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Ética no Serviço Público
Conceitos Gerais de Ética e Moral
Normas que tratam da Ética no Serviço Público Federal:
Professor
 Arão Lopes
1) Lei nº 8112/1990, arts. 116 a 142 - Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
2) Lei nº 8.429/1992 - Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito.
3) Decreto nº 1.171/1994 - Aprova o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal.
Ética
Conceito - Ética é um conjunto de regras, princípios ou maneira de pensar e de expressar; é uma palavra originada de ethos, que tem por significado costume, conduta ou modo de agir.
Ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos, mas não é definida por lei. Na verdade, ética é uma disciplina ou campo de conhecimento que avalia os comportamentos das pessoas e das organizações, considerando os valores e a moral da sociedade ou de agrupamentos sociais particulares.
Ética segundo Aristóteles:
O cidadão é parte integrante da polis, não há homem livre fora da polis, fora da comunidade, pois o todo deve necessariamente ter precedência sobre as partes.
O homem nunca é um ser isolado; a sua felicidade só pode ser alcançada na medida em que o homem é um animal político que vive na Cidade-Estado, na polis, na comunidade.
Portanto, as questões éticas são relativas à estrutura da polis, uma vez que a virtude
encontra seu lugar não apenas na vida do indivíduo, mas na vida da cidade, e ‘o indivíduo é realmente inteligível enquanto zoon politikon’.
Ética e Moral
Não se pode falar de ética sem falar de moral, pois ambas estão interligadas na vida do ser humano. Ética - é definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A ética é filosófica e científica.
Moral - é definida como o conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. A moral é normativa. Ética é a ciência da moral.
Atenção: Ética estuda a moral, e moral estuda os costumes. São semelhantes por estudarem o comportamento humano, porém não são sinônimas.
Ética no Serviço Público
Contexto atual - Há descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos e da classe política, seja ela na esfera municipal, estadual ou federal.
Função social do homem de Estado - Segundo Aristóteles, sua função consiste em fazer de seus concidadãos homens de bem, cumpridores das leis.
Para o filósofo, o objetivo principal da arte de governo consiste em formar os cidadãos na aretê (sua virtude), obrigando-os a adquirir hábitos virtuosos. Quando os governos não se deixam orientar por esse objetivo, falham completamente no exercício de suas funções.
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A norma ética deve estar viva na consciência dos seres humanos, sob pena de perder seu real vigor ou vigência.
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Princípios da administração pública - legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 , CF).
Ética na relação profissional
É necessário preservar valores pessoais e institucionais, sendo, portanto, dever ético de qualquer componente de uma categoria profissional proteger o nome da atividade e daqueles que dela fazem parte.
A Ética no serviço público é pré-requisito fundamental para a confiança pública. Constitui-se em marco fundamental para a boa governança.
Moralidade do ato administrativo 
- O servidor público não poderá, jamais, desprezar o elemento ético de sua conduta.
É o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, que consolida a moralidade do ato. Por exemplo, nada adianta um servidor cometer um ato que tenha finalidade positiva se não for, ao mesmo tempo, um ato legal.
O fim almejado pela ética na administração pública sempre será o bem comum.
ATENÇÃO: A busca pela otimização dos resultados para o Estado, segundo o princípio da eficiência, NÃO desonera o servidor da prestação da atividade administrativa pautada na qualidade e na conduta ética.
A honestidade, a lealdade e a imparcialidade são valores necessários ao bom funcionamento da administração pública. Deve haver um atendimento cordial e urbano com o usuário do serviço público.
Se o servidor público deixar qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou atraso na prestação do serviço, caracterizará atitude contra a ética. Ex: filas de hospitais.
O Código de Ética do Servidor Público (Decreto nº 1.171/1994)
É um documento que expõe os princípios e valores que devem orientar todos os servidores que prestam serviços de forma direta ou indireta. Ele visa à transparência da condução do serviço e ao aperfeiçoamento do compromisso ético.
O servidor público no exercício de suas atribuições não basta observar a Lei, cabendo-lhe pautar a sua conduta por valores éticos e de justiça.
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
Decreto nº 1.171/1994
Aplicabilidade – Servidor público civil do Poder Executivo Federal (Art. 1º) da Administração
Pública Federal direta e indireta (Art. 2º). Não se aplica ao servidor público militar.
Das Regras Deontológicas (Seção I)
I – primados que devem nortear o servidor público - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais.
Esses devem ser exercidos no cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal.
Finalidade dos atos do servidor - preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II – Atenção à conduta do servidor - não poderá jamais desprezar o elemento ético. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal (LIMPE e regras de improbidade administrativa).
III – A moralidade da Administração Pública - não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum.
O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo (princípio da finalidade).
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.
“O que faz do inimigo um
Vencedor, não é sua incapacidade; mas sua falta de perseverança em se capacitar.”
Professor Arão Lopes