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17/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/5 Atividade farmacológica e interações de plantas que atuam no sistema cardiovascular CONHECER ALGUMAS PLANTAS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR, PROPORCIONANDO BEM- ESTAR AO PACIENTE E MELHORANDO A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA. Os glicosídeos cardioativos extraídos da dedaleira (Digitalis lanata) são utilizados no tratamento da insuficiência miocárdica, porém em razão da estreita faixa de dosagem terapêutica específica, eles não são considerados fitoterápicos. No entanto, existem poucas plantas medicinais que tiveram sua eficácia e segurança comprovada; dentre elas, estão crataego, alho, ginkgo e castanha-da-índia. Crataego (Crataegus oxyacantha): as folhas e flores possuem flavonoides, procianidinas, triterpenoides, derivados nitrogenados e purínicos, entre outros componentes, indicados para falência cardíaca e insuficiência coronária. Seu uso deve ser oral e pelo menos durante 6 semanas. A dose diária recomendada é de 160-900 mg de extrato de crataego contendo 4-20 mg de flavonoides ou 30- 160 mg de procianidinas oligoméricas. Não há riscos de interações droga-droga conhecidas. Plantas medicinais contendo digitaloides Os digitaloides são glicosídeos cardioativos com ação semelhante à da digoxina derivados de outras espécies diferentes de Digitalis, isto é, aumentam a força de contração do músculo cardíaco e diminuem a frequência cardíaca; o mecanismo é dependente da concentração de íons cálcio. As principais interações dos glicosídeos cardioativos são: interações com ß-bloqueadores que resulta em bradicardia excessiva e com fármacos depletores de potássio (diuréticos tiazidas, mineralocorticoides ou inibidores da anidrase carbônica) que causam hipocalemia. Por conta da potencialização dos efeitos dos glicosídeos cardioativos, alguns alimentos contendo cálcio, tais como leite e seus derivados devem ser evitados durante a terapia. Os glicosídeos cardioativos são também encontrados no adônis, lírio-do-vale, cila e espirradeira. 01 / 04 17/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/5 Adonis (Adonis vernalis): conhecida também como olhos-de-diabo. As partes aéreas floridas contêm 0,2% de cimarina. Lírio-do-vale (Convalaria majalis): popularmente também denominada convalária, apresentando 0,2-0,3% de glicosídeos cardioativos nas partes aéreas floridas. Os principais glicosídeos são convalotoxina e o convalotoxol. Cila (Urginea maritima): o bulbo apresenta 0,15-2% de glicosídeos cardioativos, sendo os principais o cilareno A e a proscilaridina. A dose diária varia de 0,1-0,5 g do pó de cila padronizado. Espirradeira (Nerium oleander): o principal glicosídeo cardiativo encontrado nas folhas da espirradeira é a oleandrina. Outras drogas: amio (Ammi visnaga): os princípios ativos quelina e visnagina são utilizados para o tratamento da angina leve, pois melhoram o fluxo sanguíneo dos vasos coronarianos. Hipotensão As plantas medicinais e bebidas contendo cafeína são benéficas às pessoas com pressão sanguínea baixa. A cafeína (metilxantina) atua diretamente nos centros de aumento da pressão sanguínea do sistema circulatório, exerce efeitos inotrópico e cronotrópico positivo no coração. Segundo Simões et al (2007), as principais drogas vegetais contendo cafeína são: noz de cola - Cola nitida Schott et Endl (1-2,5%), guaraná - Paullinia cupana H. B. K. (2,5-5,0%); chá preto – Camellia sinensis (L.) O. Kuntze (2,0-4,0%); café – Coffea arabica L. (0,6-1,8%); erva mate – Ilex paraguariensis A. St.-Hilaire (0,7- 2,3%); cacau – Theobroma cacao L. (0,3%). A dose letal de cafeína é de 3-10 g. Os efeitos colaterais consistem em problemas estomacais, nervosismo e insônia. Hipertensão De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indivíduo apresenta hipertensão quando a pressão sanguínea excede 160 mm Hg sistólica e 95 mm Hg diastólica. A raiz da rauvolfia (Rauwolfia serpentina), apesar de conter reserpina que diminui a pressão arterial, atualmente não está de acordo com os critérios de segurança aceitável para fitoterápicos, ao contrário das preparações de alho que são recomendadas para tratamento de pacientes hipertensos. Alho (Allium saticum): o bulbo do alho contém 0,35% de enxofre total e 1% de nitrogênio total. O pó é padronizado em aliina ou alicina que é liberada da allina pela ação da enzima aliinase. 02 / 04 17/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/5 Há estudos que mostraram que os constituintes que contêm enxofre têm significados especiais na inibição da aterogênese. Os constituintes do alho, além de inibirem a formação de placa, possuem ação vasodilatadora direta. O alho, por conter aliina, estimula a fibrinólise endógena e inibe a agregação plaquetária. Ele possui ação antioxidante e, consequentemente, ações antiateroscleróticas; bem como tem ação antimicrobiana, anti-hipertensiva e efeito protetor contra certos tumores gastrintestinais. Nakagawa et al (1984) verificaram em teste de toxicidade aguda que o extrato de alho com doses acima de 30 mL/kg são letais em ratos e camundongos via oral, intraperitoneal e subcutânea. Em estudo utilizando de 600-900 mg do pó de alho durante o período de pelo menos 4 semanas constatou a redução do colesterol (BROSCHE; PLATT, 1990) e também diminuição leve da pressão sanguínea (SILAGY E NEIL, 1994). Outra ação benéfica do alho é que o consumo prolongado retarda o aumento da rigidez da aorta relacionado à idade. Os efeitos colaterais são desconforto gastrintestinal e náusea, reações alérgicas, odor desagradável no corpo. Você deve ser cauteloso ao ingerir alho, pois pode interagir com anticoagulantes ou inibidores de agregação plaquetária, levando a quadros de hemorragias. Insuficiência venosa crônica É o resultado da obstrução ou incompetência das veias profundas nos membros inferiores. O extrato da castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum) é utilizado na farmacoterapia para tratamento de distúrbios venosos, como dor, edema, coceiras, etc. Possui escina (saponina triterpênica), principal constituinte químico das sementes. Há relatos de ocorrência de problema estomacal ao ingerir 250-313 mg de extrato de liberação não controlada duas vezes ao dia, o equivalente a 100 mg de escina. Chegamos ao fim desta aula. Agora faça os exercícios propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com seu professor. Clique no botão a seguir e teste sua memória e aprendizado entretendo-se com a cruzadinha. EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a14ex01_fitot68.htm) A seguir, preencha a(s) lacuna(s) com a(s) palavra(s) adequada(s) às afirmações. EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a14ex02_fitot68.htm) Com base no conteúdo aprendido nesta aula, clique no botão a seguir e organize as letras embaralhadas. EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a14ex03_fitot68.htm) 03 / 04 17/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/5 Estimule seu raciocínio com o jogo da forca, clique no botão a seguir. EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a14ex04_fitot68.htm) REFERÊNCIA BROSCHE, T.; PLATT, D. Knoblauch als pflanzlicher lipidsenker: Neuere Untersuchungen mit einem standardisierten. Knoblauchtrockenpulver – Praparat. Fortschr Med., v.108, p. 703-706, 1990. NAKAGAWA et al. Acute toxicity test of garlic extract. J. Toxicol Sci., v.9, p. 57-60, 1984. SCHULZ, V.; HANSEL, R.; TYLER, V. E. Fitoterapia racional um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. SILAGY, C.; NEIL, A. A meta-analysis of the effect of garlic on blood pressure. J. Hypertension, v.12, p. 463- 468, 1994. SIMÕES et al.Farmacognosia da planta ao medicamento. Porto Alegre/ Florianópolis: UFRGS / UFSC, 2007. 04 / 04 17/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/5
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