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Geração Z

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São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 
 
 
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MÁRION STRECKER 
 
Já ouviu falar da Gen Z? 
 
 
 
Dificilmente algo será tão engajador 
a ponto de concentrar 100% da 
atenção da Geração Z 
 
 
OS NATIVOS DIGITAIS, aqueles que nasceram a partir dos 
anos 1990 e não concebem o mundo sem celular nem 
internet, são estimados em 1,6 bilhão de pessoas, número que 
cresce a cada dia. 
Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o 
último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em 
novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram 
uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão. E 69% 
disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador 
durante uma sessão de internet. 
Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às 
vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de 
Deficit de Atenção. Mas será que trocar mensagens tipo SMS 
enquanto assistem a programas na TV não é algo como 
conversar no sofá? 
Desde os anos 60 sabe-se que o sistema nervoso se modifica 
quando o organismo é exposto a muitos estímulos. 
Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os 
neurônios têm de formar novas conexões a cada momento. 
Será que o cérebro da Geração Z não evolui de maneira 
diferente da dos mais velhos? Será que essa geração não tem 
uma capacidade sem precedentes de coletar e processar 
informações? 
Outro fato marcante da Geração Z é um novo conceito do 
que seja fraude. Baixar músicas sem pagar, por exemplo, 
essa geração não considera fraude, mas sim algo 
normalíssimo, até porque há muitos sites que oferecem 
músicas grátis. Os jovens acham que não é da sua conta 
verificar se esses sites fazem isso legal ou ilegalmente. 
A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na 
consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a 
prática. Burlar jogos ou até ajudar a derrubar servidores de 
empresas com as quais se irritam, como ocorreu 
recentemente no caso do WikiLeaks, pode dar prestígio ao 
fraudador, que pode ser visto como pessoa mais esperta ou 
inteligente do que a média. 
Uma das teorias em voga é que a "gameficação" é um grande 
mercado para a Geração Z, pois há expectativa dos jovens de 
que a vida deveria seguir o espírito dos videogames. 
Com isso, as empresas precisariam "gameficar" produtos e 
serviços. 
Mesmo criando produtos atraentes, é bom ter em mente que 
dificilmente algo será tão engajador a ponto de concentrar 
100% da atenção de um membro da Geração Z. 
Assistir a filmes ou programas sob demanda, na hora e no 
equipamento que quiser, é normal. Nada de ficar acordado 
até mais tarde ou mudar outro compromisso só para ver TV 
com hora marcada. 
Nem mesmo perder tempo programando gravação, coisa que 
seus pais fariam ou gostariam de fazer. 
Até porque essa geração parece muito mais afeita a criar e 
compartilhar seus textos, fotos e vídeos na internet do que 
todas as gerações precedentes. 93% dos jovens internautas 
fazem isso, diz a pesquisa. 
Além de criar e publicar, há o espírito curador. O hábito de 
sair navegando e selecionar o que se vê, lê ou ouve. Validam 
o que gostam comentando ou compartilhando o conteúdo de 
terceiros, profissionais ou amadores. Essa é a forma normal 
de expressão nas redes sociais. 
Seguindo a pesquisa mostrada no Web 2.0 Summit, 62% dos 
membros dessa geração disseram ter 250 ou mais amigos em 
redes sociais. Aparentemente menos afeitos à propaganda, 
73% dizem que a melhor maneira de descobrir novos 
produtos é por meio de amigos. 
Também buscam contato direto com empresas e marcas pela 
internet e põem com facilidade a boca no trombone, fazendo 
reclamações públicas iradas. Por outro lado, podem se 
transformar em marqueteiros apaixonados por produtos, se 
estes forem inspiradores para eles. 
A Geração Z, por conta do seu comportamento, parece ter 
grande potencial de influenciar as gerações anteriores. 
Uma teoria que se discute agora é se ainda vale a pena 
colocar muito esforço para manter estrito controle no 
posicionamento de uma marca. 
Hoje uma estratégia de comunicação mais interessante pode 
ser simplesmente permitir que sua empresa ou seus produtos 
possam entrar na curadoria da Geração Z. Que tal pensar 
nisso? 
 
 
MÁRION STRECKER, 50, jornalista, é diretora de conteúdo do UOL. 
Escreve mensalmente, às quintas, neste espaço. 
 
cmarion@uol.com.br 
 
@marionstrecker

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