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O sistema eleitoral Brasileiro

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Universidade de Brasília
Introdução à Ciência Política
Complexidade sistema eleitoral brasileiro
(Autoria: Luís Artur de Oliveira 16/0134293)
Introdução	
	Em um ano de eleições municipais em que são eleitos vereadores e prefeitos em todos os estados do território nacional, exceto o Distrito Federal, é interessante refletir e entender como funciona o sistema eleitoral brasileiro. É essencial o conhecimento sobre como por exemplo são ocupadas as cadeiras do legislativo e também como os partidos e seus candidatos se comportam em relação ao funcionamento do sistema, assim o cidadão de forma espontânea poderia definir a melhor opção para seu voto. 
	O sistema eleitoral no Brasil é discutido e algumas vezes questionado, pois acontece situações onde aparentemente nem sempre a maioria vence, e isso provoca um certo desconforto sobre a representatividade. Considerando a relevância desse assunto, este ensaio procura abordar brevemente o sistema eleitoral brasileiro e situações a respeito, buscando uma melhor compreensão do sistema e destacando pontos que fazem parte do discurso, além de propor possíveis elementos. O presente ensaio está estruturado em introdução, análise e conclusão.
Análise 
Segundo Jairo Nicolau: “ O sistema eleitoral é o conjunto de regras que define como, em uma determinada eleição, os eleitores podem fazer as suas escolhas e como os votos são somados para serem transformados em mandatos (cadeiras no Legislativo ou chefia do Executivo). ” (NICOLAU, 2007). 
No Brasil é utilizado o sistema proporcional para composição do Legislativo e variantes da representação majoritária para a eleição do Executivo.
Para compreender o sistema proporcional é necessário lidar com os quatro aspectos ” as regras de distribuição das cadeiras, as coligações, a lista aberta, a distorção na representação dos estados na Câmara dos Deputados. ” (NICOLAU, 2007). As regras para a distribuição das cadeiras e as coligações é de fundamental importância para a compreensão da proposta desse ensaio.
Para entendimento de tais regras será utilizado o modelo de passos descrito:
Passo 1: Cálculo do quociente eleitoral: 
O quociente eleitoral é o resultado do total de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa.
Passo 2: Divisão dos votos de cada partido pelo quociente eleitoral:
 Os votos são divididos pelo quociente eleitoral. O número inteiro derivado da divisão é o número de cadeiras que cada partido obterá. Os partidos que não conseguem atingir o quociente eleitoral são excluídos da distribuição das cadeiras.
Passo 3: Distribuição das cadeiras não preenchidas (sobras): 
Essas cadeiras são preenchidas pelo método de maiores médias: o total de votos de cada partido é dividido pelo número de cadeiras obtidas pelo quociente eleitoral na divisão anterior, acrescido de um. (NICOLAU, 2007).
Se tratando de eleições proporcionais os partidos podem concorrer sozinhos ou formando coligações, como no brasil é utilizado o sistema de lista aberta, os candidatos mais bem votados de cada lista são eleitos.
Para efeitos de distribuição de cadeiras, os votos dos partidos coligados são somados e as cadeiras são conquistadas pela coligação como se ela fosse um único partido (não existe um segundo movimento de distribuição das cadeiras da coligação proporcionalmente à votação de cada legenda em seu interior). Assim importa para cada partido tentar fazer com que os seus candidatos ocupem os primeiros nomes da lista da coligação. (NICOLAU, 2007).
Devido a esse sistema acontece, situações onde um candidato recebe votos majoritariamente suficientes para eleição, entretanto não são eleitos devido fatores de distribuição em seu partido e/ou coligação. 
Como ocorrido em:
Ailton Lopes (PSOL) foi o 5º candidato mais votado em Fortaleza, alcançando mais de 12 mil votos, mas ainda assim não conseguiu se eleger. O fato se deu devido ao quociente eleitoral, que exigia da coligação PSOL/PCB pelo menos 29.200 votos. Porém, 405 votos impediram a sua eleição. A coligação só conseguiu 28.795 votos.
“Vamos continuar na luta do povo. Ela não se faz só na Câmara de Vereadores. Até porque o povo não é bem recebido lá. Quando o povo aparece para ocupar é recebido com spray de pimenta, o povo só é bem visto lá se for pra dizer sim”, declara Ailton Lopes.
Na disputa ao cargo de vereador, o candidato somou 12.483 votos, quatro vezes mais votos do que Dummar Ribeiro (PPS), vereador eleito com menos votos na capital. (ROMÃO, 2016).
O sistema proporcional sofre com críticas, pois os partidos e/ou coligações podem se beneficiar do fenômeno provocado por “puxadores de votos”, que são pessoas famosas que se lançam na política, isso é visto como estratégia desses partidos e coligações para aumentar a sua bancada de representação. Entretanto, há críticas que encaram tal possibilidade do sistema aberto como positiva, visto que o sistema permite maior enfoque no candidato. 
O debate sobre uma reforma eleitoral é frequente no Brasil, e a atualização realizada em 2015 nos artigos 108 e 109 do Código Eleitoral, procura minimizar o fenômeno dos “puxadores de votos”, estabelecendo um piso de 10% do coeficiente eleitoral para que candidatos de um determinado partido ou coligação possa ser eleito. Com a atualização as coligações e/ou partidos que tiverem candidatos em suas vagas, e que não tenha alcançado o valor mínimo de 10% do coeficiente eleitoral, perderá as respectivas vagas, e estas serão redistribuídas aos outros partidos e/ou coligações. 
As principais propostas para uma reforma eleitoral são:
- Fórmula eleitoral: adoção de um novo sistema eleitoral (majoritário, conhecido no Brasil como distrital; ou de um sistema misto, conhecido como distrital-misto); introdução de uma cláusula de barreira nacional (um percentual de votos abaixo do qual um partido não pode eleger deputados para Câmara dos Deputados); fim da cláusula de barreira nos estados e a adoção de uma nova fórmula matemática para distribuição das cadeiras.
- Lista aberta: Introdução de sistema de lista fechada.
- Coligação: proibição das coligações; distribuição das cadeiras obtidas pela coligação proporcionalmente aos votos de cada partido coligado.
- Representação dos estados: correção integral (ou parcial) da distorção da representação dos estados na Câmara dos Deputados. (NICOLAU, 2007). 
Conclusão
A complexidade do sistema eleitoral brasileiro gera dúvidas sobre como ocorre o processo, mesmo com as propostas e atualizações ao Código Eleitoral, ainda há bastante pontos de difícil associação e são os cidadãos mais leigos que sofrem por essa dificuldade no entendimento.
As estratégias dos partidos e/ou coligações atingem diretamente os cidadãos, que por sua vez pouco percebe que seu voto pode estar sendo meramente estatístico em uma eleição. Para uma eleição democrática é justo que todos tenham um entendimento do sistema, para que assim possa ser tomada as melhores decisões acerca do futuro político da sociedade.
O debate sobre uma reforma eleitoral continua ativo, entretanto é necessário buscar novos caminhos para que a percepção dos cidadãos sobre o processo eleitoral seja otimizada, a fim de alcançar melhor representatividade na esfera política. 
Referências Bibliográficas 
NICOLAU, Jairo. “O sistema eleitoral brasileiro”. Apud: AVELAR, L. e CINTRA, A. O. (orgs.). Sistema Político Brasileiro: uma introdução. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung; São Paulo: Fundação Unesp Ed., 2007, p. 293-301.
CALGARO, Fernanda. Nova lei prevê desempenho mínimo nas urnas para candidato a vereador, 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2016/noticia/2016/09/nova-lei-preve-desempenho-minimo-nas-urnas-para-candidato-vereador.html>. Acesso em: 17 de novembro 2016.
ROMÃO, Rosana. Derrubado pelo quociente eleitoral Ailton Lopes teve 4 vezes mais votos que vereador eleito menos votado, 2016. Disponível em: < http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/politica/derrubado-pelo-quociente-eleitoral-ailton-lopes-teve-4-vezes-mais-votos-que-vereador-eleito-menos-votado/>.Acesso em: 17 de novembro 2016.

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