode= tutor comprar os bens do tutelado)
-Pode ser unilateral: Sendo apenas uma parte obrigada (ex. opção de compra e venda) é possível haver uma cláusula de arrependimento sem ônus, exceto em se tratando de bem imóvel (loteamento) que implicará em adjudicação compulsória, pois refere-se a direito real sobre posse/propriedade de imóvel.
-Jurisprudência: qualquer promessa de compra e venda pode gerar adjudicação compulsória.
EXEMPLOS:
Eu tenho uma construtora e quero fazer um prédio em um terreno, para não perder a oportunidade do bom negócio, faço um contrato preliminar para comprar o terreno. Para viabilizar economicamente o projeto, monto um stand de vendas para vender os apartamentos ainda na planta, também através de contratos preliminares.
Trabalho no ramo imobiliário e revendo imóveis comprados. Faço um contrato preliminar para comprar um imóvel e depois revender, sem que este imóvel seja registrado em meu patrimônio e sem precisar pagar os tributos que resultariam da compra efetiva.

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