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Primeiros Socorros unidade 1

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Autora: Profa. Cely de Oliveira
Colaboradoras: Profa. Valdice Neves Polvora
Primeiros Socorros
Professora conteudista: Cely de Oliveira
Professora adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Paulista – UNIP, Cely de Oliveira é enfermeira 
graduada pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein e mestre em Ciências pela Escola de 
Enfermagem da Universidade de São Paulo.
É especialista em Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental pela Fundap – CAP – HCFMUSP, em Administração 
Hospitalar pela Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp, em Licenciatura Plena em Enfermagem pelas Faculdades 
Integradas de Guarulhos – FIG e em Auditoria e Contas Médicas pelo Cepam.
Atualmente, é líder das disciplinas de primeiros socorros e cuidados às pessoas e família na saúde mental e 
psiquiátrica, bem como da elaboração dos conteúdos e gravação dos vídeos da UNIP Interativa e do material didático 
pedagógico da referida instituição.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O48p Oliveira, Cely de
Primeiros socorros / Cely de Oliveira. - São Paulo: Editora Sol, 2015. 
72 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2-076/15, ISSN 1517-9230.
1. Primeiros socorros. 2. Emergências médicas. 3. Funções vitais. 
I. Título.
CDU 614.88
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Lucas Ricardi
Sumário
Primeiros Socorros
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 HISTÓRICO DAS EMERGÊNCIAS MÉDICAS ...............................................................................................9
1.1 Verificação das funções vitais ......................................................................................................... 13
1.2 Hemorragia ............................................................................................................................................. 15
2 FERIDAS ............................................................................................................................................................... 18
2.1 Classificação das feridas .................................................................................................................... 18
2.1.1 Feridas agudas.......................................................................................................................................... 18
2.2 Trauma raquimedular ......................................................................................................................... 20
3 CRISE CONVULSIVA ........................................................................................................................................ 22
3.1 Afogamento ............................................................................................................................................ 24
3.2 Politraumatizado .................................................................................................................................. 26
4 TRAUMATISMOS .............................................................................................................................................. 30
4.1 Abdominal ............................................................................................................................................... 31
4.2 Traumatismo torácico ......................................................................................................................... 31
4.3 Traumatismo crânio encefálico ...................................................................................................... 32
Unidade II
5 FRATURAS .......................................................................................................................................................... 35
5.1 Tipos de fraturas ................................................................................................................................... 35
5.2 Queimaduras .......................................................................................................................................... 38
5.3 Classificações das queimaduras ..................................................................................................... 39
6 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ................................................................................................. 43
7 EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES ..................................................................................................... 44
7.1 IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) ................................................................................................ 45
7.2 Diretrizes de Ressucitação Cardiopulmonar (RCP) 2010 ...................................................... 46
8 INTOXICAçãO E ENVENENAMENTO ......................................................................................................... 48
8.1 Acidentes com animais peçonhentos .......................................................................................... 56
8.2 Picadas de cobra ................................................................................................................................... 60
8.3 Ferroadas de água-viva ...................................................................................................................... 61
7
APreSentAçãO
Caro aluno,
a abordagem do tema urgência e emergência é muito complexa. Para entendermos melhor 
o assunto, este livro-texto traz alguns conceitos e noções básicas que envolvem o atendimento 
do profissional de saúde no que concerne aos aspectos legais e éticos de total importância para o 
entendimento do conteúdo acerca do sistema de emergências médicas. O profissional da área da saúde 
aplica técnicas de primeiros socorros em sua prática assistencial diária, seja contendo uma hemorragia, 
seja atendendo um cliente em parada cardiorrespiratória, além de inúmeras outras situações. Por isso, 
independentemente do local de atuação, todos precisam deter o conhecimento dos primeiros socorros. 
Para tal, estabeleceremos alguns objetivos:
• proporcionar o conhecimento e a proficiência nas técnicas de suporte básico de vida por meio 
de ensinamentos teóricos e de treinamentos práticos realizados com materiais e equipamentos 
especializados; 
• discutir os principais temas relacionados a ocorrências das situações de emergências:
— desenvolver a consciência da importânciado atendimento rápido e hábil nas diversas situações 
de emergência;
— fornecer fundamentos teóricos e práticos dos atendimentos às vítimas em situações de 
emergência;
— conhecer o papel do profissional de saúde frente às situações de emergência.
Boa leitura!
IntrOduçãO
A disciplina de Primeiros Socorros é de suma importância não apenas do ponto de vista da vítima, 
mas também do socorrista. Ela apresenta técnicas que, para serem empregadas, necessitam de habilidade 
técnica, controle emocional e conhecimento de quem as emprega.
Segundo a Professional Diving Instructors Corporation (PDIC), o termo primeiros socorros se refere 
à diferença entre vida e morte, recuperação rápida e hospitalização longa, invalidez temporária ou 
permanente. É o atendimento imediato prestado a uma pessoa vítima de acidente ou mal súbito. Tem 
como objetivo minimizar o sofrimento da vítima, procurando mantê-la em condições de aguardar 
tratamento médico. Quem presta primeiros socorros deve conhecer suas próprias limitações técnicas, 
principalmente não se propondo a executar medidas para as quais não tenha competência técnica nem 
esteja devidamente habilitado (TRINDADE, 2005).
De acordo com a First Aid and CPR Level 1, de 1993 – o primeiro manual de treinamento para 
procedimentos em situações de emergência, desenvolvido pelo International Safety Council, nos EUA 
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–, os acidentes estão em 4º lugar entre todas as causas de mortes, perdendo apenas para as doenças do 
coração e derrame cerebral.
Um em cada oito leitos hospitalares é ocupado por uma vítima de acidente. A cada ano, 80 mil 
pessoas ficam inválidas devido a lesões que atingem o cérebro ou a coluna vertebral.
Veja a seguir estimativas em porcentagem das mortes causadas por doenças do coração, câncer, 
acidentes e todas as outras enfermidades para pessoas com menos de 65 anos de idade:
Doenças do coração: 16,4%.
Câncer: 18%.
Acidentes: 40,8%.
Outras enfermidades: 24,8%.
Informações como essas e outros aspectos dos primeiros socorros serão mais bem abordados ao 
longo deste livro-texto.
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Primeiros socorros
Unidade I
1 HIStÓrICO dAS eMerGÊnCIAS MÉdICAS 
A história dos sistemas de emergências médicas teve seu início em 1966, nos Estados Unidos, 
quando foi publicado um estudo a respeito dos índices estatísticos de vítimas de trauma que foram 
atendidas de forma adequada. Então, o governo americano adotou uma política para desenvolver um 
sistema de atendimento de emergências eficiente. A criação de um telefone único para chamadas de 
emergências (911), programas de treinamento, padrões de equipamentos e de veículos para atendimento 
de emergências foi o passo seguinte.
Os programas dos Mash da Guerra do Vietnã haviam ensinado técnicas de emergências médicas 
a diversos soldados, objetivando estabilizar os sinais vitais dos feridos no próprio campo de batalha e 
posteriormente removê-los para tratamento definitivo. O número de soldados sobreviventes aumentou, 
assim como cresceu a qualidade de vida dos sobreviventes.
Desse programa surgiu a iniciativa governamental; finalmente, em 1972, o presidente dos EUA 
delegou ao Departamento de Saúde daquele país a atribuição de desenvolver novas técnicas e organizar 
o sistema de emergências médicas, que atualmente constitui-se na integração de várias entidades 
especializadas com diversas atribuições específicas. Em função das condições adversas da natureza e 
da imprudência das pessoas, determina-se cada vez mais que as comunidades do mundo inteiro criem 
serviços para atendimentos de emergência (TRINDADE, 2005).
A ocorrência de uma doença, ou agravos, que coloca pessoas em situação de risco de morte ou 
incapacidade, é um cenário dramático para qualquer cidadão. Pelas estatísticas e pelo cenário de 
emergência e urgência em âmbito nacional, esse risco parece ser crescente, principalmente em centos 
urbanos, onde a população possui um sentimento de “risco constante” à saúde ou à vida, caracterizado 
pelos acidentes de causas externas frequentes.
A área de urgência e emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. 
Nos últimos anos, o aumento dos casos de acidentes e da violência tem causado um forte impacto sobre 
o Sistema Único de Saúde (SUS) e o conjunto da sociedade.
Na assistência, esse impacto pode ser mediado diretamente pelo aumento dos gastos realizados com 
internação em UTI e alta taxa de permanência hospitalar desse perfil de pacientes. Na questão social, ele 
pode ser verificado pelo aumento de 30% no índice de anos potenciais de vida perdidos (APVP) em relação a 
acidentes e violências nos últimos anos, enquanto, por causas naturais, o mesmo índice encontra-se em queda.
Atualmente, as discussões sobre atendimento pré-hospitalar e políticas de saúde baseada em 
prevenção de riscos e aumento da qualidade de vida tornaram-se maiores em âmbito mundial, visto 
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que a prevenção de agravos à saúde é eficiente para diminuição dos índices de acidentes e mortes por 
causas externas e doenças.
Urgências e emergências: definições
O Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Resolução 1451/95 (BRASIL, 1995), define como 
urgência “a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de morte, cujo portador 
necessita de assistência médica imediata”, e emergência como “a constatação médica de condições de 
agravo à saúde que impliquem em risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, 
o tratamento médico imediato”. Nesse enfoque, o balizamento é dado pela irreversibilidade da morte ou 
de uma condição de dano permanente à saúde.
As principais causas de emergências e urgências no Brasil
As causas de casos de emergências e urgências no Brasil podem ser divididas em dois grandes grupos: 
causas externas e causas internas. Em 2008, do total de mortes por todas as causas na população 
brasileira, 12,5% foram por causas externas. Essas causas ocuparam o terceiro lugar na mortalidade 
brasileira. Contudo, em relação à faixa etária de 1 a 39 anos de idade, as causas externas representaram 
a primeira causa de morte, principalmente decorrente dos homicídios e de acidentes de trânsito. O 
sexo masculino respondeu por 83,1% desses óbitos: a taxa de mortalidade foi de 70,5 óbitos/100 mil 
habitantes, sendo 119,2 para o sexo masculino e 23,3 para o feminino (relação homem/mulher de 5,1).
A distribuição dessas mortes segundo a faixa etária mostrou que os adultos jovens (20 a 39 anos de 
idade) concentraram o maior número de mortes, seguidos pelos adolescentes (15 a 19 anos de idade). 
Em relação ao risco, contudo, a população com idade igual ou maior de 60 anos de idade exibiu os 
índices mais altos (108,2 óbitos por 100 mil habitantes), seguindo-se a faixa de 20-39 anos de idade 
(96,6) e 15-19 anos de idade (80,3).
Entre os acidentes, destacaram-se os de transporte terrestre (27,4%, o que representa 19,3 óbitos/100 
mil habitantes). Nas mortes decorrentes de acidentes de transporte terrestre, a maior parcela ocorreu 
entre os usuários mais vulneráveis do sistema viário (24,2% foram pedestres e 23,4%, motociclistas). Os 
ocupantes de veículos corresponderam a 24,4% do total.
No grupo das violências, os homicídios preponderaram (36,7%, coeficiente igual a 25,8 óbitos/100 mil 
habitantes), em contraste com a representação proporcional dos suicídios: 6,8% do total (4,8 óbitos/100 
mil habitantes). Entre as agressões, as armas de fogo foram o principal meio, respondendo por 84,4% do 
total de homicídios. Já as taxas de mortalidadepor acidente de transporte terrestre distribuíram-se de 
forma diversa nas capitais. As capitais com mais alto risco de morrer por essas causas foram Porto Velho 
(31,5/100 mil habitantes), Boa Vista (30,3), Campo Grande (28,9), Palmas (26,0) e Florianópolis (24,5).
Considerações para o atendimento básico
O atendimento pré-hospitalar (APH) é um procedimento que consiste num conjunto de medidas e 
procedimentos no tempo compreendido entre o instante em que ocorreu o acidente ou uma crise súbita 
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até a chegada da vítima à unidade hospitalar. É o tratamento imediato e provisório dado a uma vítima 
de trauma ou doença, geralmente o socorro é prestado no próprio local e dura até colocar a vítima sob 
cuidados médicos. O atendimento dentro desse quadro se divide em três momentos distintos: antes de 
chegar ao hospital, na sala de emergência e no centro intensivo.
Aproximadamente 47% da população brasileira, em 784 municípios, já se encontra coberta pelo 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192). Implantado nacionalmente a partir de setembro 
de 2003, com base no modelo francês, o Samu reduz o número de mortes, o tempo de internação e as 
sequelas por falta de socorro em tempo adequado.
Figura 1 – Samu
Um serviço do SUS, o Samu atende pelo telefone 192, nas 24 horas do dia, urgências de natureza 
traumática, clínica, pediátrica e neonatal, cirúrgica, gestacional e de saúde mental, acionando equipes 
treinadas. Na central de regulação do município, médicos, com base em protocolos, avaliam cada caso e 
esclarecem aos usuários a melhor conduta, enviam unidades de suporte básico ou avançado e acionam 
bombeiros, a defesa civil ou ainda a emergência do hospital de referência.
Antes da criação do Samu, o Corpo de Bombeiros sempre foi o órgão responsável pelo atendimento 
imediato de acidentes em quase todas as instâncias. O serviço de atendimento pré-hospitalar é uma 
missão constitucional do Corpo de Bombeiros Militar.
Figura 2 – Bombeiros
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 Observação
É importante ressaltar que o Governo do Estado de São Paulo determina 
que todos os policiais de São Paulo que atenderem ocorrências com vítimas 
graves não poderão socorrê-las.
O que fazer em casos de emergência?
O atendimento pré-hospitalar consiste num conjunto de medidas e procedimentos cientificamente 
comprovados, preestabelecidos e eficazes, no tempo compreendido entre o instante em que ocorre um 
acidente até a chegada da vítima à unidade hospitalar.
Antes de qualquer outra atividade no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma sequência 
padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema associado com a 
lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo. Essa sequencia padronizada 
é conhecida como exame do paciente. Durante o exame, a vítima deve ser detalhadamente analisada 
para que sejam estabelecidas prioridades de atendimento.
Deve-se atentar para:
• a segurança do local, primeiramente;
• o uso de equipamentos de proteção individual – EPIs;
• verificar a consciência da vítima;
• pedir informações para as testemunhas do acidente, tentando fazer a reconstituição da hora do 
acidente, para só depois tocar a vítima e examiná-la à procura de deformidades ou lesões.
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por muitos minutos, são extremamente 
valiosas no encaminhamento ao serviço médico de emergência.
Metas para a atenção básica
O tempo é um fator essencial no atendimento de urgência. Uma pessoa, após uma parada cardíaca, 
tem suas chances de ressuscitação mínimas após 10 minutos de atendimento. Entre as pessoas que 
morrem em decorrência de problemas cardíacos (infartos, insuficiência cardíaca, acidente vascular 
encefálico etc.), a morte súbita representa 50% das mortes. Quanto mais cedo se detectar e se fizer o 
atendimento, maiores são as chances de sucesso na recuperação do paciente. Por isso, a importância do 
suporte básico de vida (BLS) no dia a dia dos cidadãos. O BLS ensina a diferenciação entre uma parada 
cardíaca e uma respiratória, capacitando-o para a escolha da melhor medida no momento. Por exemplo: 
um idoso com AVE apresenta insuficiência respiratória, mas mantém seu pulso. A pessoa que o atender 
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deverá restabelecer a respiração do paciente sem que seja necessária a desfibrilação. É importante que as 
pessoas saibam como proceder nessas ocasiões, pois são acontecimentos que podem ocorrer a qualquer 
momento: no banco, no ponto de ônibus, no trabalho, durante o futebol de fim de semana etc.
O atendimento deve ocorrer quando a função profissional exige, ou seja, naquelas profissões em que 
está implícita a prestação de socorro a vítimas de acidente (exemplos: bombeiros, salva-vidas). Também 
deve ser realizado quando preexiste responsabilidade intrínseca, ou seja, no caso de haver relação de 
responsabilidade entre duas pessoas (exemplos: pai ou mãe que presencie um filho sofrendo acidente, 
motorista de táxi cujo passageiro sofra ataque cardíaco).
Iniciado o atendimento de socorro, a pessoa não pode interrompê-lo. A responsabilidade com o 
socorro prestado pode ser questionada caso o socorrista falhe ao agir.
1.1 Verificação das funções vitais 
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o 
acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima. As informações sobre as funções vitais 
podem ser obtidas por meio dos sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão arterial) e dos 
sinais de apoio (pupilas, cor e umidade da pele, nível de consciência e motilidade e sensibilidade do 
corpo).
Figura 3 Figura 4
Considerações
Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser realizada simultaneamente à história 
e ao exame físico. São mais significativos quando obtidos em série, possibilitando o acompanhamento 
de suas variações. Seus valores devem ser analisados conforme a situação clínica.
Na obtenção dos sinais vitais, devemos considerar:
• as condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar variações 
nos valores;
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• as condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que também 
podem causar variações nos valores;
• as condições do equipamento, que devem estar apropriados e calibrados.
Como verificar sinais vitais da vítima
Temperatura: verifique se o termômetro está marcando 35 graus ou menos antes de colocá-lo na 
vítima. Coloque o termômetro na axila e espere de 3 a 5 minutos. Leia a temperatura e anote. Em caso 
de dúvida, repita a operação. Na ausência de termômetro, verifique a temperatura corporal colocando 
o dorso de uma das mãos no pescoço ou testa da vítima. A temperatura normal oscila entre 36,5 e 37,5 
graus.
Pulso: o braço e a mão da vítima devem estar em repouso sobre a cama, ou mesa, ou chão. 
Coloque seu indicador e dedo médio no pulso da vítima, no lado correspondente ao polegar. 
Nunca use seu próprio polegar para contar as pulsações. Conte durante um minuto. Confira se 
necessário. Anote.
Existem vários outros locais no corpo onde se pode verificar o pulso; entretanto, em situação de 
emergência, o recomendado é que se verifique o pulso pela artéria carótida.
Normalmente o pulso varia de 130 a 140 batimentos por minuto no recém-nascido, 100 a 120 na 
criança, 60a 100 no adulto e 60 a 70 batimentos por minuto no idoso.
Respiração: observe a respiração da vítima sem que ela perceba, prestando atenção na elevação 
do tórax ou do abdome, ou colocando a mão sobre a parte inferior do tórax e superior do abdome. A 
frequência respiratória é contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza os movimentos de 
inspiração e expiração em um minuto (1 inspiração + 1 expiração = 1 movimento respiratório). Aproveite 
na hora de verificar o pulso. Verifique se a respiração é regular ou irregular, profunda ou curta. Conte por 
um minuto. A frequência respiratória normal varia entre 40 a 60 movimentos respiratórios por minuto 
no recém-nascido, 20 a 26 na criança, 16 a 20 no adulto e 14 a 18 no idoso.
Como verificar os sinais de apoio
Pupilas: em situação normal, quando há pouca ou nenhuma luz, a pupila se dilata (midríase), 
e quando há muita luminosidade, a pupila se contrai (miose). Essa reação recebe o nome de 
fotorreatividade pupilar. Da mesma forma, em situação normal, as pupilas se apresentam do 
mesmo tamanho (isocória).
Quando não há resposta ou há uma resposta lenta referente à fotorreação pupilar, ou quando ela se 
apresenta em tamanhos diferentes (anisocóricas), devemos suspeitar de grave lesão cerebral.
Cor e umidade da pele: a pele pode ser observada pelo socorrista na face e nas extremidades, 
onde as alterações se manifestam mais rapidamente. A pele também pode ficar úmida e pegajosa, o que 
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poderia levar à suspeita de estado de choque (diminuição do volume de sangue que circula pelo corpo). 
De acordo com Demartini (2011), em situações normais a pele pode se apresentar:
• azulada (cianose), como no caso de asfixia ou exposição ao frio; 
• pálida, em casos de hemorragias, estado de choque ou mesmo tensão emocional; 
• avermelhada, em caso de febre, queimaduras de primeiro grau ou traumatismos;
• fria, úmida e pegajosa, em caso de estado de choque.
Nível de consciência: quando a pessoa percebe normalmente o ambiente que a cerca, com todos 
os órgãos dos sentidos, e consegue responder aos estímulos verbais, motores e sensoriais, o nível de 
consciência é considerado normal.
Motilidade e sensibilidade do corpo: a vítima pode apresentar alterações para a mobilização de 
algumas partes do corpo em situações de anormalidade.
1.2 Hemorragia 
De acordo com o Manual de Primeiros Socorros do Ministério da Saúde (BRASIL, 2003), hemorragia 
é a perda de sangue por ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca, ânus e vagina etc. 
Ela também pode ser interna, resultante de um traumatismo. As hemorragias podem ser classificadas 
inicialmente em arteriais e venosas; para fins de primeiros socorros, são denominadas internas ou 
externas. Isso irá variar de acordo com a quantidade de sangue perdido, velocidade do sangramento, 
estado prévio de saúde ou idade do acidentado. Quanto maior a quantidade perdida de sangue, mais 
graves serão as hemorragias. Embora geralmente a perda não possa ser medida, ela pode ser estimada, 
por meio da avaliação do acidentado (sinais de choque compensado ou descompensado). Quanto 
mais rápida as hemorragias, menos eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo. Um 
indivíduo pode suportar uma perda de um litro de sangue se ela ocorrer ao longo de horas, mas não 
tolera uma perda dessa mesma quantidade se ela ocorrer dentro de minutos. Do ponto de vista clínico, 
será classificada como:
• interna: aquela produzida dentro dos tecidos ou cavidades naturais;
• externa: aquela cuja perda de sangue ocorre para o exterior do organismo.
Grandes hemorragias são emergências graves que ameaçam a vida em curto prazo. Devem, portanto, 
ser tratadas com a máxima prioridade. O coração, os vasos sanguíneos e o sangue compõem um sistema 
fechado, imprescindível à vida, e uma grave alteração nesse sistema pode provocar a morte da vítima.
A hemorragia externa, muitas vezes, será de fácil visualização. Procure:
• presença de sangue nas roupas da vítima;
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• presença de sangue no local ou nas imediações onde a vítima se encontra;
• saída de sangue pelos ferimentos;
• conduta;
• expor e avaliar o ferimento;
• realizar, como primeira medida, a compressão direta e firme sobre o ferimento, com um pedaço 
de pano limpo ou gaze, até cessar o sangramento;
• fixar um curativo, com auxílio de faixas, ataduras ou bandagem triangular;
• nas hemorragias em membros, elevar o membro atingido, desde que não esteja fraturado, 
objetivando diminuir o sangramento;
• se o sangramento persistir após a aplicação do primeiro curativo, não o remova e aplique outro 
sobre o primeiro, exercendo maior pressão.
A suspeita de hemorragia interna se dá por meio da relação de sinais e sintomas apresentados pela 
vítima com os traumas existentes:
• saída de sangue por orifícios naturais, como ouvido, nariz, boca, ânus e vagina;
• presença de tosse e/ou vômito com sangue;
• presença de manchas arroxeadas na região do abdome;
• aumento da cavidade abdominal;
• sinais e sintomas indicativos do estado de choque.
 Saiba mais
Para poder se atualizar com os conceitos de primeiros socorros, é de 
extrema importância que o aluno consulte o Manual de primeiros socorros 
do Ministério da Saúde, disponível no site <http://www.anvisa.gov.br/
reblas/manual_primeiros_socorros.pdf>.
Estimativa de perda sanguínea
• Perdas de até 15% (aproximadamente 750 ml em adulto): geralmente não causam alterações, 
sendo totalmente compensadas pelo corpo. Exemplo: doação de sangue.
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Primeiros socorros
• Perdas maiores que 15% e menores que 30% (aproximadamente 750 a 1.500 ml): geralmente 
causam estado de choque, ansiedade, sede, taquicardia (com frequência cardíaca entre 100-120/
min.), pulso radial fraco, pele fria, palidez, suor frio, frequência respiratória maior que 20/min. e 
enchimento lentificado (maior que 2 seg.).
• Perdas acima de 30% (maiores que 1.500ml): levam ao choque descompensado com hipotensão, 
alterações das funções mentais, agitação, confusão ou inconsciência, sede intensa, pele fria, 
palidez, suor frio, taquicardia superior a 120/min., pulso radial ausente (queda da pressão arterial), 
taquipneia importante e enchimento capilar lento.
• Perda de mais de 50% do volume sanguíneo: choque irreversível, parada cardiorrespiratória e 
morte. 
A hemorragia interna é uma condição grave e que exige abordagem especializada imediata, pois 
não é possível que o socorrista saiba exatamente o local e a proporção do sangramento. Também 
é impossível o acesso imediato ao local de sangramento, impedindo medidas de contenção da 
hemorragia.
Choque hemorrágico
Perda sanguínea intensa com risco de vida. São sinais e sintomas:
• cianose labial (lábios arroxeados);
• diminuição do nível de consciência (agitação, confusão, sonolência e perda da consciência);
• pulso rápido e fraco;
• respiração rápida e superficial;
• pele fria, pálida e úmida;
• hipotensão arterial.
 Observação
Existe a medida extrema para controlar hemorragias, em casos 
excepcionais e graves (risco de morte e dificuldade de atendimento 
especializado).
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2 FerIdAS
Figura 5
Ferida é um dos assuntos de fundamental importância na prática de assistência do profissional de 
saúde, devendo por isso ser cuidadosamente estudados.
Outro ponto a ser considerado se refere aos avanços naspesquisas sobre o tratamento de feridas, 
o que obriga o profissional a se manter constantemente atualizado, a fim de prestar o melhor cuidado 
aos seus clientes.
A palavra ferida se aplica a toda e qualquer solução de continuidade (perda) de tecido ou órgão, 
podendo atingir desde a epiderme, que é a camada mais externa da pele, até estruturas profundas, como 
músculos, aponeurose e órgãos cavitários (MENEGHIN; VATTIMO, 2003). As feridas têm causas diversas, 
como traumas, cirurgias, isquemia e pressão (DEALEY, 2001).
Na ocorrência de uma ferida, vários efeitos podem resultar em: perda imediata, total ou parcial, 
do funcionamento do órgão; resposta simpática ao estresse; hemorragia e coagulação sanguínea; 
contaminação bacteriana e morte celular (SMELTZER; BARE, 2008).
A partir do surgimento desse dano tecidual, o organismo tem capacidade de desencadear um processo 
de regeneração, manifestado por respostas biológicas e proliferação celular, denominado cicatrização.
2.1 Classificação das feridas
2.1.1 Feridas agudas
Divididas em feridas cirúrgicas e traumáticas, são aquelas que se reconstituem por meio de processo 
cicatricial, cujas fases obedecem a uma sequência esperada de tempo, aparência e resposta a um 
tratamento (LOURENçO; MENEGHIN, 1998; CANDIDO, 2001).
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2.1.1.1 Feridas cirúrgicas
São feridas intencionais e podem cicatrizar por primeira ou segunda intenção (DEALEY, 2001). 
Segundo o grau de contaminação no momento da cirurgia, elas podem ser classificadas em:
• feridas limpas: são feridas em que não há inflamação e que não atingem os tratos respiratório, 
digestivo e genital ou urinário;
• feridas limpas contaminadas: são aquelas em que os tratos respiratório, digestivo, genital ou 
urinário são atingidos em condições controladas, não existindo uma contaminação incomum;
• feridas contaminadas: incluem as feridas acidentais, recentes, abertas e procedimentos cirúrgicos 
com interrupção importante da técnica asséptica ou extravasamento do trato gastrintestinal;
• feridas infectadas: são aquelas em que os micro-organismos já estavam presentes no campo 
operatório antes da cirurgia e causaram infecção pós-operatória. Estas incluem feridas traumáticas 
antigas, com retenção de tecido desvitalizado, e aquelas que envolvem infecções clínicas já 
existentes ou vísceras perfuradas (SMELTZER; BARE, 2008).
2.1.1.2 Feridas traumáticas
São lesões teciduais causadas por um agente vulnerante que, atuando sobre qualquer superfície 
corporal de localização interna ou externa, promove alteração na fisiologia tissular, com ou sem solução 
de continuidade (MANTOVANI; FONTENELLES, 2003).
As feridas traumáticas podem ser classificadas de acordo com o agente produtor da lesão:
• feridas incisivas: são produzidas pela ação de um instrumento com borda afiada, geralmente 
pouco profundas e com rara penetração em cavidades (PEREIRA, 2000). Apresentam-se com 
margens regulares, fundo limpo e predomínio da extensão sobre a largura;
• feridas perfurantes: cicatrizam-se por pequena aberturas na pele e pouco sangramento, podendo 
atingir grande profundidade (SMELTZER; BARE, 2008). São produzidas por instrumentos finos, 
cilíndricos e pontiagudos, como agulhas, pregos e estiletes;
• feridas contusas: são produzidas por objeto rombo (que não perfura), de modo que o impacto é 
transmitido através da pele aos tecidos subjacentes, levando à ruptura de pequenos vasos, com 
hemorragia e edema, mas sem perda da epiderme (MANTOVANI; FONTENELLES, 2003);
• feridas laceradas: são aquelas com margens denteadas, irregulares por excessiva força de 
estiramento, podendo lacerar músculos, tendões ou vísceras internas (SMELTZER; BARE, 2008);
• feridas abrasivas: são caracterizadas pela retirada de células da epiderme por causa da ação de 
fricção ou esmagamento de instrumento mecânico.
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 Observação
Outro tipo são as feridas crônicas. Segundo Lourenço e Meneghin 
(1998), são aquelas de longa duração ou recorrentes, em que o processo de 
cicatrização se desvia das etapas fisiológicas. Poletti (2000) acrescenta que 
elas causam problemas como dor, sofrimento, gasto financeiro, afastamento 
do trabalho e alterações psicossociais, exigindo do cuidador conhecimento 
e habilidade.
2.2 trauma raquimedular
A medula nervosa é parecida com um cabo telefônico, com milhões “fios” em seu interior. Ela nasce 
no cérebro e vem descendo por dentro dos ossos da coluna (vértebras), emitindo um ramo de nervo a 
cada vértebra. Cada “fio” que compõe esse nervo vai até um órgão ou músculo levando a informação 
(ordem) emitida pelo cérebro. Num trauma de coluna pode haver a fratura de uma vértebra, com grande 
possibilidade de lesar a medula nervosa – o que irá interromper essa troca de informações.
É a altura da lesão que determinará as consequências, sendo que quanto mais alta, mais grave será. 
Assim, concluímos que as lesões cervicais (no pescoço) são as mais graves. A suspeita de lesão na coluna, 
em qualquer altura, inicia-se pelo tipo de acidente.
O traumatismo raquimedular consiste em uma lesão na coluna vertebral e/ou na medula espinhal, 
que pode variar de acordo com o grau da lesão e a área atingida. A lesão da medula pode ser primária 
ou secundária. A lesão primária é aquela que ocorre diretamente na medula pelo trauma, podendo ser 
compressiva ou isquêmica. Esta ocorre por oclusão ou hipoperfusão de artérias espinhais ou radiculares, 
enquanto as compressivas ocorrem por compressão das estruturas ósseas e hematomas (MACHADO, 
2001).
Causas
Lesões de coluna são comuns em acidentes que envolvem velocidade com parada brusca, como 
ocorre com automóveis e motocicletas ou na queda de grandes alturas e bicicletas. Podem ocorrer 
também na prática de esportes, como futebol, patins, natação etc. Além disso, são comuns em acidentes 
automobilísticos, daí a importância do suporte de cabeça nos bancos, que minimiza o chamado “chicote” 
em uma colisão traseira.
Manifestações clinicas do TRM
Conforme descrito anteriormente, os sinais e sintomas do TRM dependem do nível da lesão. O 
comprometimento neurológico, as paralisias ou apenas a diminuição de força muscular (paresia), da 
mesma forma que as alterações sensitivas, como anestesia, diminuição da sensibilidade e parestesia 
(formigamento, amortecimento etc.), ocorrem geralmente abaixo do nível da lesão (BRAZ, 2011).
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Primeiros socorros
Sinais 
• Deformidades.
• Inchaço.
• Laceração ou contusão.
• Paralisia e anestesia.
• Incontinência urinária e fecal.
Sintomas
• Dor.
• Formigamento, amortecimento ou fraqueza.
• Dor com movimentação.
• Dificuldade de respirar.
• Dificuldade para andar.
O que fazer 
• Chamar o resgate.
• Imobilizar o pescoço e a coluna ou impedir que a vítima se movimente até que chegue socorro 
especializado. 
 Lembrete
Lembre-se que algumas vítimas podem apresentar-se agitadas. Verifique 
os sinais vitais (pulso e respiração) e aplique RCP, se necessário.
• Avaliar o nível de consciência. 
• Avaliar e cuidar dos demais ferimentos, hemorragias etc.
O que não fazer 
• Não transporte ou movimente a vítima sem que haja real necessidade.
• Não ofereça alimentos ou bebidas, mesmo que esteja consciente. Ela pode tornar-se inconsciente, 
vomitar e aspirar ao vômito.
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3 CrISe COnVuLSIVA
Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contraçõesinvoluntárias da musculatura, 
provocando movimentos desordenados e perda da consciência.
Causas 
• Acidentes com traumatismo de crânio.
• Febre alta.
• Epilepsia.
• Alcoolismo.
• Drogas.
• Medicamentos.
• Tumores cerebrais.
• Toxoplasmose.
• Lesões neurológicas.
• Choque elétrico.
• Outras, de origem desconhecida.
Sinais e sintomas
• Agitação psicomotora, em que a pessoa fica retraída e começa a se debater violentamente.
• Espasmos musculares (contrações).
• Salivação intensa (sialorreia – “baba”).
• Perda dos sentidos.
• Relaxamentos dos esfíncteres, podendo urinar e evacuar durante a convulsão. 
• Pode apresentar os olhos virados para cima.
Como socorrer
• Deite a vítima no chão, afastando tudo que estiver ao seu redor e que possa machucá-la. 
• Torne o ambiente calmo, afastando os curiosos. 
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• Proteja a vítima contra os traumatismos, amortecendo a cabeça com almofadas ou casacos ou 
ainda com as mãos. 
• Lateralize a cabeça para que a saliva escorra, evitando com isso que a pessoa venha a se afogar 
(asfixiar).
• Retire objetos como próteses, óculos, colares etc.
• Coloque um pano ou lenço dobrado entre os dentes e desaperte a roupa da vítima, tendo o devido 
cuidado para não colocar os dedos na boca dela durante a crise. 
• Observe se a respiração está adequada e se não há obstrução das vias aéreas.
• Não dê líquido e nem medicação a pessoas que estejam inconscientes.
• Se a convulsão for provocada por febre alta, no caso de crianças, atenda da mesma maneira e dê 
um banho de água morna no chuveiro.
• Cessada a convulsão, deixe a vítima repousar calmamente, pois poderá dormir por minutos ou horas.
• Anote a duração da convulsão.
• Acabada a fase de movimentos bruscos, coloque a pessoa na posição lateral de segurança. 
• Mantenha a pessoa num ambiente tranquilo e confortável.
• No caso de crianças ou jovens, avise os pais. 
• Envie-a ao hospital sempre que: 
— for a primeira convulsão; 
— a convulsão durar mais de 8 minutos;
— a convulsão se repetir. 
 Observação
Nunca deixe de prestar socorro à vítima de convulsão.
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3.1 Afogamento
Figura 6
É a asfixia provocada pela imersão prolongada do organismo em um meio líquido que chega 
a inundar o sistema respiratório. Isso ocorre porque a troca de oxigênio e gás carbônico é 
prejudicada. Representa, no mundo, a segunda causa de morte por acidente na faixa de 1 a 25 
anos de idade.
Sinais e sintomas
• Agitação.
• Dificuldade respiratória.
• Inconsciência.
• Parada respiratória.
• Parada cardíaca.
Tipos de afogamento
• Seco (sem aspiração de líquido – 10%): ocorre por espasmo da glote.
• Úmido (com aspiração de líquido): quando já ocorreu inundação do aparelho respiratório.
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Causas
• Afogamento primário: ocorre sem motivo externo que interfira. São casos clássicos a vítima que 
não sabe nadar ou não é exímia nadadora, uma pessoa que se afoga por fadiga e aquele que não 
sabe nadar e cai acidentalmente na parte funda da piscina. 
• Afogamento secundário: tem como causa um evento de origem clínica (por exemplo: crise 
convulsiva, infarto agudo do miocárdio) ou traumática (por exemplo: TCE, acidente com barcos), 
o que sempre leva a uma alteração do estado de consciência, iniciando o afogamento.
 Observação
Não há diferença, quanto ao atendimento, entre afogamentos em água 
doce ou salgada. Sempre que os alvéolos são inundados, o surfactante é 
alterado e ocorre edema agudo de pulmão.
• Reação em cadeia:
— agitação na superfície: a vítima debate-se, na tentativa de manter-se à superfície, iniciando 
seu processo de fadiga e acúmulo de CO2;
— apneia reflexa: quando a vítima percebe que vai afundar, interrompe a respiração imediatamente; 
porém, há o agravante do alto nível de CO2 previamente acumulado;
— grande inspiração: por mais que a vítima queira, não consegue manter a apneia debaixo d’água, 
pois, estando em hipercapnia, seu centro respiratório é estimulado, o que o leva a realizar uma 
inspiração, mesmo sabendo que está submersa;
— convulsão por asfixia: a hipóxia cerebral, a hipotermia e a própria inundação do aparelho 
respiratório são as causas da crise convulsiva;
— parada respiratória: o resultado desse quadro é a interrupção da função pulmonar, podendo 
ainda haver batimentos cardíacos; entretanto, também encontramos vítimas de afogamento 
em PCR.
 Saiba mais
Para conhecer melhor alguns aspectos do atendimento de emergência, 
leia o texto de Luiz Augusto Pereira intitulado Aspectos éticos e legais do 
atendimento de emergência, disponível em: <http://www.amrigs.com.br/
revista/48-03/4803C.pdf>. 
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Como proceder
1) Aproxime-se da vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a cabeça fora d’água.
2) Inicie imediatamente a respiração de socorro boca a boca, ainda com a vítima dentro d’água.
3) Coloque a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas), com a cabeça mais baixa que o corpo, 
quando fora d’água.
4) Insista na respiração de socorro boca a boca, se necessário.
5) Execute a massagem cardíaca externa, se a vítima apresentar ausência de pulso e pupilas dilatadas.
6) Friccione vigorosamente os braços e as pernas do afogado, estimulando a circulação.
7) Remova imediatamente a vítima para o serviço de salvamento ou o hospital mais próximo.
Possibilidades de sobrevivência
As possibilidades de sobrevivência dependerão basicamente da rapidez no atendimento; porém, 
sabemos que a baixa temperatura da água pode retardar os malefícios da hipóxia cerebral.
3.2 Politraumatizado
O politraumatizado é o indivíduo que apresenta ferimentos de pelo menos duas regiões do corpo, que 
exigiriam, cada um deles, um tratamento hospitalar. Ele é o mais grave doente do serviço de emergência, 
o mais oneroso para o hospital e aquele que requer para o seu atendimento adequado uma equipe 
multiprofissional treinada. 
Características:
• a mortalidade aumenta com o número de ferimentos (em casos de 5 ferimentos, 50% sobrevivem);
• em casos de ruptura de fígado, a mortalidade é de 30%;
• as combinações mais frequentes são lesões de crânio e tórax;
• a combinação mais rara é de caixa torácica e abdômen;
• essa é considerada uma doença grave e também um sério problema social;
• é a principal causa de morte na faixa etária nos adultos jovens (até 45 anos), perdendo somente 
para as doenças cardíacas e o câncer;
• devido à era industrial, à alta tecnologia e às condições socioeconômicas, o número de casos tem 
aumentado significativamente;
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• o importante para diminuirmos o número de traumas em todo o mundo é a prevenção, que pode 
ser dividida em:
— primária: visa à eliminação dos fatores determinantes do trauma. Exemplos: sinalização de vias 
públicas e educação da população;
— secundária: procura reduzir a gravidade das lesões decorrentes do traumatismo. Exemplos: uso 
de cinto de segurança, capacete e air bag;
— terciária: está relacionada ao atendimento pré e hospitalar, por meio de medidas 
terapêuticas que visam a melhores resultados. Exemplos: treinamento da equipe e redução 
da morbimortalidade a partir de uma assistência adequada.
 Lembrete
Politraumatizado:indivíduo que apresenta ferimentos de pelo menos 
duas regiões do corpo, que exigiriam, cada um deles, um tratamento 
hospitalar.
O numero de óbitos em geral está disposto da seguinte forma:
• 50% são imediatas, ocorrendo segundos ou minutos após o trauma;
• 30% são mediatas, ocorrendo algumas horas após o trauma;
• 20% tardias, ocorrendo dias ou semanas após o trauma devido a infecções, complicações pós-
operatórias e sepse. 
A primeira hora é considerada a hora de ouro para o atendimento do traumatizado, uma vez que 
os doentes que recebem cuidados adequados nesse período têm maior taxa de sobrevida quando 
comparados àqueles tratados tardiamente.
O atendimento inicial do traumatizado envolverá as seguintes etapas:
1) Planejamento (preparo pré e intra-hospitalar).
2) Triagem.
3) Avaliação primária (CBA).
4) Reanimação.
5) Avaliação secundária e história.
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6) Monitorização e reavaliação contínua.
7) Tratamento definitivo.
Avaliação inicial do politraumatizado
• Planejamento (preparo pré e intra-hospitalar): a coordenação entre a equipe de atendimento 
pré-hospitalar e intra-hospitalar é de suma importância para o atendimento adequado da 
vítima.
• Triagem: a triagem no local do acidente é onde as vítimas deverão ser classificadas de acordo 
com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis, para que sejam encaminhadas ao 
hospital adequado às suas necessidades.
• Avaliação primária (CBA):
— C: circulação com controle de hemorragia.
— B: respiração e ventilação.
— A: vias aéreas com controle da coluna cervical.
A avaliação neurológica deverá conter, de uma forma rápida, o estado neurológico, verificando 
o nível de consciência, tamanho e reação das pupilas. Como regra básica para avaliação do paciente 
politraumatizado, usamos o método AVDI: 
• A: alerta.
• V: responde ao estímulo verbal.
• D: só responde à dor.
• I: irresponsivo aos estímulos.
A exposição do indivíduo deve ser cautelosa e é sempre necessário tomar cuidado com a coluna 
vertebral.
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Reanimação
Figura 7
A adoção de medidas agressivas de reanimação e o tratamento de todas as lesões potencialmente 
fatais, à medida que são identificadas, são essenciais para maximizar a sobrevivência do doente. São 
avaliadas:
• C: circulação.
• B: respiração/ventilação/oxigenação.
• A: vias aéreas.
Avaliação secundária e história
A avaliação secundária só se inicia quando a primária for completada. Nela, o paciente é avaliado da 
cabeça ao pés, incluindo sinais vitais e procedimentos especiais, como lavagem peritoneal, radiografias 
e exames laboratoriais, além de um exame neurológico minucioso em que é usada a escala de coma de 
Glasgow. 
 Observação
A sondagem vesical é contraindicada nos casos suspeitos de lesão de 
uretra e hematoma escrotal; já a sondagem nasogástrica é contraindicada 
em casos de suspeita de fratura de base de crânio.
Monitorização e reavaliação contínua
Além de manter a monitorização completa, deve-se realizar a gasometria arterial e avaliar o débito 
urinário, fazendo exame físico e aplicando a escala de coma de Glasgow.
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Tratamento definitivo
Os critérios de triagem inter-hospitalar ajudam a determinar o grau, o ritmo e a intensidade do 
tratamento definitivo. Estes critérios levam em consideração o estado fisiológico do doente, a presença 
de lesões evidentes, os mecanismos de trauma, as doenças associadas e outros fatores que podem 
alterar o prognóstico do paciente.
4 trAuMAtISMOS
Figura 8
O trauma é definido como um conjunto de perturbações causadas subitamente por um agente 
físico de etiologia, natureza e extensão muito variadas. As lesões traumáticas geralmente ocorrem em 
obediência a padrões previsíveis e são, portanto, passíveis de prevenção – um exemplo disso são os 
acidentes automobilísticos.
Os traumatismos são as urgências e emergências mais frequentes e de maior envolvimento da área 
da saúde.
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4.1 Abdominal
O traumatismo abdominal é responsável por um grande número de mortes, muitas vezes evitáveis. A 
cavidade intraperitoneal (abdome), juntamente com a cavidade torácica e com o espaço retro peritoneal, 
são os locais do organismo que comportam sangramentos, podendo levar a choque hemorrágico se não 
detectados a tempo.
É geralmente causado por ferimentos de arma de fogo (FAF) ou arma branca (FAB). Os traumatismos 
penetrantes são sérios e muitas vezes necessitam de cirurgia. A velocidade com que o projétil (bala) 
penetra no corpo determina o grau de dano e lesão no tecido e no órgão envolvido. Geralmente afetam 
o peritônio, deixando uma comunicação da cavidade abdominal com o meio externo; porém, não ocorre 
lesão visceral. Caso ocorram, algumas providências podem ser tomadas fora do ambiente hospitalar:
• pedir para alguém chamar socorro médico enquanto atender a vítima;
• manter a vítima deitada;
• avaliar o local da lesão, observando dano tecidual e sangramento;
• conversar com a vítima, avaliando seu estado de consciência;
• orientar e informar quanto ao seu estado e comunicar que já chamou socorro médico, o que irá 
tranquilizá-la;
• afrouxar as roupas da vítima.
4.2 traumatismo torácico
O trauma torácico também pode ser caracterizado por ferimentos penetrantes ou contusos, como 
no traumatismo intra-abdominal. Também são graves e afetam a respiração normal do indivíduo.
O traumatismo de tórax está dividido em lesões que implicam risco imediato à vítima, que são 
avaliadas no exame primário, e em lesões que implicam risco potencial à vítima, avaliadas no exame 
secundário. 
Quanto ao agente causador, há o FAF, o FAB ou os acidentes automobilísticos. Quanto à manifestação 
clínica, há o pneumotórax, o hemotórax ou o tamponamento cardíaco, com lesão de grandes vasos. 
Quanto às lesões específicas, há a contusão pulmonar, sendo a principal causa o impacto direto. Ela está 
ligada a lesões da parede torácica.
O que fazer fora do ambiente hospitalar:
• pedir para alguém chamar o socorro médico enquanto estiver atendendo a vítima;
• fazer uma rápida avaliação do que aconteceu e de como a vítima se feriu;
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• manter a vítima deitada com a cabeça pouco elevada, para que a respiração seja eficiente, ou seja, 
manter as vias aéreas superiores livres.
4.3 traumatismo crânio encefálico
O cérebro é protegido por uma caixa óssea, o crânio. Ele é o órgão mais nobre e sensível do corpo 
humano e também o que apresenta menor chance de recuperação quando lesado. Ele possui diversas 
artérias e veias, as quais podem se romper no trauma.
Como o crânio (parte óssea) é rígido e o cérebro é mais macio, uma hemorragia irá gerar um hematoma, 
que por sua vez irá crescer, comprimindo o cérebro – o que certamente trará lesões neurológicas.
Algumas vezes nem há sangramento, apenas o “balançar” do cérebro dentro da caixa craniana é o 
bastante para fazê-lo inchar e comprimir a ele próprio.
O que fazer?
• Peça ajuda em caráter de emergência.
• Tente acalmar a vítima, se ela estiver consciente.
• Pense na possibilidade de fratura no pescoço antes de movimentar a vítima.
• Mantenha a vítima deitada e aquecida.
• Cuide dos demais ferimentos.
 resumo
Criadopara atender vítimas com agravo à saúde, seja por trauma, casos 
clínicos ou ainda casos psiquiátricos, o atendimento pré-hospitalar tem 
como principal objetivo identificar e tratar lesões com risco de morte em um 
curto espaço de tempo, com uma abordagem sistematizada. É necessário 
conhecer as premissas básicas sobre primeiros socorros para melhor atuação 
e consequentemente salvar a vítima e minimizar problemas.
Vimos nesta unidade um breve histórico das emergências médicas, 
abordando os casos de emergência e os procedimentos de atendimento 
básico. Em seguida, explicamos de que modo devem ser verificadas as 
funções vitais e quais as principais dificuldades no atendimento a vítimas.
Estudamos também as características e as classificações das 
hemorragias, feridas e traumas, além de abordarmos as crises convulsivas, 
os afogamentos e os traumatismos.
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Primeiros socorros
 exercícios
Questão 1. (SEAP, 2004) Um homem de 40 anos é trazido ao pronto-socorro após acidente de 
motocicleta − colisão contra um poste. Está inconsciente, respondendo apenas a estímulos dolorosos, 
e em choque. Não apresenta ferimentos ou fraturas evidentes. A mais provável causa desse choque é:
A) Trauma raquimedular cervical.
B) Hematoma epidural.
C) Hematoma subdural.
D) Hemorragia intratorácica ou intra-abdominal.
E) Trauma raquimedular.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o traumatismo raquimedular cervical consiste em uma lesão na coluna vertebral e 
ocorre por oclusão de artérias espinhais ou por compressão de estruturas ósseas e hematomas.
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o hematoma epidural é o acúmulo de sangue entre a dura-máter e o crânio. Este 
hematoma é tipicamente causado por um trauma agudo na cabeça que rompe a artéria meníngea 
média.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: hematomas subdurais geralmente são resultantes de uma lesão craniana grave. 
Hematomas subdurais agudos estão entre as lesões cranianas mais fatais. O sangramento enche a área 
do cérebro muito rapidamente, comprimindo o tecido cerebral. Isso normalmente resulta em lesão 
cerebral e pode levar à morte. 
D) Alternativa correta.
Justificativa: a suspeita de hemorragia interna se dá por meio da relação de sinais e sintomas 
apresentados pela vítima com os traumas existentes: saída de sangue por orifícios naturais, como 
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Unidade I
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ouvido, nariz, boca, ânus e vagina; presença de tosse e/ou vômito com sangue; presença de manchas 
arroxeadas na região do abdome; aumento da cavidade abdominal; sinais e sintomas indicativos do 
estado de choque.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o traumatismo raquimedular consiste em uma lesão na coluna vertebral, que pode variar 
de acordo com o grau da lesão e a área atingida. A lesão da medula pode ser primária ou secundária. A 
lesão primária é aquela que ocorre diretamente na medula pelo trauma, podendo ser compressiva ou 
isquêmica. Esta ocorre por oclusão ou hipoperfusão de artérias espinhais ou radiculares, enquanto as 
compressivas ocorrem por compressão das estruturas ósseas e hematomas.
Questão 2. (FADESP, 2012) Deu entrada em um Pronto Socorro Municipal um adolescente, 16 anos 
de idade, vítima de afogamento em uma piscina. Apresentando dificuldade respiratória e pneumotórax, 
após os primeiros atendimentos, foi submetido a uma traqueostomia e à inserção de drenos no 
hemitórax direito e esquerdo. A enfermeira do setor, ao elaborar o Plano Assistencial de Enfermagem 
ao paciente, identificou, dentre outros, dois problemas que exigirão atenção especial do profissional 
de Enfermagem, quais sejam, a traqueostomia e os drenos no hemitórax D e E, que se relacionam às 
seguintes necessidades humanas básicas, respectivamente: 
A) oxigenação e oxigenação. 
B) integridade física e respiração.
C) conforto e oxigenação. 
D) segurança e integridade cutaneomucosa.
E) humanização e conforto.
Resolução desta questão na plataforma.

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