Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Copyright© Wagre Furtado Gomes 7946/1 – 500 – 132 – 2015 O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(s) Autor(es), proprietário(s) do Direito Autoral. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Grupo Editorial ScortEcci Scortecci Editora Caixa Postal 11481 - São Paulo - SP - CEP 05422-970 Telefone: (11) 3032-1179 www.scortecci.com.br Livraria e Loja Virtual Asabeça Telefone: (11) 3031-3956 www.asabeca.com.br Índices para catálogo sistemático: 1. Coaching : Administração de empresas : Concursos públicos 658.3124076 Gomes, Wagre Furtado Aprovação mapeada / Wagre Furtado Gomes. -- São Paulo : Scortecci, 2015. Bibliografia. ISBN 978-85-366-4483-7 1. Administração de pessoal 2. Coaching 3. Concursos públicos 4. Organizações - Administração I. Título. 15-10153 CDD-658.3124076 “Vontade de vencer todos nós temos. A diferença se dá naqueles que possuem a vontade de se preparar para vencer, afinal, as nossas grandes conquistas, na maioria das vezes, são frutos de muita dedicação e de muito trabalho. Sendo assim, se quisermos triunfar, temos que estar preparados para enfrentar o percurso que leva até a vitória. É tempo de definir o que é necessário para conquistar o seu objetivo.” SUMÁRIO Introdução ao CoaChIng ...............................................................11 Coaching, Consultoria e Mentoring ...........................................12 Introdução ao Estudo para ConCursos .....................................15 Qual sua orientação? ....................................................................18 Estágios de Aprendizagem ..........................................................20 1. aluno X EstudantE ....................................................................23 2. Casa X BIBlIotECa .......................................................................26 3. téCnICa dE pomodoro – pausas para dEsCanso ...................28 4. prInCípIo dE parEto ....................................................................31 5. turBInE sEu CérEBro ..................................................................35 1 – Oxigenação Cerebral .............................................................37 2 – Estimulo da bi-hemisferização cerebral ..............................38 3 – Jogos que estimulam novas conexões .................................40 6. lozanov E o EfEIto mozart .....................................................44 Terapia do riso ...............................................................................45 7. lEItura dInâmICa .........................................................................47 1 – Pré-leitura ................................................................................48 2 – Leitura ......................................................................................50 3 – Mapeamento/Resumo ...........................................................51 Exercício de expansão da visão periférica .................................52 8. mEmorIzação ................................................................................54 Memórias curta, média e longa ...................................................55 Quer conselhos simples para estimular a memória? ................59 9. Como rEalIzar rEvIsõEs EfICIEntEs ........................................60 O número mágico 7 – mais ou menos 2 ...................................63 A curva do esquecimento ............................................................64 Deu branco? sugira a recordação. ...............................................65 10. ConCEntração ............................................................................67 Preparação para início dos estudos ............................................67 Exercícios que estimulam a concentração ................................68 Exercício 2 – Visualização ...........................................................73 Exercício 3 – Exercícios Respiratórios ......................................73 Perda da Concentração ................................................................74 Como criar um hábito I ...............................................................75 Como criar um hábito II .............................................................76 11. pnl aplICada à aprovação ....................................................79 Regulando nosso termostato linguístico. ...................................80 Canais sensoriais ...........................................................................81 Autossugestão................................................................................82 Ressignificação ..............................................................................84 Como ressignificar as falhas existentes no caminho da aprovação ......................................................85 Âncoras e sua utilização para o estudo. .....................................87 Como criar âncoras.......................................................................89 12. organIzadorEs gráfICos .........................................................91 Tipos de Organizadores Gráficos ..............................................93 Administração Gerencial ...........................................................101 13. o método “vmrE” ...............................................................105 VER ..............................................................................................105 MAPEAR .....................................................................................107 REVISAR.....................................................................................108 EXERCITAR ..............................................................................110 14. BasE para ConCursos ..............................................................116 Como estudar Português ...........................................................117 Como estudar Direito Constitucional .....................................118 Como estudar Direito Administrativo .....................................119 ConClusão .......................................................................................121 BIBlIografIa ....................................................................................124 11 A pr ov aç ão m ap ea da INTRODUÇÃO AO COACHING Mas afinal, o que é Coaching? Coaching é um processo de otimização do potencial e desenvolvimento humano. O processo de Coaching tem como pilares o aumento da consciência e da responsabilidade. O conceito de Coaching originou-se no esporte, quan- do Tim Gallway tornou a instrução de tênis um pouco menos dogmática e técnica, trabalhando o jogo interior dos jogado- res, intitulando assim um livro com o nome The Inner Game of Tennis (O jogo interior de tênis). Gallway reconheceu que os obstáculos internos são muitas vezes mais assustadores do que os externos. Ele acre- ditava que o adversário dentro da própria cabeça é mais for- midável do que o do outro lado da rede. Ou seja, a palavra “interior” é aqui empregada para indicar o estado subjetivo do jogador. Para Gallway, o ser humano tem uma capacidade de aprendizagem natural embutida. Desta forma, o processo de Coaching surge com a intenção de desbloquear o potencial das pessoas para maximizar seu próprio desempenho. Segundo Tim, quanto menos ele ensinava, mais os alunos aprendiam. Cabe esclarecer que essa ideia não é nova, Sócrates de- fendia o mesmo ideal há mais de dois mil anos, e, embora o reducionismo materialista tenha feito com que as ideias de Sócrates se perdessem no tempo, o processo de Coaching traz em seu bojo a possibilidade de ressuscitar esse ideal que coincide com o surgimento de um modelo psicológico mais 12 W agre F urtado G om es otimista dahumanidade, em contradição àquela velha ideia comportamental de que somos apenas recipientes vazios nos quais é preciso derramar tudo. Segundo John Whitmore, em sua obra Coaching para aprimorar o desempenho, essa ideia de otimismo humano versus a ideia de recipientes vazios nos mostra que precisamos de alimento, encorajamento e de luz para progredir, mas a carac- terística peculiar para isso preexiste dentro de nós. Em outras palavras, a essência do Coaching é a de que a evolução surge de dentro. Ou seja, nada se compara a motivação que vem de dentro. Apenas duas coisas nos limitam: o alcance da visão e as crenças limitantes. Coaching é o processo de alinhamento de ideias e ações em busca de resultados. (Wagre Furtado) Coaching, Consultoria e Mentoring Agora que você já sabe o que é o processo de Coaching, va- mos ver a diferença que existe entre esta técnica e a Consul- toria e o Mentoring. Consultoria é o processo por meio do qual um especialis- ta avalia, diagnostica, obtém informações e orienta seu cliente. Ou seja, consultor é um profissional que estudou o assunto. Mentoring é um processo por meio do qual um pro- fissional experiente usa seus conhecimentos e vivências em uma determinada área para partilhar suas experiências com seu cliente. Ou seja, Consultoria e Mentoring dão respostas. O pri- meiro estudou o assunto; o segundo viveu o assunto. A seme- lhança reside no fato de ambos darem respostas. O Coaching dá perguntas, pois, as perguntas são as respostas. Este livro é uma mistura de Coaching com Consultoria e Mentoring, pois temos como objetivo desenvolver habilida- des internas no leitor que aprecia essa leitura. No entanto, em 13 A pr ov aç ão m ap ea da boa parte do livro estaremos trabalhando a Consultoria, fruto de 5 anos de estudo de técnicas de meta aprendizagem, em outros momentos estaremos trabalhando o Mentoring, fruto de alguns anos de estudo para concurso, que garantiram a 3ª colocação para o cargo de Auditor de Controle Interno. Ao final desta leitura você estará apto a aprender a aprender e perceberá uma significativa evolução nos seus es- tudos e, consequentemente, nos seus resultados. 15 A pr ov aç ão m ap ea da INTRODUÇÃO AO ESTUDO PARA CONCURSOS A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces. (Aristóteles) Ser aprovado em um bom concurso público não é um privilé- gio de poucos que nasceram com um QI elevado. Estudos re- velam que existe um padrão de metas, planejamento, técnicas de estudo e conjunto de crenças (motivação) que os estudan- tes bem-sucedidos tendem a adotar. Quando esses elementos são eficazmente orquestrados, os objetivos destes estudantes são atingidos com o máximo de eficiência. O volume de diferentes matérias com que o estudante se de- para no início de sua preparação pode ser considerado como o maior obstáculo encontrado na jornada rumo à aprovação. Toda essa quantidade de informação a ser absorvida, o pouco tempo disponível para processá-la e as exigências do dia-a-dia (família, trabalho, vida social) levaram muitos estu- diosos a desenvolver ou adaptar novos métodos de estudo com foco em concursos públicos. O resultado destes estudos nos trouxe a conscientização da necessidade de uma mudança na direção voltada a uma forma de aprender mais criativa, motivadora e estimulante, com o apoio de recursos didáticos que permitissem a combinação de habilidades que propiciassem ao cérebro a potencialização do aprendizado. Com este novo enfoque, a aprendizagem efetiva (apren- der a aprender) ganhou novas perspectivas, por abranger não 16 W agre F urtado G om es só o intelecto, más também a emoção, a intuição e a ação no processo de aprendizagem. Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos, é porque não ousa- mos que elas são difíceis. (Séneca) Aprender a aprender é a base para o início de uma jor- nada rumo ao alcance de seus maiores objetivos. Aos candidatos a uma vaga no serviço público é de bom grado ter em mente que não é necessário tornar-se um especialista nesta ou naquela matéria, e sim alcançar um co- nhecimento mediano no conjunto delas. De forma que possa, a partir de um edital publicado, se dedicar a revisões das maté- rias conhecidas e posteriormente, ir ao encontro daquelas que nunca havia estudado. Segundo Joseph O’Connor e John Seymour, no livro Introdução a Programação Neurolinguística, dentro de um sistema complexo, uma pequena modificação pode causar um enorme efeito. Para que isso ocorra, detalharemos, além de recursos neurológicos e emocionais, recursos organizacionais que con- tribuirão com seu aprendizado. Deem-me 8 horas para cortar uma árvore e eu gastarei 6 afiando o machado. (Abraham Lincoln) Nos próximos capítulos iremos reunir dicas de como po- tencializar seu aprendizado, sua concentração e sua paciência rumo ao alcance do seu sonho. Se você acredita que é possível, já tem 50%. Os outros 50% você corre atrás e aprende. Esta obra foi criada para contribuir com isso. O aprendizado mo- tivado e com uma meta fixa em mente nos permite alcançar qualquer objetivo. “O que transforma os sonhos em objetivos é a definição do prazo para alcança-los” 17 A pr ov aç ão m ap ea da Quando falamos em sonhos, falamos em algo subjetivo, que soa como algo que não está ao nosso alcance. No entan- to, quando definimos um prazo, transformamos o sonho em algo objetivo, que nos motiva e impulsiona por meio de um coquetel neurológico que fornece imagens daquilo que ainda não aconteceu. Desta forma, sentimos, acreditamos, quere- mos e fazemos com que aquilo aconteça. Devemos sonhar grande, começar pequeno; mas devemos começar agora. Acredite que só o conhecimento trará um crescimento duradouro que, apesar de lento, é seguro e transformará para sempre sua vida. Não tenha pressa, pois como já dizia o poeta: “Tudo na vida tem tempo Tudo no tempo tem vez E aprender a esperar É saber de coisas que o tempo já fez” Esperamos despertar em você a ideia de que é a predis- posição em aprender que influencia facilitando a compreen- são. Se você quer e sabe o que tem que fazer, pague o preço para alcançar o seu objetivo. Segundo Jairo Mancilha, Ph.D., Médico e Master Train- er em PNL, a aprendizagem é dependente do estado em que estamos. Essa ideia já foi comprovada pela Neurociência, que descobriu que é o sistema límbico que controla a memória e as emoções. Assim, se estamos em um estado emocional positivo, a aprendizagem será positiva. Por outro lado, se o estado emocional está negativo, a aprendizagem também será negativa. Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma opor- tunidade invejável para aprender a despertar a influência libertadora do conhecimento, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comu- nidade à qual seu futuro trabalho pertence. (Albert Einstein) 18 W agre F urtado G om es Segundo Nancy Azevedo Cavado, sempre nos ensina- ram a encarar os estudos como uma obrigação, e por isso, o aproveitamento era precário. O próprio fato de sermos sepa- rados de nossas mães e submetidos ao sistema educacional nos geraram experiências negativas. Por outro lado, este sistema educacional ao qual fomos submetidos não possui professores com recursos apropria- dos ao favorecimento da educação, por meio do estimulo ao aprendizado, como consequência disso, amarguramos as pio- res posições no ranking de educação do mundo. Esta obra foi idealizada com o objetivo de corrigir dis- torções no processo de aprendizagem e estimular a busca pelo conhecimento. Não é a primeira voltada à aprovação em con- cursos públicos, nem a primeiro a explorar os mapas mentais e demais organizadores gráficos. Mas é a primeira a unir, de formaobjetiva, as melhores técnicas de aprendizagem ao es- tudo da Evolução da Administração Pública no Brasil com preciosas dicas para a sua aprovação. Se você se enquadra no contexto dos estudantes que tem falta de tempo e de dinheiro, pressões familiares, stress, ansie- dade ou desmotivação, além dos próprios conflitos internos. Seja bem vindo. Este livro foi feito para você. “Confiar, totalmente, em nossa boa vontade e na força em querer crescer já significa o próprio crescimento.” (Maria Luiza S. Teles) Como seria confiar plenamente em sua capacidade de aprender e de realizar? Qual sua orientação? Segundo o PhD Craig Manning, na obra Uma mente destemida – 5 passos essenciais para um desenvolvimento superior, o comporta- mento se origina de duas maneiras: pela tarefa ou pelo ego. Sendo a tarefa um trabalho a ser feito e o ego um sentimento pessoal de autoestima ou auto importância. 19 A pr ov aç ão m ap ea da As pessoas orientadas para a tarefa (ou orientação para o desempenho) tendem a ser mais persistentes, jogam para vencer, se concentram no presente. Essas pessoas utilizam comportamentos voltados para a ação imediata. Por outro lado, as pessoas orientadas para o ego (ou orientação para o resultado) se concentram exclusivamente no resultado, tendem a “jogar para não perder”, procuram evitar constrangimentos, costumam estar mais preocupadas com o futuro e com os outros irão pensar sobre elas. Em resumo, enquanto a pessoa orientada para o ego diz: preciso ganhar a qualquer custo, a pessoa orientada para a tarefa diz: preciso dar o meu melhor, custe o que custar. No campo dos concursos funciona da mesma forma, enquanto candidatos orientados para o ego estudam dizendo: preciso ser aprovado nesta prova, os estudantes orientados para a tarefa estudam com o pensamento de fazer a melhor prova de suas vidas. Desta forma, quando nos orientamos para a tarefa, nos desapegamos do resultado, e temos como consequência a co- nexão ao presente que, inevitavelmente, nos livra da ansie- dade, que nada mais é do que estar preso ao futuro, que é a tendência de quem se orienta ao ego. Viver no presente é a chave, evita um desgaste desnecessário. (B Negão) Quando concentramos nossa atenção para tarefas iso- ladas e avaliamos nossos esforços de maneira consistente, al- cançamos o aprimoramento. Assim, o resultado acaba sendo um subproduto do desempenho. Um estudante orientado para a tarefa na semana da prova muito provavelmente definiria um objetivo assim: “Quero revisar as disciplinas direito administrativo e di- reito constitucional por mapas mentais, estudar os princi- pais pontos de arquivologia, rever raciocínio lógico apenas nos tópicos já estudados e priorizar AFO e português em exercícios.” 20 W agre F urtado G om es Já um estudante orientado para o ego, na semana da prova, muito provavelmente definiria seu objetivo como: “Preciso passar nesta prova.” Como neste caso a pessoa não possui controle direto sobre “ganhos e perdas”, um objetivo como este cria altos níveis de ansiedade. Segundo Craig Manning, quando permitimos que a mente se preocupe com o futuro, abrimos a porta para o medo, pois todos os pensamentos se encontram no futuro, logo, o medo só existe em nossos pensamentos sobre o que pode ou não vir a acontecer... no futuro. Se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo. E se você melho- rar o presente, o que vier depois também será melhor. (Paulo Coelho) Como seria viver no presente com a orientação para a tarefa? Estágios de Aprendizagem Saímos da era da informação e entramos na era do conheci- mento. Desta forma, não basta apenas possuir a informação, se não a transformarmos em conhecimento. Em outras pala- vras, não basta ter uma enciclopédia Barsa na estante ou um HD de 10 gigas no computador se não for possível transfor- mar esta informação em conhecimento. Os novos conceitos de meta aprendizagem e meta cogni- ção difundidos no meio acadêmico trazem em seu bojo a ideia de aprender a aprender. Ou seja, trata-se de processos de apren- dizagem que possuem como objetivo ir um nível mais a fundo. Os 4 estágios da aprendizagem são as distintas fases que passamos desde a ignorância despercebida até o conhe- cimento inconsciente em qualquer assunto. Os 4 estágios da aprendizagem são: Incompetência Inconsciente, Incompe- tência Consciente, Competência Consciente e Competência Inconsciente. 21 A pr ov aç ão m ap ea da Estágio 1 – Incompetência Inconsciente Neste estágio você “nem sabe que não sabe”. Imagine que você nunca dirigiu um carro e nem mesmo pensou nesta hi- pótese. Você não sabe que não sabe dirigir um carro. No mo- mento em que você entra no carro é vai para a primeira aula de direção você se dá conta que não sabe. Estágio 2 – Incompetência Consciente Agora a situação mudou. Você “sabe que não sabe” dirigir e está disposto a aprender. Após algumas aulinhas sobre em- breagem, freio, acelerador, setas e marchas você atingi o pró- ximo estágio. Agora você aprendeu a técnica de dirigir. Estágio 3 – Competência Consciente Após aprender a técnica você já pode se considerar uma pes- soa que sabe dirigir, embora você ainda invista muito tempo em pensar em qual pedal deve pisar e qual é a próxima mar- cha, agora você “sabe que sabe” E por algum tempo você irá dirigir sempre se perguntando sobre os pedais e as marchas, até atingir o próximo estágio. Estágio 4 – Competência Inconsciente Neste momento você já dirigi muito bem e nem mesmo para pra pensar em qual é a próxima marcha ou qual o pedal. Você “nem sabe o quanto sabe”, pois o aprendizado se tornou parte do seu conhecimento. O aprendizado é um caminho. Talvez você esteja no es- tágio 1 ou 2 de estudos para concursos ou vestibulares, mas se 22 W agre F urtado G om es você acreditar e fizer por onde, chegará ao estágio 3 da apren- dizagem e atingirá o nível de conhecimento suficiente para al- cançar suas aprovações. Lembre-se que não é preciso ser uma expert estágio 4 para ser aprovado. As vezes menos é mais. Como seria saber que sabe o suficiente para alcançar aprovações em provas e concursos? 23 A pr ov aç ão m ap ea da 1 ALUNO X ESTUDANTE Conforme muito bem explicado por Nancy Azevedo Cavaco, em sua obra Turbine Seu Cérebro, Estudar é diferente de Aprender. No entanto, nosso sistema educacional inadequado nos en- sinou a sentar em uma cadeira e acompanhar a explicação, muitas vezes deficiente, de nossos professores. Sem pausas para descanso e processamento da informação. Sem estímu- los para o efetivo aprendizado. Desta forma, o primeiro choque que o estudante leva ao ini- ciar sua jornada em busca de uma vaga no serviço público é causado pelos vícios que podem ter sido trazidos da época da escola ou faculdade. Fomos acostumamos durante toda nossa vida acadêmica a estudar na véspera da prova. A própria escola contribuiu para isso, criando a “semana de provas”. Este sistema de edu- cação ao qual fomos lançados cria expectativas através de ava- liações que não medem o nível de aprendizado, mas o nível de “decoreba” na véspera da prova. Prova disto são os alarmantes resultados de avaliações como o Enem, para alunos do ensino médio, e exames de con- selhos, como o da OAB, onde alunos das melhores universida- des de direito do país passam pela frustração de concluir o en- sino superior e ser reprovado em seguida no exame da ordem. Segundo o neuropedagogo, Professor Luizzi Pier, espe- cialista em aprendizagem e escritor de uma série de livros so- bre inteligência voltados para pais, alunos e professores, isso 24 W agre F urtado G om es acontece por que não sabemos diferenciar o aluno do estu- dante. Para ele, aluno é aquele quesimplesmente acompanha a aula, de forma passiva e coletiva. Já o estudante é a aquele que estuda, de forma ativa e solitária. Aluno Estudante passivo ativo coletivo solitário Partindo desta premissa, alunos são todos os que estão assistindo a uma aula presencial ou por vídeo aulas, enquanto estudantes são aqueles que, após assistir aulas, ou mesmo sem este apoio, debruçam-se sobre os livros, cadernos e apostilas e esgotam o assunto objeto de estudo. Desta forma, fica claro que só assistindo aulas sua apro- vação pode levar mais tempo e claro, dinheiro. Pois, diferen- temente da forma de avaliação da escola ou faculdade, onde a aprovação ocorre por meios de testes com pouca matéria e tem- po suficiente para “decoreba”, gerando uma falsa impressão de aprendizado, o estudo voltado para concursos públicos requer um pouco mais de preparação, com disciplina e dedicação. Se você quer pagar o preço da aprovação em concur- sos públicos, precisa mudar suas crenças de estudo. Comece substituindo o paradigma de que para passar é preciso estudar muito, pela ideia que é preciso estudar com eficiência, para que, de fato, possa haver uma aprendizagem progressiva que, por consequência, atingirá seu objetivo de aprovações em concursos públicos. Para isso, discorreremos mais adiante sobre a técnica do VMRE (ver – mapear – revisar - exercitar), onde partimos da leitura ou acompanhamento de aulas (ver), seguida do uso de um dos organizadores gráficos (mapear) para apoiar a revisão (revisar) e a resolução de exercícios (exercitar). A técnica do VMRE é de muita utilidade, pois possibilita a aprendizagem, a retenção do conhecimento, a revisão em um curto espaço de tempo e claro, a verificação da aprendiza- gem por meio de resolução de provas anteriores. 25 A pr ov aç ão m ap ea da Desta forma, se gastamos 3 horas para ler todo um ca- pítulo e depois mapeamos investindo mais 15 minutos. Pre- cisaremos de, no máximo, 3 minutos para fazer esta revisão posteriormente. Assim, na semana de prova poderemos revi- sar todo o edital em questão de horas. Não é fantástico? Como seria deixar de ser um mero aluno e se tornar um excelente estudante? 26 W agre F urtado G om es 2 CASA X BIBLIOTECA Conhecemos as dificuldades de concentração encontradas pelos alunos que tentam estudar em casa. Temos os famosos mestres da distração que, segundo o cientista cognitivo Renato Alves, são: comida, dinheiro, relacionamento, tv, música e sexo. Podemos fazer uma adaptação voltada a concursos pú- blicos e adicionar à lista de mestres da distração a internet e claro, os smartphones. Desta forma, fica a dica, se quer ter um aproveitamen- to maior nos estudos, procure uma biblioteca e mantenha-se longe dos mestres da distração que moram na sua casa. Frequentando a biblioteca, desligando o celular e levan- do um lanche leve e uma garrafa com água, você perceberá que seus estudos terão um rendimento maior. O simples fato de ir para uma biblioteca já é capaz de surtir incríveis efeitos em você por causa de um fenômeno chamado egrégora, que é um efeito gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pesso- as, quando se reúnem com a mesma finalidade, neste caso, o aprendizado. Um exemplo clássico de egrégora é facilmente percebi- do em uma igreja, onde dezenas de fiéis procuram objetivos comuns e, via de regra, positivos. No entanto, há estudantes que, por diversas razões, não se adaptam a rotina de bibliotecas. Para estes estudantes, o conselho é estudar onde melhor se adaptar, seja em casa, no 27 A pr ov aç ão m ap ea da clube, no parque ou no local de trabalho. O importante, neste caso, é criar uma familiaridade com o local de estudo. Walt Disney, por exemplo, possuia 3 salas, cada uma com uma equipe diferente, onde realizava diferentes proces- sos. Segundo relatos, havia na realidade três diferentes Walts: o sonhador, o realista e o crítico. Na primeira sala, criada para estimular a imaginação, qualquer ideia poderia virar projeto básico; na segunda sala, era projetada a logística da ideia recém criada; por fim, na ter- ceira sala entrava em ação os desmancha-prazeres, que tinham como objetivo criticar a ideia imaginada. Perceba que a sala responsável pela critica vinha depois das duas anteriores, e não no meio ou início, por que o que Walt Disney queria criticar não eram seus sonhos, e sim a lo- gística escolhida para a realização destes. Não é genial? O que queremos demonstrar com este exemplo é que você precisa associar ao seu local de estudo sua atividade de estudo. Por isso, procure a biblioteca mais apropriada à sua de- manda e faça dela seu quartel general da aprovação. Caso não tenha essa opção, crie seu local de estudo com rotinas e recom- pensas, conforme explicado no item Como criar um hábito II, no capítulo 10 – Concentração. No entanto, é interessante ainda que o estudante pro- cure, ao menos de tempo em tempo, estudar em algum lugar diferente. Uma boa pedida é estudar em áreas verdes, espaços abertos, clubes e etc. Essa mudança repentina, que pode ser realizada uma vez por semana, faz com que o cérebro des- perte a motivação e o gosto pelo aprendizado, e evita a fadiga desenvolvida pela rotina. Como seria criar o ambiente ideal para estudos? 28 W agre F urtado G om es 3 TÉCNICA DE POMODORO – PAUSAS PARA DESCANSO Francesco Cirillo, na década de 80, preocupado em tornar mais produtivo o seu tempo de estudo, se perguntou: será que eu consigo estudar efetivamente por cerca de 10 minutos? Ao procurar alguma coisa com que pudesse marcar esse período de tempo, achou um timer de cozinha no formato de tomate e batizou a técnica com este nome (pomodoro em italiano). O resultado deste experimento foi impressionante e fez com que Cirillo o transformasse em uma técnica de estudo, a Técnica de Pomodoro, que consiste em um método de geren- ciamento de tempo baseado na ideia de que pausas frequentes podem aumentar a agilidade mental, pois nosso cérebro tra- balha efetivamente em picos de concentração. A técnica utiliza um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25 minutos chamados de pomodoros. Cada período pode variar para cada pessoa, mas depois de vários experimentos verificou-se que as pessoas começavam com uma hora, depois diminuíam para 30 minutos, até chegarem no padrão indicado pelo autor que é de apenas 25 minutos + 5 minutos de relaxamento. Após um ciclo de 4 pomodoros, deve ser realizado um intervalo maior, entre 15 a 30 minutos. A Técnica Pomodoro possui somente cinco passos bási- cos para se ter um processo prático e efetivo na realização ope- racional de nosso planejamento de atividades diárias, que são: 29 A pr ov aç ão m ap ea da 1. Escolher a tarefa a ser executada; 2. Ajustar o alarme (pomodoro); 3. Estudar até que o alarme dispare; 4. Fazer uma pausa curta (3 a 5 minutos); e 5. A cada 4 sessões de estudo fazer um intervalo maior. Dicas: ▪ Ajuste o tempo de pomodoro de acordo com sua necessidade; ▪ Aproveite os intervalos para tomar água, café ou ir ao banheiro; ▪ Nos intervalos maiores faça algo que lhe dê prazer/ alegria. Assim, em qualquer das etapas do Método VMRE, você renderá mais efetivamente se aplicar pausas para descanso de acordo com sua necessidade. Nossa concentração é mais efetiva entre 30 e 50 minu- tos, depois disso temos uma queda significativa na concen- tração. Isso acontece por que o cérebro, como outra máquina qualquer, funciona com menor intensidade quando atinge o momento de fadiga conhecido como astenia. Astenia é a fadiga excessiva do cérebro que lhe provoca um funcionamento deficiente. Ela é bastante frequente no caso de sobrecarga intelectual. Neste estadoo cérebro rende apenas 25% do que renderia normalmente. Como evitar essa fadiga: 1. treine a memória; 2. melhore a alimentação; 3. pratique exercícios físicos; 4. durma o tempo suficiente para o repouso físico e mental; e 5. faça pausas para descanso. 30 W agre F urtado G om es A cada período intenso de estudo, procure fazer pausas para descanso. Essas pausas devem ser adaptadas conforme sua necessidade. Não confunda quantidade com qualidade. Aconselha- mos o estudo entre 30 e 50 minutos seguido de uma pausa de aproximadamente 5 minutos. Durante a pausa, você pode ir ao banheiro, ingerir líquidos, comer algo leve, ouvir uma música de Mozart ou outra de sua preferência, não necessa- riamente clássica. O importante é dar ao cérebro o descanso necessário para recomeçar em seguida com força total. Como seria estudar com foco e concentração? 31 A pr ov aç ão m ap ea da 4 PRINCÍPIO DE PARETO O Princípio de Pareto – ou Princípio 80/20, sugere que para muitos fenómenos, 80% das consequências advêm de 20% das causas. Este conceito foi sugerido por Joseph M. Juran, que homenageou o economista italiano Vilfredo Pareto. Exemplos da Lei de Pareto: ▪ Em um mercado 20% das mercadorias geram aproxi- madamente 80% do lucro; ▪ Em uma loja qualquer, 20% dos vendedores ganharão mais de 80% das comissões; ▪ 20% dos clientes respondem por mais de 80% dos lucros de qualquer negócio; ▪ 20% das celebridades dominam mais de 80% da mídia; ▪ Mais de 80% das descobertas científicas são realizadas por 20% dos cientistas. Estes exemplos citados acima demonstram que a rea- lidade vai contra a lógica. Ou seja, não existe, nestes e em muitos outros casos, uma relação de equilíbrio entre causas e efeitos. Neste momento você, nobre gafanhoto que estuda ou pretende estudar pra concursos, deve estar se perguntando: E eu com isso? Sim, nobre estudante, você tem tudo a ver com isso. 32 W agre F urtado G om es Ao ler o livro O Estilo 80-20 de Richard Koch, tive um insight e consegui, naquele momento, trazer para o mundo dos concursos a Lei de Pareto. Vejamos: ▪ 80% das questões de concursos estão concentradas em 20% da matéria constante do Edital. Vejamos um exemplo dentro de Direito Constitucional: A Constituição Federal de 1988 possui 250 artigos. Se analisarmos bem, os artigos mais cobrados em provas de con- cursos são os seguintes: Artigos: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 8º, 9º, 12, 14, 15, 16, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 27, 28, 32, 33, 37, 38, 40, 41, 44, 45, 46, 47, 51, 52, 53, 59, 60, 62, 70, 71, 76, 77, 80, 81, 92, 93, 94, 95, 97, 102, 103, 145, 146, 148, 150, 151, 152, 165, 166, 167, 169, 173. Desta forma, percebe-se que estudando aproximada- mente 20% da constituição, podemos alcançar aproximada- mente 80% das questões cobradas em concursos. Quem estuda Direito Administrativo já viu ou já passou da hora de ver a Lei nº 9.784, denominada Lei do Processo Administrativo, que também alcança os Atos Administrativos. Esta lei possui 70 artigos. No entanto, apenas os artigos 1º, 2º, 5º, 11, 12, 13, 15, 30, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 59, e 69 costumam cair em prova. Mais uma vez chegamos bem próxi- mo ao modelo 80-20 voltado para concurso. Ainda sobre a disciplina Direito Administrativo, temos assuntos como Administração Pública, Licitações e Contratos e Regime Jurídico dos Servidores Públicos (Lei nº 8.112/90) que juntos representam mais da metade dos assuntos cobra- dos em provas desta disciplina, enquanto outros assuntos como Bens Públicos, Fontes e Conceitos não representam nem mesmo 1% dos assuntos cobrados. O que queremos demonstrar com estes exemplos, é que o efeito 80-20 quando devidamente aplicado, gera resultados extraordinários em provas e concursos. O segredo não é só estudar, mas saber o que e quando estudar. 33 A pr ov aç ão m ap ea da Não obstante, outra característica interessante trazida do conceito original da Lei de Pareto pode ser aplicada ao mundo dos concursos: Concentrando 80% do tempo em aulas/leitura e 20% do tempo em revisão potencializam o aprendizado e a retenção do conhecimento (Wagre Furtado Gomes) Desta forma, você que passa 4 horas em uma sala de aula, assistindo a vídeo aulas ou mesmo por meio da leitu- ra de livros ou apostilas, pode fazer uma super revisão por meio de mapeamento, releitura e exercícios voltados à matéria estudada. O último capítulo desta primeira parte abordará o Mé- todo VMRE de estudo e fixação. Este método potenciará ain- da mais suas revisões e a aplicação do Princípio de Pareto aos concursos. Por fim, é necessário esclarecer que o princípio pode ser flexível, ou seja, não é 80/20 taxativamente. Observe esses exemplos: ▪ Aproximadamente 97% da riqueza mundial concen- tra-se nas mãos de aproximadamente 3% da população; Essa explicação é interessante para ilustrar nosso próxi- mo dado, este sim muito importante para você que pretende entrar para o serviço público, mas ainda vive sobre o paradig- ma de que concurso é muito difícil. Aproximadamente 5% de todos os candidatos inscri- tos em concursos públicos possuem verdadeiras chances de serem aprovados. E essa conta é bem simples de ser provada. Observe seus amigos, vizinhos, primos e outras pessoas que resolvem prestar concursos. Você irá perceber que, de fato, todos que se inscrevem realizam o mesmo discurso de plane- jamento para os estudos. Porém, existe uma distância entre o planejamento e a execução deste. 34 W agre F urtado G om es Quantas vezes lemos o edital, fazemos a inscrição, se- paramos material e em seguida deixamos todo aquele material pegando poeira? Isso sem falar naqueles candidatos que o pai ou mãe viu o edital, fez a inscrição e no dia da prova batem na porta do filho dizendo: – Filho, acorda, sua prova é hoje. E o garotão sai do quarto com cara de 36 horas de sono perguntando: – Que prova? Vai por mim, 95% dos candidatos não tem chances. O estudo para concursos é algo sério e que exige disci- plina e motivação para seguir adiante, e entre estes que optam pelo caminho do estudo existem dois tipos de candidatos: os que passam, e os que desistem. Por isso, se você optou por trilhar este caminho, te- nha força e procure motivar-se diuturnamente, pois para ser aprovado em concursos é necessário um mix entre conteúdo e motivação. Como diria Evandro Guedes, excelente professor de Direito Administrativo, passar em concursos requer 60% de conteúdo e 40% de motivação. No entanto, é necessário compreender que motivação é algo que, pela própria subjetividade, requer constante moni- toramento e incentivo. Certa vez um discípulo chegou ao seu mestre e disse: – Mestre, venho aqui uma vez na semana e volto pra casa muito motivado, porém, com o passar dos dias a motiva- ção vai diminuindo até esgotar-se completamente. O sábio prontamente respondeu: – Motivação, nobre gafanhoto, é como o banho, não dura pra sempre, por isso tomamos todos os dias. Como seria identificar especificamente os 20% do edi- tal que, de fato, farão a diferença em sua prova? 35 A pr ov aç ão m ap ea da 5 TURBINE SEU CÉREBRO O tema deste capítulo era “O cérebro e o estudo”; porém, no decorrer do tempo, encontrei e adicionei à minha bibliografia o livro Turbine Seu Cérebro – Contribuições da Neurociência para passar em concursos – Ed. Método, da autora Nanci Azevedo Cavaco e o livro Turbine Seu Cérebro – Dicas e estratégias para expandir a capacidade mental – Ed. Ediouro, escrito por Tony Buzan, o pai do conceito de Mapa Mental, como veremos adiante. Desta forma, aproveitei essa feliz coincidência e resolvi mudar o título do capítulo, para que você turbine seu cérebro, agora. “Todos os recursos queprecisamos estão na cabeça.” (Theodore Roosevelt) Segundo Buzan, o cérebro é o objeto mais sofisticado do universo, nele passam milhões de mensagens o tempo todo, em alta velocidade, pelo sistema nervoso, capacitando o cé- rebro para receber, processar, guardar informações e mandar instruções para o resto do corpo. Nesta mesma linha, o Dr. Paulo Valzacchi descreve que pesquisas modernas e avançadas permitem demonstrar que um cérebro estimulado de maneira correta e de forma coe- rente, possui uma infinidade de aspectos positivos. Essa tese foi comprovada por diversas vezes com os resultados feno- menais obtidos por pesquisas na área de neurologia. 36 W agre F urtado G om es Pesquisas recentes afirmam que o cérebro humano tem aproximadamente 100 milhões de neurônios e cada neurô- nio pode se comunicar com aproximadamente 100 mil outros neurônios. O neurônio é um tipo de célula nervosa composta de corpo celular, dendritos e axônio. Os dendritos tem como função captar informações, já o axônio tem como função en- viar informações para outras células do corpo. É denominada sinapse a conexão realizada entre dendri- tos e axônios e algumas células do corpo, essa conexão geral- mente é química, podendo em alguns casos ser elétrica. No nos- so cérebro, existem diversas sinapses realizadas entre neurônios. E é por isso que se diz que “uma ideia leva a outra e a uma terceira que leva a uma quarta que leva a uma quin- ta...”. Como explicou muito bem Shelley Carson em seu livro O Cérebro Criativo, o neurônio receptor é acionado, o que ativa outro neurônio, que ativa outro neurônio, num efeito dominó. Há alguns anos admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade regenerativa e que o cérebro era definido genetica- mente, ou seja, possuía um programa genético fixo. No entanto, pesquisas recentes demonstraram o poder da plasticidade cere- bral, que é a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. Nessa linha, a plasticidade sináptica é a capacidade de rearranjo por parte das redes neuronais. Assim, diante de cada 37 A pr ov aç ão m ap ea da experiência nova do indivíduo, as sinapses são reforçadas, per- mitindo a aquisição de novas respostas ao meio ambiente. Segundo Nancy Azevedo Cavaco, é necessário exercitar o cérebro com tarefas provocantes que estimulem as áreas cere- brais envolvidas em atividades específicas, que principalmente levem a pessoa a pensar, e não somente a ter pensamentos. Há quase 300 anos o filósofo suíço Jean-Jacques Rous- seau (1712-1778) já afirmava que os homens experimentam es- tágios de desenvolvimento e que o “exercício” das habilidades mentais facilita o crescimento do cérebro. Para que seu aprendizado seja mais efetivo, é importan- te que você turbine seu cérebro. Veremos agora 3 sugestões de como você poderá fazer isso. 1 – Oxigenação Cerebral Exercícios respiratórios, ingestão de líquidos e exercícios físi- cos auxiliam na redução dos níveis de ansiedade e ainda ser- vem de combustível para o cérebro. Alexandre Maia, em seu livro Preparo Emocional para Pas- sar em Concursos Públicos, afirma que uma boa respiração fa- vorece todo o corpo, melhora a circulação sanguínea, a me- mória, o pensamento, equilibra as emoções e o que é muito importante, traz a consciência. Agora faça você mesmo um teste com este simples, po- rém efetivo exercício de respiração: a) Sentado ou deitado, de olhos fechados, comece respi- rando lenta e profundamente; b) Faça uma contagem regressiva de 10 a 1; c) Ao inspirar, visualize o número; d) Perceba ao final do exercício se sentiu uma ligeira tontura, isso pode significar a dificuldade do cérebro receber uma quantidade satisfatória de oxigênio. Em nosso canal no youtube, existe um som relaxante com sino a cada 3 minutos, experimente também fazer o exer- cício com este som como fundo. 38 W agre F urtado G om es 2 – Estimulo da bi-hemisferização cerebral Nosso cérebro possui dois hemisférios, esquerdo e direito, que são ligados pelo corpo caloso e trabalham de forma inde- pendente e harmônica. O cérebro esquerdo trabalha linguagem, fala, lógica, números, matemática, sequência e palavras; o direito trabalha rima, ritmo, música, pintura, imaginação, imagens, modelos e harmonias. Desta forma, percebe-se que o esquerdo é acadê- mico e o direito é artístico. Como afirma Carmen Zara, em parceria com Willian Douglas, em seu livro Como Usar o seu Cérebro, Ed. Impetus, o melhor trabalho é o que conjuga as duas características. Ou seja, o ideal é que cada um aprenda a equilibrar as habilidades a fim de obter um resultado mais completo. Para se alcançar o aumento da capacidade de compreen- são, de memorização e do funcionamento adequado do pen- samento, é preciso estimular a integração dos dois hemisférios cerebrais, alcançando assim o equilíbrio, que é a aproximação entre os dois hemisférios. Como fazer isso? Existem alguns exercícios que proporcionam este estí- mulo. Vamos trabalhar aqui com dois exemplos: Exercício 1 Sente-se confortavelmente numa posição que possa per- manecer entre 3 a 5 minutos. Feche os olhos e preste atenção em sua respiração até que o ritmo se regularize. Então, mantendo os olhos fecha- dos, imagine um quadro branco em sua frente. Em seguida comece a visualizar no lado esquerdo do quadro números; no direito, letras. 39 A pr ov aç ão m ap ea da Assim, ao criar o número 1 do lado esquerdo, crie a letra A no lado direito. Apague rapidamente e crie agora o número 2 no lado esquerdo e a letra B no direito. Continue com os números à esquerda e as letras à direita até chegar ao numero 26 e à letra Z. Como nesta tabela: Quadro Esquerdo Quadro Direito 1 A 2 B 3 C 4 D 5 E 6 F 7 G 8 H 9 I 10 J Experimente fazer estes exercícios todos os dias, e você perceberá, com o tempo, uma melhora significativa na obten- ção e retenção de informações. Após algumas repetições do exercício você poderá al- ternar ordem, colocando no quadro esquerdo as letras e no direito os números, e criar, desta forma, novas conexões. Exercício 2 Nível Easy Pegue um texto qualquer, pode ser uma folha de um livro, um artigo, um folheto promocional, um cartão de visita ou mesmo uma bula de remédio. Comece a leitura, palavra por palavra, de traz pra frente. Este exercício faz com que seu cérebro crie novas co- nexões, enriquecendo o processamento de informações, que 40 W agre F urtado G om es se tornam mais rápidas e com mais conteúdos oriundos das novas associações. Nível Hard Pegue um texto qualquer, pode ser o mesmo usado no nível easy. Vire a folha e realize a leitura do texto virado de cabeça para baixo. Estes simples exercícios tem o poder de aumentar sua concentração, estimular ambos os hemisférios cerebrais e ace- lerar sua velocidade de leitura. Por conseguinte, novas cone- xões cerebrais serão criadas e as já existentes serão fortalecidas. 3 – Jogos que estimulam novas conexões Por último, abordaremos dois jogos que estimulam a expan- são da capacidade mental. Sudoku Segundo o site Wikipédia, o sudoku foi criado por Howard Garns, um projetista e arquiteto aposentado de 74 anos e é um quebra-cabeça baseado na colocação lógica de números. O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada uma das células vazias numa grade de 9x9, constituída por 3x3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém al- gumas pistas iniciais, que são números inseridos em algumas células, de maneira a permitir uma indução ou dedução dos números em células que estejam vazias. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos números de1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo. Se ainda não tinha resolvido algum sudoku, comece já. 41 A pr ov aç ão m ap ea da Palavras Cruzadas O jogo de Palavras Cruzadas é um jogo de conhecimento, no qual o jogador deve colocar as respostas corretas de acordo com as descrições das casas, conforme exemplo a seguir: Fonte: http://coquetel.uol.com.br 42 W agre F urtado G om es Outra forma interessante de desenvolver o hemisfério cerebral não predominante, segundo Carmem Zara, é identi- ficar qual sua predominância cerebral (esquerda ou direita) e estimular a não predominante. Primeiro, identifique sua predominância cerebral a par- tir desta tabela: Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito Racional Não Racional Estudioso Criativo Detalhista Generalista Fechado Aberto Linear Aleatório Acadêmico Artístico Verbal Não Verbal Agora que você identificou sua predominância cerebral, a sugestão é: a) Se possuir mais características do lado esquerdo: Es- cute música clássica de forma concentrada, prestando atenção à sinfonia da música; b) Se possuir mais características do lado direito: Esti- mule o uso da escrita e a resolução de problemas matemáticos (comece por problemas simples como os de regra-de-três) e brinque com os jogos dos sete erros e caça palavras. Conflitos Cerebrais 1. Se conseguir ler as primeiras letras, o cérebro decifra- rá as palavras: 3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 43 A pr ov aç ão m ap ea da D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 2. Se conseguir ler as primeiras e últimas letras, o cére- bro decifrará automaticamente as outras: De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ig- nlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etaso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoe pdoe anida ler sem gnderas pobrlmea. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Cmoo sreia uasr tdoo o potanceil do seu ceerbro? 44 W agre F urtado G om es 6 LOZANOV E O EFEITO MOZART Georgi Lozanov, educador Bulgaro, é conhecido internacio- nalmente por desenvolver a sugestopedia, que é uma teoria de aprendizado e ensino que se baseia no poder da sugestão. Lozanov chegou a essa conclusão, na década de 60, ao realizar experimentos que conciliavam o aprendizado com téc- nicas de relaxamento, concluindo que a música barroca, com batidas entre 60 e 70 ciclos por minuto, estimulam o aprendiza- do. Neste caso, a otimização do aprendizado ocorre por meio da junção de técnicas de relaxamento com música clássica. Foi constatado, em seu experimento que o indivíduo es- tando com sua mente em estado de relaxamento é mais propí- cio a absorver informações, concentrar-se e potencializar seu aprendizado, do que aquele exposto à pressão, medo, euforia ou estados psicológicos negativos. As técnicas de relaxamento utilizadas são simples, quase todas baseadas em exercícios respiratórios, que contribuem para a desaceleração do ritmo cardíaco, o que naturalmente contribui para o alcance de um estágio de relaxamento ideal. Lozanov verificou ainda que este tipo de música, com ba- tidas entre 60 e 70 ciclos por minuto, estimula as ondas cerebrais alfa, e é ideal para harmonizar e tranquilizar o corpo e a men- te potencializando a capacidade de percepção, processamento, memorização e recuperação das informações aprendidas. Segundo Lozanov, cada indivíduo tem um estado consi- derado “ótimo” de aprendizagem, que consiste em sincronizar 45 A pr ov aç ão m ap ea da corpo e mente por meio de exercícios de respiração com foco no relaxamento. O objetivo da técnica é chegar a um estado chama- do de “vigília relaxada”, onde estamos mais propícios a aprender, pois nosso cérebro está naturalmente condicionado a isso. Os estudos de Lozanov encontram embasamento no conceito intitulado de flow, que consiste em um estado mental diferenciado em que o envolvimento pleno com a atividade e com o momento resulta numa sensação de prazer e satis- fação únicos e de grande significado pessoal. A vivência de experiências desse tipo pode contribuir para que as pessoas se engajem efetivamente na prática de alguma atividade, seja de cunho físico ou mental. Por fim, comprovou-se que os estudantes submetidos às sessões de relaxamento antes das aulas ficaram mais re- ceptivos ao conteúdo e tiveram uma melhora de até 70% no aproveitamento, comparado com situações de estudo nor- mais, sem a indução ao estado alfa. Mais tarde, na década de 90, Gordon Shaw e Frances Rauscher, descobriram, a partir de experimentos com algu- mas músicas de Mozart, que a música barroca estimula a ca- pacidade de raciocinar. No caso específico de Mozart, descobriu-se que suas músicas estimulam todo o córtex, área responsável pelas me- mórias de médio e longo prazo. O método recomendável para estudo para concursos, no entanto, é um pouco diferente daquele aplicado ao apren- dizado em geral, devido ao fator tempo, que, para nós concur- seiros, é determinante. Experimente escutar a música de Mozart antes do início dos estudos e a cada pausa, bem como ao final dos estudos. Ou adapte este método conforme sua conveniência. Os resultados na concentração e na retenção das informações são surpreendentes. Terapia do riso Outro recurso interessante que pode ser realizado antes, du- rante e depois das maratonas de estudo é a terapia do riso. 46 W agre F urtado G om es Segundo Shelley Carson, a probabilidade de gerar um grande número de ideias e de fazer associações incomuns é maior quando você recebe uma recompensa inesperada ou quando esta de bom humor. Por isso os professores costu- mam fazer uso demasiado de piadas e historinhas divertidas durante as aulas em cursinhos. O humor é didático Para melhor desempenho nos estudos, você pode escutar uma música alegre, realizar atividades físicas ou mesmo dançar, que também será induzido a liberar serotonina e endorfina, que são substancias químicas que influenciam um estado emocional de prazer, instigando a aprendizagem natural. No entanto, a terapia do riso pode ser praticada com maior facilidade. Basta ouvir 3 minutos de gargalhadas para entrar no clima e melhorar as capacidades cognitivas de aprendizagem. Como seria aprender com prazer e satisfação? 47 A pr ov aç ão m ap ea da 7 LEITURA DINÂMICA “A leitura é para mente o que os exercícios físicos são para o corpo.” Conforme explicado por Tony Buzan em seu livro Leitura Dinâmica para Iniciantes, quando praticamos a leitura, lemos aprendendo o sentido, o contexto, o todo, e não pa- lavras individualmente. Temos a capacidade de assimilar seis palavras de uma vez e 24 palavras por segundo. A prática da leitura dinâmica aumenta os níveis de concentração e conse- quentemente a compreensão do texto lido. Em outra obra, Use sua mente, Buzan afirma que leitura dinâmica é o requisito absoluto para processar dados nesse tempo de “sobrecarga de informações”, e uma habilidade es- sencial para um aprendizado eficiente. Segundo Nanci Azevedo Cavaco, a leitura dinâmica é muito útil para a leitura de entretenimento ou quando se pre- cisa obter muitas informações em pouco tempo. No estudo voltado para concursos públicos, que é o nos- so foco, a leitura dinâmica é bastante útil, sobretudo na 1ª leitu- ra ou leitura prévia, quando o aluno busca selecionar os trechos mais interessantes econsequentemente mais propensos a cair em provas. Ou seja, busca-se por meio da leitura dinâmica um primeiro contato com a matéria para tentar, desta forma, iden- tificar os 20% de conteúdo mais importantes da matéria, con- forme sugerido no princípio de Pareto, para em segundo plano, fazer uma leitura mais atenta desta parte selecionada. 48 W agre F urtado G om es Outro ponto é criticar, para não perder o costume, nosso sistema educacional. Aprendemos na escola que ler é estudar, e isso não é verdade. Ler é receber informação, es- tudar é associar e repetir informação, transformando-a em conhecimento. O estudo voltado para concursos deve se pautar por três passos para tornar eficiente a leitura, o entendimento e a fixação do conteúdo. São eles a pré-leitura, a leitura e o mapeamento/resumo. Agora veremos isoladamente cada um dos 3 passos: 1 – Pré-leitura O primeiro passo é reconhecer o tema, o assunto, o idioma, os símbolos e etc. Se tentarmos ler um conteúdo sobre o qual não possuímos prévio conhecimento, não conseguiremos compreender, perdendo assim a concentração. Carmem Zara afirma em sua obra Como Usar o Cérebro para Passar em Concursos que a pré-organização é um fator que influencia a velocidade da leitura. Já Herbert Moroni e Marcos Góis afirmam em sua obra Curso Prático de Memorização, que leituras preparatórias servem de introdução ao que se pretende estudar. Uma ótima técnica é passar os olhos no sumário do livro ou apostila. Em seguida, passe os olhos pelas páginas que serão lidas, dê a devida importância aos títulos, subtítulos e gráficos. Ao passar os olhos pelas páginas, experimente fazê-lo em diagonal, começando pela esquerda e finalizando na direi- ta, no final da página. Como na figura a seguir: 49 A pr ov aç ão m ap ea da Lembre-se do que foi dito no início do capítulo: “Te- mos a capacidade de assimilar seis palavras de uma vez e 24 palavras por segundo.” Desta forma, conseguimos em um primeiro momento, de forma rápida e objetiva proceder com uma leitura superfi- cial, desenvolvendo assim, uma visão geral do conteúdo. Este recurso é muito utilizado no estudo de leis, por pro- porcionar uma organização dos diversos assuntos dentro do texto normativo. Experimente realizar uma pré-leitura com uma constituição federal, leia o sumário dos títulos e dos capítulos. Você deve levar entre 2 e 3 minutos para realizar essa pré-leitura. Pronto, seu cérebro já teve o primeiro e principal contato com o assunto de uma forma holística, como explica a Gestalt. Gestalt é uma palavra de origem alemã que pode ser tra- duzida como “forma” ou “figura”. O estudo da Gestalt, que atua na área da teoria da forma, sugere que o todo é mais im- portante que a soma das partes, ou seja, o conjunto de elemen- tos que formam o todo é maior que a soma das suas partes. Trocando em miúdos, o princípio básico da teoria ges- taltista é que o inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes. Jean Piaget, em sua obra denominada Psicologia da In- teligência, afirma que a ideia central da teoria da forma se ba- seia no fato de que os sistemas mentais jamais se constituem pela síntese ou pela associação de elementos, dados em esta- do isolado, antes de sua reunião, mas consistem sempre em 50 W agre F urtado G om es totalidades organizadas, desde o início, sob uma forma ou es- trutura de conjunto. O cérebro humano desenvolveu estratégias para lidar com as confusões causadas pelo complexo mundo visual. Por isso, nosso cérebro procura sempre a solução mais simples para um problema. Assim, nesta fase de reconhecimento é importante estimular a visão holística, do todo. Partindo desta premissa, você deve encontrar a ideia central em torno da qual giram pontos particulares. É como um holograma onde todas as partes se interligam. Trata-se de um modelo sistêmico. 2 – Leitura Agora que fizemos o reconhecimento do material, podemos fazer a leitura de costume, que agora será mais concentrada e, consequentemente, mais produtiva. Partindo do pressuposto de que já conhecemos o con- teúdo de forma generalizada, a leitura já será por si só mais rápida, porém, algumas dicas são fundamentais para que o processo se torne mais eficiente. Assim, neste passo podemos inter-relacionar partes da leitura e ainda relacionar a leitura completa com outras áreas do conhecimento. Os principais problemas de leitura são o desconheci- mento do assunto e a leitura palavra por palavra. No primeiro caso, temos uma dificuldade que pode ser resolvida de forma extremamente eficiente por meio da pré- -leitura, como já discutido nos parágrafos anteriores. Se você já estudou Direito Constitucional, lembre como foi o primeiro contato com o assunto. Provavelmente foi terrível, pois quem não é da área jurídica se espanta com o linguajar pesado do texto constitucional. Lembre-se que tudo o que é novo leva mais tempo pra ser processado pelo cére- bro, depois é que alcança velocidade de cruzeiro. Como diria o poeta Guimarães Rosa: 51 A pr ov aç ão m ap ea da É aos poucos que o escuro se torna claro. O segundo problema de leitura é fazê-lo palavra por palavra. E o resultado dessa leitura lenta e imprecisa é a difi- culdade de compreensão do assunto lido. Já aconteceu de você finalizar uma frase, um parágrafo, um capítulo ou mesmo uma obra inteira e se perguntar ao final o que estava lendo? Uma das causas desta desordem tem a ver com a lei- tura palavra por palavra, por que a leitura realizada desta forma dificulta o entendimento e, consequentemente, a re- tenção do assunto. É preciso entender que o cérebro, como já dito e repeti- do, lê até 6 palavras por segundo. O cérebro ao visualizar uma palavra, ele reconhece, processa e armazena ela no seu ban- co de dados. Além disso, temos uma incrível capacidade de fazer um link desta palavra com vários outros temas ligados de alguma forma a esta palavra. São as já explicadas sinapses. E não é só isso, temos ainda a capacidade de inverter letras, criando novas palavras e ideias. Em momento oportuno aprenderemos a desenvolver uma leitura mais produtiva, evitando a leitura por meio de palavras isoladas e estimulando uma leitura do conjunto de palavras, linhas ou mesmo parágrafos. 3 – Mapeamento/Resumo O terceiro passo para um aprendizado mais eficiente é a arte da memorização por meio de mapas e/ou resumos feitos du- rante ou após o estudo. O tema memorização é tão importan- te que merece um capítulo exclusivo. Por isso, nosso próximo capítulo tratará exclusivamente do tema. Por hora, faz-se oportuno esclarecer que a pré-leitura e organização gráfica são indispensáveis para uma memoriza- ção de qualidade, de forma departamentalizada, capacitando nosso cérebro para relembrar os diversos assuntos estudados. 52 W agre F urtado G om es Agora, voltando para o tema deste capítulo, resta escla- recer que a leitura dinâmica pode ser eficientemente aplicada ao estudo voltado para concursos públicos, haja vista a facili- dade e rapidez alcançada pela técnica. “A repetição é a mãe da aprendizagem” Partindo deste pressuposto, verificamos que a leitura di- nâmica quando precedida de uma pré-leitura (reconhecimento) é eficiente para o entendimento e para a memorização do con- teúdo estudado. Para ratificar a importância da leitura, vale a pena parafra- sear Izquierdo que já dizia que a leitura é um exercício fantástico e que quem não lê está fadado a ter uma memória menos eficiente. Um ótimo recurso para tornarmos a leitura mais rápida é por meio do uso de um guia, seja o dedo, como fazíamos quando crianças, seja por meio do uso de um lápis ou caneta. O uso deste guia nos permite aumentar gradualmente a velo- cidade da leitura.Você também pode ter sua performance de leitura me- lhorada por meio de alguns exercícios que estimulam a visão periférica. A seguir, apresento um exercício interessante adap- tado do livro Use Sua Mente. Exercício de expansão da visão periférica 1. Escolha um ponto fixo, pode ser um vaso na estante, um quadro, ou mesmo uma lâmpada; 2. Fixe seu olhar neste ponto; 3. Agora, procure expandir sua visão horizontalmente, forçando seus olhos a enxergar os pontos extremos no hori- zonte esquerdo e direito do ponto fixo antes escolhido; 4. Descanse os olhos por aproximadamente 30 segun- dos e volte ao exercício, desta vez, procure expandir sua visão verticalmente, forçando seus olhos a enxergar as extremida- des verticais do ponto fixo antes escolhido. 53 A pr ov aç ão m ap ea da 5. Descanse novamente os olhos e repita o exercício ao menos uma vez por dia ou sempre que se achar necessário ou conveniente. Em contato com a natureza este exercício, além de estimular a concentração, é extremamente relaxante. Como seria ler mais em menos tempo aumentando o poder de interpretação e a retenção das informações? 54 W agre F urtado G om es 8 MEMORIZAÇÃO O Instituto Nacional de Saúde da América gastou em uma pesquisa cientifica 250 mil dólares e levou 3 anos para desco- brir o que existia de diferente nos cérebros de pessoas cam- peãs de memória. A conclusão foi a de que o cérebro das pessoas com supermemória são exatamente normais, como o meu e o seu. Desta forma, concluiu-se que a única diferença entre as pessoas comuns e as pessoas com supermemória é que estas treinaram suas memórias. “Somos o que fazemos repetidas vezes, repetidamente; portanto, a excelência não é um feito, mas um hábito.” (Aristóteles) No livro Como Usar Seu Cérebro para Passar em Concursos, Carmem Zara afirma que segundo alguns cientistas, a me- mória é, antes de tudo, um processo e esta localizada em diversas áreas distintas do cérebro, e não em um determi- nado local, como se pensava antes das recentes descobertas da ciência. Podemos afirmar que a memória é um conceito que se refere a um processo de lembrança. Cada parte da memória do que é, por exemplo, um “cachorro” vem de uma região diferente do cérebro. Assim, a imagem do “cachorro” é re- construída a partir de muitas áreas diferentes do cérebro. No que tange à memorização, estímulos dos sentidos ajudam bastante na retenção das informações. No capítulo 55 A pr ov aç ão m ap ea da sobre Programação Neurolinguística aplicada a concursos, explanaremos mais sobre os estímulos mais efetivos voltados ao estudo. De imediato, é suficiente repetir a máxima de Con- fúcio, que há mais 2.500 anos já afirmava que: O que ouvimos esquecemos O que vemos lembramos O que fazemos aprendemos Isso comprova que o aprender está no fazer. Mais adian- te, você entenderá o porquê desta afirmação. Especificamente no capítulo 13 abordaremos o método VMRE e na segunda parte do livro veremos a Administração Pública em forma de mapa e a utilizaremos como treino para fixar o assunto e desenvolver habilidades de organização gráfica. “Fazemos bem aquilo que somos treinados pra fazer.” Tudo o que percebemos através de um de nossos sen- tidos é registrado por nosso cérebro. No entanto, as informa- ções que envolvem emoções são rapidamente arquivadas em nossa memória longa. Já aquelas que não envolvem emoção, nem prazer, nem são julgadas pelo cérebro como importantes são jogadas na memória de curta ou média duração. Memórias curta, média e longa Pesquisadores da Universidade da Califórnia constataram que se você estudar por 5 horas seguidas, não vai lembrar nem de longe o quanto lembraria se estudasse uma hora, cinco vezes na semana. Nosso cérebro armazena todas as informações perce- bidas, como já explicado anteriormente. Todavia, algumas in- formações são descartadas em, no máximo, 24 horas, se o cé- rebro considerá-las irrelevantes. É exatamente o que acontece quando dormimos. O cérebro faz uma espécie de download 56 W agre F urtado G om es dos arquivos recebidos naquele dia, descartando o que julga não importante. Por isso, a primeira regra para se arquivar informações em sua memória de médio e longo prazo é a repartição do material, possibilitando a memorização em blocos de estudo; a segunda regra é a repetição antes que se passem 24hs. O correto é que essa informação seja repetida antes que você durma. Por que o cérebro, por meio de um mecanismo pró- prio, define, enquanto você dorme, se aquela informação es- pecífica é ou não importante, gravando-a ou descartando-a. O Prof. Pier, afirma em seu livro Aprendendo Inteligência, que a memória curta ou curtíssima é apenas um rascunho feito pelo cérebro e é processada pelo sistema límbico. Já o córtex, que possuí uma capacidade gigantesca de retenção de informa- ções, é o centro responsável pela memória de médio e longo prazo no cérebro. Para acessar o córtex e fixar a informação, é necessário descanso. Isso mesmo. É durante os chamados períodos “offline” de sono, sonhos e descanso, quando a mente consciente não está ativamente ocupada enfrentando as realidades externas, que o cérebro se empenha em um diálogo interno para atuali- zar, repetir e consolidar a nova experiência/informação. Estudos sobre o surgimento de novas conexões sináp- ticas demonstraram que essas conexões são formadas entre os neurônios a cada uma ou duas horas do ciclo básico de repouso-atividade. É no momento em que estamos dormindo que o nosso cérebro faz o download descartando as informações não im- portantes e armazenando as informações importantes. Mas como é feito esta distinção entre informação impor- tante e informação não importante? O cérebro analisa o fator emocional constante na infor- mação. Temos a tendência a fixar com mais facilidade aqui- lo que nos parece interessante, prazeroso e alegre. Por isso a PNL pode fazer a diferença nos seus estudos. Não obstante, o cérebro fixará mais facilmente aquilo que foi repetido antes desta primeira noite de sono. Se você 57 A pr ov aç ão m ap ea da assistiu a aula e em seguida repetiu, de forma esquematizada aquela informação, o seu cérebro entende que está repetição não foi feita por mero acaso, mas sim de forma intencional, o que o faz acreditar que esta informação é importante, gravan- do-a no seu córtex. Outra forma de tornar a informação parte da memória média ou longa é por meio de associações. Por isso, sua ca- pacidade de reter e evocar informações é maior quando você utiliza vários canais de percepção. Segundo Willian James, pai da psicologia moderna, o segredo de uma boa memória é se dá por meio da formação de associações múltiplas e diversas com qualquer elemento que queiramos fixar. Isso ocorre por que o cérebro, como já frisamos, possui aproximadamente 100 milhões de neurônios e cada neurônio pode se comunicar com aproximadamente 100 mil outros neurônios. Criamos um excelente exemplo de associação. Para isso contaremos uma breve história: Estava no aeroporto internacional de Brasília esperando a hora de partido do voo Brasília – Salvador quando tive um insight sobre um tema que seria ministrado em uma aula de Direito Administrativo no retorno à Brasília, na segunda. Sempre tive dificuldades em distinguir os princípios da Proporcionalidade e da Razoabilidade, pois nem mesmo a doutrina consegue distingui-los muito claramente. As bancas examinadoras se limitam a criar situações em questões onde se afirma ser um ou outro o princípio aplicável. Quando a situação envolve a interação entre meios e fins, trata-se do Princípio da Razoabilidade. Naquele momento tive o seguinte insight: Em um rio, entre o meio e o fim, há um lugar que é raso.Logo, o princípio em que existe a interação entre os meios e fins é o princípio da RAZOabilidade. Veja como isso é cobrado pelas bancas: 58 W agre F urtado G om es 1-) CESPE/ANAC/2009 - O princípio da razoabilidade im- põe à administração pública a adequação entre meios e fins, não permitindo a imposição de obrigações, restrições e san- ções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 2-) IPAD/HEMOPE/ADVOGADO/2006 - A adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restri- ções e sanções em medida superior àquelas estritamente ne- cessárias ao atendimento do interesse público, é uma exigên- cia do princípio da proporcionalidade. Gabarito: 1 – C; 2 – E Lembre-se: para que se consiga a memorização de pala- vras com mais facilidade, é importante atribuir-lhes imagens. Outro exemplo interessante do uso de associações é a que distingue a forma jurídica aplicável às Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista. As Empresas Públicas podem revestir-se de qualquer das formas jurídicas, quais sejam: Sociedade Anônima (S/A) ou Limitada (LTDA), enquanto as Sociedades de Economia Mista devem ter a forma de Sociedade Anônima (S/A). Ou seja: Empresas Públicas podem ser S/A ou LTDA. Sociedades de Economia Mista Só podem ser S/A. Assim, você pode utilizar um esquema de memorização bastante interessante: a exclusão. Perceba que a Sociedade de Economia Mista Só pode ser S/A. por exclusão você sabe que as Empresas Públicas podem ser tanto S/A como LTDA. Nessa técnica utilizamos a Concatenação, a Associação e a Exclusão. Veja como isso vem sendo cobrado: 1-) (CESPE/DPU/Analista/2010) A sociedade de economia mista pode ser organizada sob quaisquer das formas admiti- das em direito. 59 A pr ov aç ão m ap ea da 2-) (CESPE/SERPRO/Analista/2013) As sociedades de economia mista da União federal devem revestir-se da forma de sociedade anônima. Gabarito: 1 – E; 2 – C Quer conselhos simples para estimular a memória? a) Mexa-se, o corpo e cérebro humano não foram feitos para ficar parados; b) Beba água, seu cérebro pesa aproximadamente 2% do seu peso total e é constituído por 78% de água e consome 20% das calorias que ingerimos; c) Durma, se não puder dormir durante a noite a quan- tidade suficiente, tire pequenos cochilos após o estudo ou pra- tique o exercício Meditação Dinâmica descrito no próximo capítulo. d) Desperte sua atenção, visualize, associe, use mnemônicos; e) Crie organizadores gráficos durante e após suas aulas/ leituras; e f) Faça revisões periódicas, o cérebro aprende por repetição. No mais, lembre-se de não esquecer e esqueça-se de não lembrar que é praticando que será alcançado o desen- volvimento para ter uma boa memória. Como sugerido por Albert Morsel, que afirma em seu livro Como Ativar o Poder da Memória, que desenvolver a memória é desenvolver a inte- ligência, e que a memória é como um músculo, se treinada se desenvolve; se “esquecida” atrofia. Como seria ter uma memória de elefante? 60 W agre F urtado G om es 9 COMO REALIZAR REVISÕES EFICIENTES Abordaremos agora, de forma resumida, tipos de revisão que aceleram o processo de memorização e aprendizagem. Mais a frente será analisado com mais cautela essa indispensável ferramenta para o aprendizado. O primeiro tipo de revisão é aquele voltado aos que detém pouco tempo para aprender a matéria. Suponha que você fez a inscrição para um determinado concurso e na parte específica deste edital consta a Lei nº 9.784, que cuida dos Processos Administrativos em âmbito federal. Suponha ainda que algum ser iluminado postou, na quinta feira à noite, em algum fórum para concurso, que o assunto da sua redação será Motivação dos Atos Adminis- trativos. Assim, você desesperado sai a procura do Art. 50 da referida lei que cuida sobre os atos que devam ser obrigatoria- mente motivados: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 61 A pr ov aç ão m ap ea da IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro- cesso licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e rela- tórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fun- damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda- mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou ga- rantia dos interessados. § 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. Neste caso, faltando apenas 2 dias úteis para a prova, podemos usar da repetição programada para curtos espaços de tempo, que é a repetição realizada a cada intervalo entre 4 a 6 horas. Ou seja, você pode revisar, por exemplo, às 8h, 14h e às 20h de sexta e, no outro dia, repete novamente a revisão. Cada revisão levará entre 30 segundos e 3 minutos, de- pendendo do tamanho do texto a ser memorizado. No caso do nosso exemplo acima citado levará em torno de 3 mi- nutos. Provavelmente a primeira leitura ultrapasse o tempo, pois você marcará as palavras chaves. Como segue exemplo abaixo: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 62 W agre F urtado G om es III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro- cesso licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e rela- tórios oficiais; VIII – importem (1 - extinção) anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fun- damentos de anteriores (2 - fundamentações) pareceres, in- formações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda- mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou ga- rantia dos interessados. § 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. Perceba que no segundo momento, palavras chaves fo- ram sublinhadas com o objetivo de facilitar a evocação do texto e tornar a revisão mais rápida. Em alguns casos, incluir palavras que conseguissem resumir toda a ideia, como no caso de: 1- extinção, que o fará lembrar-se de: anulação, revogação e convalidação dos atos administrativos e 2 - fundamentação, que evita a repetição das palavras: pareceres, informações, de- cisões ou propostas. O segundo tipo de revisão, visa a massificação e a trans- formação da informação em conhecimento. A modalidade de revisão da qual trataremos é voltada para estudantes que pretendem
Compartilhar