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Economia Brasileira II - Carlos Eduardo

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Economia Brasileira II
Carlos Eduardo 
Sumário
1 – Economia agroexportadora (até 1930)
2 – Industrialização substituição de importação (ISI) – 1930 / 1961
3 – Da crise ao milagre 1960 / 1973
 
4 – Crescimento forçado á crise da dívida – 1973 / 1980 
 
5 – A saga dos planos heterodoxos 1985 / 1994
Plano de aula
Segunda – do crescimento forçado a crise da dívida (1973 – 1984) 
Terça – a saga dos planos heterodoxos ( plano cruzado 1986)
Quarta - a saga dos planos heterodoxos ( plano bresser 1987 / plano verão 1989)
Quinta –a saga dos planos heterodoxos ( collor I 1990 / collor II 1991 / real 1994)
Sexta – transformações econômicas nos anos recentes e video laboratorio Brasil 
Sabado – avaliação
Ementa:
1 – apresentação do plano de aula.
2 – Anos 1980 – Crise e inflação: Choques externos e desestruturação interna, crise da dívida externa e crise fiscal do Estado, Teoria da inflação inercial e políticas de ação
3 – Anos 1990 – Abertura comercial e o governo Collor, novo modelo de inserção da economia brasileira, Plano Real e seus desdobramentos
4 – Transformações econômicas nos anos recentes
4 – Crescimento forçado á crise da dívida – 1973 / 1980 
O “milagre” com ocupação de toda capacidade ociosa, levou a alguns desiquilíbrios, que geraram pressões inflacionarias e problemas na balança comercial.
A manutenção do ciclo expansionista dependeria de uma situação externa favorável.
Isto não ocorreu, pois, em 1973 teve 1º choque do petróleo (u$ 3,00 -> u$ 12,00)
O BP apresentou déficits no saldo de TC:
Aumento do valor das importações de petróleo.
Importações de bens de capitais e insumos para manter o nível de produção do milagre.
Elevado grau de vulnerabilidade externa da economia brasileira.
A crise mostrava os limites políticos do “milagre”
Presidente eleito Geisel (castelista) diferente [médici (linha pura)]
Abertura política segura e gradual
O que fazer em 1974: Dicotomia de ajustamento ou financiamento;
Para continuar a expansão da economia;
	Ajustamento – Conter a demanda interna ( evitava que o choque externo se transformasse em inflação) e correção do desiquilíbrio externo -> desvalorização cambial.
	Financiamento – Do crescimento, manter o crescimento elevado e fazer ajustes nos preços relativos -> Crise passageira e pequena dimensão. (suponha)
4 – Crescimento forçado á crise da dívida – 1973 / 1980 
1974 inicia-se com o ministro Márco Henrique Simonsen sinalizando a opção pelo ajustamento
Não pode ser levada adiante pela quebra do BCO Halles, levando grande procura por liquidez (Opta pelo crescimento).
Em termos políticos: Questionamento aberto do MDB ao regime militar.  isso se fez na derrota eleitoral da aliança renovadora nacional (ARENA)
 levou o governo a abandonar a tentativa de conter a demanda e lançou o II PND no final de 1974
 
Taxa de inflação: 1968-1979
ANO
IGP-DI
ANO
IGP-DI
1968
24,8
1974
34,5
1969
18,7
1975
29,4
1970
18,5
1976
46,3
1971
21,4
1977
38,6
1972
15,9
1978
40,5
1973
15,5
1979
77,2
Fonte: conjuntura econômica
Contas externas: 1974-1979 US$ milhoes
ANO
Exportações
Importações
BC
S.TC
CK
Divida total
1974
7.951
12.641
-4.690
-7.122
6.254
17.165
1975
8.669
12.210
-3.540
-6.700
6.189
21.171
1976
10.128
12.383
-2.255
-6.017
6.594
25.985
1977
12.120
12.023
97
-4.037
5.278
32.037
1978
12.659
13.683
-1.024
-6.990
11.891
43.510
1979
15.244
18.083
-2839
-10.742
7.657
49.904
Fonte: conjuntura econômica
Simultaneamente a manutenção do crescimento econômico, mantinha a economia funcionando em ritmo de marcha forçada. 
Essa alteração na estrutura de oferta significava, a LP, diminuísse a necessidade de importações e fortalecesse a capacidade de exportar.
Quando a reestruturação estivesse completa, os problemas de balança de TC estaria superado.
Enquanto isso não fosse alcançado, era necessário o financiamento do desequilíbrio externo decorrente do crescimento econômico e da crise do petróleo, por meio de empréstimos externos.
Alteração das prioridades de industrialização ( milagre ) – Bens de consumo duráveis- com alta concentração de renda.
( II PND ) – Setor produtor de meios de produção.
BK e insumos básicos.
Projeto – Itaipu ; Nuclebras ; Ampliar prospecção petróleo
Produto – taxas de crescimento: 1974-1979
ANO
PIB
Ind
Agri
Serv.
1974
9,0
7,8
1,0
9,7
1975
5,2
3,8
7,2
2,9
1976
9,8
12,1
2,4
8,9
1977
4,6
2,3
12,1
2,6
1978
4,8
6,1
-3,0
4,3
1979
7,2
6,9
4,9
6,7
Fonte: conjuntura econômica
A lógica do modelo estava em que; 
conforme o estado avançasse seus investimentos no setor de insumos, gerariam demanda derivada que estimularia o setor privado a investir no setor de insumos, isso geraria demanda derivada que estimularia o setor privado a investir em BK, vários incentivos dados ao setor privado pelo conselho de desenvolvimento econômico (CDE).
Problema central: “estado – empresário”, isolamento do estado, centrou o plano em si, tendo como agente central das transf. As empresas estatais.
Descentralização espacial dos projetos de investimento. ( Modernização das regiões não industrializadas).
Equacionou a questão política.
Resta a questão do financiamento
Setor público – as empresas estatais estavam restritas ao crédito interno – forçava ao endividamento externo.
Essa busca externa serviria para cobrir o “hiato das divisas” existentes na execução do plano
Estatização da dívida externa US$ 15 Bi -> US$ 17 BI, 1978/79.
Setor privado - Linhas de crédito oficiais (subsidiados – BNDES -> Fundos duplicados pela transferência de recursos do PIS/PASEP antes administrado pela CEF)
A facilidade de obtenção dos recursos externos está relacionada ao processo de reciclagem dos petrodólares, superávits dos países da OPEP (como a demanda de crédito nos países desenvolvidos estava retraída, os países em desenvolvimento voltaram a ser vistos como clientes preferenciais).
Circular nº 230 e resolução nº 432 -> permitiam os agentes privados transferir o endividamento externo ao Banco Central, por meio de depósito em cruzeiro junto a este.
As estatais eram os principais tomadores.
Estatização da divida-> Evita saída de Dolores -> Estado assume a dívida.
Setor Privado -> Motivos especulativos
Para realizar o II PND, o estado assumiu um passivo para manter o crescimento econômico e o funcionamento da economia.
Dado os juros baixos (i*), o estado era capaz de pagar os juros, mas correndo o risco se a taxa de juros subisse, inviabilizaria o pagamento (visto das taxas flutuantes de empréstimos internacionais).
A deterioração da capacidade de financiamento do estado que socializou todos os custos no II PND (↑G) sem mecanismos adequados de financiamento, constituía-se grande problema futuro, para economia brasileira.
Heterodoxia delfiniana (1979-1985)
O governo figueirero (1979 – 1985)
Situação brasileira final da década de 70
1) Em 1979, segundo choque do petróleo (U$S 17,00 ->U$S 35,00) ; Aumento de (i*) em um momento em que o endividamento externo era crescente.
2) Deterioração da situação fiscal do estado.
	a) Queda na carga tributária bruta; 
	b) Aumento dos juros sobre a dívida interna;
	c) Estatais foco de déficits;
	d) Orçamento monetário com déficits, devido a operações creditícias, com o fenômeno do spread negativo.
3) Desequilíbrio externo, choque de oferta e déficits público, geravam pressões inflacionáveis. 
4) Mudança de governo (Geisel -> Figueiredo)
Isto levava ao controle da demanda empregada (ortodoxo) sem vislumbre de eficácia.
Com ameaças a queda na atividade econômica, levou a uma reação política  sai Simonsen entra Delfin Neto , março de (1979)
“Discurso desenvolvimentista e de combate a inflação com crescimento”.
Principais medidas:
Controle sobre a taxa de juros
Expansão do crédito para a agricultura 
Criação; Secretaria especial das empresas estatais (SEST)
Controlar as empresas estatais, e a aceleração dos reajustes tarifários.
Eliminação
de incentivos fiscais, do depósito prévio sobre importação e a queda da lei do similar.
Estimulo a captação externa
Maxi desvalorização, dez (1979).
Prefixação da correção monetária e cambial, golpe psicológico a inflação.
Nova lei salarial (Reajuste semestral).
Resultados
1) Aceleração inflacionária 100% a.a.
Aumento preços públicos – Semestralidade dos salários – Maxi cambial
Aumento no custo dos produtos importados.
2) Continuação da crise do petróleo 
 Elevação das taxas de juros americanas.
Políticas ineficazes p/ conter a aceleração inflacionária.
 Com isso:
	Deterioração das contas externas 
	Aumento da divida externa
	Perda de reservas
3) Acentuação do processo especulativo
a) Maxi cambial (rompendo com a regra mini cambial)
b) Prefixação  Fuga dos ativos financeiros. (i↑ E.U.A)
Retração do sistema financeiro
CRISE DA DÍVIDA EXTERNA
- Situação cambial, levou o governo a reverter (1980) a política econômica e adotar uma política ortodoxa – “Ajustamento voluntário”  Pois, ainda não recorrera ao FMI
 Diagnóstico – Permanece o excesso de demanda interna
Contra: A existência de desequilíbrio externo não significava que um país esteja vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser um processo de endividamento externo, (i*↑) associado à deterioração dos termos de troca.
Este parece ser o caso do Brasil, se endividou a (i*) flutuantes (período anterior) (i*↑) “ferrou”.
Setembro negro (1982) , Moratória mexicana  Problemas com a dívida externa
Neste momento, estes países foram obrigados a entrar em uma política de geração de superávits externos, para fazer frente ao serviço da dívida externa.
Supply Side Economics (Reagan 1980) p.421.
Curva de Lafer
No Brasil, o processo de ajustamento externo, em 1980 de forma voluntária, e fins de 1982 sob tutela do FMI – Para garantir o pagamento da dívida externa a política adotava:
a) Contenção da demanda agregada:
	i) ↓déficit público  ↓ G  ↓ investimento público;
	ii) ↑i e restrição ao crédito;
	iii) ↓ w/p; ↑desemprego gerado pelo quadro recessivo
b) Estrutura de preços relativos ao setor externo:
	i) Intensa desvalorização real do cruzeiro;
	ii) ↑ nos preços derivados de petróleo;
	iii) Estimulo da competitividade da indústria brasileira  Contenção de preços públicos, subsídios e incentivos à exportação.
O resultado foi Profunda recessão em 1981 e 1983, Baixo crescimento em 1982, queda na renda per capita.
A inflação estabilizada em 100% (1981/1982) acelerou-se em (1982) devido a choques de oferta e á deterioração financeira do estado.
Bem sucedida para o comércio exterior, déficit em 1980 p/ superávit em (1983), e recorde (1984). ↓importações ↑exportações. 
Processo de ajustamento esquematizou isto.
Problemática era o equacionamento das contas internas
Problema interno do ajuste externo:
A divida externa não estava distribuída entre os setores da economia em proporção a importancia destes. Assim, o ônus da dívida recaía de forma mais violenta sobre alguns setores
80% da divida era do setor público (devido ao processo de estatização)
Maior parte do superávit era do setor privado
soluções
1 – Gerar um superávit fiscal compatível com a transferência externa 
a) politica cambial e as maxi aumentavam o custo interno do serviço da dívida
b) a recessão diminuia a base tributável 
c) transferência de recursos produtivos para as atividades de exportação  renuncia fiscal
d) taxas de juros internas elevadas, para conter a dem. Agreg., encarecia a rolagem da dívida
e) aceleração inflacionária diminuia a arrecadação.
2) Emitir moeda 
a) incompatível com a politica de absorção interna, manutenção dos juros elevados e controle inflacionário
3) endividar-se internamente
Colocação de títulos públicos
Transformação da dívida externa em dívida interna 
Acelerou a deterioração das contas públicas
Ampliou o grau de indexação da economia em função das condições internas de negociação desta dívida
São as raízes dos problemas enfrentados na década seguinte 1980 e 1990 
Este ajustamento se deu em um contexto de abertura pol. com questionamentos sobre a condução da pol. econ. do governo
A aceitação do país assumir todo o peso do ajustamento era cada vez mais criticada, e ganhava curso as ideias: moratória da div. externa, ajustamento sem sacrificar o cresc. entre outras.
Todo esse questionamento ganhou força no contexto de mudança de governo (1984) e o movimento das “diretas já”
Modelo questionado pela população  desemprego latente
Inflação renitente a pol. Ortodoxa  formas alternativas de combate-la
Esse foi o clima que terminou o regime militar e iniciou-se a nova republica (1984):
Esperança de ajustamento sem sacrifícios a população.
Produto( indice 1980 = 100) e inflação% : 1980-1993
ANO
PIB
IND.
AGRI.
SERV
IGP-DI %
1980
100
100
100
100
110,2
1985
106,75
99,08
120,59
110,66
235,1
1990
117,51
103,20
127,35
131,35
1.476,6
1993
123,75
108,33
134,34
138,61
2.708,6
Fonte: conjuntura econômica

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