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Apostila de Relação Jurídico tributária

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Direito tributário I 
(prof. José Eduardo de A. Duarte)
I –INTRODUÇÃO – FINANÇAS PÚBLICAS
	É cada vez mais difícil ignorar a importância que o Estado em nossas vidas, mormente no que interfere em nossas atividades diárias, nas restrições às nossas liberdades individuais e ainda de forma significativa cobrando de todos valores cada vez mais vultosos relativamente aos motivos mais variados possíveis. Com efeito, é notório que desde a idade média consagrou-se de forma mais efusiva a idéia de que o homem precisa de um ente de existência jurídica ficta, dotado por todos nós de poderes para regrar o convívio social, administrá-lo com a estrita observância das normas que erigiu e ainda encarregado da aplicação das sanções caso as normas sejam descumpridas.
	Ë portanto o Estado o ente encarregado da gestão de nossas liberdades individuais em prol do bem estar da coletividade, firmado em corolários expressos nas Constituições, Leis Maiores do ordenamento jurídico.
	Governar o Estado de forma democrática e legítima é estar afinado na gestão pública com os anseios desta coletividade, adequando-os aos seus fins precípuos e propiciando a existência de um Estado de Direito. 
	Para o atingimento do bem estar social deverá o Estado atender as necessidades coletivas do povo, transformando-as em necessidades a serem atendidas por recursos públicos. Denominamos estas necessidades básicas que devem ser satisfeitas pelo Estado, com recursos públicos por ele angariados, de necessidades públicas. Cada Estado determina em seu ordenamento jurídico as prioridades que deverão ser satisfeitas com dinheiro público.
	As despesas públicas eleitas como prioritárias pelos planos de governo dos administradores públicos necessitam de forma vital de recursos obtidos da contribuição compulsória dos cidadãos através das formas mais variadas possíveis, prevalecendo entre elas a relativa à cobrança de tributos, responsável pela obtenção da parcela mais significativa de recursos públicos.
	Tal fato é facilmente explicado pelas características que são próprias aos tributos. Atingem estas exações fatos cotidianos, de repercussão econômica, relativos à circunstâncias fáticas ou jurídicas que não representem nenhuma sanção por ato ilícito. Aliás, o dever jurídico de pagar tributos refere-se antes de mais nada a um dever ex lege, exigido tão somente pela ocorrência concreta de um fato definido em lei como determinador de incidência tributária. Ressalte-se que é exatamente este fato, o de não ser o tributo uma sanção pelo cometimento de um ato ilícito, que o eleva à condição de receita mais significativa para o Estado, desatrelada de um comportamento a ser evitado.
II – O TRIBUTO – ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
	De fato, de acordo com o disposto no artigo 3o do Código Tributário Nacional (CTN), o tributo é a prestação pecuniária compulsória (dever jurídico estritamente vinculado à lei pela ocorrência concreta do fato gerador), em moeda ou equivalente (não se podendo autorizar outra forma do cumprimento desta obrigação, salvo mediante lei), instituído por lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
	O primeiro grande dilema legal atrelado às espécies tributárias diz respeito a quantas e quais elas são. É indiscutível que elas são ao menos três, pelo que se depreende de expressa disposição legal. É inequívoco que figuram entre as espécies tributárias os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria, conforme inteligência do art. 5o do CTN, persistindo, no entanto, a dúvida quanto às contribuições especiais e os empréstimos compulsórios (respectivamente previstos nos artigos 149 e 148 da Constituição Federal – CF). A discussão prende-se à necessidade de estarem sujeitas as espécies tributárias a limites rígidos estabelecidos pela CF, e portanto limitadores da atividade tributária. Parece-nos mais adequado analisar primeiramente a tipologia dos tributos antes de opinarmos quanto a quantificação de suas espécies.
	Os impostos são os tributos desvinculados de um agir do Estado relativamente aos contribuintes. De fato, sendo o tributo mais relevante em termos econômicos para o Administrador Público, entendeu por bem a lei desvinculá-lo de um caráter contra-prestacional a qualquer título. 
	Já as taxas, de acordo com o teor do artigo 77 do CTN são os tributos vinculados à uma prestação de serviço público efetiva ou potencialmente utilizado pelo contribuinte, ou ainda pelo exercício regular do poder de polícia do qual estão sempre investidas as autoridades públicas. Há neste tributo a preocupação do legislador em autorizar a repartição do custo de um serviço público com seus beneficiados.
	Previu ainda o legislador tributário a possibilidade de criação de um tributo vinculado à realização de uma obra pública que tenha tido o condão de valorizar um imóvel situado em área próxima a sua efetivação. Neste caso preocupou-se o legislador em garantir ao Estado uma receita adicional em ressarcimento à obra realizada e que foi capaz de gerar enriquecimento sem causa ao titular de um bem imóvel.
	Quanto às contribuições especiais e empréstimos compulsórios serem ou não incluídos nas espécies tributárias cabem algumas considerações relevantes. No sistema constitucional anterior, inaugurado pela Constituição de 1967 e pós Emenda de 1969 vigia a dúvida quanto às características destas espécies: de um lado toda a majoritária doutrina e jurisprudência a dar status tributário as denominadas contribuições parafiscais (em área paralela a tributação) e aos empréstimos obrigatórios (exigido pelo poder de império do Estado) e do outro os Administradores Tributários Federais (a quem interessava a controvérsia) cujo discurso oficial descaracterizava a lógica tributária de tais exações, desvinculando-as do dever de terem que respeitar os princípios constitucionais tributários quando de sua criação.
	Tal discussão hoje nos parece inócua visto que o novo regime constitucional brasileiro, estabelecido com a CF de 1988 determinou expressamente a adequação destas cobranças ao respeito dos limites constitucionais. Com efeito, temos cinco espécies tributárias no sistema tributário pátrio, ou poderemos estar a admitir apenas três espécies (em consonância com o art. 5o do CTN) estando os empréstimos compulsórios ligados aos impostos e as contribuições especiais ora ligadas a impostos, ora ligadas a taxas.
	As contribuições especiais são tributos previstos no art. 149 da CF e que estão vinculadas a utilização de seus recursos em áreas específicas de intervenção governamental, mormente as áreas social (ex.: CPMF), intervenção no domínio econômico (ex.: AFRMM, CIDE-COMBUSTÍVEIS) e no interesse de categoria profissional (ex.: OAB, CRA).
	Já os empréstimos compulsórios são atrelados à uma cobrança só possível em casos de guerra externa (ou sua iminência) e investimentos públicos relevantes e de interesse nacional, tendo sua cobrança ainda vinculada à devolução ulterior.
	Ressalte-se ainda, por oportuno, que a única espécie tributária totalmente desvinculada de um fazer específico ao contribuinte é a do imposto, ao passo que todas as demais espécies tributárias são de alguma forma vinculadas a um fazer do Estado ou a uma hipótese específica perceptível claramente à luz do fato gerador (condição necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária)
III – O REGIME FEDERATIVO E A REPARTIÇÀO DAS COMPETENCIAS TRIBUTÁRIAS
	Entende-se por sistema normativo um conjunto de normas interligadas entre si com o objetivo comum de disciplinar uma área específica da atividade humana, regrando-a e dotando-a de todas as condições plenas ao seu funcionamento. No direito tributário erigiu-se um verdadeiro sistema tributário, fundado fundamentalmente no regramento constitucional, nos permitindo afirmar que o direito tributário brasileiro é de sede constitucional. No ápice da pirâmide normativa tributária brasileira está a Constituição Federal, disciplinando a atividade administrativa tributária para todosos entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), estabelecendo as limitações constitucionais ao poder de Tributar, os princípios gerias da tributação, as normas básicas de regência, a partilha da competência tributária e a repartição das receitas tributária, inclusive com as transferências obrigatórias ligadas aos fundos de participação para Estados e Municípios.
	Determinou ainda a Constituição Federal que as normas gerais de direito tributário viessem a ser disciplinadas por lei complementar, papel este cabível ao CTN. É em seus ditames normativos que são disciplinados o fato gerador, a obrigação tributária (principal e acessória) o crédito tributário, a atividade de cobrança, entre tantas outras conceituações vitais, necessárias e aplicáveis indistintamente a todos os entes federativos.
	Sendo o sistema tributário nacional todo ele fundado na constituição federal é correto concluir que há um rígido atrelamento hierárquico a Norma Maior e qualquer outro texto normativo atinente a um dos entes da federação. 
IV – COMPETENCIA TRIBUTÁRIA CONSTITUCIONAL
	Quanto a competência tributária legislativa, esta foi atribuída a todos os entes federativos, e ainda à União a possibilidade de legislar sobre normas gerais, afetas a todos.
	Tópico de profunda relevância no tocante à competência constitucional tributária é o que se refere ao poder de instituir tributos à luz da outorga constitucional. A disciplina constitucional acerca do assunto é vinculada, não podendo ser alterada nem desobedecida salvo reforma na constituição. 
	A doutrina costuma dividir a competência tributária em Privativa (exclusiva), Comum (Concorrente), Residual e Extraordinária.
	Competência privativa é aquele que só cabe a um ente federativo, só ele legisla dentro de sua competência. Vale para todos os impostos previstos na CF.
	Competência Comum é a que cabe a União, Estados, DF, e Municípios quanto a possibilidades de tributar dentro de sua jurisdição. Vale para a criação de taxas e contribuições de melhoria entre os entes federativos.
	Competência Residual foi delegada constitucionalmente apenas à União Federal, quanto a criar, mediante lei complementar impostos não previstos em sua competência tributária (art. 154, I, CF).
	Competência Extraordinária foi igualmente delegada a União Federal para criar impostos extraordinários em caso de guerra externa ou sua iminência (art. 154, II, CF).
	As contribuições especiais são igualmente de competência privativa da União Federal, exceto as contribuições criadas por estados e municípios cobradas de seus servidores para viabilizar suas previdências mantidas pelos cofres públicos. Estas são privativas destes entes públicos responsáveis por sua criação.
	Os empréstimos compulsórios, os quais só podem ser criados por lei complementar conforme expressa disposição constitucional, igualmente fazem parte da competência privativa da União. 
	Faz-se mister ainda salientar que de acordo com o expresso comando do art. 7o. do CTN a competência tributária é indelegável, salvo quanto a atribuição das funções de fiscalizar e arrecadar tributos. Já o não exercício da competência tributária é intransferível a outro ente federativo (art. 8o. do CTN).
A guisa de melhor visualização do regramento atinente à Competência tributária, vislumbre-se o quadro anexo:
�
COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIA
	UNIÃO
	 ESTADOS + DF
	MUNICÍPIOS + DF
	IMPOSTOS
	IMPOSTOS
	IMPOSTOS
	IR
ITR
II
IE CP
IOF
IPI
IGF
	ICMS
IPVA CP
ITD
	ISS
ITBI CP
IPTU
	TAXAS CC
	TAXAS CC
	TAXAS CC
	CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA CC
	CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA CC
	CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA CC
	CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
Sociais ( sobre servidores ) CC
Econômicas
Sociais CP
Profissionais
	CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
Sociais ( sobre servidores ) CC
	CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
Sociais ( sobre servidores ) CC
Sociais (sobre iluminação pública) CP
	
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO CP
	
______
	
______
	
Impostos residuais CR
Impostos extraordinários CE
	
______
	
______
Legenda:
CP – Competência privativa				CC- Competência comum
CR- Competência Residual				 CE- Competência extraordinária
	É ainda salutar mencionar que é cláusula pétrea da constituição (rígida, imutável pelo legislador constitucional derivado, só se podendo alterar por nova elaboração constitucional ou revolução) o princípio do pacto federativo, que impede a invasão de competências entre os entes públicos. As regras de competência tributária constitucional têm por premissa a impossibilidade de invasão das competências tributária individualmente delegadas aos entes de direito público interno.
	Por fim, é ainda útil salientar que embora o direito tributário seja vinculado de forma estrita à legalidade cabe questionarmos o papel que nele desempenham as medidas provisórias. Instituídas por ato do executivo federal em hipóteses de relevância e urgência é polêmico seu uso em matéria tributária. A rejeição da medida provisória despoja-a de eficácia jurídica desde o momento de sua edição, destituindo de validade todos os atos praticados com fundamentos nela. Essa mesma conseqüência de ordem constitucional deriva do decurso in álibis do prazo de 30 (trinta) dias, sem que, nele, tenha havido qualquer expressa manifestação do Congresso Nacional. A disciplina das relações jurídicas formadas com base no ato cautelar não convertido em lei constitui obrigação indeclinável do Poder Legislativo da União, que deverá regrá-las mediante procedimento legislativo adequado. O exercício dessa prerrogativa congressional decorre, fundamentalmente, de um princípio essencial de nosso sistema constitucional: O Princípio da Reserva de Competência do Congresso Nacional. A disciplina a que se refere a carta política em seu artigo 62, parágrafo único, tem, na lei formal, de exclusiva competência do Congresso Nacional, seu instrumento jurídico idôneo.
V – SISTEMA TRIBUTÁRIO E LIMITAÇÒES CONSTITUCIONAIS À TRIBUTAÇÀO
	Como já consignamos antes a disciplina tributária em nosso país tem sede constitucional. Deve-se tal fato a importância que o legislador constitucional certamente vislumbrou no tocante a evitar-se os excessos que eventualmente poderiam ser praticados pelo administrador tributário no afã de obter maior arrecadação. É certo, no entanto, que a disciplina constitucional igualmente garante ao Poder Público amplas possibilidades de exigir os valores que garantiram a subsistência do Estado. A clara regra que emana da Lei Magna é a de que aquilo que não é vedado é admitido ao administrador tributário que está vinculado a estrita legalidade. 
Ao regramento constitucional quantos as grandes linhas mestras da tributação e lógica do sistema tributário, somam-se as disposições complementares do Código Tributário Nacional, dando contornos uniformes e definitivos aos conceitos mais importantes para a instituição e cobrança dos tributos, tais como fato gerador, obrigação tributária, lançamento, crédito tributário, prescrição e decadência, entre outros.
Dentre as funções mais importantes atribuíveis as regras constitucionais no tocante à tributação encontram-se as relativas às limitações ao poder de tributar (igualmente conhecidas como princípios constitucionais tributários. São elas verdadeiras aparas à tributação estatal, que estará rigidamente delimitada pelos contornos introduzidos em seus preceitos, que também se elencam nas cláusulas pétreas da Lei Maior.
VI – LIMITAÇÒES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
	Cabe trazer à colação algumas das limitações ao poder de tributar, mencionadas por conceitos ou principais características:
Art 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, Estados, Distrito Federal aos Municípios:
I – Exigir ou aumentartributo sem lei que o estabeleça. Refere-se ao princípio da legalidade.
OBSERVAÇÕES: É denominado princípio da estrita legalidade tributária.
O 6° Simpósio Nacional de DT coordenado por Ives Gandra da Silva Martins resolveu: Pergunta: O direito tributário brasileiro consagra a reserva formal de lei ou apenas a reserva absoluta? Resposta: O DT consagra ambas as reservas, entendendo-se por reserva formal da lei o fato de ser indispensável ato legislativo ( art. 146, III a VI da CF/67 ) como veículo para instituir ou alterar tributo, e como reserva absoluta o fato de competir à lei a descrição de todos os elementos do tipo tributário ( tipo cerrado ).
II- Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por ele exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direito.
OBSERVAÇÕES: É o princípio da igualdade tributária ou isonomia.
Ficou mantida, com muito acerto, milenar tradução do princípio , no sentido de que “a lei deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades”. 
A graduação será estabelecida pelo legislador, que deverá manter uma linha de coerência.
III- Cobrar tributos
Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
OBSERVAÇÕES: Trata-se do princípio da irretroatividade da lei, que não poderá incidir sobre fatos anteriores à sua eficácia. A vedação de “cobrar tributos” significa que a lei “não pode incidir”sobre fatos anteriores à sua eficácia ( o STF já repeliu a retroeficácia do DL n° 2.323/87 – Representação n° 1.451-7 em AC. Unânime confirmando nosso pré-entendimento exarado pelo Suplemento Tributário LTR 3-87).
no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; e 
só sendo eficaz o aumento no mínimo 90 dias após à publicação.
OBSERVAÇÕES: É o princípio da anterioriedade. 
Mas o § 1° deste art. 150 ressalva o II, IE, IOF, o IPI e IEXTR que, portanto, poderão ser exigidos ou aumentados a partir da publicação da lei.
IV- Utilizar tributo com efeito de confisco.
OBSERVAÇÕES: Uma das formas de evitar o confisco consiste em limitar a imposição de penalidade pecuniária.
V- Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
OBSERVAÇÕES: A legislação ressalva a cobrança de pedágio, garantindo que poderá ser exigido pela manutenção e construção de estradas e vias públicas. Seu caráter tributário é discutível.
VI- Instituir impostos sobre:
patrimônio, renda ou serviços uns dos outros;
Conf.§ 2°, esta vedação é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes;
OBSERVAÇÕES: É a chamada imunidade recíproca entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Conf. § 3°, tais vedações não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
templos de qualquer culto
OBSERVAÇÒES: Tais vedações compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. (§ 4°)
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
OBSERVAÇÕES: Tais vedações compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas(§4°).
livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
OBSERVAÇÕES:Refere-se a uma espécie de imunidade ligada a disseminação da cultura.
§ 5° - Alei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6° - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária só poderá ser concedida através de lei específica, federal estadual ou municipal.
OBSERVAÇÕES: Anistia se refere a multas por infrações. Remissão é o perdão relativo ao tributo.
151- É vedado à União:
Instituir o tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
OBSERVAÇÕES: A distinção só é admitida para concessão de incentivos fiscais, pela União, nos termos do dispositivo.
Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados , Distrito Federal e Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores ao que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
OBSERVAÇÕES: Expressa a uniformidade de tributação de tais títulos.
Instituir isenções de tributos da competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
OBSERVAÇÕES: Estabelece o princípio segundo o qual só pode isentar quem tem a competência para tributar.
152 – É vedado aos Estados, Distrito Federal e Municípios, estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
OBSERVAÇÕES: Expressa o princípio da uniformidade tributária relativamente a bens e serviços, ambos de qualquer natureza.
		(Extraído do livro Direito Tributário, Vitório Cassone, Ed. Atlas, 1997)
Outros princípios dignos de mencionar:
Capacidade contributiva – sempre que possível a cobrança de impostos deverá levar em consideração a real capacidade econômica do contribuinte.
Pessoalidade ou personalização – Deverá a tributação buscar aspectos pessoais do contribuinte para melhor aferir sua capacidade contributiva.
Não-cumulatividade (Ligado à tributos indiretos) – vedação à cobrança de tributos em cascata, descontando-se nas novas operações realizadas op tributo retido nas operações anteriores.
Seletividade – O tributo é seletivo de acordo com a essencialidade do produto.
Outros princípios aplicáveis ao direito tributário:
ligados aos direitos e garantias individuais( honra, vida, trabalho, Processuais, igualdade)
ligados ao direito administrativo (moralidade, eficiência, legalidade)
VII – DISTINÇÒES ENTRE INCIDÊNCIA, NÃO INCIDÊNCIA, IMUNIDADE, ISENÇÃO E REMISSÃO
	É freqüente a confusão que se dá no Direito Tributário quanto a termos que são usados com constância incomum. Ora nos deparamos com a necessidade de distinguir isenção de anistia, anistia de remissão, remissão de não incidência, e daí em diante. Para tanto, teceremos algumas considerações que esperamos sejam definitivas sobre o assunto:
Incidência – diz-se da circunstância de ser atinigido pela legislação tributária. Só existe incidência quando há lei determinando uma obrigação tributária.
Não incidência – diz-se quando não há atingimento tributário sobre uma circunstância fática. Pode ocorrer toda vez que inexistir previsão legal sobre um fato ou existindo norma legal que expressamente exclua da incidência.
Imunidade – dá-se quando há uma norma expressa de não incidência inserida na Constituição Federal. É uma regra de não incidência qualificada e elevada à categoria de cláusula pétrea da CF.
Isenção – Dentro do campo de incidência tributária o legislador afasta-a provisoriamente pela exclusão do créditotributário ainda por constituir (doutrina minoritária). Hipótese de não incidência (doutrina prevalente).
Remissão – É o perdão do crédito tributário já devidamente constituído.
Anistia – É a dispensa da constituição do crédito tributário referente às penalidades pecuniárias.
Alíquota zero – É a incidência de tributos à alíquota zero.
VIII – IMPOSTOS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
	Como já afirmado anteriormente, a competência constitucional tributária para impostos é privativa a cada um dos entes da federação, não podendo em nenhuma hipótese ser delegada a instituição dos mesmos, seja a que motivo for. 
	É conveniente ainda consignar que só é possível pensar-se na criação de novos impostos para se somarem à competência tributária de algum ente de direito público interno sé tal ocorrer por emenda à Constituição Federal acrescendo novos impostos ao rol da União (art. 153, CF), ao rol dos estados (art. 155, CF) ou ao rol dos municípios (art. 156,CF). Salvo esta hipótese já mencionada, apenas se pode permitir, nos exatos termos do artigo 154 da Lei Maior a possibilidade da União valer-se de sua competência residual via lei complementar ou mesmo da competência para impostos extraordinários possíveis em caso de guerra externa ou sua iminência. Fora destas previsões constitucionais, nada é possível.
IX– OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR – RELAÇÀO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA
	Como já foi por nós observado, todo o universo do direito tributário gravita em torno da lei. Só é possível exigir-se do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) o solver de uma obrigação de pagar ou de fazer ou de deixar de fazer alguma coisa em virtude de um comando legal. O Direito tributário, na lei é totalmente fundamentado e os atos das autoridades públicas afetas à área são sempre vinculados (art. 3o. CTN). Sendo assim, a obrigação tributária, surgida da ocorrência concreta do fato gerador é sempre uma obrigação ex lege, ou seja, decorrente da lei. 
	Define o Código Tributário Nacional como sendo o fato gerador a condição necessária e suficiente ao surgimento da obrigação tributária. Necessária pois é preciso que ocorra para fazer surgir a obrigação tributária. Suficiente pois basta a sua ocorrência para já termos efetiva a obrigação, assim entendido o dever jurídico de fazer face a determinação legal tributária, adimplindo-a. Sendo assim, vez que ocorrida concretamente a hipótese definida em lei como geradora do dever tributário vinculam-se, por um lado o exigidor da obrigação, denominado por lei de sujeito ativo e no outro pólo o cumpridor da obrigação denominado de sujeito passivo, revestido da condição de contribuinte ou responsável.
	O artigo 121 do CTN esclarece que sujeito passivo contribuinte é o que tem vínculo pessoal e direto com o fato gerador (exercendo diretamente o núcleo do tipo tributário) e o responsável, que não tendo vínculo pessoal e direto, tem apenas o seu vínculo decorrente de expressa determinação legal. 
	É oportuno ainda esclarecer que há diferenças significativas entre os termos fato gerador e hipótese de incidência. Quanto à hipótese de incidência é correto afirmar que é a previsão legal quanto aos fatos que gerarão o dever tributário. Ë a hipótese legal quanto ao fato gerador, ou fato gerador como previsão legal. Já o fato gerador em si depende não só da hipótese de incidência já estar legalmente delineada, como também de sua concreta ocorrência no mundo jurídico. É a junção entre norma e fato produzindo efeitos concretos quanto ao surgimento da obrigação tributária.
	Já quanto à obrigação tributária ex lege, assim entendida a obrigação surgida por lei, será ela principal ao vincular o sujeito passivo a pagar o tributo, ou acessória, quando não sendo principal, determinar ao sujeito passivo a prática ou a abstenção de atos cuja finalidade seja aumentar a visibilidade da obrigação principal para fins de controle e fiscalização. Dada a necessidade de que a obrigação acessória seja igualmente cumprida, seu inadimplemento transforma-a em obrigação principal (pagar).
	Para melhor compreensão da relação jurídica formada a partir da ocorrência do fato gerador, será a mesma demonstrada abaixo:
RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA
Lei
Fato gerador 
Sujeito ativo – Entes de Direito Sujeito passivo: contribuinte
 Público Interno 
 responsável
Fiscalizar Obrigação principal
Lançar pagar
Cobrar Obrigação acessória
 Fazer, não fazer, tolerar
	Uma questão que gera profundas controvérsias no Direito Tributário Pátrio diz respeito a possibilidade de serem tributados fatos ilícitos. S.M.J., o enfoque da tributação sobre as atividades ilícitas não é correto. Sabemos que tributo não é sanção por atividade ilícita, mas igualmente sabemos que não pode o direito admitir que as pessoas possam se valer de sua própria vileza para beneficiar-se à luz das normas em vigor. Como se admitir que alguém que receba rendimentos oriundos do tráfico de drogas deixe de ser atingido pelo Imposto de Renda. Desta forma será como admitir-se que o crime compensa, e sabemos que isto não pode ser verdade. Em verdade, a tributação estará a ocorrer pela expressa ocorrência do fato gerador, oculto em uma atividade ilícita, e não pelo ilícito em si. Não é imoral cobrar tributos decorrentes de atividades ilícitas. Imoral seria não fazê-lo. Tal raciocínio coaduna com a ementa que ora acostamos a presente apostila:
“EMENTA: Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa : “non olet”
Drogas: tráfico de drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos subtraídos à declaração de rendimentos: caracterização, em tese, de crime de sonegação fiscal, a acarretar a competência da Justiça Federal e atrair pela conexão, o tráfico de entorpecentes: irrelevância da origem ilícita, mesmo quando criminal, da renda subtraída à tributação.
	A exoneração tributária dos resultados econômicos de fato criminoso – antes de ser corolário do princípio da moralidade – constitui violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta inspiração ética.”
X – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
	Algumas linhas atrás dissemos que a sujeição passiva pode ser dividida em obrigados contribuintes e responsáveis. Relativamente aos contribuintes sabemos que são eles os diretamente vinculados à obrigação tributária por serem eles os que pessoal e diretamente exercem o fato descrito no tipo da norma tributária. Resta saber o que levaria o legislador tributário a querer atingir outras pessoas que não se diretamente realizadoras dos fatos tributáveis. A resposta que se impõe é a da conveniência do administrador tributário. Quis o legislador ampliar o leque de possibilidades para a exigência do crédito tributário e resolveu delegá-la a outrem, seja por fatos ou circunstâncias pessoais, seja pela prática de atos eivados de ilegalidade ou omissões a que deram causa e que evitaram o recolhimento do crédito tributário. 
	É sabido, de acordo com o que reza o artigo 126 do CTN, que a capacidade tributária independe da capacidade civil das pessoas naturais ou de achar-se a pessoa jurídica em situação irregular. Depende o atingimento tributário, tão-somente da ocorrência do fato gerador.
	O legislador tributário, no afã de delegar responsabilidade a terceiros, o faz muitas vezes designando responsáveis com a exclusão da responsabilidadedos contribuintes e em outras hipóteses a outorga somando à responsabilidade do contribuinte a de um responsável, sendo que tal atingimento poderá ser solidário ou subsidiário.
	As hipóteses de responsabilização de um responsável com a exclusão do contribuinte denominam-se substituições tributárias, enquanto aquelas em que se mantém o contribuinte lado a lado com o responsável são denominadas transferências. Pode-se melhor visualizar a responsabilidade tributária segundo o quadro abaixo:
SUBSTITUIÇÃO - IMPRÓPRIA
 - PRÓPRIA POSTERGAÇÃO
 “Para trás”
 ANTECIPAÇÃO
 “Para frente”
TRANSFERÊNCIA - SUCESSÃO OU SUBROGAÇÃO - Aquisição de bens/
 Espólio
 - Societária
 - Fundo de comércio
 - TERCEIROS
 - INFRAÇÕES
XI – LANÇAMENTO – CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	Reza o artigo 139 do Código Tributário Nacional que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Isto significa que o crédito surge em conseqüência do surgimento da obrigação tributária, e é seu desdobramento natural. No direito civil, de onde são extraídos para o direito tributário os conceitos ligados à obrigação, no momento do nascimento da obrigação nasce imediatamente um crédito de mesma natureza que lhe é decorrente. Este crédito até pode ser inexeqüível no momento de seu surgimento, no entanto o que é inequívoco é que já há um crédito quando surge a obrigação. Por conta desta lógica atrelada ao instituto das obrigações é que se discute no direito tributário em que momento surge o crédito tributário.
Há inúmeras correntes que discutem esta hipótese. Para a teoria declaratória, o crédito tributário surge com a ocorrência da obrigação tributária sendo a feitura do lançamento providência meramente declaratória do dever jurídico do contribuinte de pagar os tributos. A teoria constitutiva confere ao lançamento a eficácia de constituir o crédito tributário, como conditio sine qua non de sua existência. Há que se mencionar a teoria que entende que o lançamento é declaratório da obrigação tributária e constitutivo do direito fazendário de cobrar o crédito tributário.
É despiciendo discutir qual a teoria mais adequada ao direito tributário pátrio, mormente porque nos parece comando claríssimo do legislador que só se autoriza a cobrança do crédito tributário pós lançamento, assim entendido como ato de prerrogativa do fisco no sentido de apontar a obrigação tributária, identificar o sujeito passivo, quantificar o tributo a ser recolhido bem como a definição de todas as circunstâncias atreladas ao crédito. É dever vinculado da autoridade tributante lançar os tributos que detecta em razão de seu ofício. Lançar é requisito obrigatório para permitir a cobrança do crédito tributário. O não lançamento do crédito tributário por parte da autoridade vitima-o pela decadência.
Ultima-se o lançamento pelas modalidades ora aqui apontadas:
Ofício – o lançamento é efetuado e revisto pela autoridade em razão de seu ofício.
Arbitramento – lançamento igualmente feito de ofício pela autoridade tributante, nas hipóteses em que faltem registros do contribuinte, sejam eles omissos ou não merecedores de fé. Regra geral, tem caráter punitivo e é sempre de ofício.
Declaração – É aquele em que o contribuinte tem o dever de prestar informações à fazenda, que com elas, fica habilitado a lançar o tributo devido, que será pago posteriormente pelo contribuinte.
Homologação – É a espécie de lançamento em que o contribuinte presta informações ao fisco e antecipa pagamentos vinculados aos fatos informados, devendo a fazenda proceder a homologação expressa no prazo de cinco anos. A falta de homologação expressa gera a tácita homologação do que fora informado pelo contribuinte.
	O lançamento é efetuado pela lei vigente a data da ocorrência do fato gerador ainda que posteriormente modificada ou revogada.(art. 144, CTN).
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