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[modelo] Apelação - peça OAB 209

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y
PROCESSO N.º: XXXXXXXXXXXX
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS
RECORRENTE: SORAIA
RECORRIDO: ELETRÔNICOS S/A
SORAIA (SOBRENOME), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de sua procuradora adiante assinada, apresentar tempestivamente APELAÇÃO conta sentença de mérito prolatada nos autos da Ação de indenização por danos morais e estéticos supramencionado, que move em face de ELETRÔNICOS S/A, consoante as razões fáticas e jurídicas declinadas em anexo.
	Com efeito, uma vez realizado o juízo de admissibilidade do presente recurso, requer, ato, contínuo, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de justiça para fins de reexame da matéria.
Nesses termos, pede deferimento.
CIDADE, (Dia) de (Mês) de (Ano)
__________________________________
Nome do Advogado
OAB / (UF)
RAZÕES RECURSAIS
PROCESSO N.º: XXXXXXXXXXXX
RECORRENTE: SORAIA
RECORRIDO: ELETRÔNICOS S/A
Egrégio Tribunal,
Colendo Câmara,
Ínclitos Julgadores,
DO RESUMO DOS FATOS
Trata-se de Ação de Indenização por Danos Morais e Estéticos, movida pela RECORRENTE em face da RECORRIDA. No mês de abril do ano de 2009, a mãe da RECORRENTE adquiriu um aparelho de televisão produzido pela RECORRIDA. Dois meses após a compra a RECORRENTE sofreu um acidente quando o aparelho explodiu, danificando permanentemente seu olho direito, de forma que perdeu completamente a visão de tal olho.
Sete anos depois, exatamente dois anos após atingir a maioridade a RECORRENTE ingressou com a presente ação exigindo condenação da parte contraria em danos morais e estéticos, por conta do defeito apresentado pelo referido produto.
Foi requerida prova pericial para comprovação dos danos, contudo, esta foi indeferido pelo juiz “a quo” quando do despacho saneador.
Em sede de sentença o Juiz de primeiro grau julgou improcedente a ação, afirmando que a pretensão autoral havia prescrito em razão do prazo de três anos, segundo o determinado pelo art. 206, § 3º, V do Código Civil. Além disso, arguiu que inexistia relação de consumo entre as partes, de forma que era impossível a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, meramente porque a RECORRENTE não teria sido a compradora do aparelho defeituoso, e sim sua mãe. 
Manifestamente ilegal, a referida sentença deve ser reforma conforme será disposto abaixo.
DA TEMPESTIDVIDADE DO RECURSO DA APELÇÃO
A RECORRENTE foi intimado da decisão ora combatida no (dia) do (mês) de (ano). Logo, na forma do art. 1.009 e seguintes do CPC, o prazo para apresentação do recurso de apelação é de quinze dias, se encerra na presente, podendo ser protocolizado até as 24:00H do dia de hoje, dessa forma o presente recurso de apelação é tempestivo.
DO DIREITO
Como exposto acima, a presente ação foi julgada improcedente pelo Juiz “a quo” por diversos motivos que não merece prosperar, pois, não condizem com o ordenamento legal vigente.
3.1 Do Cerceamento da Defesa
Conforme narrado, foi indeferida a Prova Pericial pelo Juiz “a quo” no Despacho Saneador, afastando o magistrado prova essencial para a comprovação dos fatos narrados na inicial.
	Diante disto, temos o disposto pelo Código de Processo Civil, em seu art. 369:
“Art. 369.  As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.”
	Dessa forma, o indeferimento da Prova Pericial, representa claro Cerceamento de Defesa.
	O cerceamento do direito à produção da prova constitui grave violação dos direitos processuais da parte e insuportável menosprezo aos direitos que, ao mesmo tempo em que são protegidos pela ordem jurídica, estão no cerne da própria concepção do Estado de Direito Democrático.
	A Constituição Federal e clara ao dizer em seu art. 5º, XXXII, onde deixa claro que o Estado proverá, na forma da lei, a defesa do consumidor, porém, com o cerceamento da defesa foi ferido tal direito. E ainda torna a mencionar em seu art. 170, V, que diz:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
V - Defesa do consumidor;
(...)”
	No arcabouço jurídico que fornece os contornos e os fundamentos do Estado Democrático, o Poder, qualquer que seja o plano de manifestações, não se exerce de forma unilateral e autoritária, própria dos regimes autocráticos, mas, sim, com a participação dos destinatários de seus atos, que se expressa por diversos canais e por diversas formas, legitimados pelo ordenamento jurídico positivo. No processo judicial, a manifestação e o exercício democrático do Poder Jurisdicional requerem a garantia de participação das partes, em simétrica paridade, nas fases preparatórias do provimento.
	O indeferimento da Prova Pericial corrompe os princípios processuais defendidos pelo ordenamento jurídico pátrio, uma vez que impediu a parte recorrente de comprovar a total extensão da responsabilidade da Recorrida.
Da relação de consumo
O Juiz de primeiro grau alegou na Sentença combatida que inexiste relação de consumo, entretanto, não fundamentou sua decisão corretamente. Isso fica evidente quando analisamos a disposição do art. 17 do Código de Defesa do Consumidor, que deixa claro que são equiparados a consumidor todas as pessoas, vítimas, do dano causado pelo fato do produto e serviço, por isso, faze, jus à proteção contratual.
Nesse sentido o TJ-SP diz:
“APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE CONSUMO. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. Queda de portão instalado nas dependências da ré que provocou fratura no pé da autora. Acidente ocorrido no momento em que a autora se deslocava ao seu posto de trabalho. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA. Alegação de necessidade de prova oral para comprovar a dinâmica do acidente. Inutilidade do meio de prova. Fato incontroverso que dispensa a prova requerida. Preliminar rejeitada. MÉRITO. Dono que responde pelos danos resultantes da ruína de seu edifício. Art. 937 do CC. Queda do portão. Dever de indenizar reconhecido. CONSUMIDORA POR EQUIPARAÇÃO. Irrelevância de a autora não ter contratado os serviços da ré. Autora que é considerada consumidora por equiparação (art. 17 do CDC). Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. ACIDENTE DE CONSUMO. Dever de indenizar do fornecedor de serviços por defeito de produto instalado em suas dependências. Queda de portão sobre o pé da autora no momento em que ela se deslocava ao seu posto de trabalho localizado no interior do estabelecimento de ensino. Comprovação do acidente de consumo nas dependências da ré. Dever de indenizar reconhecido. DANOS MATERIAIS. Inexistência de provas dos danos emergentes. Ressarcimento indevido. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. Indenização devida. Correção monetária. Termo inicial. Data do arbitramento da verba condenatória. Súmula n. 362 do STJ. Juros de mora. Termo inicial. Data da ofensa. Súmula n. 54 do STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. Reciprocidade. Sentença reformada. Recurso provido em parte.”
(TJ-SP - APL: 10029334620168260299 SP 1002933-46.2016.8.26.0299, Relator: Hamid Bdine, Data de Julgamento: 14/09/2017, 4ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 19/09/2017)
Portanto, independente do fato de a mãe da RECORRENTE ter sido a compradora do aparelho defeituoso, não é possível afastar a RECORRENTE da relação de consumo, uma vez que esta foi exposta ao produto e foi lesionada por este, de forma que a proteção contratual deve ser estendida a esta em sua totalidade de igual maneira.
Da inexistência de Prescrição
Diferente do disposto pelo doutro magistrado que proferiu a sentença de mérito no 1º grau, a pretensão autoral não foi alvejada pelaprescrição, isto porquê, conforme determina a legislação de regência no Código Civil, em especial no seu art. 198, I, não corre prescrição contra os absolutamente incapazes.
Segundo o TJ-MS 
“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - PRESCRIÇÃO - MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ - INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL - DEZESSEIS ANOS - ART. 198, I, DO CC - RECURSO PROVIDO.”
(TJ-MS - AC: 7255 MS 2010.007255-2, Relator: Des. Vladimir Abreu da Silva, Data de Julgamento: 29/04/2010, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: 04/05/2010)
Dessa forma, a prescrição apenas começaria a correr a partir do momento que a RECORRENTE se tornou relativamente incapaz. Entretanto, diferente do disposto pelo magistrado o prazo prescricional que deve ser adotado não é o de três anos, disposto no Código Civil, e sim o de cinco anos disposto no Código de Defesa do Consumidor. Isto porque, conforme demostrado acima, existe sim uma relação de consumo entre as partes.
Diante disso, a RECORRENTE ingressou com Ação no quarto ano do prazo, lhe sobrando ainda um ano para a propositura.
DO PEIDO DE PROVIMENTO
Pelo exposto, o recorrente requer:
Que seja conhecido como provido o presente recurso de apelação, conhecendo-se a existência de Cerceamento de Defesa, tornando-se assim nula a Sentença combatida e remetendo-se os autos a primeira instancia para que a fase introdutória seja seguida de maneira equânime, com a produção de Prova Pericial a contendo da parte RECORRENTE;
Caso se chegue ao entendimento que o afastamento da Prova Pericial não configurou Cerceamento de Defesa, que se afaste o fenômeno da Prescrição da Referida Sentença combatida com o provimento dos pedidos realizados a exordial, quais sejam a condenação a titulo de danos morais e estéticos no importante de R$1000.000,00 (CEM MIL REAIS);
A majoração dos honorários advocatícios sucumbenciais fixados pelo Juiz “a quo”, com finalidade de condenar a RECORRIDA no pagamento correspondente a 20% (vinte por cento) do valor da causa atualizado.
Nesses termos, pede deferimento.
CIDADE, (Dia) de (Mês) de (Ano)
__________________________________
Nome do Advogado
OAB / (UF)

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