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06/03/18 1 Profilaxia da Infecção Cirúrgica Profª Dra. Kelly Pontes Interrupção da integridade dérmica Acesso de microrganismos aos tecidos internos Infecção Prevenção da contaminação Técnica asséptica Métodos e práticas que evitam contaminação Ambiente, local, equipe e equipamento cirúrgico Infecção Cirúrgica • Infecção cirúrgica é o crescimento e a proliferação de microorganismos parasitários em um organismo superior ao qual causam danos. • Ferida infectada (Ministério da Saúde): qualquer ferida cirúrgica com secreção purulenta (cultura positiva ou não) com origem microbiana endógena ou exógena. Classificação das Feridas Cirúrgicas • Cirurgias limpas – Eletivas, não traumáticas. – Ausência de inflamação e infecção. – Tecido não contaminado ou de fácil descontaminação. – Técnica asséptica. – Sem acesso ao trato gastrintestinal, respiratório e urogenital. Ex.: Ovariohisterectomia eletiva Classificação das Feridas Cirúrgicas 06/03/18 2 • Cirurgias Limpas Contaminadas – Penetração do trato respiratório, gastrintestinal ou urinário. Sem contaminação significativa. – Flora bacteriana residente pouco numerosa, mas de difícil descontaminação. – Pequena falha na técnica asséptica. Classificação das Feridas Cirúrgicas Ex.: Gastrotomia • Cirurgias contaminadas – Flora bacteriana residente numerosa. – Tecido de difícil descontaminação. – Falhas grosseiras na técnica asséptica. – Ex.: Feridas traumáticas recentes (< 4horas). – Ex.: Derramamento do trato gastrintestinal ou urogenital. Classificação das Feridas Cirúrgicas • Cirurgias Sujas (Infectadas) – Vísceras perfuradas. – Infecção bacteriana, pus. – Feridas traumáticas (> 4 horas). – Tecidos desvitalizados. – Corpos estranhos. – Incisão em tecido limpo para acesso à abscesso. Classificação das Feridas Cirúrgicas 06/03/18 3 Fontes de Contaminação • Exógena – Ar ambiente. – Equipe cirúrgica. – Instrumental cirúrgico. – Panos de campo. Fontes de Contaminação • Endógena – Pele do paciente. – Sistema gastrintestinal, respiratório, urogenital. Fatores de Risco à Infecção – Idade. – Doença de base (resistência). – Tempo de hospitalização. – Preparo prévio do paciente (tricotomia). – Tempo da cirurgia. Assepsia Processo pelo qual se consegue afastar os microorganismos patogênicos de determinado local ou objeto. Esterilização: destruição até de esporos Antissepsia: bloqueio do crescimento bacteriano Desinfecção: não destrói esporos 06/03/18 4 Esterilização • Antes de iniciar o ciclo deve-‐se: – Minimizar microrganismos. – Partes e componentes/ agente esterilizante. – Empacotamento/ esterilização até o uso. – Dobramento/ contaminação. Esterilização • Depende de duas características essenciais: – Poder esterilizante (Ex.: temperatura). – Tempo de ação. Quanto maior o poder esterilizante, menor o tempo de ação e vice versa. Tempo de Ação • Determinado por três fases: – Tempo de penetração • Para todo o material atingir a temperatura. – Tempo de manutenção • Período em que a temperatura deve ser mantida. – Tempo de segurança • Acréscimo aos tempos anteriores para se completar o processo. Esterilização Meios de Esterilização • Físicos: – Radiação • Ultravioleta: lâmpadas especiais. Ambientes. • Gama: gerada a partir do cobalto-‐60. Seringas, agulhas. Uso comercial. Esterilização – Calor: o mais usado. Econômico e seguro. Não deixa resíduos. • Autoclave: vapor sob pressão. Tecidos e metal não cortantes. • Água em ebulição: 15’ a partir da ebulição. Instrumental e seringas de vidro. • Estufa: instrumentos cortantes, seringas, produtos químicos. Menor penetração. Mais tempo. • Fogo direto: instrumental de aço. Perda do fio e desajuste pela dilatação. Urgência. Seco Úmido Esterilização Autoclave Vertical Temperatura ⁰C Tempo (minutos) 121 15 132 4 Esterilização 06/03/18 5 Autoclave Horizontal Esterilização Autoclave Horizontal Diversos tipos de material. Esterilização Estufa Temperatura ⁰C Tempo de penetração (minutos) Tempo de manutenção (minutos) Tempo de segurança (minutos) Tempo total 160 15-‐20 30 15 60-‐65 170 15-‐20 12 6 33-‐38 180 15-‐20 5 2,5 22,5-‐27,5 Menos penetrante que o calor úmido. Esterilização Meios de Esterilização • Meios Químicos (Instrumentos delicados que perdem fio facilmente) – Óxido de etileno a 10%: gás incolor. Câmaras: controle de umidade, temperatura, pressão e concentração. Tempo necessário: 4 horas. – Formaldeído (metanal): • Gás incolor. Cheiro irritante. • Germekil: formaldeído a 38%. 20-‐30 minutos. Esterilização Antissepsia • Mãos do cirurgião e pele do paciente. • Antissépticos: bactericidas e bacteriostáticos. • Não podem ser tóxicos. Halogênios (Compostos Halogenados) • Iodo – Anaeróbios, esporulados e fungos. – Uso limitado. – Irritante, mancha pele e roupa, retarda cicatrização, corrói metais. – Ação residual (película). Antissepsia 06/03/18 6 • Iodóforo – Iodo povidine (PVP-‐I): polivinilpirrolidina (PVP) e iodo. – Complexo estável com liberação lenta do iodo. – Menor irritação, maior atividade. – Auxilia a penetração do iodo em matéria orgânica. Antissepsia • Iodóforo – PVP-‐I Degermante • Formulação espumante. • Limpeza pré-‐cirúrgica. Antissepsia Biguanídeo • Gluconato de Clorexidina – Maioria das bactérias, muitos fungos e vírus. – Baixa toxicidade aos tecidos (antisséptico de feridas e membranas). – Ativo por até 6 hs na pele. – Ativo em matéria orgânica. – Inativado por sabões. Antissepsia Alcoóis • Etílico e Isopropílico – Antisséptico e desinfetante. – Combinado com fenóis, clorexidina, iodóforos. – Diluídos em água: mais ativo que absoluto. – Não recomendado em presença de matéria orgânica. – Não atua contra esporos. Pouca ação contra fungos e vírus. Antissepsia Agentes Oxidantes • Peróxido de Hidrogênio •Pouco valor antisséptico (esporicida>bactericida/ esporos de clostrídios). •Auxilia na limpeza local, remove sangue e tecido necrótico. •Catalase inativa o peróxido (sangue). •Interfere no processo de cicatrização (peróxido/ fibroblastos).•Irritante para mucosas. Antissepsia Desinfecção • Paredes, móveis, pisos, baias. • Escolha depende do resultado desejado. 06/03/18 7 • Aldeídos (formol e glutaraldeído) – Potente germicida, ação sobre esporos. – Irritante sobre a pele e mucosa. – Mais usados como agentes de esterilização que como desinfetantes. Desinfecção – Formol – Formalina = Formol a 40%. – Aplicar no local e fechar por 24 horas (baixa penetração). – Irritante para mucosas, vapor irritante e pode causar dermatites. – Possivelmente carcinogênico. – Menos eficiente em matéria orgânica. – Ação contra esporos, bactérias, fungos, micobactérias e alguns vírus. Desinfecção – Glutaraldeído – Mais eficiente que formol (matéria orgânica). – Desinfetante: 10 a 30 minutos. – Esterilizante: 6 a 10 horas. – Irritante para olhos e membranas mucosas. – Endoscópios, catéteres, tubos plásticos. Exaguar antes do uso. Desinfecção • Compostos Fenólicos – Cresóis (creolina) a 3%. – Pisos. – Ação sobre matéria orgânica. Desinfecção Escolha de agentes químicos: Capacidade de destruir esporos; Não ser corrosivo e não causar manchas; Não ser irritante e nem tóxico; Não deixar resíduos; Ser eficiente em curto tempo; Fácil aquisição; Custo baixo. Regras de Técnica Asséptica Regra Razão Conversação Liberação de gotículas de umidades carregadas de bactérias. Movimentação na sala de cirurgia Estímulo de fluxo aéreo turbulento resultando em contaminação cruzada. Evitar sacudir aventais, toalhas, campos Correntes de ar com possível contaminação Manter superfícies estéreis secas Transporte de bactérias (contaminação por penetração) Braços na frente do corpo e acima da cintura Outras regiões do avental não são consideradas estéreis. 06/03/18 8 Regras de Técnica Asséptica Regra Razão Área estéril não deve ser tocada ou encostada Instrumentos não ficarem para fora da borda da mesa cirúrgica Equipamento esterilizado Origem de contaminação Membros não escarificados sem acesso à campos estéreis Poeira, fibras de algodão e outros veículos de contaminação podem cair no campo. Sequência da Preparação do Animal Sala de Pré-‐Operatório Sala de Cirurgia Contenção do animal Medicação pré-‐anestésica Tricotomia Limpeza e desengorduramento da pele Indução anestésica Indução anestésica Posicionamento do paciente Tricotomia, Limpeza e Desengorduramento Paramentação • Roupas adequadas. • Gorros. • Máscaras. • Propés. • Capuzes (costeletas e barbas). • Aventais. • Luvas. -‐Cirurgia ou não. -‐Lavar e passar. Escarificação Cirúrgica Limpeza de mãos e antebraços Objetivos da Escarificação • Remoção de sujeira e gordura. • Redução da população bacteriana transitória (ambiente). • Diminuição da população bacteriana cutânea residente. 06/03/18 9 • Equipe estéril. • Confiança em luvas. • Escarificações – Separam fisicamente os micróbios da pele e os inativam pelo contato com a solução antimicrobiana. • Jóias. • Unhas. • Lesões abertas e fissuras cutâneas. • Contaminação durante escarificação: reiniciar. • Métodos aceitos: – Escarificação cronometrada anatômica • (5 minutos). – Golpes de escovas contados • (10 golpes por área superficial cutânea). – Duas escovações e enxaguadas completas. • Escarificação de 5 a 7 minutos – Primeiro caso do dia. • Escarificação de 2 a 3 minutos – Entre cirurgias subsequentes. 06/03/18 10 • Escovar uma mão e antebraço. • Enxaguar escova. • Escovar outra mão e antebraço. • Não encostar em áreas não estéreis! 06/03/18 11 Secar uma mão e antebraço de um lado Desdobrar a compressa e secar a outra mão e antebraço com o outro lado Vestindo o Avental Calçando as Luvas 06/03/18 12 • Animal e equipe. • Perfurações: troca. Cobrindo a mesa do instrumental Preparação do Local Cirúrgico 06/03/18 13
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