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ELÉTRICA.NASSAU.COMUNICAÇÃO.MARINALDO.2015.1

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO - 2015.1 – PROF. MARINALDO JOSÉ
COMUNICAR
Comunicar não é só falar um monte de palavras. É mais do que falar e ouvir. É usar as palavras dentro de um contexto para que sejam compreendidas na exata proporção da intenção da mensagem, contudo, podem sofrer distorções provocadas por pensamentos que direcionam essa mensagem para um objetivo diferente do desejado pelo emissor.
Como envolve comportamento humano e interação social, nem sempre as mensagens comunicadas são percebidas da forma pretendida. Assim, os modelos comportamentais de comunicação concentram-se nos significados da comunicação e nas formas como esses significados são interpretados. Daí advém toda a complexidade do processo comunicacional: não basta receber uma mensagem sem distorções, o simples ato de receber a mensagem não garante que o receptor vá interpretá-la corretamente, já que diferentes receptores dão valores diferentes aos signos linguísticos, de acordo com sua história de vida.
O que é Comunicação?
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum".
Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância vital, sendo uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma determinada mensagem.
A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, sons, indícios, uma língua natural (português, inglês, espanhol, etc.), ou outros códigos que possuem um significado (por exemplo, as cores do semáforo), e transportada até o destinatário através de um canal de comunicação (o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, telefone, comunicado na televisão, etc.).
Nesse processo podem ser identificados os seguintes elementos: emissor, receptor, código (sistema de sinais) e canal de comunicação. Um outro elemento presente no processo comunicativo é o ruído, caracterizado por tudo aquilo que afeta o canal, perturbando a perfeita captação da mensagem (por exemplo, falta de rede no celular).
Quando a comunicação se realiza por meio de uma linguagem falada ou escrita, denomina-se comunicação verbal. É uma forma de comunicação exclusiva dos seres humanos e a mais importante nas sociedades humanas.
As outras formas de comunicação que recorrem a sistemas de sinais não-linguísticos, como gestos, expressões faciais, imagens, etc., são denominadas comunicação não-verbal.
Alguns ramos da comunicação são: a teoria da informação, comunicação intrapessoal, comunicação interpessoal, marketing, publicidade, propaganda, relações públicas, análise do discurso, telecomunicações e Jornalismo.
O termo "comunicação" também é usado no sentido de ligação entre dois pontos, por exemplo, os meios de transporte que fazem a comunicação entre duas cidades ou os meios técnicos de comunicação (telecomunicações).
Funções da Linguagem e Comunicação
As funções da linguagem apontam o direcionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da comunicação. 
Qualquer produção discursiva, linguística (oral ou escrita) ou extralinguística (pintura, música, fotografia, propaganda, cinema, teatro etc.) apresenta funções da linguagem. 
Elementos da comunicação 
Ao elaborarmos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Enquanto a redação literária destina-se à publicação em jornal, livro ou revista, e seu público é geralmente heterogêneo, a redação para vestibular tem em vista selecionar os candidatos cuja habilidade discursiva toma-os aptos a ingressar na vida acadêmica. 
Seja um texto literário ou escolar, a redação sempre apresenta alguém que o escreve, o emissor, e alguém que o lê, o receptor. O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso para o receptor é o canal (no nosso caso, o canal é o papel). Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza (no nosso caso, obrigatoriamente, a língua portuguesa) constitui o código. 
Assim, através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente. 
Nesse mecanismo, temos: 
Num CONTEXTO, 
o EMISSOR (codificador) elabora uma MENSAGEM, 
através de um CÓDIGO, 
veiculada por um CANAL
para um RECEPTOR (decodificador). 
Funções da linguagem 
A ênfase num elemento do circuito de comunicação determina a função de linguagem que lhe corresponde:
ELEMENTO FUNÇÃO
contexto → referencial
emissor → emotiva
receptor → conativa
canal → fática
mensagem → poética
código → metalinguística
Cada um desses seis elementos determina uma função de linguagem. Raramente se encontram mensagens em que haja apenas uma; na maioria das vezes o que ocorre é uma hierarquia de funções em que predomina ora uma, ora outra. Observe este trecho: 
Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. 
 (Carlos Drummond de Andrade) 
No exemplo acima, predomina a função metalinguística (volta-se para a própria produção discursiva) e a poética (produz efeito estético através da linguagem metafórica); porém, menos evidentes, aparecem as funções referencial (evidencia o assunto) e emotiva (revela emoções do emissor). 
A classificação das funções da linguagem depende das relações estabelecidas entre elas e os elementos do circuito da comunicação. Esquematicamente, temos: 
Função referencial ou denotativa
Certamente a mais comum e mais usada no dia-a-dia, a função referencial ou informativa, também chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar. E a linguagem das redações escolares, principalmente das dissertações, das narrações não fictícias e das descrições objetivas. Caracteriza também o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial. Exemplo: 
Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de funcionários públicos, aposentados por regimes especiais, consomem mais recursos do que os quinze milhões de trabalhadores aposentados pelo INSS. Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do INSS é de 2,1 salários mínimos, nos regimes especiais tem gente que ganha mais de 100 salários mínimos. 
 (Programa Nacional de Desestatização) 
Função emotiva ou expressiva
Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva, também chamada expressiva ou de exteriorização psíquica. Ela é linguisticamente representada por interjeições, adjetivos, signos de pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala. Exemplo: 
Oh? como és linda, mulher que passas 
Que me sacias e suplicias 
Dentro das noites, dentro dos dias? 
(Vinícius de Moraes) 
Observe que em “Luís, você é mesmo um burro!”, a frase perde seu caráter informativo (jáque Luís não é uma pessoa transformada em animal) e enfatiza o emotivo, pois revela o estado emocional do emissor.
As canções populares amorosas, as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado emocional do emissor também pertencem à função emotiva. 
Exemplos: 
E aí me dá uma inveja dessa gente... 
 (Chico Buarque) 
Não adianta nem tentar 
Me esquecer 
Durante muito tempo em sua vida 
Eu vou viver 
 (Roberto Carlos & Erasmo Carlos) 
Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fl1mando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na primavera é que vou morrer De amor pungente e coração enfraquecido. 
 
 (Clarice Lispector) 
Função conativa ou de apelo 
A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão gramatical mais autêntica. 
Exemplos: 
Antônio, venha cá! 
Compre um e leve três. 
Beba Coca-Cola. 
Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente: 
Mercedes-Benz. 
Função fática
Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes, temos a função fática. Nas fórmulas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns. 
Exemplos: 
Bom-dia! 
Oi, tudo bem? 
Ah, é! 
Huin... hum... 
Alô, quem fala? 
Hã, o quê? 
Observe os recursos fáticos que, embora característicos da linguagem oral, ganham expressividade na música: 
Alô, alô marciano 
Aqui quem fala é da Terra. 
(Rita Lee & Roberto de Carvalho) 
Blá, Blá, Blá, Blá, Blá 
Blá, Blá, Blá, Blá 
Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, 
Ti, Ti, Ti, Ti 
Tá tudo muito bom, bom! 
Tá tudo muito bem, bem! 
(Evandro Mesquita) 
Atente para o fato de que o uso excessivo dos recursos fáticos denota carência vocabular, já que destitui a mensagem de carga semântica, mantendo apenas a comunicação, sem traduzir informação. 
Exemplo: 
— Você gostou dos contos de Machado? 
— Só, meu. Valeu. 
Função metalinguística
A função metalinguística visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico (a escrita ou a oralidade), seja extralinguístico (música, cinema, pintura, gestualidade etc. — chamados códigos complexos). Assim, é a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente metalinguísticos. O dicionário é metalinguístico por excelência. 
Exemplos: 
— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. 
 (Graciliano Ramos) 
Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. 
 (Carlos Drummond de Andrade) 
A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos, o único testemunho de nossa realidade. 
(Octávio Paz) 
“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.” Nesse exemplo, temos a função metalinguística (a propaganda fala do ato de anunciar), a conativa (a expressão aliciante do verbo anunciar no imperativo) e a poética (na renovação de um clichê, conferindo-lhe um efeito especial). 
Função poética
Quando a mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético, através de desvios da norma ou de combinatórias inovadoras da linguagem, temos a função poética, que pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra. 
Exemplos: 
Que não há forma de pensar ou crer 
De imaginar sonhar ou de sentir 
Nem rasgo de loucura 
Que ouse pôr a alma humana frente a frente 
Com isso que uma vez visto e sentido 
Me mudou, qual ao universo o sol 
Falhasse súbito, sem duração 
No acabar.. 
 (Fernando Pessoa) 
Observe, entretanto, que o discurso desviatório necessita de um contexto para produzir sensação estética, como no poema abaixo, cujo nome é altamente poético no contexto de Alice no País das Maravilhas: 
Pois então tu mataste o Jaguadarte! 
Vem aos meus braços, homenino meu! 
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte! 
Ele se ria jubileu. 
Era briluz. As lesmolisas touvas 
Roldavam e relvian nos gramilvos. 
Estavam mimsicais as pintalouvas 
E os momirratos davam grilvos. 
 (Lewis Carrol, traduzido por Augusto de Campos.)
Por: Renan Bardine
WWW.coladaweb.com/redação/funções 
Linguagem Verbal e Não Verbal
Linguagem é todo sistema de sinais que nos permite realizar comunicação. O homem utiliza diversas maneiras para se comunicar, dentre elas, a música, a pintura, o desenho, a dança, a linguagem dos surdos-mudos (Libras), os sinais de trânsito, o idioma etc. Pode-se afirmar que a linguagem é resultado de práticas sociais de determinada cultura que é responsável por representá-la e justificá-la. Sendo assim, divide-se a linguagem em verbal e não verbal.
A linguagem verbal é aquela que usa as palavras no processo comunicativo. O idioma que utilizamos, por exemplo, é linguagem verbal. Já a linguagem não verbal é aquela não utiliza palavras, isto é, faz uso de outros sinais para estabelecer comunicação. Por exemplo, a Língua Brasileira de Sinais é um tipo de linguagem não verbal.
Como exemplo de linguagem verbal, leia a crônica abaixo.
Recado ao Senhor 903
Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22h às 7h, pois as 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerávelquando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
[...] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.
 (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1991)
Como exemplo de linguagem não verbal, observe:
No uso da linguagem não verbal no texto acima, se tem placas de trânsito representadas por símbolos dotados de significação, fato que possibilita a comunicação.
Por: Miriã Lira - WWW.coladaweb.com/redação/funções 
Níveis da Linguagem
A língua e os níveis da linguagem pertence a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos. Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos (neologismos), quando consagrados pelo uso. 
Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos — alguns necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis, porque duplicam palavras existentes na linguagem. O único critério para sua integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número considerável de usuários. 
De fato, quem determina as transformações linguísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de usuários, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. 
“O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma ‘língua brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros [...] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha) 
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros 
Vinha da boca do povo na língua errada do povo 
Língua certa do povo 
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil 
 (Manuel Bandeira)
Embora as variações linguísticas e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns linguistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros: “No português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno verificado no italiano ou no alemão, por exemplo, com a distância entre um dialeto e outro.” (Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?) 
Com base nessas considerações, não se deve reger o ensino da língua pelas noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos. Não se espera que um adolescente, reunido a outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas aceita-se: “Vamos no shopping assistir um filme”. Não seria adequado a um professor universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”. 
Escrever conforme a norma culta — que não representa uma camisa de força, mas um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua — é um requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar acima da vala comum de sua profissão. O domínio eficiente da língua, em seus variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das condições para o bom desempenho profissional e social. 
A linguagem popular ou coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc. 
A linguagem culta ou padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Gíria
Segundo Mattoso Câmara Júnior, “estilo literário e gíria são, em verdade, dois polos da Estilística, pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular”. Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria. 
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo. 
Assim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso. 
Caracterizada como um vocabulário especial a gíria surge como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclusivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões). 
(...) Ao vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de uma gíria comum, de uso geral e não diferenciado, (...) torna-se difícil precisar o que é de fato vocábulo gírio ou vocábulo popular 
(...) É expressa frequentemente sob forma humorística (e não raro obscena, ou ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que revelam evidente agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 1970 substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoamais idosa, madura; quadrado, em lugar de conservador tradicional, reacionário; mina, para namorada, forma trazida da linguagem marginal da prostituição, onde origina mulher rendosa para o malandro, que vive à custa dela etc. 
 (Dino Pretti) 
Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de Migué, e acaba caindo na boca do povo. Depois dessa rotina, vira lero-lero, sai de fininho e some. Mas, às vezes, volta arrebentando, sem o menor aviso. Afinal, qual é a da gíria? 
 (Cássio Schubsky, Superinteressante) 
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”, “Vamo i no mercado”. 
Linguagem regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. 
Exemplo do falar gaúcho: 
Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão. 
Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho. 
— O senhor quer que eu deite logo no divã? 
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marcha, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro. 
(Luís Fernando Veríssimo, O Analista de Bagé) 
Exemplo do falar caipira: 
Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado. 
— Padrinho, evim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu. 
— Quá,flo, esse caco de gente num sai daqui mais não. 
— Bamo. Buli gente num bole, mais bicho... O sinhô anda perrengado... 
 
 (Bernardo Élis, Pai Norato) 
A Linguagem e os Processos de Comunicação
1. Linguagem
Observe a fala do vendedor:
“Quem sabe o senhor desenha para nós?”
Se o comprador soubesse desenhar, o problema estaria resolvido facilmente. Ele poderia lançar na mão de outro meio de expressão que não fosse a fala.
O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses recursos podem utilizar sinais de diferente natureza. 
Tais sinais admitem a seguinte classificação:
a) Verbais;
b) Não verbais;
Quando esses sinais se organizam formando um sistema, eles passam a constituir uma linguagem.
Observe:
Incêndio destruiu o Edifício Z.
Para expressar o mesmo fato, foram utilizadas duas linguagens diferentes:
a) Linguagem Não verbal - Qualquer código que não utiliza palavra;
b) Linguagem Verbal- Código que utiliza a palavra falada ou escrita;
Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos.
Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras (verbum, em latim).
Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os outros. Tanto a linguagem verbal quanto à linguagem não verbal expressam sentidos e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os signos são constituídos dos sons da língua (por exemplo, mesa, fada, árvore), ao passo que nas outras exploram-se outros signos,como as formas, a cor, os gestos, os sons musicais, etc.
Em todos os tipos de linguagem, os signos são combinados entre si, de acordo com certas leis, obedecendo a mecanismos de organização.
Semelhanças e Diferenças
Uma diferença muito nítida vai encontrar no fato de que a linguagem verbal é linear. Isto quer dizer que seus signos e os sons que a constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um depois do outro no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Em outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento distinto do outro. Essa característica pode ser observada em qualquer tipo de enunciado linguístico. Na linguagem não verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer simultaneamente. Se na linguagem verbal, é impossível conceber uma palavra encavalada em outra, na pintura, por exemplo, várias figuras ocorrem simultaneamente. Quando contemplamos um quadro, captamos de maneira imediata a totalidade de seus elementos e, depois, por um processo analítico, podemos ir decompondo essa totalidade.
O texto não verbal pode em princípio, ser considerado dominantemente descritivo, pois representa uma realidade singular e concreta, num ponto estático do tempo. Uma foto, por exemplo, de um homem de capa preta e chapéu, com a mão na maçaneta de uma porta é descritiva, pois capta um estado isolado e não uma transformação de estado, típica da narrativa.
Mas podemos organizar uma sequencia de fotos em progressão narrativa, por exemplo, assim:
a) foto de um homem com a mão na maçaneta da porta;
b) foto da porta semiaberta com o mesmo homem espreitando o interior de um aposento;
c) foto de uma mulher deitada na cama, gritando com desespero;
Como nessa sequencia se relata uma transformação de estados que se sucedem progressivamente, configura-se a narração e não a descrição. Essa disposição de imagens em progressão constitui recurso básico das histórias em quadrinhos, fotonovelas, cinema etc.
Sobretudo com relação à fotografia, ao cinema ou a televisão, pode-se pensar que o texto não verbal seja uma cópia fiel da realidade. Também essa impressão não é verdadeira. Para citar o exemplo da fotografia, o fotógrafo dispõe de muitos expedientes para alterar a realidade: o jogo de luz, o ângulo, o enquadramento, etc.
A estatura do indivíduo pode ser alterada pelo ângulo de tomada da câmera, um ovo pode virar uma esfera, um rosto iluminado pode passar a impressão de alegria, o mesmo rosto, sombrio, pode dar impressão de tristeza. Mesmo o texto não verbal, recria e transforma a realidade segundo a concepção de quem o produz. Nele, há uma simulação de realidade, que cria um efeito de verdade.
Os textos verbais podem ser figurativos (aqueles que reproduzem elementos concretos, produzindo um efeito de realidade) e não figurativos (aqueles que exploram temas abstratos). Também os textos não verbais podem ser dominantemente figurativos (as fotos, a escultura clássica) ou não figurativos e abstratos. Neste caso, não pretendem sumular elementos do mundo real (pintura abstrata com oposições de cores, luz e sombra; esculturas modernas com seus jogos de formas e volumes).
1.2 Comunicação – Os processos da comunicação; Teoria da comunicação;
O esquema da comunicação
Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-mails, etc.
Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:
Esses elementos serão explicados a seguir:
Os elementos da comunicação
a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (firma, organismo de difusão, etc.)
b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal ouuma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão).
c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário:
Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido...
Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina...
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens:
_as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas;
_as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc;
_as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo;
_as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não...
Observação: um choque, um aperto de mão, um perfume só constituem mensagens se veicularem, por vontade do destinador, uma ou várias informações dirigidas a um destinatário.
A transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas também um contato psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não é suficiente para que um destinatário desatento a receba.
e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor. Este processo pode se realizar de várias maneiras (representaremos por dois círculos os repertórios de signos do emissor e do receptor):
1º Caso:
A comunicação não se realizou; a mensagem é recebida, mas não compreendida: o emissor e o receptor não possuem nenhum signo em comum.
Exemplos: mensagem cifrada recebida por um receptor que ignora o código utilizado; neste caso, poderá haver uma operação de decodificação, mas ela será longa e incerta;
Conversa (?) entre um brasileiro e um alemão, em que um não fala a língua do outro.
2º Caso: 
A comunicação é restrita; são poucos os signos em comum. 
Exemplo: Conversa entre um inglês eu um estudante brasileiro de 1º grau que estuda inglês há um ano. 
3º Caso:
A comunicação é mais ampla; entretanto, a inteligibilidade dos signos não é total: certos 
elementos da mensagem proveniente de E não serão compreendidos por R.
Exemplo: um curso de alto ministrado a alunos não preparados para recebê-lo.
4º Caso:
A comunicação é perfeita: todos os signos emitidos por E são compreendidos por R
(o inverso não é verdadeiro, mas estamos considerando um caso de uma comunicação
unidirecional: ver mais abaixo.)
Não basta, no entanto, que o código seja comum para que se realize uma comunicação perfeita; por exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente a mesma riqueza de vocabulário, nem o mesmo domínio sintaxe.
Finalmente, deve ser observado que certo tipo de comunicação pode recorrer simultaneamente à utilização de vários canais de comunicação e de vários códigos (exemplo: o cinema).
f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete.
Há dois tipos de referentes:
Referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem.
Assim é que quando uma professora dá a seguinte ordem à seus alunos: “coloquem o lápis sobre a carteira”, sua mensagem remete a uma situação espacial, temporal e a objetos reais.
Referente textual: constituído pelos elementos do contexto linguístico. Assim, num romance, todos os referentes são textuais, pois o destinador (o romancista) não faz alusão
salvo raras exceções - à sua situação no momento da produção (da escrita) do romance, nem a do destinatário (seu futuro leitor). Os elementos de sua mensagem remetem a outros elementos do romance, definidos no seu próprio interior.
Da mesma forma, comentando sobre nossas recentes férias na praia, num bate-papo com os amigos, não remetemos, com a palavra”praia” ou com a palavra “areia”, as realidades presentes no momento da comunicação.
Tipos de comunicação
Comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem reciprocidade. Por exemplo, um professor, um professor durante uma aula expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz numa parede difundem mensagens sem receber resposta.
Comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus papéis. É o que acontece durante uma conversa, um bate-papo, em que há intercâmbio de mensagens.
2. Níveis de Linguagem
Texto: Aí, Galera
“Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto, por que não? 
_Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
_Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso de seus lares.
_Como é?
_Aí, galera.
_Quais são as instruções do técnico?
_Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo, com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos na desestruturação
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
_Ahn?
_É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça.
_Certo. Você quis dizer mais alguma coisa?
_Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal,
talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado
por razões, inclusive, genéticas?
_Pode.
_Uma saudação para a minha progenitora.
_Como é?
_Alô, mamãe!
_Estou vendo que você é um, um...
_Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
_Estereoquê?
_Um chato?
_Isso.”
 (Luis Fernando Veríssimo)
A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em Portugal, no ano de 1536. Reflexo do momento histórico - a Europa vivia o auge do movimento renascentista -, apresentava um conceito clássico de gramática: “a arte de falar e escrever corretamente”. Em outras palavras: só falava e escrevia bem quem seguisse o padrão imposto pela gramática normativa, o chamado nível ou padrão formal culto. Quem fugisse desse padrão incorria em erro, não importando o que, para quem e para que se estava falando. Qualquer que fosse o interlocutor, o assunto, a situação, a intenção do falante, era o padrão formal culto que deveria ser seguido.
Hoje, entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, do contexto, do nível social e cultural de quem fala e de para quem se está falando. Isso significa que a linguagem do texto deve ser adequada à situação, ao interlocutor e a intencionalidade do falante.
Voltemos ao texto acima (Aí, galera). As falas do jogador de futebol são inadequadas ao contexto: a seleção vocabular, a combinação das palavras, a estrutura sintática e a frase extensa (releia, por exemplo, a terceira resposta do jogador, num único longo período) fogem da situação a que a fala está relacionada, ou seja, uma entrevista dada ainda no campo de jogo durante um programa esportivo. E o mais curioso é que o jogador tem nítida consciência de qual é a função da linguagem e de qual é o seu papel como falante, tanto que, ante a surpresa do entrevistador, passa do padrão formal culto para o padrão coloquial, mais adequado àquela situação:
“_Umasaudação para a minha progenitora.”
Tradução, em linguagem coloquial: “_Alô, mamãe!”
Assim, podemos reconhecer em uma mesma comunidade que utiliza um único código – a língua portuguesa, por exemplo – vários níveis e formas de expressão.
Padrão Formal Culto e Padrão Coloquial
De maneira geral, podemos distinguir o padrão coloquial do padrão formal culto.
Padrão Formal Culto – é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela seleção e combinação das palavras, pela adequação a um conjunto de normas, entre elas, a concordância, a regência, a pontuação, o emprego correto das palavras quanto ao significado, a organização das orações e dos períodos, as relações entre termos, orações, períodos e parágrafos.
Padrão Coloquial – faz referência à utilização da linguagem em contextos informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também é encontrado em propagandas, programas de televisão ou de rádio, etc.
3. Funções da Linguagem
As funções da linguagem são seis:
a) Função referencial ou denotativa;
b) Função emotiva ou expressiva;
c) Função Fática;
d) Função conativa ou apelativa;
e) Função metalingüística;
f) Função poética,
Leia os textos a seguir:
Texto A
A índia Everon, da tribo Caiabi, que deu a luz a três meninas, através de uma operação cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter permanecido no Hospital Base de Brasília desde o dia 16 de março. No início, os índios da tribo foram contrários à idéia de Everon ir para o hospital, mas hoje já aceitam o fato e muitos já foram visitá-la. Everon não falava uma palavra de Português até ser internada e as meninas serão chamadas de Luana, Uiara e Potiara.
 Jornal da Tarde, 13 jul. 1982.
Texto B
Uma morena
Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos, num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, mesmo assim insisto: meus gestos, minhas palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, que esboçados a sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha. Para beber, alem do chá, raramente admito um cálice de vinho branco, mas que seja seco para não esbrasear em excesso minha garganta em ardores...
ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo, Brasiliense, 1982. p. 93
Texto C
_ Você acha justo que se comemore o Dia Internacional da mulher?
_ Nada mais justo! Afinal de contas, você está entendendo, a mulher há séculos, certo, vem sendo vítima de exploração e discriminação, concorda? Já houve alguns avanços, sabe, nas conquistas femininas. Você percebeu? Apesar disso, ainda hoje a situação da mulher continua desfavorável em relação à do homem, entende?
Texto D
Mulher, use o sabonete X.
Não dispense X: ele a tornará tão bela quanto à 
estrelas de cinema.
Texto E
Mulher. [Do lat. Muliere.] S. f. 1. Pessoa do sexo feminino após a puberdade. 
[Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona.] 2. Esposa.
Texto F
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacia e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos, são poesia.
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa 
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In:____. Antologia poética. 4. ed. Rio de Janeiro, Ed. Do autor, 1960. p.90.
Todos os textos lidos, o tema é um só: mulher. No entanto, a maneira de cada autor varia. O que provoca essa diversificação é o objetivo de cada emissor, que organiza sua mensagem utilizando uma fala específica. Portanto, cada mensagem tem uma função predominante, de acordo com o objetivo do emissor.
A – Função Referencial ou denotativa
No texto A, a finalidade é apenas informar o receptor sobre um fato ocorrido. A linguagem é objetiva, não admitindo mais de uma interpretação. Quando isso acontece, predomina a função referencial ou denotativa da linguagem.
Função referencial ou denotativa é aquela que traduz objetivamente a realidade exterior ao emissor.
B – Função emotiva ou expressiva
No texto B, descrevem-se as sensações da mulher, que faz uma descrição subjetiva de si mesmo. Nesse caso, em que o emissor exterioriza seu estado psíquico, predomina a função emotiva da linguagem, também chamada de função expressiva.
Função emotiva ou expressiva é aquela que traduz opiniões e emoções do emissor.
C – Função Fática
No texto C, o emissor utiliza expressões que tentam prolongar o contato com o receptor, testando freqüentemente o canal
Neste caso, predomina a função fática da linguagem.
Função fática é aquela que tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar o contato com o receptor.
D – Função conativa ou apelativa
A mensagem do primeiro texto contém um apelo que procura influir no comportamento do receptor. Messe caso , predomina a função conativa ou apelativa.
São características dessa função:
a) verbos no imperativo;
b) presença de vocativos;
c) pronomes de 2ª pessoa.
Função conativa ou apelativa é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por meio de um apelo ou ordem. 
E – Função metalinguística
O texto E, é a transição de um verbete de um dicionário.
Essa mensagem explica um elemento do código – a palavra mulher – utilizando o próprio código nessa explicação. Quando a mensagem visa a explicar o próprio código ou utiliza-o como assunto, predomina a função metalinguística da linguagem.
Função metalinguística é aquela que utiliza o código como assunto ou para explicar o próprio código.
F – Função Poética
A preocupação intencional do emissor com a mensagem, ao elabora-la, caracteriza a função poética da linguagem.
Função poética é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem, de modo a ressaltar seu significado.
É importante observar que nenhum texto apresenta apenas uma única função da linguagem. Uma função sempre predomina num texto, mas nunca é exclusiva.
4. Gêneros e Tipos textuais
Os gêneros textuais 
Ao depararmos com um texto que se inicia com “Querido Fulano, escrevo...”, sabemos que se trata de um bilhete ou de uma carta de caráter pessoal. Se o texto se iniciar com “Prezados Senhores, venho por meio...”, sabemos que se trata de uma correspondência formal. Se você colocar na situação de remetente, saberá como iniciar a carta, porque todos nós temos um modelo de carta na mente; isso é tão marcante que uma pessoa não alfabetizada tem interiorizado esse modelo e, se tiver de ditar uma carta para que o outro escreva, saberá o que precisa ser dito e como deve ser dito. O filme Central do Brasil, em que uma professora aposentada vive de escrever cartas ditadas por pessoas não alfabetizadas, exemplifica muito bem essa situação.
Da mesma forma, se depararmos com um texto que se inicia com “Alô? quem fala?”, sabemos que se trata de uma conversa telefônica. O mesmo ocorre ao lermos uma bula de remédio, as instruções de uso de um produto qualquer, um horóscopo, um cardápio de restaurante, etc.
Como já vimos, os textos desempenham papel fundamental em nossavida social, já que estamos nos comunicando o tempo todo. No processo comunicativo, os textos têm função e cada esfera de utilização de língua, cada campo de atividade, elabora determinados tipos de textos que são estáveis, ou seja, se repetem tanto no assunto, como na função, no estilo, na forma. É isso que nos permite reconheceram texto como carta, ou bula de remédio, ou poesia, ou notícia jornalística, por exemplo.
O que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de comunicação em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os gêneros textuais: bilhete, carta pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e revistas, horóscopo, receita culinária, texto didático, ata de reunião, cardápio, palestra, resenha crítica, bula de remédio, instruções de uso, e-mail, aula expositiva, piada, romance, conto, crônica, poesia, verbete de enciclopédias e dicionários, etc.
Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura de texto. Pense numa situação bem corriqueira: um colega se aproxima e começa a contar algo que, em determinado momento, passa a soar esquisito, até que um dos ouvintes indaga “è piada ou você está falando sério?”. Observe que o interlocutor quer confirmar o gênero textual, uma vez que, dependendo do gênero, temos um ou outro entendimento.
Tipos Textuais
Os textos, independentemente do gênero a que pertencem, se constituem de sequencias com determinadas características linguísticas, como classe gramatical predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos verbais, relações lógicas. Assim, dependendo dessas características, temos os diferentes tipos textuais.
Como já vimos, os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função de cada texto e das diferentes situações comunicacionais. O mesmo não acontece com os tipos textuais, que são poucos:
Texto narrativo: Narrar é discorrer dos fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios, acontecimentos.
“O fiscal da alfândega não podia entender por que aquela velhinha viajava tanto. A cada dois dias, vinha ela pilotando uma motocicleta e ultrapassava a fronteira. Fora interceptada inúmeras vezes, fiscalizada e nada. O fiscal alfandegário não se conformou com aquilo.
_Que traz a senhora aí?
_Nada não, senhor!
A cena que se repetia com tanta frequência intrigava o pobre homem.
Não se conteve:
_Não é por nada, não; me faz um favor, dona: Não vou lhe multar, nem nada; é só por curiosidade, a senhora está contrabandeando o quê?
_Seu fiscal, o senhor já desmontou a moto e nada achou, que quer mais?
_Só pra saber, dona!
_Ta bem, eu conto: o contrabando é a moto, moço!”
Texto Descritivo: Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e observou. É a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.
“O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados”
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto dissertativo: Dissertar é tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário, um tema abstrato, um assunto genérico. Ou seja, Dissertar é expor ideias em torno de um problema qualquer.
“Os meios de comunicação de massa devem alterar, nas próximas duas ou três décadas, uma boa parte da fisionomia do mundo civilizado e das relações entre os homens e povos.
Por: Wenderson Lopes - WWW.coladaweb.com/redação/funções
O Ruído na Comunicação - Por Regiane Silva
Quem nunca brincou de “telefone sem fio”? 
José mandava uma mensagem para Ana, que a reenviava para José, que a repassava para João. No final do processo, quase sempre, a mensagem inicial era alterada e o conteúdo original completamente distorcido. Às vezes, isso acontecia porque repassávamos realmente aquilo que entendíamos, em outras ocasiões, era porque de fato aumentávamos um pouco a mensagem ou a modificávamos – de propósito – para distorcer a comunicação original. O resultado era muita confusão.
O que são ruídos na comunicação? 
Acredito que a melhor forma de explicar seja relembrando a brincadeira que fazíamos na infância. Porém hoje, não podemos mais ver o problema como brincadeira. No mundo dos adultos, o ruído de comunicação prejudica relações e afeta os resultados das organizações.
Apesar das profundas evoluções tecnológicas que observamos na atualidade, como a constante renovação e ampliação dos meios e formas desenvolvidas para se comunicar, ainda existem muitos problemas que impedem que as comunicações sejam efetivas. Muitas vezes por faltas, falhas ou excesso de informação.
Estes obstáculos à comunicação, mais propriamente à sua eficácia, de uma maneira geral, são frequentes e temidos pelos gestores conscientes e que sabem de sua importância na organização.
Para ilustrar a importância da comunicação efetiva, sem ruídos, em uma empresa veja abaixo um exemplo típico da confusão que um problema de comunicação pode causar:
“Do presidente para o Diretor: Na próxima segunda feira, aproximadamente às 20h, o cometa Halley passará por aqui. Trata-se de um fenômeno que ocorre a cada 76 anos. Assim, peço que os funcionários estejam reunidos no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, para que eu possa explicar o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o espetáculo a olho nu, e todos deverão se dirigir ao refeitório onde será exibido um filme documentário sobre o cometa Halley.
Do Diretor para os Gerentes: Por ordem do presidente, na sexta-feira às 20h, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover os funcionários deverão ser reunidos, todos com capacete de segurança e encaminhados ao refeitório, onde o raro fenômeno aparecerá, o que acontece a cada 76 anos a olho nu.
Dos gerentes para os Chefes de Produção: A convite do nosso querido diretor, o cientista Halley, de 76 anos vai aparecer nu no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre segurança na chuva. O diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.
Dos Chefes de produção para os Supervisores de Turnos: Na sexta-feira, o diretor, pela 1ª vez em 76 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica, para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deverá estar de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre segurança na chuva. O diretor levará sua banda para o pátio da fábrica.
Dos Supervisores de turnos para os Funcionários: Todo mundo nu, sem exceções, deve estar no pátio da fabrica, na próxima sexta-feira, ás 20h, pois o manda chuva (Presidente) e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme ‘Dançando na chuva’. Todo mundo no refeitório de capacete, o show será lá, o que ocorre a cada 76 anos.
Aviso para todos os funcionários: na sexta-feira, o chefe da diretoria vai fazer 76 anos e liberou geral para a festa, às 20h no refeitório. Vão estar lá, pagos pelo manda chuva, ‘Bill Halley e seus Cometas’. Todo mundo nu e de capacete, pois a banda é muito louca e o rock vai rolar solto, mesmo com chuva”. 
Fonte:http://www.revide.com.br/blog/murilo/data/2012/7/
O exemplo acima deixa claro como uma comunicação feita de forma desordenada pode prejudicar. Ao contrário do que muitos acreditam o ruído não se limita a barulhos que dificultam a audição das mensagens transmitidas oralmente, mas, ele também está presente nas mensagens emitidas por outros canais.
Pesquisa aponta para que 80% dos problemas corporativos são provenientes de falhas na comunicação (Machado, 2008). Baseados em dados como este, é necessário que os gestores passem a prestar mais atenção à comunicação, tendo em vista que ela tem importância estratégica na empresa.
O que é a Linguagem figurada:
A linguagem figurada consiste em uma ferramenta ou modalidade de comunicação, que utiliza figuras de linguagem para expressar um sentido não literal de um determinado enunciado.
A linguagem figurada é usada para dar mais expressividade ao discurso, para tornar mais amploo significado de uma palavra. Além disso, também serve para criar significados diferentes ou quando o interlocutor não encontra um termo adequado para o que deseja comunicar.
A interpretação da linguagem figurada pode depender do contexto de cada indivíduo, isto porque este é um tipo de linguagem não convencional que não se baseia nas normas usuais de comunicação.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Relacionada com a semântica, a linguagem figurada é é composta por figuras de linguagem, que servem como elementos de estruturação da linguagem. É o oposto da linguagem literal, que utiliza as palavras no seu verdadeiro significado.
Quando a linguagem figurada é utilizada, a interpretação depende do ouvinte ou do leitor. Existem várias provas em que a capacidade de interpretação é avaliada, sendo que a pessoa deve identificar as figuras de linguagem usadas no enunciado.
O que são Figuras de Linguagem?
As figuras de linguagem são recursos usados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida. É muito importante saber identificar as diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor diferentes textos. Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
	Linguagem não literária:
	Linguagem literária:
	Anoitece.
	A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvaregna Peixoto)
	Teus cabelos loiros brilham.
	Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz! (Mário Quintana)
	Uma nuvem cobriu parte do céu.
	... um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascença. (José Cândido de Carvalho)
	Aos cinquenta anos, inesperadamente, apaixonei-me de novo.
	Na curva dos cinquenta derrapei neste amor. (Carlos Drummond de Andrade)
A linguagem literária é conotativa, ou seja, permite diversas interpretações. Quanto às demais, utilizam uma linguagem denotativa (interpretação única), geralmente de caráter informativo e/ou instrucional. Sendo assim, basta que observemos o texto, para que o possamos definir como literário propriamente dito ou não.
Não existe uma linguagem superior a outra porém ambas são importantes e estão presentes em vários textos literários. Para a linguagem literária há diferenciação pois, está presente em textos como, prosa, contos, ficção, romance, novela, em versos poéticos, etc. A linguagem literária faz uso do objeto estético, no emprego das conotações, figuras de construção e linguagem.
A linguagem não literária traz a linguagem objetiva, clara e precisa. Pode ser encontrada em textos didáticos, notícias, artigos jornalísticos, receitas culinárias, propaganda publicitária, manuais, etc.
Portanto, toda linguagem é nada mais do que a expressão do pensamento por intermédio de palavras, sinais fonéticos e visuais para que se estabeleça a comunicação e compreensão nos mais variados discursos. 
Fonte: http://www.brasilescola.com/literatura/linguagem-literaria-naoliteraria.htm
Aproveitem!
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO – PROF. MARINALDO JOSÉ
FUNÇÕES DA LINGUAGEM – EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Desabafo 
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). 
1 - Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica “Desabafo”, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois 
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. 
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. 
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. 
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. 
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 
2 - Analise o poema em evidência, levando em consideração seus conhecimentos no que se refere às funções da linguagem.
Catar feijão 
Catar feijão se limita com escrever:
Jogam-se os grãos na água do alguidar 
E as palavras na da folha de papel; 
e depois, joga-se fora o que boiar. 
Certo, toda palavra boiará no papel, 
água congelada, por chumbo seu verbo; 
pois catar esse feijão, soprar nele, 
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
[...]
 João Cabral de Melo Neto 
3 - (Cesgranrio – RJ) Assinale a opção em que a inversão da ordem dos termos altera o sentido fundamental do enunciado:
a) Era uma poesia simples/ Era uma simples poesia.
b) Possuía um sentimento vago/ Possuía um vago sentimento.
c) Olhava uma parasita mimosa/Olhava uma mimosa parasita.
d) Havia um contraste eterno/Havia um eterno contraste.
e) Vivia um drama terrível/Vivia um terrível drama.
4 - Partindo do pressuposto de que o processo comunicativo está intrinsecamente ligado a alguns fatores tidos como essenciais, aponte-os. 
5 - Atente-se a uma análise dos exemplos que seguem e, em seguida, destaque quais funções se encontram neles presentes:
a) De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto,
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Vinícius de Morais
b) 
c) Com Natal próximo, importações batem recorde em setembro.
Média diária de importações de US$ 844 milhões é a maior desde 2003.
Saldo comercial soma US$ 1,09 bi em setembro e US$ 12,77 bi no ano.
(Fonte: http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/10/com-natal-proximo-importacoes-batem-recorde-em-setembro.html)
d) A ascensorista e o viúvo trataram-se como sempre:
-Tudo bem com você?
- Tudo. E você?
-Tudo bem!
-Ah... Até mais tarde.
-Até mais tarde.
6 - Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado de São Paulo)
b) O verbo infinitivo
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então ouvir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)
d) " - Que coisa, né?
- É. Puxa vida!
- Ora, droga!
- Bolas!
- Que troço!
- Coisa de louco!
- É!"
e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."
f) "Sentia um medohorrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
g) " - Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope.
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
7 - No texto abaixo, identifique as funções da linguagem:
"Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." (Machado de Assis)
8 - Descubra, nos textos a seguir, as funções de linguagem:
a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro)
b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)
c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia
em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."
d) "Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra)
e) "Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqüilo..." (Paulinho da Viola)
Texto para as questões 9 e 10
Poética
Que é poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos os lados
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem. (Cassiano Ricardo)
9 - Quais as funções da linguagem predominantes no poema anterior?
10 - Aponte os elementos que integram o processo de comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo.
11 - Historinha I
Historinha II
Qual a função da linguagem comum às duas historinhas?
12 - (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o linguista Roman Jakobson, "dificilmente lograríamos (...) encontrar mensagens verbais que preenchem uma única função... A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante".
"Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi.
Sou filho das selvas
Nas selvas cresci.
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante.
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, forte,
Sou filho do Norte
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi." 
(Gonçalves Dias)
Indique a função predominante no fragmento acima transcrito, justificando a indicação.
13 - (PUC - SP) 
"Com esta história eu vou me sensibilizar, e bem sei que cada dia é um dia roubado da morte. Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como contratom o baixo grosso da dor. Alegro com brio. Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta." 
 (Clarice Lispector)
A obra de Clarice Lispector, além de se apresentar introspectiva, marcada pela sondagem de fluxo de
consciência (monólogo interior), reflete, também, uma preocupação com a escritura do texto literário.
Observe o trecho em questão e aponte os elementos que comprovam tal preocupação.
14 - (FATEC) O senão do livro
COMEÇO a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica, vício grave, e, aliás, ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
Este trecho revela o estilo de:
a) MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma linguagem apelativa, direcionada à reflexão
crítica da obra romântica.
b) GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem cronológica da narrativa de suas obras, 
como reflexo coerente da instabilidade psicológica e espacial de suas personagens.
c) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à linha lógica e impositiva do tempo velho da
obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um novo modo de ler.
d) LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de suas personagens em seus atos de loucura.
e) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, ao especular o tempo e a qualidade de vida do homem
(leitor) em interação com o tempo da narrativa.
 BOA SORTE!

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