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Aplicação Prática Teórica Sabe-se que a Constituição Imperial foi a única da história do Brasil que adotou a "divisão" do poder por quatro Poderes. Porém, em mensagem transmitida na abertura do ano judiciário de 2018, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, afirmou que o Poder Judiciário precisa ser um poder suficientemente forte para enfrentar constantemente as pressões de toda ordem, além de poder fazer face a uma das suas principais características, que é a de um poder moderador ? isto é, capaz de efetivar o seu controle externo sobre os atos dos demais poderes públicos, quando for necessário. Pergunta-se: a) O que caracterizou o chamado Poder Moderador no âmbito do Primeiro Império? R = A constituição de 1824 definia este poder como “a chave de toda organização política”, responsável pela harmonia e independência entre os poderes. O imperador enquanto instância detentora do Poder Moderador, era figura inviolável e sagrada, que deveria ter como algumas de suas funções: 1) Nomeação de senadores, ministros e magistrados; 2) Demissão e suspensão de cargos políticos; 3) Concessão de anistias; 4) Aprovação e suspensão dos conselhos provinciais; 5) Sanção de decretos e resoluções da Assembleia geral; 6) Convocação, prorrogação e adiamento da Assembleia geral, podendo inclusive pedir a dissolução quando fosse necessário para “salvação do Estado”. Na prática, o poder moderador tornou-se em instrumento para assegurar práticas absolutistas pelo imperador, pois além de ter em suas mãos diversas funções que caberiam ao poder executivo, o poder judiciário também estaria subordinado a ele já que ele detinha o poder de nomear e demitir juízes. b) Relacione a fala da Ministra com a crítica de que a atuação do Poder Judiciário como um poder moderador acaba desaguando em uma judicialização da política. R = Sobre o Poder Moderador o Prof. José Reinaldo Lima Lopes ensina que ao exercê-lo, o Imperador, "inviolável e sagrado", atuava como árbitro dos demais poderes. Supostamente acima dos interesses e mesquinharias partidárias, zelava imparcialmente pela nação. Podia mandar e desmandar, sem regras muito definidas. Sendo assim, ao dizer que o Poder Judiciário funciona como um poder moderador, a ministra acaba fazendo parecer que há sim uma judicialização da política, pois a nossa constituição de 1824 previa o Poder Moderador ao lado do Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário o que, na verdade, não ocorria, de forma que, o Poder Moderador, exercido pelo Imperador ficava acima dos demais, não havendo, assim, uma relação de igualdade e sim de submissão. Tal relação, no contexto atual de democracia, tornou-se inaceitável.
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