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IMUNOLOGIA 08 MHC e Apresentação Antigênica

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Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
1
FAMENE
NETTO, Arlindo Ugulino.
IMUNOLOGIA
MHC E APRESENTAÇÃO ANTIGÊNICA
(Professora Karina Karla)
O termo complexo principal de histocompatibilidade (MHC) € designado para a protena de membrana das 
APC respons‚vel por exibir os antgenos dos microrganismos ligados ƒs c€lulas, para o reconhecimento dos linf„citos T. 
S…o protenas especializadas, codificadas por genes altamente polimorfos – da a sua complexidade. Abaixo, est…o 
listados os termos e significados que denominam tal estrutura:
• Complexo: mol€cula codificada por v‚rios genes altamente polim„rficos cujos produtos s…o expressos nas 
superfcies de uma variedade de c€lulas.
• Principal: dentre as protenas geradas do MHC, as principais s…o as geradas nas superfcies celulares- MHC I e 
MHC II.
• Histocompatibilidade: funˆ…o de compatibilidade nos transplantes – esta foi a primeira funˆ…o associada a esta 
protena, durante transplantes de tecidos.
As mol€culas do MHC s…o componentes integrais dos ligantes que a maioria das c€lulas T reconhece, porque os 
receptores de antgenos das c€lulas T s…o realmente especficos para os complexos dos antgenos peptdicos estranhos 
e as mol€culas do pr„prio MHC. Existem dois tipos diferentes de produtos do gene MHC chamados moléculas do MHC 
de classe I e moléculas do MHC de classe II, que cont€m diferentes antgenos prot€icos (antgenos extracelulares que 
sofreram endocitose e antgenos intracelulares citos„licos) e apresentam peptdeos a diferentes subpopulaˆ‰es de 
c€lulas T – c€lulas T CD4+ auxiliares e linf„citos T CD8+ citot„xicos.
DESCOBERTA DO COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE
O MHC foi descoberto como um locus gen€tico cujos produtos eram 
respons‚veis pela r‚pida rejeiˆ…o dos enxertos de tecidos transplantados entre 
esp€cies isogŠnicas de camundongos.
Quando um tecido ou um „rg…o, tal como uma ‚rea de pele, € enxertado de 
um animal para outro, podem seguir-se dois resultados: em alguns casos, a pele 
enxertada sobrevive e funciona como uma pele normal. Em outros casos, o sistema 
imune destr„i o enxerto, produzindo uma rejeição. As experiŠncias com enxertos 
cut‹neos mostram que os enxertos entre animais de uma linhagem endocruzada s…o 
mais aceitos, enquanto que os praticados entre animais de linhagens n…o aparentadas 
(ou de outras linhagens) s…o rejeitados. Por isso, o reconhecimento do enxerto como 
pr„prio ou estranho € um traˆo heredit‚rio. Os genes respons‚veis por fazer com que 
um tecido enxertado seja semelhante aos pr„prios tecidos foram chamados de genes 
de histocompatibilidade, e as diferenˆas entre estranho e pr„prio foram atribudas a 
polomorfismo gen€ticos entre diferentes alelos de histocompatibilidade.
A regi…o gen€tica que controlava a rejeiˆ…o dos enxertos e continha v‚rios 
genes ligados foi designada ent…o como complexo principal de 
histocompatibilidade ou MHC (major histocompatibility complex).
CARACTERSTICAS E FUN‚ƒES DO MHC
Pelas an‚lises cl‚ssicas feitas em animais e no homem, foram deduzidas v‚rias e importantes caractersticas 
dos genes do MHC e dos seus produtos:
 Os dois tipos de genes MHC s…o polom„rficos, ou seja, os genes de classe I e de classe II, codificam dois 
grupos de protenas estruturalmente distintas, por€m hom„logas.
 Os genes MHC s…o os genes mais polim„rficos presentes nos genomas de todas as esp€cies. 
 Os genes MHC s…o codominantemente expressos em cada indivduo, ou seja, todo indivduo expressa alelos 
MHC em ambos os cromossomos que s…o herdados de ambos os pais. Para o indivduo, isso maximiza o 
nŒmero de mol€culas do MHC disponvel para ligar peptdeos para apresentaˆ…o ƒs c€lulas T.
Quanto as funˆ‰es gerais, podemos destacar as seguintes:
 Rejeiˆ…o de tecidos em transplantes;
 Apresentaˆ…o de peptdeos pr„prios (que n…o ativar…o os LT pois estes aprenderam a n…o reagir com mol€culas 
do pr„prio durante a sua seleˆ…o no timo) e n…o-pr„prios ao TCR do Linf„cito T;
 Induˆ…o da resposta imune adquirida: depois da apresentaˆ…o pelo MHC ao linf„cito T, este ativa o macr„fago 
para que a pr„pria APC destrua o microrganismo.
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
2
GEN„TICA DO MHC HUMANO: HLA
As mol€culas do MHC humanas s…o chamadas ant€genos leucocitrios humanos (HLA) e s…o equivalentes ƒs 
mol€culas H-2 encontrada nos camundongos durante as experiŠncias. O gene codificante desta mol€cula est‚ presente 
no cromossomo 6.
O MHC humano € muito grande (3.500 kb) e complexo, sendo geneticamente organizado da seguinte ordem:
 Genes que transcrevem o MHC de classe II: HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR;
 Genes do complemento;
 Genes das protenas do choque t€rmico e de algumas citocinas (TNF, LT e LT-B);
 Genes que transcrevem o MHC de classe I: HLA-B, HLA-C e HLA-A.
Como pode-se observar ent…o, os genes MHC s…o os mais polim„rficos do genoma humano. Esses genes MHC, 
como j‚ foi dito, s…o expressos de forma co-dominante no indivduo (utilizou parte do gene materno e parte do gene 
materno, formando um hapl„tipo materno e o paterno). Isso significa que € mais difcil haver rejeiˆ‰es de transplantes 
quando o tecido € doado do pai para o filho. J‚ o contr‚rio n…o € verdadeiro: uma vez que o filho apresenta um 
segmento gen€tico n…o-semelhante com o do pai (que € o segmento cedido pela m…e), € indesej‚vel esse transplante.
OBS1: Complexo MHC-Pept€deo + TCR: o esquema ao lado mostra uma 
mol€cula do MHC ligando e exibindo um peptdeo e um receptor de c€lula T 
reconhecendo dois resduos polim„rficos da mol€cula do MHC e um 
resduo do peptdeo. Quando o MHC vai ser expresso pelos genes da APC 
ele j‚ € estrategicamente moldado para a conformaˆ…o espacial do 
peptdeo a ser apresentado ƒ c€lula T, a qual tamb€m deve ter regi‰es 
compatveis com a interaˆ…o. Depois dessa apresentaˆ…o, d‚-se incio ƒ 
fase efetora da resposta imune adaptativa.
ESTRUTURA DAS MOL„CULAS DO COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE
Toda mol€cula do MHC possui uma fenda especfica ou sulco extracelular de ligaˆ…o de peptdeo (na porˆ…o 
mais apical) acompanhada por um par de domnios semelhantes ƒ imunoglobulina (Ig) e est‚ ancorada ƒ c€lula pelos 
domnios transmembrana e citoplasm‚tico. As mol€culas de classe I s…o compostas de uma cadeia polipeptdica no 
MHC e de uma segunda cadeia n…o codificada no MHC, enquanto que as mol€culas de classe II s…o constitudas de at€ 
duas cadeias polipeptdicas codificadas do MHC.
Os resduos de amino‚cidos polim„rficos das mol€culas do MHC est…o localizados na e adjacentes ƒ fenda de 
ligaˆ…o do peptdeo. Os domnios semelhantes ƒ Ig n…o polim„rficos das mol€culas do MHC contŠm stios de ligaˆ…o 
para as mol€culas das c€lulas T CD4 e CD8.
ESTRUTURA DO MHC DE CLASSE I (MHC-I)
As mol€culas de classe I consistem de duas cadeias 
polipeptdicas ligadas n…o-covalentemente: uma cadeia-α codificada no 
MHC (ou cadeia pesada) e uma subunidade n…o codificada no MHC, 
designada β2-microglobulina.
A regi…o da fenda peptdica, que se liga especificamente ao 
eptopo, € dividida em α1 e α2, sendo ambas as regi‰es mais polim„rficas 
do MHC-I, por ser ela a respons‚vel por se ligar especificamente ƒ 
seqŽŠncia dos amino‚cidos do eptopo. J‚ a regi…o α3 e a regi…o β2-
microglobulina s…o produzidos por genes est‚veis, n…o-polim„rficos, por 
terem apenas a funˆ…o estrutural de Ig para o MHC. A regi…o α3 apresenta 
um stio de ligaˆ…o para o co-estimulador CD8.
Uma mol€cula de classe I completa €, por tanto, um heterotrmero 
consistindo de uma cadeia α, uma β2-microglobulina e de um peptdeo 
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
3
antigŠnico, sendo que a express…o est‚vel das mol€culas de classe I nas superfcies celulares requer a presenˆa de 
todos os trŠs componentes do heterotrmero.
O MHC-I est‚ presente em todas as APCs nucleadas e s…o respons‚veis porapresentar eptopos aos linf„citos 
T CD8+. A c€lula T citot„xico recebe o MHC-I da c€lula infectada por meio de seu TCR, utilizando o marcador CD8+ 
como co-estimulador durante a apresentaˆ…o na regi…o α3 da cadeia α. 
ESTRUTURA DO MHC DE CLASSE II (MHC-II)
Diferentemente do MHC-I, o MHC de classe II apresenta uma fenda 
peptdica bem mais ampla e larga. As mol€culas do MHC de classe II s…o 
compostas de duas cadeias polipeptdicas associadas n…o-covalentemente, 
uma cadeia α (geralmente mais pesada ou de mesmo peso da outra) e uma 
cadeia β. Outra diferenˆa do MHC-I, ambas as cadeias do MHC-II s…o 
codificadas por genes MHC polim„rficos.
Os segmentos aminoterminais α1 e β1 das cadeias de classe II 
interagem para formar a fenda de ligaˆ…o peptdica, que € estruturalmente 
semelhante ƒ fenda das mol€culas de classe I. Os segmentos α2 e β2 das 
mol€culas de classe II, tais como o α3 e a β2-microglobulina de classe I, s…o 
enovelados no domnio de Ig e s…o n…o-polim„rficos entre os v‚rios alelos 
de um gene particular de classe II. Uma alˆa no segmento β2 das mol€culas 
de classe II € o stio de ligaˆ…o para o CD4. As extremidades 
carboxiterminais dos segmentos α2 e β2 continuam em curtas regi‰es de 
conex‰es seguidas por aproximadamente 25 prolongamentos de 
amino‚cidos de resduos hidrof„bicos transmembrana.
A mol€cula de classe II completa € um heterodmero consistindo de uma cadeia α, uma cadeia β e um peptdeo 
antigŠnico ligado, e a express…o est‚vel das mol€culas de classe II nas superfcies celulares requer a presenˆa de todos 
os trŠs componentes do heterodmero.
O MHC-II da APC, por sua vez, apresenta o peptdeo antigŠnico ao linf„cito T CD4+ auxiliar. A c€lula T auxiliar 
recebe o MHC-II tamb€m por meio de seu TCR, e seu grupo de diferenciaˆ…o CD4 participa co-estimulando um 
segmento da cadeia β2. As c€lulas que expressam o MHC-II s…o as APCs profissionais (cl‚ssicas): macr„fagos, c€lulas
dendrticas e os linf„citos B.
OBS2: O macr„fago € uma c€lula da resposta imune inata. Ela reconhece o microrganismo por meio de seus receptores 
(PRRs que reconhecem os PAMPs). Ao reconhecerem o microrganismo, englobam o mesmo, processam e apresentam 
apenas um segmento peptdico do antgeno para os linf„citos T. 
DIFERENÇAS ENTRE MHC-I E MHC-II 
APRESENTA‚…O ANTIG†NICA
Os linf„citos exercem pap€is centrais nas respostas imunes adaptativas contra os antgenos prot€icos. Por€m, 
para os linf„citos serem ativados, se proliferarem e desempenharem a sua funˆ…o € preciso que uma célula 
apresentadora de antígeno (APC) leve ao encontro desses linf„citos um pequeno segmento de amino‚cidos (epítopo) 
do antgeno invasor.
Vale lembrar os passos at€ o momento dessa apresentaˆ…o: as APCs geralmente s…o c€lulas fagocticas de 
vigil‹ncia imunol„gica. Estas fazem a funˆ…o de fagocitar os invasores, representando a resposta imune inata. Ao 
percebem que n…o € possvel concluir essa miss…o protetora sozinha, elas sinalizam aos linf„citos a presenˆa desse 
antgeno e integram as respostas inatas com a resposta adquirida.
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
4
O linfócito, por si só, não reconhece a configuração 
espacial do antígeno íntegro. A maioria dos linfócitos T 
reconhece somente peptídeos, enquanto as células B 
podem reconhecer especificamente peptídeos, proteínas, 
ácidos nucléicos, polisscarídeos, lipídeos e pequenas 
substancias químicas. Porém, as células T reconhecem e 
respondem aos antígenos peptídeos estranhos somente 
quando os antígenos estão ligados às superfícies das 
APCs, enquanto que as células B e os anticorpos 
secretados ligam antígenos solúveis dos fluidos corporais, 
bem como os antígenos das superfícies celulares.
A APC, antes da apresentação, engloba o antígeno, processa-o e expressa apenas um fragmento do mesmo ao 
linfócito T por meio do seu MHC. O linfócito só reconhece com eficácia este complexo: MHC-Peptídeo. Lembremo-nos 
agora que o LT CD4+ (auxiliar, responsável por ativar a APC por meio de citocinas: expansão do retículo endoplasmático 
do MHC, liberação de radicais livres e crescimento da própria APC) reconhece MHC de classe II e o LT CD8+ (citotóxico, 
responsável por efetivar, por meio das perforinas e granzimas, a destruição do antígeno) reconhece MHC de classe I.
CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS (APCs) PROFISSIONAIS
 Células dendríticas: sua principal função é capturar e transportar os antígenos para a 
drenagem nos linfonodos. É a principal célula apresentadora de antígeno, sendo esta a 
sua maior função. As células dendríticas amadurecem para se tornarem eficientes na 
apresentação do antígeno. A maturação ocorre em resposta aos produtos microbianos 
ou aos sinais omitidos pela célula T ativada. Constituem-se de 1% das células 
circulantes no sangue periférico. Localizam-se nos tecidos: Pele, TGI, e no sistema 
respiratório (porta de entrada para os microorganismos). Capturar e transportar 
antígeno para o linfonodo onde estão os linfócitos.
o Função principal: início de respostas das células T aos antígenos protéicos 
(instrução).
 Macrófagos: células de grandes dimensões responsáveis por processar antígenos 
captados na circulação e apresentares pequenos fragmentos destes aos linfócitos. 
Estes linfócitos, após a demonstração antigênica, ativam o macrófago, o qual comporta-
se dos seguintes modos: expressando um maior número de MHCs na sua membrana; 
produzindo uma grande concentração de radicais livres para destruir os antígenos; 
aumento no número e tamanho de organelas; aumento da própria célula.
o Função principal: indução e fase efetora das respostas imunes mediadas pelas 
células.
 Linfócito B: o próprio linfócito B apresenta proteínas específicas em sua membrana que 
realizam o englobamento do antígeno, que será processado e apresentado para os 
linfócitos T. Vale lembrar que esta célula não fagocita (pois não projeta pseudópodes), 
mas endocita o antígeno através de seus receptores de imunidade inata (PRRs
receptores dos padrões moleculares).
o Função principal: apresentação de antígenos às células T CD4+ auxiliares nas 
respostas imunes humorais (cognata nas interações células B-células T).
FUNÇÕES DAS APCs
 Endocitose ou fagocitose dos 
microrganismos.
 Apresentação antigênica para células 
efetoras da imunidade adquirida.
 Ativação dessas células efetoras.
 Células dendríticas: fagocitam o antígeno, 
processa-o e apresenta seus fragmentos 
para que os linfócitos destruam o invasor.
 Macrófago: fagocita, processa e apresenta o 
antígeno e pode, por si só (através de 
estímulos do LT CD4+) destruir este 
invasor.
 Célula B: endocita o antígeno, apresenta e 
se diferencia em plasmócito para produzir 
anticorpos. Esses anticorpos neutralizam o 
antígeno.
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
5
VIAS DE PROCESSAMENTO E APRESENTAÇAO ANTIGÊNICA 
As vias de processamento de antgenos convertem os antgenos prot€icos derivados do espaˆo celular ou do 
citosol em peptdeos e conduzem peptdeos at€ as mol€culas do MHC para exibi-los aos linf„citos. E como j‚ sabemos, 
h‚ duas classes de MHC e, por tanto, duas vias de processamento diferentes:
 Via do MHC-II (antgenos prot€icos de origem extracelular)  Apresenta ao LT CD4+ auxiliar  produz 
citocinas que ativam a pr„pria APC.
 Via do MHC-I (antgenos prot€icos com origem j‚ intracelular)  Apresenta ao LT CD8+ citot„xico 
produz citotoxicidade (perforinas e granzimas). 
 Processamento dos antígenos endocitosados para apresentação ao MHC de classe II: a geraˆ…o de 
peptdeos associados aos MHC de classe II a partir de antgenos endocitosados envolve a degradaˆ…o 
proteoltica das protenas internalizadas nas vesculas endocticas e a ligaˆ…o dos peptdeos ƒs mol€culas do 
MHC de classe II nessas vesculas.
1. Captura de protenas extracelulares para os compartimentos vesicularesdas APCs: a maioria dos peptdeos 
associados ƒ classe II € derivada de antgenos prot€icos que, por APCs especializados, s…o capturados e 
internalizados nos endossomos.
2. Processamento das protenas internalizadas nas vesculas endossmicas e lisossmicas: as protenas 
internalizadas s…o degradas enzimaticamente nos endossomos e nos lisossomos para gerar peptdeos, muitos 
dos quais tŠm as propriedades estruturais que os capacitam para se ligar ƒs fendas de ligaˆ…o dos peptdeos das 
mol€culas do MHC de classe II.
3. Biossntese e transporte das mol€culas do MHC de classe II para o endossomo: as mol€culas de classe II do MHC 
s…o sintetizadas no RE e transportadas para os endossomas com uma protena associada designada cadeia 
invari‚vel (Ii), que ocupa as fendas de ligaˆ…o de peptdeos das mol€culas de classe II rec€m-sintetizadas. As 
duas cadeias (α e β) s…o geradas no RE e associadas ƒ essa cadeia invari‚vel (Ii) com duas funˆ‰es: (1) proteger 
a fenda de ligaˆ…o do MHC rec€m-formado para que nenhuma mol€cula se ligue a ela; (2) fornecer estabilidade a 
esta mol€cula.
4. Associaˆ…o entre os peptdeos processados e as mol€culas do MHC de classe II nas vesculas: a Ii € removida 
das mol€culas do MHC de classe II pela aˆ…o combinada de enzimas proteolticas e da mol€cula HLA-DM, e os 
peptdeos s…o ent…o capazes de ligarem-se ƒs fendas de ligaˆ…o de peptdeos nas mol€culas de classe II que 
estiverem disponveis. Pacientes com deficiŠncia de HLA-DM n…o apresentam uma resposta imune eficiente.
5. Express…o dos complexos peptdeo–MHC II na superfcie da APC: as mol€culas do MHC de classe II s…o 
estabilizadas pela ligaˆ…o aos peptdeos, e os complexos peptdeo-classe II est‚veis s…o liberados para a 
superfcie das APCs, onde s…o exibidos para reconhecimento pelas c€lulas T CD4+. Um nŒmero muito pequeno 
de complexos peptdeo-MHC s…o capazes de ativar os linf„citos T especficos. Esses complexos, uma vez 
expressos, podem ser reconhecidos pelas c€lulas T CD4+ antgeno-especficas, com o co-receptor CD4 
exercendo um papel essencial na ligaˆ…o ƒs regi‰es n…o-polim„rficas das mol€culas de MHC de classe II. 
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
6
 Processamento dos antígenos citosólicos para apresentação associados à MHC de classe I: os peptdeos 
associados ƒ classe I do MHC s…o produzidos pela degradaˆ…o proteoltica das protenas citos„licas, pelo 
transporte dos peptdeos gerados no RE e pela ligaˆ…o ƒs mol€culas de classe I rec€m-sintetizadas. Vale 
lembrar que toda c€lula nucleada do organismo possui MHC-I, apresentando protenas pr„prias constantemente 
(sem ativar uma resposta imune). Do mesmo modo, o MHC-I apresenta protenas estranhas, sendo que estas
ser…o reconhecidas e desencadear…o uma resposta imune porque n…o s…o semelhantes ƒquelas com as quais o 
LT s…o selecionados no timo.
1. Produˆ…o de protenas antigŠnicas no citosol: os peptdeos que s…o apresentados ligados ƒs mol€culas do 
MHC de classe I s…o derivados de protenas citos„licas (diferentemente do que acontece na via pr€-citada), 
a maioria das quais € sintetizada endogenamente nas c€lulas nucleadas infectadas por microrganismos 
intracelulares durante o seu ciclo vital. 
2. Degradaˆ…o proteoltica das protenas citos„licas: o mecanismo principal para a geraˆ…o de peptdeos a 
partir dos antgenos prot€icos e citos„licos € a prote„lise pelo proteassomo (megacomplexo prot€ico de 
forma cilndrica com capacidade proteoltica). Este executa a funˆ…o de administraˆ…o interna b‚sica nas 
c€lulas degradando diferentes protenas protoplasm‚ticas. Portanto, os mecanismos proteolticos que geram 
antgenos peptdicos ƒs mol€culas do MHC de classe I s…o muito diferentes dos mecanismos anteriormente 
descritos quanto ƒs associaˆ‰es de peptdeos ƒs mol€culas do MHC de classe II. Antes da aˆ…o do 
proteossomo, os antgenos sofrem ubiquitinizaˆ…o (€ adicionada pequena protena chamada de ubiquitina) 
para que sejam marcadas dentro do citosol para que ela se torne linear e seja degradada de fato pelo 
proteossomo.
3. Transporte de peptdeos do citosol para o retculo endoplasm‚tico: os peptdeos gerados no citosol s…o 
translocados por um transportador especial para o RE, onde as mol€culas do MHC de classe I rec€m-
sintetizadas est…o disponveis para ligar peptdeos. Nesse momento, h‚ a produˆ…o do MHC-I por seus 
respectivos genes.
4. Reuni…o de complexos peptdeo–MHC I no RE: os peptdeos translocados para o RE ligam-se ƒs mol€culas 
do MHC de classe I que est…o ligadas ao dmero TAP (mol€culas transportadoras associadas ao 
processamento de antgenos). Esses TAPs s…o importantes por transportar os pequenos peptdeos at€ a 
fenda do MHC-I. Os peptdeos transportados dessa maneira para o RE ligam-se, preferentemente, ƒs 
mol€culas MHC de classe I e n…o as de classe II.
OBS2: Papel do TAP na apresentação e expressão do antígeno 
associado ao MHC de classe I. Em uma c€lula que carece de TAP 
funcional, as mol€culas de classe I n…o s…o eficientemente carregadas 
com peptdeos e s…o degradadas na sua maioria ainda no RE. Quando um 
gene TAP funcional € transfectado na linhagem celular, s…o restauradas a 
uni…o e a express…o do peptdeo associado ƒs mol€culas do MHC de 
classe I. Note-se que o dmero TAP pode estar ligado ƒs mol€culas de 
MHC de classe I por uma protena ligadora chamada tapasina, que n…o € 
mostrada na figura ao lado.
5. Express…o de superfcie dos complexos peptdeo–classe I: as mol€culas do MHC de classe I com o peptdeo 
inserido s…o estruturalmente est‚veis e s…o expressos na superfcie celular. Esses complexos, uma vez 
expressos, podem ser reconhecidos pelas c€lulas T CD8+ antgeno-especficas, com o co-receptor CD8 
exercendo um papel essencial na ligaˆ…o ƒs regi‰es n…o-polim„rficas das mol€culas de MHC de classe I.
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
7
OBS3: Conclui-se, então, definitivamente as seguintes diferenças:
 As células T CD4+ auxiliares reconhecem os peptídeos ligados às moléculas do MHC de classe II, enquanto que 
as LT CD8+ reconhecem os peptídeos ligados às moléculas de classe I.
 As células T CD4+ restritas à classe II reconhecem os peptídeos derivados principalmente das proteínas 
extracelulares que são internalizadas nas vesículas das APCs, enquanto que as células T CD8+ reconhecem os 
peptídeos derivados das proteínas citosólicas, em geral sintetizadas endogenamente.
PARTICIPAÇAO DOS CO-ESTIMULADORES NA 
ATIVAÇÃO DOS LT
Durante a apresentação antigênica, como já 
foi discutido, há dois sinais: o sinal 1, que consiste no 
contato direito entre o MHC (com peptídeo estranho) 
e o TCR do linfócito que irá realizar a resposta imune; 
e o sinal 2, com o envolvimento dos co-estimuladores, 
importantes nesse caso para especificar ainda mais a 
interação entre essas duas células. Indo mais além, a 
afinidade dos LTa e LTc com os MHC-II e MHC-I, 
respectivamente.
Os co-estimuladores são proteínas expressas tanto na APC quanto nos LT. Quando este 2º sinal acontece, os 
linfócitos T expressam ainda mais co-estimuladores (em resposta à interação de citocinas), ficando cada vez mais 
excitável e se ativando de maneira mais efetiva.
O CD-28, por exemplo, que é outro marcador dos LT, se liga especificamente aos receptores B7-1 e B7-2 da 
APC; o CD-40, este expresso na membrana da APC, se liga ao CD40Ligante presente nos linfócitos T. Nesse caso, 
além da ativação da resposta imune pelos linfócitos T, há a indução à diferenciação dos linfócitos B (que também são 
APCs) para a produção de anticorpos.
OBS4: Co-adjuvantes são substancias que podem ser administradas no indivíduo para que haja uma maior expressão 
dos co-estimuladores dos linfócitos, aumentando exponencialmente a eficiência da resposta imune realizada por estas 
células. Vacinas com moldes bacterianos, por exemplo, são administradas com cápsulas de bactériase co-adjuvantes, 
aumentando a eficácia da reposta imune.
FUNÇÕES EFETORAS DOS LT 
Depois que ocorre a captura do antígeno pelas APCs, processamento e apresetanção, os linfócitos T são 
induzidos à ativação (fase efetora), realizando então as seguintes funções:
 Se o macrófago apresentar o antígeno extracelular ao LTa, ocorrerá a sua ativação por meio de citocinas 
produzidas pelo LTa CD4+, o que fazem com que esta APC cresça em tamanho e em funcionalidade para dar 
conta desse antígeno.
 Quando o LB é o responsável pela apresentação do antígeno extracelular, o LTa CD4+ ativa esta célula para 
produzir anticorpos, sendo estes os responsáveis pela opsonização e neutralização dos antígenos.
 Se a APC apresentar o antígeno intracelular ao LTc CD8+, este se encarregará pela produção de citocinas 
(perforinas e granzimas) para gerar a apoptose (deleção) desta célula.
Arlindo Ugulino Netto –IMUNOLOGIA I – MEDICINA P3 – 2008.2
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