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1 24/Abril/2015 – Aula 16 29/Abril/2015 – Aula 17 Equação de Schrödinger. Aplicações: 1º – partícula numa caixa de potencial 2º – partícula num poço de potencial finito 3º – oscilador harmónico simples 4º – barreira de potencial, probabilidade de transmissão. Princípio de Incerteza de Heisenberg. Probabilidade de encontrar uma partícula numa certa região . Posição média de uma partícula. Partícula numa caixa de potencial: funções de onda e níveis de energia. 2 Princípio de Incerteza de Heisenberg (cont.) Aula anterior Se uma medição da posição for feita com precisão x e, simultaneamente, se se medir a componente p x do momento com precisão p x , então o produto das duas incertezas não pode ser inferior a h / 2(2) . com = h 2p DxDp³ 2 Princípio da Incerteza Se existe uma incerteza no momento da partícula, também existirá uma incerteza na sua energia. Esta relação impõe um limite para a medição da energia de um sistema. DE Dt ³ 2 3 Probabilidade de encontrar uma partícula numa certa região Aula anterior A probabilidade de uma partícula se encontrar entre os pontos a e b é igual à área definida pela curva entre a e b. A probabilidade Pab de encontrar a partícula no intervalo b x a é igual a b 2 ab a P dx Experimentalmente, existe sempre alguma probabilidade de se encontrar a partícula num ponto para um dado instante, pelo que a probabilidade vai estar entre 0 e 1. Por exemplo, se a probabilidade de se encontrar uma partícula entre dois pontos for igual a 0,3 , então há 30% de hipóteses de ela estar nesse intervalo. 4 Posição média de uma partícula Aula anterior e é igual ao valor médio da posição da partícula representada pela função de onda na região delimitada por a e b. O valor expectável é definido como A função de onda, para além de permitir calcular a probabilidade de encontrar uma partícula numa dada região, também pode dar informações de outras quantidades mensuráveis, como o momento e a energia. Em particular, é por vezes útil conhecer qual a posição média de uma partícula numa dada região: valor expectável. b 2 a x x dx 5 Partícula numa caixa de potencial a) funções de onda b) distribuições de probabilidade A partir da função de onda (x) = A sen (n x / L) que tipo de informações será possível obter acerca da partícula? Aula anterior 6 Partícula numa caixa (cont.) Aula anterior E2 = 4E1, E3 = 9 E1 , … 2 2 n 2 h E n 8mL com n = 1, 2, 3 No estado com menor energia (n =1), esta tem o valor de 2 1 2 h E 8mL Os estados mais energéticos (n >1) têm energias Uma partícula numa caixa não pode ter energia nula E n e rg ia A energia mínima é > 0 7 Equação de Schrödinger Será possível usar o modelo da partícula numa caixa para prever os níveis de energia electrónicos num átomo? Problema: O electrão não está confinado a uma caixa de paredes infinitas (nem as paredes são verticais). Modelo da energia potencial em função da distância ao núcleo para um átomo. 8 Equação de Schrödinger (cont.) Solução: a equação de Schrödinger permite determinar as funções de onda de uma partícula num poço de potencial qualquer, de uma maneira sistemática; a partir das funções de onda é possível determinar as densidades de probabilidade, os comprimentos de onda, os momentos, os níveis de energia, … 9 A expressão geral (clássica) da equação das ondas para ondas que se deslocam ao longo do eixo x é 2 2 2 2 2 1 x v t em que v é a velocidade da onda e depende do espaço (x) e do tempo (t ) No caso mais simples, é possível separar a dependência no espaço da dependência no tempo: (x, t ) = (x) cos t Substituindo na equação das ondas, vem 2 2 2 2 cos t - cos t x v 2 2 2 2 - x v Equação de Schrödinger (cont.) 10 Partindo da expressão anterior e considerando as relações de de Broglie para as ondas (de matéria) = 2 f = 2 v / e p = h / w2 v2 = 2p l æ è ç ö ø ÷ 2 = 4p 2 h2 æ è ç ç ö ø ÷ ÷ p2 = p2 2 Sendo a energia total E a soma das energias cinética e potencial E total =E cin +U pot = p2 2m +U pot p2=2m E total -U pot( ) w2 v2 = p2 2 = 2m 2 E total -U pot( ) Equação de Schrödinger (cont.) 11 - 2 2m d2Y x( ) dx2 +U pot x( )Y x( ) = Etotal Y x( ) Substituindo na equação das ondas obtém-se a Equação de Schrödinger na sua forma mais simples, independente do tempo, para uma partícula com movimento ao longo de x : Equação de Schrödinger d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 E-U( )Y Equação de Schrödinger (cont.) 12 Aplicações da equação de Schrödinger 1º – partícula numa caixa de potencial A equação de Schrödinger permite explicar os sistemas atómico e nuclear, onde os métodos clássicos falham. Equação de Schrödinger para uma partícula numa caixa: d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 E-U( )Y A energia potencial nas paredes da caixa é nula e as paredes são infinitas. U (x) = 0 para 0 x L U (x) = para x 0 e x L 13 Na região 0 x L a equação de Schrödinger pode ser escrita como 1º – partícula numa caixa de potencial (cont.) d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 EY Para simplificar, se se fizer k = 2mE d2Y x( ) dx2 = - k2Y 14 Agora é necessário resolver a equação de Schrödinger para determinar a função de onda que representa a partícula na caixa. A solução da equação de Schrödinger que satisfaz estas condições é do tipo Como as paredes são infinitas, vai ser nula fora da caixa. Neste caso, as duas condições fronteira são : (x) = 0 para x = 0 e x = L x A sen k x 1º – partícula numa caixa de potencial (cont.) 15 1º – partícula numa caixa, verificação da solução 1ª condição fronteira : (x) = 0 para x = 0 É verificada (sen 0 = 0) 2ª condição fronteira : (x) = 0 para x = L É verificada se k L for um múltiplo de , ou seja, se k L = n , com n inteiro k L = 2mE L = np Como se definiu , tem-se, a partir desta condição k = 2mE E n e rg ia A energia mínima é > 0 16 1º – partícula numa caixa, verificação da solução (cont.) (em função da energia) (idêntico ao resultado obtido anteriormente) k L = 2mE L = np 2 2 n 2 h E n 8mL 17 1º – partícula numa caixa, verificação da solução (cont.) k L = 2mE L = np x A sen k x Y x( ) = Asen np x L æ è ç ö ø ÷ Para determinar A vai ser necessário usar a condição de normalização: 2 dx 1 18 1º – partícula numa caixa, verificação da solução (cont.) A probabilidade da partícula estar na caixa (ou seja, em 0 < x < L) tem de ser igual a 1: L 2 0 dx 1 Dado que 2 sen 2axx sen ax dx 2 4a n x x A sen L L L 2 2 2 0 0 n x dx A sen dx 1 L A2 sen2 np x L æ è ç ö ø ÷ dx= 0 L ò A 2 L 2 =1A = 2 L 19 (finalmente…) 1º – partícula numa caixa, verificação da solução (cont.) 2 n x x sen L L 20 Uma partícula é descrita pela função de onda = a x entre x = 0 e x = 1 e por = 0 fora desta região. O seu movimento está limitado ao eixo x . Determine a probabilidade da partícula ser encontrada entre x = 0,45 e x = 0,55 . 0 0,45 0,55 1 x A função de onda pode ser representada por: A probabilidade vai ser dada por: 1 0 0 ,55x 0 ,55 3 22 2 2 x 0 ,45 0 ,45 x P dx a x dx a 0,025a 3 21 Consideremos uma partícula cuja energia potencial é nula na região 0 < x < L (poço) e igual a U (valor finito) fora dessa região. Para determinar as características desta partícula é necessário resolver a equação de Schrödinger: No caso da partícula numa caixa de lados infinitos, a função de onda era nula nas paredes. Mas, neste caso, como as paredes representam um potencial finito, a função de onda já não vai ser nula . 2º – partícula num poço de potencial finito d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 E-U( )Y 22 2 2 2 d C dx em que C2 = 2m(U-E)/ h 2 é uma constante positiva Regiões I e III 2º – partícula num poço de potencial finito (cont.) U E Soluções desta equação: matemática física 23 2º – partícula num poço de potencial finito (cont.) Portanto, as soluções nas regiões I e III são: Matemática A solução geral desta equação é do tipo = A eCx + B e -Cx , em que A e B são constantes. Física Na região I ( x < 0 ), B e-Cx aumenta exponencialmente com x < 0; esta situação não tem significado físico B = 0 . Na região III ( x > L ), A eCx aumenta exponencialmente com x > L; esta situação não tem significado físico A = 0 . C x -C x Ae Be Ι ΙIΙ 24 A solução geral desta equação é do tipo I I = F sen (kx) + G cos (kx), em que F e G são constantes. As funções de onda na região II são sinusoidais. 2 2 d D dx Região II 2º – partícula num poço de potencial finito (cont.) U < E em que D é uma constante negativa 25 Funções de onda Densidades de probabilidade Fora da caixa: funções de onda exponenciais I = A eCx , III = B e-Cx 2º – partícula num poço de potencial finito (cont.) No interior: funções de onda sinusoidais II = F sen (kx) + G cos (kx) 26 As constantes A , B , F e G podem ser determinadas a partir das condições nas fronteiras : 2º – partícula num poço de potencial finito (cont.) continuidade das funções de onda nas fronteiras As funções de onda têm que ser iguais (e as suas derivadas também) nas zonas de transição. x 0 : e x d d d x d x d d d d : x L e x Ι ΙI Ι ΙI ΙI ΙII ΙI ΙII 27 3º – oscilador harmónico simples Considere uma partícula sujeita a uma força de restituição linear dada por F = - k x . x é o deslocamento relativamente à posição de equilíbrio (x = 0) e k é uma constante. Quando a partícula é deslocada da sua posição de equilíbrio e libertada, começa a oscilar em torno de x = 0 com um movimento harmónico (movimento semelhante ao dos átomos numa rede cristalina). 28 Classicamente, a energia potencial U do sistema é igual a 2 2 21 1U k x mx 2 2 com a frequência angular de vibração dada por k m A energia total E do sistema é a soma das energias cinética e potencial: 21E E U k Atotal cinética 2 em que A é a amplitude do movimento. 3º – oscilador harmónico simples (cont.) 29 3º – oscilador harmónico simples (cont.) Classicamente, todos os valores de energia E são permitidos Quanticamente, é necessário resolver a eq. de Schrödinger com U = ½ 2x 2m para determinar os níveis de energia permitidos : d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 E-U( )Y d2Y x( ) dx2 = - 2m 2 E- 1 2 mw2 x2 æ è ç ö ø ÷Y 30 Uma das soluções da eq. de Schrödinger para este caso é do tipo C = mw 2 E0 = w 2 Esta solução particular corresponde ao estado de menor energia do sistema (estado fundamental - ground state ). 3º – oscilador harmónico simples (cont.) = B e – C x2 Os estados de maior energia (excitados) podem ser obtidos a partir do estado fundamental: com n = 1 , 2 , … E n = n + 1 2 æ è ç ö ø ÷ w 31 A diferença de energia entre estados consecutivos é igual a Se a partícula estiver num certo estado e passar para o estado de energia imediatamente abaixo, vai perder um quantum de energia – exactamente a quantidade de energia de um fotão. Diagrama de níveis de energia. Os níveis estão igualmente espaçados (com separação ) e o estado fundamental tem energia E0 = /2 3º – oscilador harmónico simples (cont.) E n -E n-1 = w =hn 32 Curvas a azul Probabilidades clássicas correspondentes às mesmas energias. Classicamente, a partícula está mais tempo nas amplitudes extremas (maior probabilidade). 3º – oscilador harmónico simples (cont.) Curvas a vermelho Densidades de probabilidade para os estados com n = 0, 1 e 2. Do ponto de vista quântico, em certas regiões sobre o eixo x , a probabilidade de encontrar a partícula é nula. 33 33 E n e rg ia 4º – barreira de potencial Se uma partícula estiver num poço de potencial com paredes finitas, as suas funções de onda penetram as paredes. Consideremos agora o caso de uma partícula que incide numa barreira de potencial suficientemente fina. A resolução da equação de Schrödinger permite obter as funções de onda desta partícula. 34 34 E n e rg ia 4º – barreira de potencial (cont.) A resolução da eq. de Schrödinger aplicada às regiões I, II e III, com as condições fronteira para cada região (as funções de onda têm de ser contínuas nas separações), conduz às seguintes soluções: Regiões I e III ( E > U = 0 ) Funções de onda sinusoidais. Região II ( E < U ) Funções de onda exponenciais (decrescentes) . Como a probabilidade de encontrar a partícula numa dada região é proporcional a | |2 , então existe uma probabilidade finita, não nula, de encontrar a partícula na região III . 35 35 E n e rg ia 4º – barreira de potencial (cont.) Isto significa que a partícula tem uma probabilidade finita de penetrar a barreira, ainda que a energia da barreira seja superior à da própria partícula. Qual será a energia da partícula após ter penetrado a barreira? - O quadrado da função de onda indica a probabilidade da partícula atravessar a barreira, não a sua energia. - O comprimento de onda da função de onda é que indica o momento e, portanto, a energia da partícula. 36 36 4º – barreira de potencial, probabilidade de transmissão Nas condições deste problema, a energia é a mesma antes e depois de atravessar a barreira. A probabilidade da partícula passar através da parede pode ser calculada a partir da função de onda que, por sua vez, vai ser calculada através da equação de Schrödinger. Essa probabilidade pode ser descrita em termos de um coeficiente de transmissão (T ) e de um coeficiente de reflexão (R ): O coeficiente de transmissão mede a probabilidade da partícula penetrar a barreira. | |2 para a região II 37 37 4º – barreira de potencial, probabilidade de transmissão (cont.) O coeficiente de reflexão é igual à probabilidade da partícula serreflectida pela barreira. Dado que a partícula só pode ser transmitida ou reflectida Uma solução (aproximada) da equação de Schrödinger (quando a barreira for suficientemente alta ou larga) é dada por: , com e a = 2m U - E( ) 2 1 2 2 1 2 k - k R k k T R 1 T = e-2a L
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