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CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR

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CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
(ARTS. 467 A 471, CC)
CONCEITO: contrato em que uma das partes se reserva à faculdade de designar uma outra pessoa que assuma a sua posição na relação contratual, como se o contrato for ser celebrado com esta última. 
Ou seja, o compromissário comprador reserva a opção de receber a escritura definitiva ou indicar terceira pessoa para nela figurar como adquirente (sendo o contrato de compra e venda onde o campo de incidência dessa espécie é maior).
1 das inovações do CC de 2002.
Seu campo de maior incidência é no contrato de compra e venda e na promessa de compra e venda, no entanto, essa modalidade de contrato pode ser aplicada a toda espécie de contrato que por sua natureza não admita incompatibilidade, logo há incompatibilidade em contratos personalíssmos (intuitu personae). 
PERSONAGENS: 
- PROMITENTE – que assume o compromisso de reconhecer o “amicus” ou “electus”
- ESTIPULANTE – que pactua em seu favor a cláusula se substituição
- ELECTUS – que, validamente nomeado, aceita a indicação, que é comunicada ao promitente.
* REQUER DE TODOS OS PERSONAGENS CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO NO MOMENTO DA ESTIPULAÇÃO DO CONTRATO SOB PENA DE INVALIDAÇÃO DO NEGÓCIO.
* Exs.: 1- Um condômino que quer adquirir outras quotas da co-propriedade – sem prejuízo de revelar-se depois, uma vez realizada a operação – valer-se de um intermediário que estipula em nome próprio,mas reservando-se declarar em favor de quem efetivamente estipulou.
2- Adquirente pretende adquirir um imóvel e não aparecer ao proprietário em função de sua condição pessoal para evitar elevação do preço.
3 - Dono de um imóvel, não deseja vendê-lo, por motivos pessoais a determinada pessoa que recorre a outrem para este fim
NATUREZA JURÍDICA:
- HÁ várias controvérsias em torno da natureza jurídica dessa modalidade contratual, assim para alguns seria: estipulação em favor de terceiro, contrato condicional, aquisição alternativa, sub-rogação, representação etc.
- ENTENDIMENTO PREVALECENTE:
- Teoria da condição: o contrato apresenta-se como contrato em nome próprio, sob condição resolutiva e como contrato em nome alheio sob condição suspensiva.
Assim, desdobra-se o contrato em duas fases:
1.ª - o estipulante comparece em, caráter provisório, ao lado de um contraente certo, até a aceitação do nomeado.
2ª - o nomeado (electus) passa a ser o dominus negotti.
*O estipulante reserva-se a faculdade de indicar a pessoa (electus) – no prazo de cinco dias (art. 468, CC) que assumirá as obrigações e adquirirá os direitos respectivos (art.469, CC), em momento futuro. 
* Se o nomeado não aceita a indicação, ou esta não é feita no prazo assinado, nem por isso perde a sua eficácia. Continua válido, subsistindo entre os contraentes originários (art. 479, CC); continua subsistindo ainda entre os contraente originários se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação (art. 471, CC).
INSTITUTOS AFINS:
* temos semelhança com vários institutos, vejamos alguns:
- ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO – 
 Semelhança: exceção ao princípio da relatividade dos efeitos dos contratos.
Diferença: na EFT o estipulante e o Promitente permanecem vinculados ao contrato após a adesão de terceiro. No CPD um deles desaparece - Estipulante
-CESSÃO DE CONTRATO –
 Semelhança: ambas as figuras correspondem ao fenômeno sucessório no contrato.
Diferença: na CC o terceiro entra com efeitos ex nunc. No CCD o efeito é ex tunc (art. 469,CC). 
- MANDATO – diferença o mandatário declara sempre o nome do mandante que não é indeterminado.

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