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Quem são os três povos da República para José Murilo de Carvalho ?

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1 - Quem são os três povos da república para José Murilo de Carvalho?
O povo das estatísticas, é a cara mais visível entres os povos determinados por Carvalho, o povo através de número censitários, é a análise da composição da população brasileira à época.
Essa análise advém do melhor censo feito até então, o de 1920 e do censo de 1872, e utilizando da comparação de dados demográficos de estados com o país todo.
Demograficamente, Minas e São Paulo sozinhos representavam 34%, assim dominavam a política nacional, já que esta dependiam diretamente da demografia, pois a partir dela se determinava o tamanho das bancadas na Câmaras dos Deputados.
Verificou-se que o país era basicamente rural, mas havia uma grande desigualdade na distribuição da propriedade da terra, podendo-se concluir a partir dos dados que apenas 9% eram proprietários, ainda dentre estes proprietários havia desigualdade em relação ao tamanho da terra. Entre os grandes e médios proprietários estavam os coronéis da República, os que mandavam diretamente nos municípios e, indiretamente, nos estados e na União, e também controlavam o processo eleitoral.
O número de pessoas que podiam votar era muito baixo, pois analfabetos, estrangeiros, menores de 21 anos e mulheres estavam excluídos do direito ao voto.
Levando em consideração esse grupo de não votantes, chegava-se a menos de 10% da população tendo o direito ao voto.
O povo das eleições, o número de pessoas aptas a votar já era baixo e apenas uma quantidade muito menor desses que tinham direito a votar, exerciam esse direito, em torno de 1,4% a 3,4% dessa população..
Há motivos para que isso acontecesse, a violência nas ruas aumentava em dia de eleição, o voto não era obrigatório.
Geralmente, o eleito presidente ganhava com uma porcentagem altíssima e isso só não acontecia quando havia desacordo entre os estados mais importantes em relação a qual candidato apoiar.
Esse povo político oficial, eleitor, por si só, era incapaz de constituir qualquer ameaça ao sistema. 
O povo da rua, não era a massa dos cidadãos, não eram os eleitores, seria um povo que se movimentava a margem dos mecanismo formais de participação e até mesmo contra o sistema político.
Estavam tanto na cidade quanto no campo, são aqueles que podemos chamar de responsáveis pelas manifestações, que assumiram caráter defensivo em relação a iniciativas do Estado. Podem não trazer mudança imediata, mas acusavam as falhas no sistema político.
Eram os revoltosos, que iam contra as políticas do Estado central, que até estavam amparados pela legalidade, mas ia contra os costumes, valores e tradições dessa parte da população.
Esses movimentos eram desorganizados, inicialmente, e se davam por questões específicas, por exemplo, a vacinação e o alistamento obrigatórios.
No campo também ocorria suas revoltas significativas, que por vezes misturavam motivos como por exemplo: políticos e religiosos.

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